Guiné (? ) > 1969 > Uma das célebres fotos de István Bara (1942-2025) o fotojornalista húngaro, da agência estatal MTI (Magyar Távirati Iroda), que esteve alegadamenmte embebbed com forças do PAIGC, no mato, em 1969/70, em "áreas libertadas".
Nesta imagem, da sua fotogaleria, mostram-se "os efeitos do napalm"... Pelo menos, a legenda (em húngaro) é isso que diz explicitamente: " István Bara: Napalm áldozata. Guinea-Bissau, 1969" (em português: "István Bara: vítima de napalm. Guiné-Bissau, 1969").
O fotojornalista (?) não diz onde foi exatamente tirada a foto (podia ter sido na Guiné-Conacri). E julgamos tratar-se de uma imagem copyleft, isto é, do domínio público... (A sua página foi descontinuada, e entretanto capturada pelo Arquivo.pt; o fotógrafo morreu recentemente aos 83 anos.)
Numa análise mais atenta e detalhada da imagem, com a ajuda da IA, concluimos que estamos perante um caso aparentemente de má fé, manipulação ou grosseira ignorância (clínica): tudo indica que se trataria de um caso de vitiligo (perda de pigmento, comum em pessoas de pele escura, deixando manchas brancas), confundida intencionalmente ou não com queimaduras por napalm (que em geral atingem também outras partes do corpo, com o peito, o pescoço, a cara, o coro cabeludo...) e não apenas as mãos... E deixam marcas profundas...
A ser assim, estaríamos perante uma descarada manipulação ou encenação fotográfica para efeitos de propaganda "anticolonialista"... Não há almoços grátis, camaradas...
Foto: Foto Bara (com a devida vénia...)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez > Acampamento ("Barraca") Osvaldo Vieira (reconstruído), nas proximidades de Madina do Cantanhez, na picada entre Iemberém e Cabedu > Simpósio Internacional de Guiledje > Domingo, de manhã, 2 de março de 2008 > Visita guiada e animada por antigos guerrilheiros e população local, ao Acampamento ("Barraca") Osvaldo Vieira >
Foto: Foto Bara (com a devida vénia...)
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Acampamento Osvaldo Vieira (reconstruído) > 2 de Março de 2008 > Pretensos restos de bombas de napalm, largadas pelas NT no Cantanhez, e expostos, toscamente, no topo de um baga-baga.
Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez > Acampamento ("Barraca") Osvaldo Vieira (reconstruído), nas proximidades de Madina do Cantanhez, na picada entre Iemberém e Cabedu > Simpósio Internacional de Guiledje > Domingo, de manhã, 2 de março de 2008 > Visita guiada e animada por antigos guerrilheiros e população local, ao Acampamento ("Barraca") Osvaldo Vieira >
Foto do cor art ref Nuno Rubim, mostrando em mais pormenor os restos de bombas (de napalm ?) da nossa Força Aérea. Nem eu nem o saudoso Nuno Rubim (1938-2023) nos deixámos convencer pela encenação...
(...) "Há outro mistério que ficou sem resposta. No meio da clareira do acampamento estavam os restos de duas bombas de Napalm (ver foto). Podiam, naturalmente, ter sido trazidos de outro local, e colocados nos montes de baga-baga, mas eu procedi a uma pequena escavação e notei que parte delas estava parcialmente embebida no terreno. Mas isto também pode ser um sinal dos tempos, numa zona onde há grande precipitação. O facto é que, se as bombas caíram lá (ou onde quer que fosse), os estragos teriam sido consideráveis. Também não tive tempo de aclarar o assunto" (...) (*)
1. O uso do napalm na Guiné-Bissau durante a guerra colonial não está devidamente documentado... Julga-se o seu uso era irregular, ocasional, pontual. (Por exempplo, no princípio da guerra, 1963/64, ou então em grandes operações, como a Op Tridente, ilha do Coko, jan-março de 1964.)
Foto (e legenda): © Nuno Rubim (2008). Todos os direitos reservados. Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
Portugal não fabricava napalm... Nem podia dar-se ao luxo de praticar, no CTIG, uma "política de terra queimada"...
Fotos alegadamente de vítimas de napalm são uma manipulação fotográfica, como a do fotógrafo húngaro Bara István (que analisaremos em próximo poste), que intencionalmente, por má fé, ou por ingorância, terá confundido, em 1969, numa "área libertada" do PAIGC, um caso de vitiligo (perda de pigmento, comum em pessoas de pele escura, deixando manchas brancas) com queimaduras (profundas) por napalm. Comecemos por saber a diferença entre o napalm e outras bombas incendiárias (de fósforo, etc.). E façamos um comparação entre eventual uso de napalm e outras bombas incendiárias, nas guerras de Argélia, Vietname e Guiné-Bissau, nos anos 60/70.
O assistente de IA (o ChatGPT) respondeu à pergunta, organizando a resposta em três partes: (i) diferenças técnicas, (ii) casos de uso, e (iii) perceção pública/política. Veremos, depois, noutros postes a abordagem do problema feita por outros assistentes de IA (Gemini, Perplexity, Deep Seek).
O uso do napalm durante a guerra colonial é um tema delicado e ainda hoje com contornos pouco claros. Foi, e tende ainda a ser, um arma de arremesso político (do PAIGC contra Portugal, ou entre nós, nos debates sobre a guerra colonial / guerra do ultramar). A arma, de qualquer modo, só passou a ser "proibida" a partir de 1980...
Confesso que, em 1969/71, quando estive no TO da Guiné, não vi devastações feitas por napalm, na bacia hidrográfica dos rios Geba e Corubal. Embora se falasse do uso de napalm nas ZLIFA (Zonas Livres de Intervenção da Força Aérea). Quando estive em Sare Gana, em agosto de1969, "ouvi" os Fiat G-91 bombardearem a "barraca" de Sinchã Jpbel... M´~ao me chegou ao nariz o cheiro de napalm pela manhã...
Não creuo que o general Spínola recorresse a essa arma de maneira sistemática... Poderia ter condenado o PAIGC e as populações sob o seu controlo à fome, queimando todos os campos de arroz (as "bolanhas"). O que não fez, era incompatível, de facto, com a sua política "Por uma Guiné Melhor". A verdade acima de tudo (**).
No caso da Guiné, pouco ou nada se tem falado do tema no nosso blogue. Temos uma escassa dúzia de referências a este marcador, "napalm". E nem sempre o termo "napalm" quer dizer "napalm", sendo facilmente usado como sinónimo de outras bombas incendiárias. Temos, pois, que ser cautelosos quando os "infantes" fala(va)m do que não sabem (sabiam)...
Eis, entretanto, o que se sabe (recorrendo a fontes na Net), neste caso o ChatGPT (considerado o melhor assistente de IA):
O assistente de IA (o ChatGPT) respondeu à pergunta, organizando a resposta em três partes: (i) diferenças técnicas, (ii) casos de uso, e (iii) perceção pública/política. Veremos, depois, noutros postes a abordagem do problema feita por outros assistentes de IA (Gemini, Perplexity, Deep Seek).
O napalm e outros incendiários nas guerras dos anos 60/70 (Vietname, Argélia, Guiné-Bissau)
7 comentários:
Quem viu o filme Now Apocalypse Now (EUA, 1979), de Ford Coppola, um dos melhores filmes da história do cinema, nunca mais esquece a cena do bombardeamento com napalm...
Rever aqui um excerto do filme:
"I Love the Smell of Napalm in the Morning"...(em português: Eu amo o cheiro do napalm pela man)
Que Post mais disparatado.
Claro que usámos napalm, amiúde, de 80 e 300 litros;
O napalm não é americano, é mundial, uma mistura, feita no momento;
Portugal não produzia napalm? O napalm cozinha-se, de manhã, como no filme;
O napalm era uma arma como outra qualquer, só passou a ser proibido em 1980;
As munições de fósforo também foram usadas, serviam para marcar alvos à aviação.
No meu livro, “Voando sobre um ninho de Strelas”, foto da página 311, uma napalm, já com espoleta metida, pronta a ser largada.
Quanto ao ChatGPT, uma merda.
Cumprimentos
AMM
Alguns excertos do livro “Voando sobre um ninho de Strelas” (1ª ed. Lisboa: BooksFactory,
2018, 375.pp. ), do nosso amigo e camarada, ten gen pilav António Martins Matos, que sempre nos habituou a falar de maneira franca e frontal:
(…) Em resumo, lá tivemos que nos aguentar com o GINA [Fiat G.91] R-4 [armado com 4 metralhadoras 12.7](…), tinha-nos dado mais jeito o R-3 dos canhões [,de 30 mm,] para, no Ultramar, não termos de andar a brincar às guerras (p. 62).
Algumas vezes foram utilizadas duas napalms de 300 litros e duas de 80 litros. Nunca soube o peso exato desta configuração, acho que já estaria fora do permitido, coitado do “Gina”, … arrastava-se pela pista (p.66).
O avião era abastecido com 3600 libras (1800 litros). (…) Numa missão normal para a zona Sul ou Norte, normalmente conseguíamos estar até cerca de uns quinze minutos na área. No ponto mais afastado da Base (região de Buruntuma) e sem depósitos exteriores, o tempo que se podia estar sobre o objetivo era… zero (p. 67).
O AMM foi ten pilav, BA 12 (Bissalanca, 1972/74), contemporâneo do Miguel Pessoa.
(Por razões que não nos foram reveladas, o Blogger não nos autoriza a publicar este resumo no blogue. Presumimos que viole a sua política de contreúdos. Vamos tentar pôr este resumo na caixa de comentários. Já percebi que o tema é sensível...)
Característica / Conflito / Perceção publica
Efeito técnico
Napalm: Gel combustível que adere e arde lentamente (800/1200 ºC. Devasta áreas, causa queimaduras profundas
Fósforo Branco: Inflama em contacto com ar, produz fumo denso e queimaduras químicas (até 1300 ºC).
Outras incendiárias (thermite, magnésio...): altíssimas temperaturas (até 2500 ºC), sobretudo contra alvos materiais (depósitos, veículos. bunker).
Conflito
Argélia (1954/62)
Napalm: usado pela aviação francesa em bombardeamentos de aldeias e mato na Cabilia/Aurès; tornou-se símbolo da violência colonial.
Fósforo branco: usado em artilharia / morteiros para fumo e ataque-
Outras incendiárias: Uso mais pontual, destruição de infraestruturas inimigas
Vietname (1961/75)
Napalm: uso massivo pelos EUA contra aldeias, guerrilheiros e florestas- Imagem da menina kim Phúc (1972) gerou escândalo mundial.
Fósforo branco: amplo uso para marcar alvos, provocar incêndios, apoio a tropas terrestres.
Outras incendiárias: usado em ataques a comboios, depósitos e aviões inimigos.
Guiné-Bissau (1963/74)
Napalm: uso controverso: PAIGC denunciava ataques com napalm; Portugal negava mas há relatos de uso limitado (Fiat G-91, T-6);
Fósforo branco: confirmado em morteiros e granadas (uso tático: fumo, sinalização e ataques).
Outras incenidárias: Usado de forma muito reduzida, sobretudo contra depósitos do PAIGC
Perceção pública;
Napalm: símbolo de terror aéreo, denunciado em ONU e imprensa internacional (Argélia, Vietname, também contra Portugal).
Fósforo branco: menos escandaloso ou polémico porque podia ser “justificado” como cortina de fumo; mas igualmente letal.
Outras incendiárias: menos mediáticas, vistas como armas técnicas mais que instrumento de terror.
Em resumo:
Vietname → uso massivo de napalm, impacto mediático global.
Argélia → uso francês reconhecido, gerou escândalo político.
Guiné-Bissau → denúncias do PAIGC, mas uso português parece ter sido mais limitado, com maior evidência do fósforo branco.
(Pesquisa: LG | IA (ChatGPT) | (Revisão / fixação de texto: negritos: LG)
Estou intrigado com a "censura" que o Blogger nos fez... Sobre o "napalm e outras armas incendiárias" não se pode falar, sobretudo em matéria de "especificações técnicas", etc. Por razões de "segurança" ? E também não convém fazer comparações entre "teatros de operações"....
A propósito de granadas de fosforo, em 15 de janeiro de 1969 em jolmete fomos atacadas a 1ª e única vez a coisa estava bastante animada da parte deles ao ponto do nosso sentinela que estava na torre virada para o local do ataque e onde estava a Breda, ter saltado lá de cima sem utilizar a escada e aquilo ainda são alguns metros. Nós tinhamos cerca de 60 granadas de morteiriro 81 em que uma era de fósforo. as primeiras granadas não estavam a fazer grande efeito e percebemos que eles estavam mais perto do arame então fomos corrigindo a pontaria e mandamos mais algumas granadas e as coisas estavam a melhorar até que resolvemos mandar essa de fósforo que era única mas se estava ali não era para utilizar no rancho e aquilo foi como se caisse água no lume o ataque terminou de imediato. O nosso pessoal que estava no abrigo virado para o local do ataque durante uns segundos viram o pessoal do PAIGC nitidamente a correr de lado para lado e deixaram pedaços de corpos e 8 granadas de canhão e só lá voltaram passados cerca de 3 anos. Um abraço para a rapaziada que passou por Jolmete.
Manuel Carvalho
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