Mensagem do José Martins
Caros Camaradas
Acabo de ver, como milhões de Portugueses, a reportagem que foi transmitida no Jornal da TVI e que teve como pano de fundo a transladação dos nossos Camaradas, 2º Sargento Justino Teixeira da Mota e Soldado José Maria de Carvalho, tendo regressado de Angola o primeiro e o segunda da Guiné, para o cemitério de Travanca.
Até aqui tudo bem! Já foi objecto de tema nas páginas de Luis Graça & Camaradas da Guiné e Ultramar.
Que a Liga dá apoio, tambem já sabíamos! Que o Ministério da Defesa não dá apoio, tambem já calculávamos, para não dizer que é normal.
Agora, que funcionários da embaixada de Portugal digam que os familiares apenas trarão "uns ossitos" é de bradar aos Céus!
Será que ouvi bem? Que quereriam dizer que uma máquina arrastará tudo lá para o fundo?
A minha resposta neste momento, é transcrever os versos dum Camarada nosso que esteve na Guiné, ANTÓNIO NORONHA BRETÃO *, num livrinho intitulado "Três Tristes Tempos e o Regresso do Melro Preto":
Esperávamos em silêncio
mastigando a memória das coisas
e a Morte claramente apercebida
aguardava o seu quinhão
Pensávamos:
Cada coice de Mauser no ombro
é uma carícia da Pátria agradecida
Puta de Pátria que agradece aos coices.
Um abraço e que o próximo ano não seja tão funesto quanto este foi
José Martins
Caros Camaradas
Acabo de ver, como milhões de Portugueses, a reportagem que foi transmitida no Jornal da TVI e que teve como pano de fundo a transladação dos nossos Camaradas, 2º Sargento Justino Teixeira da Mota e Soldado José Maria de Carvalho, tendo regressado de Angola o primeiro e o segunda da Guiné, para o cemitério de Travanca.
Até aqui tudo bem! Já foi objecto de tema nas páginas de Luis Graça & Camaradas da Guiné e Ultramar.
Que a Liga dá apoio, tambem já sabíamos! Que o Ministério da Defesa não dá apoio, tambem já calculávamos, para não dizer que é normal.
Agora, que funcionários da embaixada de Portugal digam que os familiares apenas trarão "uns ossitos" é de bradar aos Céus!
Será que ouvi bem? Que quereriam dizer que uma máquina arrastará tudo lá para o fundo?
A minha resposta neste momento, é transcrever os versos dum Camarada nosso que esteve na Guiné, ANTÓNIO NORONHA BRETÃO *, num livrinho intitulado "Três Tristes Tempos e o Regresso do Melro Preto":
Esperávamos em silêncio
mastigando a memória das coisas
e a Morte claramente apercebida
aguardava o seu quinhão
Pensávamos:
Cada coice de Mauser no ombro
é uma carícia da Pátria agradecida
Puta de Pátria que agradece aos coices.
Um abraço e que o próximo ano não seja tão funesto quanto este foi
José Martins
ex-Fur.Mil.Trams.Inf.
CCaç 5 / CTI Guiné
Junho/68 a Junho/70
__________
Nota de vb:
* António José Orlando Bretão que, segundo a História do BCav 490, se apresentou em 19 de Dezembro de 1963 e foi destinado à CCav 488 (Jumbembem, 1964/65)/BCav 490, em substituição do alf mil António N. Coelho Brasil (ferido em combate em 08Out63).
Artigos relacionados em
1 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3389: In Memoriam (9): Trasladação de José M. Fernandes Carvalho: as diligências de José Martins
17 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2653: O regresso dos mortos (A. Marques Lopes)
8 comentários:
Camarada Martins
Eu também vi essa reportagem e claro fiquei como tu, de boca aberta sem querer acreditar no que a senhora dizia, acerca do funcionário da embaixada de Portugal, a quem nós pagamos o ordenado e que ainda se da luxo de insultar a memória dos nossos camaradas mortos em terras da Guiné.
Eu diria mais, infeliz Pátria que não merece os políticos que têm.
É vergonhoso, para o País e, principalmente, para o MNE, que tenhamos em cargos destes, bestas tão grandes que não respeitam quem sofreu o afastamento do seio familiar e tão penosamente deixou os seus entes queridos. São estes berjenjos, pagos por nós, que vivem do sangue de quem tudo deu e nada recebeu. Espero que o Ministro faça um inquérito à situação relatada e, caso se comprove a veracidade da actuação da cavalgadura, tome as medidas adequadas!!!
Pois é, amigo e camarada José Martins, há fulanos que nem à chapada. Não têm o mínimo sentido de solidaridade, nem respeito pelas memórias, nem pelos valores.
Honra? O que é isso !? Atenção aos problemas e anseios dos outros? "Então e eu?".
Vivem só para o umbigo deles, não se pode esperar grande coisa. São vermes e pronto!
Um abraço solidário.
Hélder Sousa
Obrigado Amigo.
O Soldado Português tem de ser respeitado e Honrado
Obrigado Amigo.
O Soldado Português tem de ser respeitado e Honrado
Caro Zé,
Continuamos a levar coices mas não de Mauser.
Obrigado pelas tuas palavras, que elas se tornem o eco de toda a Tabanca Grande.
Um abraço,
Mário Fitas
Caro José Martins,
Permite-me que através do teu escrito me una aqueles que reclamam a dignindade dos que já não se podem defender. Aproveitemos enquanto cá andamos e deixemos a semente para que outros continuem esse trabalho.
Também não costumo ver a TVI, pelos vistos felizmente. Mas isso não quer dizer que fique indiferente e não tome posição. Deixa-me por isso solidarizar com a indignação que o texto expressa.
BSardinha
Caros Camaradas,temos de tocar a reunir,estão a tratar-nos pior como se nós fossemos um bando de malfeitores,a guerra que nos inpuseram, bastemo-nos com galhardia coragem e abnegação,e não raras vezes com heroicidade,a memória dos Camaradas caídos,não
pode e não devemos consentir que seja maltratada,e certo que muitos dos restos mortais serão irrecupe-
ráveis mas ,é Dever do Estado trazer de volta e entrega-los aos Familiares,temos ajudado os Povos das ex-colónias, as Embaixadas de
Portugal devem ser incumbidas de
dar dignidade ás Campas dos nossos Camaradas sepultados longe da Pátria,e pela qual deram a vida.
Se necessário devemos manifestar a
nossa repúlsa junto ao Ministério dos Negócios Estranjeiros.
Profundamente indignado.
José Nunes
1ºCabo Mec Electri.Centrais
Beng 447
Brá-68/70
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