1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, com data de 14 de Abril de 2011:
O DIA DOS COMBATENTES
Tenho lido os textos e comentários que têm surgido, quer na Tabanca Grande, quer nos Especialistas da BA12, (muito franca adesão), quer no Facebook, etc.
Tenho presente o texto do António Martins Matos**, um “balde de água morna”, porque não foi nada que eu não esperasse.
E agora, o que fazer?
Muitos pretendem desfilar já este ano, (ainda não entendi muito bem como), o que de algum modo eu também apoiarei. Mas isto não se pode tratar de uma coisa efémera e sem continuação!
Assim decidi colocar à consideração de todos as ideias que fui alinhavando, continuando o trabalho iniciado pelo António M. Matos e continuado pela Carta Aberta ao P. R., que acredito irá ter resposta.
Assim, e salvo melhor opinião, vejo dois caminhos para se continuar a exigir um Dia dos Combatentes.
1 - Dia dos Combatentes no 10 de Junho
Começar já a trabalhar para que em 2012 o 10 de Junho seja um verdadeiro Dia dos Combatentes tal como expresso na Carta Aberta ao P. R. e comentários subsequentes.
Para tal proponho que se constitua uma “comissão de trabalho”, cuja liderança entregaria ao António Martins Matos. Disponibilizo-me para estar e ajudar na mesma. Nesta Comissão deveriam estar representados os diversos Ramos das Forças Armadas.
Esta nossa pretensão deveria ser divulgada junto dos outros combatentes de Angola, Moçambique, etc., que também integrariam a comissão, mas que nunca ultrapassasse como número total, as 5 ou 7 pessoas para ser possível tomar decisões em tempo útil.
2 – Dia dos Combatentes fora do 10 de Junho
Poderão dizer os juristas que temos como camarigos, mas julgo que a liberdade de manifestação, devidamente autorizada, é livre em Portugal.
Então, a tal Comissão “descrita” no ponto anterior, devidamente mandatada, (mais à frente darei pistas de reflexão para percebermos como), podia fazer o tal pedido de autorização de manifestação, marcando para tal um dia preciso, que passaria a ser o Dia dos Combatentes, todos os anos.
Como sugestão, a talhe de foice, lembraria o dia 6 de Novembro, dia de São Nuno de Santa Maria, (D. Nuno Álvares Pereira), o combatente mais ilustre da Nação Portuguesa.
A Comissão organizadora, que deveria mudar todos os anos, para além de tratar dos aspectos logísticos e divulgação, poderia fazer os convites às entidades que os combatentes julgassem importantes, tais como o Presidente da República, como Comandante Supremo das Forças Armadas.
Atenção! Se fosse necessária esta segunda alternativa, por impossibilidade de os organizadores do 10 de Junho aderirem ao que pretendemos, é minha opinião que nenhum combatente deveria colocar mais os pés nessas cerimónias que passarão a ser apenas para “inglês ver”!
Sugestões de procedimentos
Poderia, como já alvitrei, constituir-se um blogue apenas para este efeito, onde todos os combatentes pudessem emitir as suas opiniões. Esse blogue abriria com o texto inicial do António M. Matos, já publicado na Tabanca Grande, bem como a Carta Aberta ao P. R. Seguir-se-ia um texto como este, explicando os passos que poderemos dar, para levar para a frente o Dia dos Combatentes.
Na Carta Aberta já escrita, ou noutro texto a escrever, os combatentes colocariam as suas assinaturas de concordância, o que em termos logísticos se pode tornar muito complicado.
Assim, essa Carta ou outro texto poderiam constituir a forma de Petição, (com prazo determinado), dando a possibilidade via Net de assinatura dos combatentes, com nome, nº do B.I e indicação da Unidade Militar em que combateram. Essa Petição seria depois enviada para a Presidência da República.
Outra forma seria, cada um imprimir a Carta ou o texto e enviá-lo via Net ou correio à Presidência da República, (durante um determinado prazo de tempo), dando conhecimento escrito à Comissão.
Tanto uma forma como outra, mediante as adesões, que acredito serão em grande número, essas assinaturas respaldarão a credibilidade da Comissão que assim pode agir em consonância.
Uma das atitudes que a Comissão pode tomar é pedir uma audiência ao P. R., para explicar de viva voz a situação e a vontade dos combatentes.
Apenas quero deixar aqui pistas de procedimentos, que serão com certeza enriquecidos com todos os comentários e sugestões que queriam deixar.
Notas finais
Percebemos pelos comentários tanto na Tabanca Grande como em Especialistas da BA 12, outros blogues e mails recebidos, que a ideia despertou grande interesse e adesão, pelo que não devemos deixar morrer esta arrancada inicial, e prosseguirmos até levarmos a nossa avante.
Sabemos que muitos de nós estamos revoltados com o desprezo, a apatia, o desinteresse a que fomos votados pelas autoridades do nosso país.
Peço no entanto que não ponhamos a tónica dos nossos comentários nessa revolta, ficando apenas pelos protestos e pelo “pessimismo” de se dizer que nada se pode fazer.
Se aqueles que tinham mais responsabilidades para o fazerem, ou seja, as autoridades do País, não o fazem, mostremos-lhe então que somos capazes de nos unir e mostrar que ainda somos gente e que não deixamos os nossos créditos por mãos alheias.
Tenho a certeza de que somos capazes, e tenho a certeza que num momento em que a estima dos Portugueses está tão em baixo, a demonstração que os Portugueses se unem para homenagear Portugueses, será um bálsamo para muitos que não se revêem neste “cruzar de braços”.
Ao trabalho!
Todos não somos demais!
Monte Real, 14 de Abril de 2011
Joaquim Mexia Alves
____________
Notas de CV:
(*) vd. poste de 14 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8097: Convívios (225): 11º Encontro da Tabanca do Centro, dia 27 de Abril de 2011 em Monte Real (Joaquim Mexia Alves)
(**) Vd. poste de 2 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8034: Controvérsias (117): No rescaldo do Almoço da Tabanca do Centro, onde mais uma vez se falou do nosso dia, o dia dos ex-combatentes (António Martins de Matos)
Vd. último poste da série de 7 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8063: Controvérsias (118): 10 de Junho: “Passagem final pelas lápides”, ou “Desfile” (António Martins de Matos)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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7 comentários:
Camaradas,embora não sendo Taban_
queiro,mas somente um vosso visi_
tante assíduo e ex-combatente.Já me
atrevi a comentar,agora estou de novo a fazê-lo.Desejo não ser in_
trometido, nem inconveniente.Se me
derem licença,para opinar sobre o
Dia do Combatente,eu digo,15 de
Março.Por motivos obvios,para que a memória não se apague e também que seja um espinho na consciência dos que lá de fora nos tramaram e dos que cá de dentro nos venderam._
Os bons exemplos, não ficam mal a quem os segue.Porque não fazer como
na França 14 de julho dia da França(tomada da Bastilha),30 de Abril dia da batalha de Camerone,dia da Legião Estrangeira.Este comentário
ao ser lido arrancará algumas ex_
clamações de protesto e de irrita_
ção contra mim,dizendo:Nós Não So_
mos Mercenários,pois não,não fomos.
Aqueles sendo-o, muitos não foram nem são franceses,deram mais de si que muitos de nós portugueses,que com o nosso comportamento para com a nação,fazia-mos corar Judas.Boa e
feliz Páscoa a todos.
Carlos Nabeiro.
Caro camarigo Mexia Alves
Li e acho que a proposta e a metodologia parecem correctas.
Quanto à data mais conveniente, a não ser o 10 de Junho, não tenho opinião formada.
Abraço
Hélder S.
Camarada Nabeiro,
compreendo a sua postura e a sua opinião mas! o dia 15 de Março não me parece dever ser motivo de NOSSA comemoração. Há outros dias do início das hostilidades que poderiam, dentro da que me parece sua perspectiva, ser considerados mais emblemáticos; por exemplo o dia do assalto à Pedra Verde, o do 1º assalto ao Quitexe ou a recuperação de Nambuangongo.
Esses foram os primeiros sinais da guerra que alastrou depois à Moçambique e à Guiné e esses foram os primeirossinais da nossa acção de combate.
Inversamente, se assim mais aprouver, em comemoração não da guerra mas do seu fim, a data da última acção sujeita a Ordem de Operações formal, emanada de um Comando português, na Região Militar onde possa ter ocorrido.
SNogueira
(ao contrário do meu costume, neste caso reclamo a autoria destas ideias uma vez que ainda não as vi proclamadas)
Obviamente, implícito nas anteriores sujestões que faço está o facto de o dia 10 de Junho ter sido marcado com outra intenção, muito anterior à guerra d'África.
SNogueira
Camarigo Joaquim Mexia
Para mim o dia 10 de Junho está esgotado para o que se pretende, basta ler as diligências efectuadas pelo A.M.Matos, dando seguimento à proposta que vocês nos deram a conhecer.
Completamente de acordo com o dia 6 Novembro, nada impede os combatentes de celebrarem o seu dia na data que entendam, e isso não colide com as cerimónias do
10 Junho, é uma questão secundária.
Para isso a necessidade da criação de um blogue apenas para esse efeito.
A feitura de um documento que diga claramente porque não se sentem representados neste dia os combatentes e as razões que nos levam a admitir outra data para o efeito.
Pretende-se a adesão de muitas centenas de combatentes, que terão necessariamente de se identificarem como tal, para que haja a credibilidade suficiente para negociar essa mesma data (ou outra) como o dia do combatente.
A comissão deverá para o efeito contar apenas com o mínimo de camaradas nesta primeira fase, englobando já camaradas combatentes de Angola e Moçambique, mas andando já com os que temos da Guiné.
Já temos 2 camaradas tu e o A. M. Matos, e estou de acordo que se comece a pensar em 2012, tal não impede as diligências que propões, este ano servirá apenas para começar a dar corpo ao que se pretende.
Um abraço
Manuel Marinho
Caro Joaquim,
Relativamente `a data entendo que como as excelencias excelentissimas,
parece que definitivamente decidiram
impossibilitar a presença dos que "comeram o pao que o diabo amassou",assenhoreando-se da data, e como o 10 de junho tem servido para vermos muito traidor,muito pulha,muito vende p´atrias,muito desertor,muito pseudo portugues, muito escroque pisador da verde rubra,estou de acordo quanto `aquela que se reporta a D.Nuno Alvares Pereira, mas se acaso houver outra data considerada melhor, ser´a irrelevante.
Importante ´e afirmarmos `a corja
que somos portugueses que responderam sim ao apelo da
patria quando de n´os careceu.
abraço
manuelmaia
Meu Caro Mexia Alves.
Dia do Combatente, sim senhor, de acordo.
Mas já leste o que vai no coração dos que aqui opinaram?
Dia do Combatente ou Dia do Ajuste de Contas?
Perdoa Alves, tendo o máximo respeito pela tua proposta não me vejo a alinhar em zaragatas.
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