"Amigo Carlos Vinhal:
Recebi recentemente um e-mail do nosso camarada Luís Graça, que tu também deves ter recebido, manifestando a sua preocupação em chegar ao ponto de recear telefonar para qualquer um de nós, temendo que o seu contacto seja já inoportuno, pedindo para dizermos "Ok, ainda estamos cá", como prova de vida.
Estando a rapaziada toda já "entradota", compreendo a sua preocupação. Pela parte que me toca, aqui estou a dizer "OK, ainda estou por cá", enviando-te em anexo um texto para, se o entenderes, o publicares. É um excerto do meu novo livro autobiográfico, prestes a ser editado, que contém uma mensagem de Natal, embora já um pouco extemporânea, para todos os companheiros.
Agora, amigo Carlos, com a publicação deste texto, ou a rapaziada gosta e vai adquirir o livro, espicaçada que foi, assim, a sua curiosidade, ajudando-me a escoar os livros que as editoras me "obrigam" a adquirir, mesmo sendo o autor, ou não gostam mesmo nada deste naco de prosa e o destino dos livros, além de um ou outro que vou por na estante, é uma pilha a um canto da garagem.
Como vês amigo, ainda cá estou e com algum sentido de humor.
Envio-te também uma fotografia para ilustração.
Um abraço para ti e para todos os companheiros, e respectivos familiares.
Bom Ano de 2016
Manuel Sousa"
Foi assim o meu anúncio de que estava a escrever um novo livro, juntando o excerto de um texto que dele é parte integrante, como conto de Natal dirigido a todos os companheiros ex-combatentes da "tabanca grande", fazendo, ao mesmo tempo, a minha prova de vida de 2016, que deu lugar ao Poste 15596.
O companheiro e "patrão" do nosso blogue, Luís Graça, no seu comentário no mesmo post recomendou:
"...Manda notícias sobre o livro quando estiver pronto!...
Luís Graça".
Pois bem, aqui estou eu, portanto, a "dar ao rol" o meu novo "rebento", de quem acabei de cortar o "cordão umbilical", que se chama ONDE A CEGONHA POISOU – Contos Autobiográficos do "meu Manuel".
Ei-lo:
Sendo este livro de cariz autobiográfico, como o próprio subtítulo sugere, é um livro simples, que eu sou suspeito em avaliar, mas que, no fundo, eu considero o meu "curriculum vitae", como agora a gente mais nova diz, que eu apresentei quando fui admitido na tropa, que culminou com a tormenta do terror de guerra, na qual nos vimos envolvidos, em que, apesar de todo o sofrimento que isso implicou, redundou em toda esta amizade de que comungamos.
Ao longo da minha escrita vou deixando ilustrações de coisas que me marcaram na infância, adolescência e juventude consubstanciadas em desenhos da minha autoria, em vez de fotografias, que lhe confere, creio eu, alguma originalidade.
Por exemplo, quando descrevi aquele meu conto de Natal não quis deixar de apresentar a morada daquele generoso Menino Jesus, que é a Capela de Santa Luzia na aldeia da Carrapatosa, Linhares, Carrazeda de Ansiães, a terra da minha mãe, fazendo questão de reproduzir também o fontanário em ferro fundido, situado em frente à capela, onde, em criança, me empoleirava a beber água directamente da torneira:
Também ao descrever a minha escola, cujo edifício hoje está afecto à sede do Grupo Desportivo, Cultural e Recreativo de Folgares, a minha terra:
E assim, sucessivamente. Contudo os desenhos aparecem na obra a preto e branco, visto que a edição a cores se tornava muito mais onerosa, aí pelo triplo.
Aqui deixo a apresentação que fiz do livro no facebook, destinados a todos os meus amigos, considerando que também tenha interesse para outros que não estão em contacto comigo através daquela rede social, que é o caso da maior parte dos nossos "camarigos" deste blogue.
Alguns dos seus nomes, para lhes despertar a curiosidade, estão registados nesta obra, no contexto do seu enredo, principalmente através de comentários que fizeram a alguma da minha "literatura" que tem vindo a ser publicada no blogue:
"Finalmente, a edição do meu novo livro está concluída e ele aí está, bem fresquinho, pronto a ser lido por quem o desejar.
Sendo um livro de contos, é como que uma peça de teatro em vários actos, cujos actores, em que eu estou incluído, evoluem num vasto palco, tendo como fundo bonitas terras do nordeste transmontano, particularmente a minha aldeia, os meus Folgares, não fosse o livro autobiográfico, Freixiel, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, e zonas do Douro e do Tua, entre outras, em que é retratado o quotidiano das suas gentes dos anos 50, 60 e 70 do século passado.
Teria o maior prazer em oferecer um exemplar a cada um dos meus amigos, mas, como são tantos, felizmente, isso significaria ter de pedir ao tribunal para ser decretada a minha insolvência económica (risos). Isto só para ilustrar o preço em que ficam os livros, mesmo para o autor.
Depois, pelo que aprendi aquando da edição do meu livro anterior, oferecer um livro poderia provocar três coisas distintas junto de quem o viesse a receber: - Uma leitura atenta e interessada, o que aconteceria na maior parte dos casos;
- A “coacção”, ou seja, a obrigação de o ler, se, de facto, não tivesse o gosto e hábitos de leitura;
- Nunca viria a ser lido, ficando, na melhor das hipóteses, apenas a fazer parte da decoração da estante lá de casa.
Assim, deixo ao critério de cada um para que, livremente, decida se o quer adquirir ou não.
Em caso afirmativo, com a sua compra, é uma prova inequívoca de que essa pessoa tem a curiosidade e o gosto de o ler. O barómetro fiel da sua receptividade junto dos leitores.
É claro que, mesmo assim, ainda vou oferecer alguns.
Boa leitura para quem o vier a obter. Da minha parte, esforcei-me para que essa leitura seja agradável. Não sei se o consegui.
Onde o adquirir? Já muitos amigos me perguntaram.
Para já pode ser adquirido através da internet, utilizando as palavras-chave (Onde a Cegonha Poisou sítio do livro);
Dentro em breve pode ser comprado também na livraria FERIN (Ferã), na rua Nova do Almada, n.º 70, ao Chiado, em Lisboa, directamente na livraria ou fazendo a encomenda por telefone, 213424422, das 10 às 20 horas;
Em qualquer livraria do país, por encomenda."
Um abraço para todos, com votos de uma boa leitura para quem vier a adquirir o livro.
Manuel Sousa
Abril 2016
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2. Comentário do editor
Como é lógico, ainda não li este novo livro do nosso camarada e amigo Manuel Luís, mas pela leitura do anterior, "Prece de um Combatente", onde nos é dado "um cheirinho" da sua meninice, não me é difícil adivinhar, neste livro autobiográfico, uma narrativa cheia de vivências de autêntica luta diária contra, e a favor, da natureza, tão peculiar de Trás-os-Montes, onde os homens e as mulheres se fazem cedo. Histórias de um passado recente, que felizmente não são repetíveis porque se mudaram os tempos, as mentalidades e as formas de trabalhar a terra.
Caro Manuel, esperamos que o teu livro seja um êxito. És um homem de inúmeras facetas, e a de escritor está aí ao alcance de todos.
Carlos Vinhal
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Nota do editor
Último poste da série de 4 de Maio de 2016 Guiné 63/74 - P16048: Os nossos seres, saberes e lazeres (152): A pele de Tomar (3) (Mário Beja Santos)
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