sábado, 22 de novembro de 2014

Guiné 63/734 - P13929: Convívios (643): Histórico dos encontros anuais da CART 3494 – PARTE 2 (Jorge Araújo/Sousa de Castro)

1. O nosso camarada Sousa de Castro, que foi 1º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74, enviou-nos um histórico dos convívios da sua unidade, descrito pelo Jorge Araújo, que foi Fur Mil Op Esp/Ranger, também da mesma CART, cuja publicação culminamos com esta 2ª parte:


HISTÓRICO DOS ENCONTROS ANUAIS DA CART 3494 – PARTE II

CONVÍVIOS 27.º, 28.º E 29.º  



Caríssimos Camaradas Luís Graça e restantes Tabanqueiros,


Não sei se o Jorge Araújo enviou este trabalho… Gostaria de o ver publicado no maior e mais completo blogue sobre a guerra colonial na Guiné, assim sendo se acharem do interesse geral. 


Um abraço, 
Sousa de Castro 




III– HISTÓRICO DOS ENCONTROS/CONVÍVIOS DA CART 3494

- DO 27.º [2009] AO 29.º [2011] 





A Comissão Organizadora deste Encontro, de um só elemento, foi nomeada em11Jun2011, no decorrer do almoço/convívio realizado em Seia, ficando responsável o camarada António Espadinha Carda [ex-Fur. Art.; daPonte de Sor], já repetente nestes eventos. A sua anterior responsabilidade, concebida em partilha com o camarada João David Godinho [ex-Fur. Art.; da Ponte de Sor], verificou-se em 1999, na 14.ª [XIV] edição,em Montargil. 

Para a realização do evento de 2012, foi escolhido o dia 9 de Junho, sábado, tendo como local do almoço/convívio o Restaurante Gato Preto, sito em Barreiras, Ponte de Sor [vd. P153+P155].

Na mensagem de apresentação do seu programa, o organizador referiu o seguinte:

Caro companheiro e amigo. É com grande prazer e amizade que te estamos a convidar para mais um convívio. Contamos com a tua presença. O local de concentração vai ser na Zona Ribeirinha de Ponte de Sor, entre o Campo de Ténis e as Piscinas Municipais. O almoço será servido no Restaurante Gato Preto, em Ponte de Sor.

- Fotos de Família -




A Comissão Organizadora da presente reunião foi nomeada a 9Jun2012, no decorrer do Encontro levado a cabo em Ponte de Sor, sendo constituída, pela primeira vez, por um ex-militar e sua filha, a saber: Manuel Carvalho Sousa [ex-Sold.; de Nogueira, Amarante] e Telma Sousa [vd. P178+P181].

Para a sua realização foi escolhido o dia 15 de Junho, sábado, e seleccionado o serviço gastronómico do Restaurante “Quintinha do Nelo”, sito em Sobrado, Paredes (Felgueiras).

O organizadorreferiu, na sua mensagem expressa no programa, que:

A chegada a Bissau foi a 28 de Dezembro de 1971. 

Foram oitocentos e vinte e oito dias. Passamos momentos difíceis, que ficaram para sempre na nossa memória. Foram estes momentos que fortaleceram as nossas relações de amizade e que ficássemos como uma família! Passados estes 42 anos é com grande orgulho que organizo o nosso XXVIII convívio. O almoço será servido no Restaurante Quintinha do Nelo, em Sobrosa - Paredes. Conto com a tua presença para que possamos mais uma vez recordar todas as nossas memórias. Recordar é viver. 

- Foto de Família -


- Momento de Animação - 







A Comissão Organizadora deste Encontro foi nomeada a 15Jun2013, em Sobrosa - Paredes (Felgueiras) sendo constituída pelos camaradas: António Serradas Pereira [ex-Alf.; de Leiria], Gregório Santos [ex-Sold.; da Batalha] e Francisco Pereira [ex-1.ºC.; de Pataias]. Este Encontro/Convívio teve a particularidade de ter coincidido com a comemoraçãodo 40.º Aniversário da chegada do contingente a Lisboa [1974-2014]. Para a sua realização foi escolhida a localidade de São Pedro de Moel, pertencente à cidade, Freguesia e Município da Marinha Grande, e o dia 7 de Junho, sábado, como data da reunião, sendo, para o efeito, reservado oRestaurante do Hotel Mar & Sol.

Na sua mensagem de apresentação os organizadores escreveram:

Caros colegas e amigos.

Passados quarenta anos do nosso regresso à metrópole, o 29.º almoço de convívio da nossa companhia realiza-se no dia 7 de Junho na linda Vila de São Pedro de Moel.Neste evento revemos velhas amizades, recordamos os maus e os bons momentos passados na Guiné, comentamos os anos que já passaram, a velhice que se aproxima e infelizmente falamos dos colegas que já partiram. Todas estas questões são mais que suficientes para participares neste convívio [vd. P203+P205].

- Fotos de Família -




IV– HISTÓRICO DOS ENCONTROS/CONVÍVIOS DA CART 3494

- DO 23.º [2008] AO 17.º [2002]

No quadro seguinte identificam-se mais sete Encontros/Convívios organizados cronologicamente entre os anos de 2002 e 2008, e que, no seu conjunto, correspondem ao conteúdo a abordar em nova narrativa histórica a publicar proximamente – Parte II – sobre este tema.

Até lá, os camaradas que estiveram envolvidos na organização de algum deles, e que tenham fotos ainda não divulgadas neste blogue, podem fazer o favor de as enviar, via e-mail. 


Um abraço,
Jorge Araújo.
Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494
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Nota de M.R.: 

Vd. Também o último poste desta série em: 




Guiné 63/74 - P13928: Bom ou mau tempo na bolanha (76): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (16) (Tony Borié)

Septuagésimo quinto episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.





Dia 6 de Julho de 2014

Era manhã quando deixámos a cidade de Whitehorse, onde se encontra o “Historic Milepost 918”, na província do Yukon, o trajecto que iríamos percorrer, pelo menos até à cidade de Calgary, na província de Alberta, era o mesmo que fizemos na viagem de ida e, que já explicámos em textos anteriores.

Depois de algumas horas com algumas paragens, umas vezes por animais na estrada, outras por obras de manutenção, pois nesta zona do interior do “Alaska Highway”, portanto longe do início ou do fim desta histórica estrada, não existem obras de alteração, é só obras de manutenção, outras vezes ajudando outros veículos com problemas, parámos na povoação de Teslin, que marca o “Historic Milepost 777”, na povoação de Watson Lake, que marca o “Historic Milepost 635”, na povoação de Liard River, que marca o “Historic Milepost 496” e, viemos, neste dia dormir no parque de campismo, junto ao Muncho Lake, que marca o “Historic Milepost 456”, com um “cenário de um milhão de dolares”, que também já explicámos em textos anteriores, onde depois de passar um pequeno período de tempo em que choveu, grelhámos o resto do salmão que tínhamos pescado no “Russian River”, lá no estado do Alasca.




Neste dia, não tivémos qualquer ploblema com o Jeep e a caravana, que sempre se adaptaram ao terreno, por vezes acidentado, com alguma lama, quando houve período de chuva, percorremos mais ou menos 490 milhas, com preço da gasolina a variar entre $1.82 e $1.91 o litro.

No próximo dia, era madrugada, lavámos a cara na água fria e pura do Muncho Lake, continuámos a nossa jornada, rumo ao leste, parámos para ceder a gasolina, de um dos nossos tanques extras, a um casal aflito, oriundo do estado do Arizona, que andava em “lua de mel”, viajando numa pick-up, que rebocava uma caravana muito parecida com a nossa, seguindo-nos depois, até à povoação de Fort Nelson, que marca o “Historic Milepost 300”, aqui parámos por algum tempo, comprámos gasolina, café, água e fruta.



De novo na estrada, um camião, em sentido contrário, faz-nos sinal de luzes por diversas vezes, avisando-nos de algo, depois de uma extensa subida, deparámos com a estrada completamente ocupada por búfalos que teimavam em não se mover do local, passámos muito devagar, não buzinámos, mas olhávam-nos com olhos de repreenção, pois o local era deles, nós é que somos os “intrusos”, ocupámos a sua área, ocupámos o seu “quintal”.



Seguimos em frente, a povoação de Fort St. John, era próxima, que marca o “Historic Milepost 47” e, finalmente, sem qualquer outro incidente, chegámos ao ponto de partida do, como já mencionámos por diversas vezes, histórico “Alaska Highway”, que é a cidade de Dawson Creek, onde se encontra o marco do “Historic Milepost 0”. Fomos de novo visitar o Centro de Turismo, tirámos as últimas fotos no local que marca o início do “Alaska Highway”, tomando de seguida a estrada número 43 até à cidade de Grande Praire, que é uma pequena “metrópole” no deserto, onde, depois de procurar hotel de acordo com a nossa condição financeira, pois havia por onde escolher, fomos dormir, comendo ainda o resto do salmão, que ia na caixa frigorífica.





Neste dia, saímos do “Alaska Highway”, sem problemas no Jeep ou na caravana, percorremos 598 milhas, com o preço da gasolina a variar entre $1.82 e $1.92 o litro.


No dia seguinte, pela manhã, procurámos uma oficina especializada, nesta pequena “metrópole”, que é a cidade de Grande Praire, trocámos o óleo do motor, fazendo uma pequena revisão por baixo do Jeep e da caravana, tudo em ordem, continuámos o mesmo trajecto da viagem de ida, até às proximidades da cidade de Edmonton, continuando depois pela estrada número 2, que já é rápida em algumas zonas, até à cidade de Calgary, na província de Alberta, depois de passar a cidade, continuando na estrada número 2, sempre em direcção ao sul, tentando percorrer a maior distância possível, em direcção à fronteira. Já era noite, mesmo noite, pois já tínhamos passado a zona do paralelo 48, começamos a ouvir o som de chuva, de encontro ao vidro da frente, mas não era chuva, eram mosquitos, que de encontro ao vidro morriam, o mecanismo de limpeza do vidro ainda sujava mais, começou a faltar a visibilidade, parávamos de quinze em quinze minutos, para limpar o vidro com o equipamento que levávamos, que era um tanque de água, com algum sabão e um limpa neve, quando saíamos fora do Jeep, era uma “praga” de mosquitos a morder. Na primeira povoação que encontrámos, procurámos onde dormir, não havia, depois de pedirmos água para continuar com a limpeza do vidro, nos disseram que possívelmente na vila de Graum, mais ao sul, devíamos encontrar. Desesperados, seguimos em frente, sempre com a mesma situação, finalmente surgiu a vila de Granum, onde um simpático empregado do Lazzy Motel, vendo-nos desesperados, embora não tivesse vagas, por favor nos deixou dormir num quarto, que possivelmente era para ele. Saímos do Jeep, trancámos as portas, correndo para dentro do Motel, com o que levávamos vestido.

Explicáram-nos que nesta altura do ano, principalmente de noite, esta área é o “paraíso” dos mosquitos, pela zona de terreno ser de origem alagadiça.

Neste dia percorremos 726 milhas, com o preço da gasolina variando entre $1.53 e $1.57 o litro.

Tony Borie.
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Nota do editor

Último poste da série de 15 de Novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13897: Bom ou mau tempo na bolanha (74): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (15) (Tony Borié)

Guiné 63/74 - P13927: Ser solidário (174): Vamos ajudar o nosso camarada João Maximiano, que encontrei em Leiria, ex-sold cond auto da CCAÇ 3490 (Saltinho), que continua a sofrer com as recordações da terrível emboscada de que foi vítima no Quirafo, em 17/4/1972... (Juvenal Amado, ex-1º cabo cond auto, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74)

1. Mensagem do Juvenal Amado [ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74],  com data de 7 do corrente:

Venho a chegar de Leiria onde dei uma vista de olhos pelo Fórum Leiria e acabei por encontrar um camarada do Saltinho [, CCAÇ 3490,]  dos que caiu na emboscada do Quirafo [, em 17 de abril de 1972].

Era o condutor da segunda viatura e também fiquei a saber que o condutor da GMC que caiu mesmo dentro da área de morte [, vd.fotos abaixo],  é aqui de Reguengos de Porto de Mós.

Mas o camarada [João] Maximiano, o que eu encontrei,  está a sofrer de stress pós-traumático e não consegue dormir e passa a vida nos médicos. Quando ele lhes diz que esteve na Guiné e lhes conta os pesadelos, eles tem uma atitude de muita compreensão, mas dão-lhe a entender que pouco ou nada podem fazer.

Agora a pergunta que urge... há malta do blogue que sabe onde se deve ele dirigir? Como proceder?

Olha eu tenho o nº de telemóvel dele e fiquei de lhe telefonar entretanto. Gostava de lhe dizer alguma coisa que o confortasse,  se isso for possível.

Um abraço.
Juvenal.


2. Resposta no mesmo dia, do nosso editor L.G.:

A Associação Apoiar dá ajuda, gratuita, à malta com problemas de stresse pós-traumático de guerra, ou vítimas de stresse de guerra... O problema é que fica em Lisboa... É sempre a mesma história, ou cada vez pior, com a litoralização do país...

Tens aqui o contacto [, telemóvel e emaill.] do Mário Gaspar, que foi cofundador e diretor da Apoiar... (publicou agora o livro "O Corredor da Morte", deves-te lembrar dele do nosso último encontro em Monte Real...).

Aquele abraço.
Luís


3. Nova mensagem do Juvenal Amado, com data de ontem:

Caro Luís, Carlos e demais camaradas da Tabanca Grande

Há dias encontrei o João [Maximiano] que foi condutor da companhia do Saltinho.

Falamos um bocado onde ele me confidenciou que estava com problemas de saúde. Acabou por acrescentar que a sua saúde hoje era reflexo de ter caído na emboscada do Quirafo,   pois era ele o condutor da segunda viatura.

O tempo não deu para falarmos,  como eu gostaria, mas mesmo assim fiquei com a impressão que os distúrbios de que padece são ao nível de stress pós-traumático,  o que não será para admirar.

Mas eu não sou médico nem técnico dessa área e, após informação do Luís Graça,  acabei por encaminhar para associação Apoiar e para a Liga dos Combatentes em Leiria.

Este é mais um caso de alguém que, passados tantos anos, passa sofrer com as recordações.

Também fiquei a saber que o condutor da primeira viatura vive em Reguengos do Fetal, que é aqui perto de Fátima. Vou tentar juntar os dois,  pois por mais que se fale daquilo,  é sempre pela boca de quem lá chegou depois.

Outra noticia que me deu foi que a companhia [, a CCAÇ 3490,] se reúne todos anos.

Um abraço.
Juvenal





Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Picada de Quirafo > Fevereiro de 2005 > Restos da GMC da CCAÇ 3490 (Saltinho, 1972/74), que transportava um grupo de combate reforçado, comandado pelo alf mil Armandino, e que sofreu uma das mais terríveis emboscadas de que houve memória na guerra da Guiné (1963/74)... 

Foram utilizados LGFog e Canhão s/r. Houve 11 militares mortos, 1 desaparecido... Houve ainda 5 milícias mortos mais um número indeterminado de baixas, entre os civis, afectos à construção da picada Quirafo-Foz do Cantoro. A brutal violência da emboscada ainda era visível, em fevereiro de 2005, mais de três décadas, nas imagens dramáticas obtidas pelo Paulo Santiago e seu filho João, na viagem de todas as emoções que eles fizeram à Guiné-Bissau.

Fotos: © Paulo e João Santiago (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]

4. Poema de Juvenal Amado:

João Maximiano, sobrevivente do Quirafo 1972 (**)

A Paz não está ao alcance de todos.
Devagar,
Insidiosamente,
As recordações são viscosas,
Enleiam-se em ti.
És devorado sem saber,
Revives pela milionésima vez,
As tripas contorcem-se.
João, ali está a curva fatídica,
Violência que esperou por ti há hora marcada,
Foste poupado, para seres esmagado agora,
Saídas ensurdecedoras, impactos cavos e subterrâneos,
Martelo de dois tons,
Temores há muito esquecidos,
Regressam todas as noites.
Sem ser convidados.
Os fantasmas relembram medos passados.
Não tens defesa contra a guerra
Que te visita 40 anos passados.
Não há G3 que te valha.
O terror, esse, é real 
E povoa-te o sono,
Acordas mas não te livras do pesadelo,
Antidepressivos são hoje a tua ração de combate.
Regressaste, passaste pelos corpos dos teus camaradas,
Não os reconheceste,
Eles visitam-te agora, 
Persiste o odor acre e a dor.
Ficaram sempre jovens, 
Com a farda com que embarcaram.
Estás refém da memória que te esmaga,
Foste para a guerra 
E na verdade nunca regressaste dela.
Quem te escolheu o caminho?
A Paz nunca ficará ao teu alcance.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 17 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9763: In Memoriam (117): Recordando o dia 17 de Abril de 1972 e a trágica emboscada de Quirafo (Juvenal Amado)

Ainda sobre a emboscada de Quirafo, entre outros, vd. postes do Paulo Santiago:

15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1077: A tragédia do Quirafo (Parte V): eles comem tudo! (Paulo Santiago)

28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1000: A tragédia do Quirafo (Parte IV): Spínola no Saltinho (Paulo Santiago)

26 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P990: A tragédia do Quirafo (parte III): a fatídica segunda-feira, 17 de Abril de 1972 (Paulo Santiago)

25 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P986: A tragédia do Quirafo (Parte II): a ida premonitória à foz do Rio Cantoro (Paulo Santiago)

23 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P980: A tragédia do Quirafo (Parte I): o capitão-proveta Lourenço (Paulo Santiago)

Guiné 63/74 - P13926: (Ex)citações (251): as viagens no Geba Estreito, entre Setembro de 1968 e Novembro de 1969 (Beja Santos)


Guiné > Zona leste > Bambadinca > c. 1914 > Ponte-cais de Bambadinca


"O relatório de Vasco Calvet de Magalhães, administrador da Circuncrição de Geba, datado de 1914, é, a diferentes títulos, um documento excepcional: afoita-se por domínios até então inexplorados ou mal ventilados; propõe estradas e fala do respectivo traçado; queixa-se e denuncia funcionários corruptos; abalança-se a falar da origem dos fulas, apresenta soluções para o assoreamento do Geba,é uma incursão com pretensões literárias e algumas ambições políticas. Foi neste documento que encontrei esta preciosidade,um porto de Bambadinca que nenhum de nós conheceu..." (BS) [Poste P3091]

Foto (e legenda):  Beja Santos (2008). Imagem do domínio público.

1. Mensagem do Beja Santos, a quem pedi que comentasse o poste P9600 (*) e outros mais recentes sobre as viagens de barcos civis até Bambadinca (**)... Aproveita-se para se publicar também um excerto de um poste, mais antigo, sobre um ataque a um comboio de batelões na Ponta Varela.


Data: 20 de Novembro de 2014 às 15:30

Assunto: As viagens no Geba Estreito, entre Setembro de 1968 e Novembro de 1969


Luís, pelos mails recebidos, penso que me estás a incentivar a falar das embarcações e circunstâncias daquela navegação, no Geba Estreito, ao tempo em que eu ia com uma assiduidade quase diária a Mato de Cão, ida e volta.

Eu próprio viajei num batelão azulado, com toldo, deram-me um garrafão de água e uma ração de combate em Bissau, despejaram-me no Pindjiquiti com dois caixotes e uma mala. Batelão cheio de seres humanos e mercadoria. Uma criança ia-me referenciado os locais: ali ao fundo é Jabadá, ali pode ver o Cumeré, estamos a chegar a Porto Gole, confirmo o que tu dizes sobre a imagem, um ancoradouro e um casario um pouco mais alto, depois seguimos até ao Enxalé, começava a escurecer, o patrão pedia aos militares do Enxalé celeridade, ainda não se tinha passado ao largo de Ponta Varela, aí a criança disse-me que tínhamos que ir acocorados, podia haver roquetadas, mais adiante, quase ciciando, disse-me que passávamos por Mato de Cão, espreitei no negrume da noite, é estranho silêncio, ouvia-se o rufar da casa das máquinas e eu via vegetação densa e margens enlameadas. E assim chegámos a Bambadinca, com aquela gerigonça a guinar dentro do Geba Estreito.

A missão principal que tive no Cuor era a vigilância em Mato de Cão. Naquele tempo, e por razões logísticas que desconheço, não havia semana que não passasse por ali uma LDM, de dia ou de noite, consoante as marés. De dia, se eu precisasse de me abastecer em Bambadinca, pedia boleia a civis e militares. Houve momentos caricaturais, recordo uma série de batelões, vinham amarrados uns aos outros, eu estava de pé num pontão em madeira, os soldados desataram a correr, o patrão pensou que era um ataque do PAIGC, pôs-se aos gritos, os passageiros gritavam espavoridos.

Não é por acaso que o Geba é o rio da minha vida, por ali andei em todos os segundos do dia, tantas vezes com a barriga a bater horas quando as embarcações ficavam atoladas, era preciso esperar pela enchente, muitas horas depois. Por ironia, tudo mudou quando passei do Cuor a Bambadinca, o Xime tornou-se na artéria femoral do abastecimento militar, mas os batelões continuaram a viajar pelo Geba Estreito. 

Há fotografias no blogue, que tirei de revistas antigas em que se vê pequenas embarcações à vela em direção a Bafatá, não nos podemos esquecer que a Aldeia do Cuor, em frente à bolanha de Santa Helena,  teve ancoradouro devido ao comércio do Gambiel. 

Espero ter sido útil, e obrigado por teres posto novamente as imagens daquela Bambadinca do nosso tempo, hoje praticamente reduzida a pó, a começar pelo porto, há para aí as imagens do que sobreviveu em 2010, quando lá estive. (***)

Um abraço do Mário



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > c. 1969 >O Rio Geba, entre o Xime (margem esquerda) e o Enxalé (margem direita), numa foto de Carlos Marques dos Santos, ex-furriel miliciano da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), afecta ao BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). Aqui começava o Geba Estreito... Mas antes tinha que se passar pela mítica Ponta Varela, entre a Foz do Rio Corubal e o Xime...

Foto: © Carlos Marques Santos (2005). Todos os direitos reservados

2. Excerto do poste P1927 (****)

As danações de Ponta Varela

por Beja Santos

Chegou o terror sanguinolento ao Geba, para lá do Xime.

É um amanhecer luminoso e do planalto de Chicri avista-se um [Rio] Geba de prata, estuante, quase genesíaco. É um tempo invulgar para esta época das chuvas, mas desde ontem que a Mãe Natureza parece querer advertir-nos que vem aí outro tempo, de calor persistente.

Olho o relógio, o comboio de batelões já devia ter passado há cerca de meia hora, de novo assesto os binóculos para o fim do horizonte, nada, nenhum ponto se avista, certamente que houve algum atraso na saída de Bissau. Tenho um mau presságio, parece que para lá do Xime se ouvem obuses, talvez o som dilacerante dos rockets. Interpelo Mamadu Camará acerca deste fogo e ele responde que sim, é para lá do Xime, talvez uma emboscada, talvez uma flagelação, pode ser mesmo um reconhecimento de obus, são sons cavos que a distância não permite identificar. Segue-se o silêncio, sufocante. Depois olho para a estrada que bordeja toda a vareda do rio e se perde ao fundo, onde eu sei estar o que resta de Saliquinhé.

Sinto uma enorme atracção por voltar ao Enxalé, para quem não sabe, caso não houvesse esta guerra, o burrinho em cerca de hora e meia chegaria a Bissau, depois de passar pelo Enxalé, Porto Gole, Nhacra. É a mesma estrada que para cima leva ao Gambiel, e depois a Geba e a Bafatá. A minha ansiedade cresce enquanto o Geba refulge os tons de prata, para lá de Madina ouvem-se uns tiros esparsos como se nos avisassem que há território hostil à nossa espera.

É então que assoma uma embarcação ziguezagueante, estranhamente morosa. Dirijo-me, intrigado, para o ancoradouro e depois de meia hora de espera díficil, o contramestre fala comigo com o horror estampado nos olhos. Uma coluna de 5 batelões, aproveitando a correnteza do Corubal aproximara-se do Geba estreito perto de Ponta Varela. Súbito, várias roquetadas atingiram a casa das máquinas deste barco e ele mostra-me os estilhaços, os vidros partidos, vestígios de algum sangue, um dos feridos vinha ao leme. O terceiro barco foi atingido nas máquinas, vem agora rebocado ao segundo barco, vem lentamente, quase encostado a esta berma do rio. Suplica-me que não me vá embora, que espere por eles, os feridos mais graves vão já para Bambadinca.

E, de facto, quase uma hora depois o pequeno comboio de barcos atacados chega a Mato de Cão. Há sinais de pavor, dou comigo a pensar se a estratégia da guerrilha não mudou radicalmente, Ponta Varela agora é o local temível da destruição, não sei medir as consequências, mas sinto que é necessário rever a protecção desta margem do rio, mesmo em frente a Ponta Varela. Seguimos no último barco, quero ir relatar este episódio ao 2º Comandante. (...)
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Notas do editor:

(*) 12 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9600: Álbum fotográfico de João Martins (ex-Alf Mil Art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69) (2): Ainda a viagem, de LDG, em setembro de 1968, de Bissau a Bambadinca, com o meu Pel Art a caminho de Piche

(**) Vd. poste de 19 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13918: (Ex)citações (249): Quando os barcos chegavam ao porto fluvial de Bambadinca: fotos de Jaime Machado e legendas de Beja Santos

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Guiné 63/734 - P13925: Convívios (642): Histórico dos encontros anuais da CART 3494 - Parte I (Jorge Araújo/Sousa de Castro)


1. O nosso camarada Sousa de Castro, que foi 1º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74, enviou-nos um histórico dos convívios da sua unidade, descrito pelo Jorge Araújo, que foi Fur Mil Op Esp/Ranger, também da mesma CART e que passamos a publicar em duas partes:

HISTÓRICO DOS ENCONTROS ANUAIS DA CART 3494 - PARTE 1

CONVÍVIOS 24º, 25º E 26º

Caríssimos Camaradas Luís Graça e restantes Tabanqueiros,

Não sei se o Jorge Araújo enviou este trabalho… Gostaria de o ver publicado no maior e mais completo blogue sobre a guerra colonial na Guiné, assim sendo se acharem do interesse geral. 

Um abraço,
Sousa de Castro

Caríssimo Camarada Sousa de Castro

Como sabes, um dos temas abordados no nosso último almoço/convívio, realizado em São Pedro de Moel, andou à volta do historial dos Encontros da CART 3494 em particular dos detalhes que antecederam a sua institucionalização anual. Falou-se dos pioneiros e da importância de se reconstituir/reorganizar um Histórico, na medida em que cada um de nós entrou em momentos [anos] diferentes neste processo de reagrupar as/os tropas.

Nesse sentido, e em função dos meus dados disponíveis, aqui vai um modesto contributo para esse efeito.

I– ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Depois de cumprida a Comissão de Serviço Obrigatório no CTIGuiné,que contabilizouvinte e sete meses e uma semana [29Dez1971 a3Abr1974 = 827 dias], período que acabariapor ficar na história daquele Teatro de Operaçõescomo o tempo máximo [record] de permanência de uma Companhia Operacional Metropolitana, os jovens militaresmilicianos constituintes do contingente da CART 3494[aliás,como os demais…] regressaram às suas origens.

Concretizado o reencontro com os familiares mais próximos, deu-se início, como seria natural e normal, a uma nova etapa das nossas vidas, tendo no horizonte temporala operacionalização dos diferentes projectos, alguns deles mantidos em segredo no pensamento e outrosjá partilhados com os camaradas do abrigo, do GComb e/ou da Especialidade, durante o período da campanha ultramarina, mesmo sabendo-se que todos os contextos de então eram de elevado risco, carregados de imprevisibilidades, incertezas e sobressaltos, fazendo apelo permanente a uma escala desucessivas transcendências, pois [estupidamente] o futuro de cada um de nós… era apenasuma partícula do presente.

Por essa razão, do ponto de vista sociológico, refizeram-se famílias e nasceram outras dando lugar a novas experiências, por efeito do desempenho de outros papéiscomo foi o caso da paternidade. Retomaram-se os antigos projectos profissionais e/ou equacionaram-senovas possibilidades, no País ou além-fronteiras. Desenharam-se novos percursos académicos que, entretanto, tinham ficado incompletos ou adiada a sua conclusão.

Com o «25 de Abril de 1974», acontecimento que tivemos o privilégio de assistir três semanas após o nosso regresso, fez-se jus ao lema do BART 3873 [CART 3494] «Na Guerra Construindo a Paz», e quase tudo mudou nas nossas vidas, ajudando a sarar algumas das feridas daqueles dois anos da nossa juventude.

Cada um seguiu o seu itinerário, em função das dinâmicas de cada momento, e a “família militar” da CART 3494 desorganizou-se durante uns tempos, até que:

II– O [RE]AGRUPAR DAS/DOS TROPAS

Segundo sabemos de fonte fidedigna e privilegiada, o movimento de reorganização das/dos tropas da CART 3494 iniciou-se dez anos depois da sua chegada a Lisboa [1984] por iniciativa do camarada Lúcio Monteiro da Silva [ex-1ºC.], também conhecido por «Vizela», e residente em Moreira de Cónegos, Guimarães.

Durante dois anos [1984-1986] procurou organizar uma base de dados que permitisse estabelecer contactos entre os elementos listados no sentido de se recuperarem os laços de amizade construídos na Guiné e que pudessem, a curto prazo ou logo que possível, levar à realização de um Encontro/Convívio anual. 

Percorreu centenas de quilómetros entre diferentes localidades do Norte e Centro do País, particularmente no Minho e Douro, de onde a maioria do contingente era natural.E eis que em 14 de Junho de 1986, sábado, ainda que com reduzida participação, os pioneiros deste movimento de reorganização das/dos tropas se reuniram naquele que é considerado o 1.º almoço/convívio dos ex-militares constituintes da CART 3494. O evento decorreu no Restaurante O Frangueiro, em Aver-o-Mar [Póvoa do Varzim], pertença do camarada João Machado [cozinheiro], com a presença do Júlio Peixoto [condutor], Alcides Castro [cantineiro] e Lúcio Monteiro [1.º cabo atirador], entre outros [vd. P184]. 


A concentração teve lugar na Praça de Touros da Póvoa de Varzim.



Com este texto, procura-se reconstituir/reorganizar o HISTÓRICOdo caminho iniciado em 1986 pelos pioneiros, a quem estamos gratos, através da divulgação de imagens e de factos de interesse colectivo, ainda não conhecidos, de modo a perpetuar não só a amizade que nos une, mas também como elemento de cultura de uma geração que viveu, conviveu e sobreviveu, durante mais de dois anos, num contexto de “sangue, suor e lágrimas”, como foi aquele que, lamentavelmente, muitos de nós ainda tem presente.

Pelo exposto, a metodologia que iremos seguir nesta primeira narrativa iniciar-se-á com as referências mais recentes para as mais antigas, ou seja, do último Encontro [2014] para o mais antigo, que neste caso será o de 2009 [o 24.º], conforme se indica no quadro abaixo. Este procedimento será seguido nas restantes.  


III– HISTÓRICO DOS ENCONTROS/CONVÍVIOS DA CART 3494

- DO 24.º [2014] AO 26.º [2009] 



A Comissão Organizadora deste Encontro foi nomeada a 07Jun2008, no almoço/convívio da Costa da Caparica (Almada), ficando a responsabilidade distribuída por um trio de camaradas, a saber: Manuel Óscar Almeida [ex-Sold.; de Santa Catarina, Vagos], Manuel Silva Gomes (Anadia), [ex-Sold.; de Sangalhos, Anadia] e Licínio Almeida Pereira [ex-Sold.; de Bom Sucesso, Quiaios].

Para a sua realização foi escolhida a localidade de Santa Catarina, uma Freguesia do Município de Vagos, Distrito de Aveiro, e o dia 13 de Junho, sábado, como data do almoço/convívio, para o qual foi reservado oRestaurante Triacentro [vd P30+P33+P35].

No programa de apresentação do evento os organizadores referiram:

Caro amigo e companheiro, é como um grande prazer e muita amizade que uma vez mais te estamos a convidar para mais um grande convívio. Estamos a fazer tudo para que este ano seja um dos maiores de sempre mas para isso também contamos com a tua presença assim como a dos teus familiares. Cada ano que passa é menos um que nós temos para conviver, por isso não faltes. O local da concentração vai ser na Praia de Mira, junto à capela de Nossa Senhora da Conceição. Seguiremos em caravana automóvel até ao Restaurante Triacentro, em Santa Catarina, Vagos.

- Foto de Família -





A Comissão Organizadora deste Encontro foi nomeada a 13Jun2009, na reunião de Santa Catarina (Vagos), sendo essa responsabilidade atribuída à dupla de camaradas: Lúcio D. Monteiro Silva (Vizela) [ex-1.ºC.; de Moreira de Cónegos, Guimarães] e Joaquim M. LinoMonteiro [ex-Sold.; de Penamaior, Paços de Ferreira].

Para a sua realização foi escolhida a localidade de Lordelo, Freguesia do Município de Guimarães, e o dia 12 de Junho, sábado, como data do convívio a ter lugar no Restaurante Armando & Filhos [vd P61+P67].

Os organizadores escreveram no programa de apresentação do evento o seguinte:

Caro amigo ex-combatente e companheiro de armas. Tal como tem sucedido em anos anteriores vai realizar-se no dia 12 de Junho de 2010 o XXV encontro/convívio. Convidamos-te a participar, juntamente com teus familiares, nesta grandiosa festa de fraterna amizade. 

Vamos confraternizar, rever amigos que de algum modo compartilharam os seus medos, sofrimentos, angústias e as incertezas! Momentos únicos que merecem ser recordados. Vais sentir-te como quando tinhas 20 e alguns anos. Trás também as tuas fotos da época, o teu diário se for o caso, para assim avaliarmos como éramos e como vivíamos naquele tempo, já lá vão 36 anos do nosso regresso.

Não podemos deixar morrer estes encontros/convívios de ex-combatentes, temos de continuar a conviver. O nosso tempo caminha a passos largos para o términos, não podemos deixar que estes eventos desapareçam, temos de manter viva a chama da amizade que nos ligou durante 27 meses, recordar toda a vivência de uma geração… que é a nossa.

A guerra colonial, ou do ultramar ou das províncias ultramarinas, conforme queiras chamar, marcou uma época, a nossa época! Por isso temos de continuar a lembrar aos nossos filhos, netos e a todas as pessoas, que essa guerra justa ou injusta, existiu e nós participámos nela, daí a razão destes encontros, por isso é fundamental a tua presença. Vem desfrutar de uma boa companhia e um fim-de-semana diferente.A concentração será em Vizela, junto ao Quartel dos Bombeiros, a partir das 10h00. Com elevada deferência.

- Foto de Família -

Aguarda-se envio de quem possua uma foto de família deste Encontro, particularmente dos seus organizadores. 


A Comissão Organizadora do Encontro de Seia foi nomeada a 12Jun2010, no almoço/convívio de Lordelo (Guimarães), sendo essa responsabilidade assumida pelo camarada José E. S. Vicente[ex-Sold.Trms; de Nogueira do Cravo, Oliveira do Hospital], experiência repetida pela segunda vez [a primeira foi em 1996, no 11.ºE].

Para a sua realização foi escolhida a cidade de Seia, a maior da sub-região da Serra da Estrela e a segunda maior cidade do Distrito da Guarda.O almoço foi agendado para o dia 11 de Junho, sábado, e o local do repasto foi o Restaurante “O Pastor da Serra”.[]

Na sua mensagem de apresentação do programa, o organizador escreveu:

Caros companheiros,

Chegou a hora de mobilizar todos os Ex-Combatentes da CART 3494 para fazerem parte de um grande evento. Assim, estão convidados, juntamente com suas famílias, para participarem no XXVI Convívio, que terá lugar no dia 11 de Junho, no salão “O Pastor da Serra”, em Seia. A concentração será no Senhor das Almas (Município de Oliveira do Hospital), pelas 09h30, junto à Capela. Pelas 11h30 sairemos em caravana para o “Almoço – Vianda, Salsichas, Fiambre e Esparguete com Estilhaços”. A aldeia de Senhor das Almas fica situada junto à Estrada Nacional 17 [vd. P97+P108+P117].

- Foto de Família - 



Um abraço,
Jorge Araújo.
Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494
___________
Nota de M.R.: 

Vd. Também o último poste desta série em: 


Guiné 63/74 - P13924: (Ex)citações (250): a autogrua Galion e o cais de Bambadinca, quatro anos depois, em novembro de 1973



Foto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > BART 3873 (1972/74) > Porto fluvial de Bambadinca > A autogrua Galion e os barcos civis de transporte de mercadorias (e passageiros) que faziam o percurso Bissau-Bambadinca-Bissau, os chamados "barcos turras"...

A grua móvel hidráulica Galion 125 devia levantar cerca de 12,5 toneladas. Era construida pela famosa empresa norteamericana Galion Iron Works and Manufacturing Company, fundada em 1907, no Ohio. (LG)

Fotos: © Jorge Araújo (2014). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do nosso camarada Jorge Araújo [ex-fur mil op esp, CART 3494, Xime, Enxalé e Mansambo, 19723/74]


Data: 20 de Novembro de 2014 às 15:19
Assunto: P13918 - (Ex) citações - quando os barcos chegavam ao porto fluvial de Bambadinca...


Caro Luís,

Acabo de ler o Post em título (*). Na sequência da sua leitura, retive que em 25 de novembro de 1969 chegou ao cais de Bambadinca [, vinda do Xime, por estrada,]  uma autogrua Galion... Vai fazer na próxima 3.ª feira quarenta e cinco anos!...

Considerando que em nenhuma das imagens publicadas este equipamento pesado nos aparece de forma nÍtida, tomei a liberdade de te enviar uma foto da Galion,  datada de novembro de 1973. quatro anos depois da sua inauguração [, foto nº 1], e ainda uma outra do cais, com algumas das embarcações que sulcavam o Geba entre Bambadinca-Bissau e volta [,foto nº 2].

Até Breve.

Um abraço,
Jorge Araújo.
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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 19 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13918: (Ex)citações (249): Quando os barcos chegavam ao porto fluvial de Bambadinca: fotos de Jaime Machado e legendas de Beja Santos