segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21380: (In)citações (169): Onde esteve a Cruz Vermelha Portuguesa durante a guerra colonial / guerra do ultramar / guerra de África ?







1. Onde esteve a Cruz Vermelha Portuguesa durante a guerra colonial / guerra do ultramar / guerra de África ?

O camarada António J. Pereira daCostra, cor art ref, comentou (*):

(...) "Nunca dei pela acção da secção feminina (ou masculina) da Cruz Vermelha Portuguesa, mas admito que tenha apoiado os feridos, os deficientes e os prisioneiros... Como? Não sei. Admito que as suas missões fossem discretas, se não mesmo "secretas" (no caso dos prisioneiros)... Era interessante esclarecer esta questão e qual a atitude do Governo para com ela.(..)

Na Internet também não encontrámos grande coisa... Pode ser que algum dos nossos leitores traga mais alguma achega...Meio século depois do fim da guerra,  os portugueses devíamos ter direito a saber algo mais sobre este assunto... 

Enfim, temos de quebrar o silêncio dos arquivos:

(...) "Para mais informações sobre a história da Cruz Vermelha Portuguesa e assuntos relacionados, bem como para marcação de visitas aos nossos arquivos, contacte directamente o nosso Serviço Histórico-Cultural pelo email biblioteca@cruzvermelha.org.pt (...)


Cruz Vermelha Portuesa (CVP) - História

Por nomeação do Rei D. Luís I, o médico-militar José António Marques [1822-1884] representou Portugal na Conferência Internacional realizada em Agosto de 1864, em Genebra.

Nesta reunião, deliberava-se sobre a neutralidade "das ambulâncias e dos hospitais, assim como do pessoal sanitário, das pessoas que socorressem os feridos e dos próprios feridos no tempo de guerra.”

Portugal foi, assim, um dos 12 países que assinou a I Convenção de Genebra de 22 de Agosto de 1864, destinada a melhorar a sorte dos militares feridos dos exércitos em campanha.

Regressado a Portugal, José António Marques organizou, a 11 de Fevereiro de 1865, a "Comissão Portuguesa de Socorros a Feridos e Doentes Militares em Tempo de Guerra", primitiva designação da Cruz Vermelha Portuguesa.

No ano seguinte, o Professor Doutor José Maria Baldy (General) daria início à primeira presidência da nossa instituição.
 
Ao longo da sua história a Cruz Vermelha Portuguesa prestou auxílio em todas as guerras e grandes catástrofes que Portugal esteve envolvido. Prestou também auxílio internacional em situações de catástrofes e guerras no estrangeiro.

Fonte: Adapt. de
Cruz Vermelha Portuguesa: breve hostorial


Hospital Cruz Vermelha (HCV)

Inaugurado em 1 de Fevereiro de 1965, teve a sua génese no Hospital de Santo António da Convalescença ou Casa de Saúde de Benfica, mandada construir pela Cruz Vermelha Portuguesa para dar resposta na avaliação, diagnóstico e tratamento dos doentes com graves ferimentos sofridos na guerra colonial, desenvolvendo as áreas da traumatologia e neurocirurgia.

Sempre na vanguarda da prestação clínica o Hospital da Cruz Vermelha, em 1981, inaugurou a Clínica de Hemodiálise e a primeira Unidade de transplante renal, realizando os primeiros transplantes renais e de fígado do país.

Em 1985, o Hospital da Cruz Vermelha passou a dispor de um TAC, que veio contribuir para a melhoria do diagnóstico em várias especialidades clinicas.

Em 1998 o Hospital da Cruz Vermelha foi objeto de profunda reestruturação e modernização.

Continuando desde sempre a apostar nas tecnologias mais avançadas e na inovação técnica dos seus recursos humanos o Hospital da Cruz Vermelha é hoje uma unidade hospitalar de referência a nível nacional.

Fonte: Hospital da Cruz Vermelha


O MNF e CVP


(...) O Movimento Nacional Feminino, dirigiu a acção para os militares activos nos teatros de operações; a secção da Cruz Vermelha Portuguesa dedicou-se principalmente ao apoio aos militares feridos e estropiados, cujo número aumentava e para os quais não havia sistema nem de recuperação nem legislação aplicável. 

Os dois movimentos aproveitaram as boas relações das suas dirigentes com o apoio do regime para incentivar a publicação de leis e normas correctoras de erros e injustiças administrativas, entre as quais se contava a alteração à situação dos feridos em combate, conseguindo que estes não perdessem direito aos vencimentos e aos subsídios de campanha quando evacuados para os hospitais centrais; a revisão das pensões dos deficientes militares, que era regulada ainda pelas normas da 1ª Guerra Mundial; o apoio às famílias dos mortos, que permitindo que os corpos dos mortos fossem trasladados para as terras de origem destes, sem qualquer custo para as famílias; e ainda a legislação de apoio aos militares estudantes.(...)

Fonte: Universidade de Coimbra > Centro de Documentação 25 de Abril

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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 21 de setembro de  2020 > Guiné 61/74 - P21379: (In)citações (168): Por favor não misturem as instituições, o Movimento Nacional Feminino e a Cruz Vermelha Portuguesa (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)

3 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Comentou o Isidro Lopes, de Matosinhos, no facebool da Tabanca Grande:

Parece que alguém anda a duvidar que a Cruz Vermelha Portuguesa esteve na Guiné e que a sua presidente era a esposa do General Spinola. Aconselho a perguntar a quem esteve internado no hospital [, de Bissau,] por menos até 69 que foi o ano que fui ferido e internado e ficam elucidados.

Resposta do editor LG:

Isidro, não se trata de duvidar... Precisamos é de testemunhos com o teu, que tiveste a infelicidade de passar pelo HM 241 de Bissau... Ainda bem que estás vivo para contar e testemunhar a favor das senhoras da Cruz Vermelha Portuguesa... Vives em Matosinhos, conheces a Tabanca de Matosinhos ? Se sim, haveremos de lá nos encontrar. LG

https://www.facebook.com/people/Tabanca-Grande-Lu%C3%ADs-Gra%C3%A7a/100001808348667

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Julgo que o PAIGC nunca teve relações, diretas, com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) ... Nem muito provavelmente a CVP tinha autonomia para negociar com o PAIGC, nomeadamente a entrega de prisioneiros... O Amílcar Cabral fez entrega de prisioneiros a Portugal, por intermédio da Cruz Vermelha do Senegal e da Cruz Vermelha Internacional. No caso dos desertores, era através da Cruz Vermelha Argelina...

Isto é o que de depreende dos poucos documentos, com referências à Cruz Vermelha, existentes no Arquivo Amílcar Cabral.

E, depois, oficialmente nós não estávamos em guerra contra nenhum Estado soberano... Em suma, "não houve guerra nenhuma" e isso talvez explique o "estranho silêncio" da nossa Cruz Vermelha... Em Bissau, podia haver algumas senhoras que faziam visitas aos doentes e convalescentes do HM 241...E de entre elas a sra, dona Maria Helena Spínola. De resto, só lhe ficavam bem... e faziam bem.

Anónimo disse...

Para desanuviar....

A C.V.P. foi prestar auxilio no conflito da Somália.
Ao chegarem a uma aldeia devastada, bateram à porta de um casebre paupérrimo.

P. QUEM É ?

R. CRUZ VERMELHA PORTUGUESA..

!!!!!!....PODEM IR, QUE JÁ DEMOS PARA ESSE PEDITÓRIO.

C.Martins