sábado, 11 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7421: Blogpoesia (95): Malefícios da água não potável (Manuel Maia)

1. Mensagem de Manuel Maia* (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74), com data de  10 de Dezembro de 2010:

Caro Carlos,
Aqui seguem mais umas quantas sextilhas subordinadas ao título acima referenciado,pra editares se assim entenderes.

abraço
manuelmaia


MALEFÍCIOS DA ÁGUA NÃO POTÁVEL

Num corpo com gordura a liquefazer-se,
em dia de "assa canas", soe dizer-se,
garganta pede cervejinha fresca...
Acção Temor, Tagana, nunca soube,
Rinoceronte, Trio d`oitos, coube
aos grupos da Terrível soldadesca...


As pernas pedem pausa no andar,
cansadas de jornadas de estafar,
três dias nesses matos a ração...
Vazio está o cantil de água filtrada,
do sumo das rações não resta nada,
e há um rio de água suja ali à mão...


A sede é nesta fase, irracional,
e a amarela água que faz mal
bebida foi à falta de melhor...
Bem dentro do cantil, "empastilhada",
desfeita no tal líquido e agitada,
bebê-la foi apenas mal menor...


De volta à base, "whisky prevenção",
ao " paludismo e toda a criação",
foi alvo dum "ataque" inusitado...
Em dose tripla ou mais, o "tratamento",
matou a bicharada no momento"
deixando o pessoal mais descansado...


Queixaram-se intestinos e vísicula,
do tratamento choque ante a canícula,
anti parasitário inigualável...
Dois dias chá de tília, e sopa branca,
uns LM e o problema estanca,
mostrando uma eficácia assinalável...


A simples "caganeira" popular,
soltura ou diarreia, "outro falar",
definem desarranjo intestinal...
Pastilhas LM, abrangentes,
p`rós calos, tosse, dores até p`rós dentes,
protegerão a fauna do local...

__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 9 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7412: Efemérides (58): 1.º aniversário do lançamento do livro História de Portugal em Sextilhas, de Manuel Maia

Vd. último poste da série de 6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7390: Blogpoesia (94): Pesadelo (Manuel Maia)

6 comentários:

Torcato Mendonca disse...

Aquele abraço e não me fales de sede..
T.

Cesar Dias disse...

Manuel Maia

Quantas vezes isto foi sentido? mas nem todos o conseguem descrever desta maneira.

"As pernas pedem pausa no andar,
cansadas de jornadas de estafar,
três dias nesses matos a ração...
Vazio está o cantil de água filtrada,
do sumo das rações não resta nada,
e há um rio de água suja ali à mão..."

Bem hajas, e vai escrevendo sempre, eu gosto.
Um grande abraço
César Dias

Anónimo disse...

Grande Manel,
Essa terrível sede, que nós saciàvamos bebendo tampinhas de água de cada vez, qual medida apaziguadora, que frequentemente não chegava para dosear o volume do cantil, e nos obrigava ao aproveitamento de lamas partilhadas com mosquitos, descreves de maneira soberba, que, só de ler, até faz sede.
Agora, vou dar-me ao luxo de molhar o bico com uma pinguinha duma espirituosa, à tua saúde.
Um abraço
JD

Anónimo disse...

Manel, nosso bardo, sempre em grande forma.
Relembrei tantas situações que descreves...
Um abraço amigo
Vasco A.R. da Gama

Luis Faria disse...

Amigo Manuel Maia

Cantas ,entre outras,a sede e a"bicheza" da água!!!Será que não tinhas o "lençol"verde ?!

Ainda é manhã cedo mas acho que vou deinfectar-me, rectroativamente, com um wisquinho matador de indesejáveis,à falta das LM

Um abraço e à espera de mais.
Luis Faria

Joaquim Mexia Alves disse...

Camarigo Manuel Maia

Descrição perfeita e bem humorada, mas também bem sofrida!

Na Guiné não me lembro mas em Mafra, numa Sexta feira depois do jantar no quartel foi uma desgraça para umas dezenas entre eles eu!

Ai se já existisse a ASAE!!!

Um grande e camarigo abraço