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domingo, 16 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26590: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (57): O "15 de Março de 1961": quem ganhou, quem perdeu ? Quem ficou na pior, previsivelmente, foram mesmo duas ou três gerações de angolanos.


1. Mensagem do nosso camarada António Rosinha (foto à esquerda, em Pombal, 2007, por ocasião do II Encontro Nacional da Tabanca Grande; foi fur mil, ainda do tempo da farada "amarela", em Angola, 1961/62; t
opógrafo em Angola, para onde foi adolescente, africanista de alma e coração, regressou a Portugal em novembro de 1974, emigrou para o Brasil da ditadura militar (que vigorou de 1964 a 1985), e mais tarde para a Guiné-Bissau do partido único, onde trabalhou, de 1978 a 1993,  na empresa TECNIL, ao tempo do Luís Cabral e do 'Nino' Vieira, "camaradas", "heróis da liberdade da pátria",  que ele conheceu bem no poder; entrou para o nosso blogue,  em 29/11/2006, é um histórico da Tabanca Grande; é autor da série "Caderno de Notas de Um Mais Velho"; tem cerca de 150 referências no blogue).

Data - 16 mar 2925, 00:39 

Assunto - 15 de Março de 1961


Faz nesta data, 64 anos, aquele massacre do norte de Angola com que a UPA  (União dos Povos de Angola) tribalmente iniciou o chamado terrorismo, termo absolutamente correto, e que deu início à chamada guerra do Ultramar.

Hoje essa guerra tem muitos nomes.

A partir desta data o mundo ficou todo contra Portugal e contra Salazar, em particular.

Na ONU, essa coisa, hoje mais ou menos desrespeitada, votou contra Nós,  Portugal nas colónias africanas, entre todos os "amigos" de África, EUA e URSS, e abstiveram-se Inglaterra e França.

Estes dois já sentiam alguma vergonha, escondida, dos briosos golpistas que iam impondo nas suas ex-colónias,  e que iam protegendo à base de conselheiros mercenários.

Mas Portugal e Salazar tinham um grande amigo que disfarçadamente, sem a URSS se aperceber, mandou o seu embaixador oferecer os seus préstimos a Salazar e este agradeceu: «Ouvi-o atentamente e agradeço-lhe a sua visita. Muitos cumprimentos ao Presidente Kennedy. Muito boas tardes, senhor embaixador.» (Franco Nogueira)

Passados 13 anos a URSS levou a melhor, viu-se, pelo menos pareceu.

Quem ficou na pior, previsivelmente, foram mesmo duas ou três gerações de angolanos.

E a Europa ficou com inúmeros países vizinhos que criou, a pedir "explicações".

O Salazar não queria este fim para a Europa e para África.

Cumprimentos, Antº Rosinha.

PS - Mas a Europa já nessa altura, já não podia com uma gata pelo rabo!


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8 comentários:

Ramiro Jesus disse...

Bom-dia.
Podiam, ao menos, ter corrigido/normalizado tão fraquinho texto, adequando-o á ortografia, mas, lógicamente, mantendo o sentido/pretenção do mesmo.
É a minha opinião.
Sessenta e quatro abraços!
Ramiro Jesus

João Carlos Abreu dos Santos disse...

Congratulo o veterano António Rosinha pelo assisado recordatório e atinada síntese.

Anónimo disse...

Lendo-se com a atenção que sempre merece surge referência a Salazar.
Salazar que deveria ter tido a dignidade de abandonar o poder aquando os resultados da sua política internacional se terem concretizado na ocupação de Goa pela União Indiana.
Total fracasso por muitos convenientemente esquecido.
Política internacional aparece baseada nos alicerces do então parque Portugal dos Pequeninos, com os recursos humanos,económicos, e logicamente militares,com a mesma escala.
Os anos de 1960/1961 foram evidente “separação de águas” quanto a eficiências políticas do ditador a nível internacional.
Curiosamente,as sugestões que lhe foram apresentadas por países mais ou menos “aliados”,Inglaterra,França e América do Norte,apontavam alternativas aparentemente viáveis e,economicamente vantajosas tanto para a metrópole como para o ultramar.
A tão irredutível frase “Portugal não está à venda”,bonita na sua essência mas infelizmente menos viável perante os tais “vendavais da historia” que o genial ditador deveria ter sabido……navegar!
Hoje,uma realidade internacional que em tudo ultrapassa os mais imaginativos devaneios,torna pelo menos absurdo este….”memorial”.

Um abraço do J.Belo

JB disse...

Para os interessados nas ofertas apresentadas a Salazar pelo governo norte americano de então sugere-se a leitura dos inúmeros documentos guardados na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos,hoje na totalidade acessíveis aos estudiosos.

J.Belo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Os portugueses nunca fizeram o "luto imperial"...E quem viveu, como o Rosinha, em África (foi para Angola adolescente, deixando a miséria da sua aldeia nas Beiras) e perdeu tudo (ou quase tudo) com a descolonização (possível ? ideológica ? exemplar ? trágica ?, a adjetivação interrogativa é do historiador Rui Ramos) devia "poder e saber fazer o luto"...

Eduardo Estrela disse...

Subscrevo o comentário do J. Belo na sua essência.
A ter havido coragem de resolver o problema no seu início, não havia luto nenhum a fazer.
E na sequência disso o negócio das urnas não tinha florescido e quem lá estava tinha muito mais possibilidades de continuar.
Grande abraço
Eduardo Estrela

Antº Rosinha disse...

Salazar e Marcelo Caetano tiveram comportamentos opostos.
Salazar disse não ao Trump daquele tempo, quando Salazar caiu da cadeira Marcelo aceitou as ajudas do Trump que lhe calhou.
Este veio em ajuda de Angola, imediatamente mandou petroleiros e perfuradoras para Cabinda e Marcelo ficou contente mas não adiantou nada.
No caso de Guiné, grande azar, nenhum Trump gostava de mancarra, quem gostava muito era Fidel Castro e sus muchachos.
Comeram mancarra que se fartaram, e no 25 de Abril foram todos para Angola, durante 30 anos, Trump, Fidel e Putin.
E como mais tarde a Europa a ver.
Luis Graça, eu não deixei nada nem em Angola, nem no Brasil, nem na Guiné...nem na Madeira, deixarei o esqueleto por aqui, um dia, já que suor ficou todo nos trópicos.
A cerveja e o Wisqui eram muito diuréticos, por isso transpirei relativamente pouco.

JB disse...

Alguns denominaram de “Poeira dos Impérios “ os resultados provocados pelo desaparecimento dos mesmos.
As tragédias de milhões de seres humanos, vítimas involuntárias destas gigantescas transformações,mais não seriam que a essência desta “poeira “.
No caso concreto dos nossos “retornados”,seguindo um tipo de propaganda do Estado Novo,procuraram em África as oportunidades que a muitos eram negadas na Metrópole.
Deste tipo de propaganda pseudo-historica,passa-se depois de 1974 a aceitações de outras utopias,não menos falaciosas nas suas,hoje
evidentes,”limitações”.
Os portugueses de África,obrigados a tudo abandonar,foram duplamente sacrificados.
Sacrifícios que em muito ultrapassavam os aproveitamentos políticos,na época,procurados por alguns.
Poeira dos Impérios? Talvez.

Mas,como Antonio Rosinha,são vidas de experiências feitas,nomes,memórias,e não menos……dignidade!

Um abraço
J.Belo