quinta-feira, 17 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15871: (De) Caras (36): Morrendo de paludismo, com 42º, em Mansambo, em 1973, provavelmente no mesmo abrigo onde, cinco anos antes, apanhavam "banhos de luar" os alf mil da CART 2339, Cardoso e Rodrigues (Jorge Araújo, ex-fur mil op esp, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/74)





Guiné > Zona Leste > Setor L1 > CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974) > 1973 > O Jorge Alves Araújo, ex-fur mil op esp, convalescente...  da terceira e última crise de paludismo... Provavelmente no mesmo abrigo onde, cinco anos antes, dormiram ao luar os alferes milicianos Cardoso e Rodrigues, da CART 2339, "Os Viriatos"  (Mansambo, 1968/69).

Foto: © Jorge Araújo  (2016). Todos os direitos reservados.




Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Mansambo > CART 2339 > Abril de 1968 >  Os alferes milicianos Cardoso e Rodrigues apanham "banhos de luar" (sic)... Legenda do Carlos Marques dos Santos, o primeiro dos Viriatos a chegar ao nosso blogue, logo em 2005, tendo depois trazido com ele o Torcato Mendonça: (...) "Em Mansambo, a céu aberto. Camas de ferro nos fossos que iriam ser o aquartelamento fortificado de Mansambo. Data: abril de 1968. A foto é do Henrique Cardoso, alferes da CART 2339 e seu comandante. Os 3 Capitães, que comandaram a Companhia anteriormente estiveram sempre doentes !!! Ele assumiu o comando. Era miliciano e responsável" (...).

Foto: © Henrique Cardoso / Carlos Marques Santos (2005). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de Jorge Araújo [ ex-fur mil op esp,  CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974)]

Data: 17 de março de 2016 às 13:23
Assunto: P15869


Caro Camarada Luís,

Como complemento da imagem inserida no P15.869, de hoje (*), do camarada Henrique Cardoso [ex-Alf. da CART 2339, Mansambo, 1968/69] tomei a iniciativa de juntar outra, esta com cinco anos de diferença [1968-1973] para valorizar o trabalho daqueles que me antecederam naquele Aquartelamento. (*)

Trata-se, quem sabe!?,  do mesmo espaço mas agora fechado, logo com mais dignidade. A ser verdade, é muito provável que seja a mesma cama com um novo visual, enquadrada por mobiliário adequado ao espólio de cada um. A decoração é anterior à minha curta estadia.

Esta foto não corresponde à recuperação de um "pifo", mas sim à fase final de uma dose de paludismo, a 3.ª e última com que fui brindado durante a comissão. Esta foi a mais difícil de debelar, tendo inclusive pedido ao Carvalhido da Ponte, meu camarada Fur Enf,  para me matar, tal era o meu estado de desespero, com mais de 42ºC.

Boa semana.

Um abraço, Jorge Araújo.

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Notas do editor:

(*) Vd, poste de 17 de março de  2016 > Guiné 63/74 - P15869: Inquérito 'on line' (46): Apanhei um "pifo de caixão à cova", uma, duas, três ou mais vezes... confessam 65 em 100! (Resultados finais)

(**) Último poste da série > 5 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15824: (De) Caras (34): Bla, bla, bla .... e o almoço de 16 de Abril (António Matos)

2 comentários:

Luís Graça disse...

Jorge, está mesmo com um ar "patibular", "palúdico"... Só quem não teve "sezões" ou "sezonismo" (paludismo), como dizia o nosso povo (das bacias hidrográficas do Tejo e do Sado, mas zonas dos arrozais onde o paludismo foi endémico até aos anops 60!), é que não consegue avaliar e perceber o teu "grito", "Carvalhido, mata-me!"... Ainda bem que o Carvalhido da Ponte não te deu ouvidos!... Sobreviveste... Parabéns!

Anónimo disse...


Luís, tens toda a razão. Foi um grito saído das entranhas e só quem viveu a experiência de ter paludismo, uma infecção provocada por uma bactéria transmitida pelo mosquito Anopheles fêmea, é que compreende o seu fundamento (grito!).
Depois de ter travado mais este combate, com novo sucesso, fiquei imune até ao final da comissão. Fui então premiado com a responsabilidade de garantir a circulação de pessoas e bens na estrada Xime-Bambadinca, bem como proteger as duas pontes sobre o Rio Udunduma, a partir daquele que ficou conhecido pelo "Destacamento da Ponte", aí permanecendo durante o segundo semestre de 1973.
Já enviei um novo texto, onde abordo este e outros temas.

Bom fim-de-semana.

Um abraço,

Jorge Araújo.