1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude,
1968/70), com uma carta aberta aos seus netos, neste dia do Pai:
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Nota do editor
Último poste da série de 12 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13879: Carta aberta a... (11): Jornalista Sousa Tavares, a propósito do seu artigo no jornal Expresso do dia 8 de Novembro passado (Manuel Luís Lomba)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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4 comentários:
Ressalva:
Onde se lê:
111 dias, 3 meses e 14 dias,
deve ler-se:
11 anos, 3 meses e 14 dias.
Amigo e camarada José Marcelino Martins:
Já há muito tempo que te conheço e distingo no nosso blogue pela sabedoria que tens demonstrado sobre assuntos militares, história militar e sobre todo o passado da guerra que aconteceu nessa Guiné, onde todos passamos alguns anos da nossa juventude. Sobre tudo isso tens conhecimentos enciclopédicos, tens um grande arquivo no teu cerebro e outros arquivos fisicos onde tu te socorres que te dão garantias sólidas. Posso não comungar do teu ideal de Portugal, como nação antiga suportada sobretudo pelas virtudes patrióticas e guerreiras das nossas Forças Armadas de hoje e de ontem.
Mas não há dúvida que as tuas convicções têm peso, têm importância, para ser equacionadas com outras diferentes, mais próximas ou até antagónicas. Uma nação deve ser constituida por muita gente diferente e por correntes que mesmo que conflituem e se choquem no final possam confluir num todo que se harmonize em benefício da comunidade.
Concluindo tu pela ordem que pões em tudo, pela tua disciplina, pela obediência ou autoridade e rigor que exiges nas relações com os teus semelhantes, para usar um palavrão médico, a tua constituição psicossomática, empurra-te para a vida militar, é deles que tu gostas, é a eles que tu aprecias. A tua tradição familiar terá naturalmente contribuído muito para essa tua maneira de ser.
Sem ter a admiração pelas paradas, pelas fardas, pelas fanfarras militares, sendo um pouco anárquico e adverso a tudo isso, não deixo de admirar todos os homens que sejam quais forem as ideias com que governem a cabeça e que desejam para o nosso país, pensem no bem comum e na comunidade em geral.
Nesses aspectos que acabei de referir, nunca duvidei de ti e sempre te apreciei pelo teu respeito por todos, pelos teus conhecimentos, sobretudo na área militar, pelo teu aprumo e pela tua verticalidade.
Amigo e camarada, muitos parabens pela parada militar dos teus antepassados e descendentes e pelo orgulho com que a apresentas. Parabéns aos teus netos pelo avô que têm, pelos pais e pelos outros avôs mais antigos que não conheceram. É muito saudável ter uma família que gosta de se rever no seu passado familiar.
Este é um testemunho sincero, de um teu camarada, quase anarquista, anti-militarista, quase desertor, por não concordar politicamente com a guerra da Guiné, mas que te admira e gosta de ti.
Por paradoxos que possas encontrar nestas afirmações, para mim é muito importante o crédito que cada homem tem para mim. Tu tens muito crédito!
Muita saúde e felicidades para ti a tua esposa, para os teus filhos e netos.
Um grande abraço
Francisco Baptista
Caro Amigo Zé Martins
Deixas aqui uma, necessariamente breve, resenha da dedicação que a tua família deu às Forças Armadas ao longo dos tempos em que apresentas o registo histórico.
Concluis com um "as contas estão saldadas", mesmo com um crédito para a Família, o que não deixa de ser indicativo de como apontas o caminho aos teus netos.
Também não posso deixar de dar uma palavra de apreço pela forma escorreita, elevada, sincera e honesta como o Francisco Baptista apreciou o teu trabalho.
São sentimentos e posturas destas que fomentam a amizade e a fortalecem.
Abraços
Hélder S.
Ao Francisco Baptista e ao Helder, agradeço os comentários.
Curiosamente não tive contacto com as gerações que me antecederam, à excepção do meu pai, que ficou isento do serviço militar pelo que foi pagante da Taxa Militar.
Foi o querer saber quem foram, que me fez ir várias vezes ao Arquivo Geral do Exército para consultar as duas fichas militares.
Dos "pares & sucessores" foi a mesma coisa.
Se os mais novos quizerem ir mais longe, já não partem do ZERO.
Abraço e obrigado.
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