quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12292: Facebook..ando (31): Memórias da histórica vila de Cacheu, ao tempo do Destacamento de Fuzileiros Especiais Africanos, DFE 21 (Zeca Macedo, 2º tenente fuzileiro especial, DFE 21, Cacheu e Bolama, 1973/74, a viiver agora nos EUA)



Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Cacheu > Antigo Forte do Cacheu, de finais do séc. XVI. "O Forte de Cacheu, também conhecido como Fortim de Cacheu ou Reduto de Cacheu, localiza-se junto à foz do rio Cacheu, na cidade de Cacheu, região de Cacheu, no Noroeste da Guiné-Bissau". A sua contrução remonta a 1588 e tinha por função a "defesa da primeira feitoria fundada na região. Além de assegurar a presença militar Portuguesa, constituía-se em importante apoio ao comércio de tecidos manufaturados, marfim e escravos." (...)

(...) "O forte, de pequenas dimensões, apresenta planta na forma de um rectângulo, com 26 metros de comprimento por 24 metros de largura, com pequenos baluartes nos vértices. As muralhas, em pedra argamassada, apresentam cerca de quatro metros de altura por um de espessura. Encontrava-se artilhado com dezasseis peças. O Portão de Armas, com mais de um metro e meio de largura, é o seu único acesso.

(...) "Os trabalhos de recuperação do antigo forte colonial foram desenvolvidos de Janeiro a Março de 2004, com recursos da ordem de cem mil Euros, disponibilizados pela União das Cidades Capitais de Língua Oficial Portuguesa (UCCLA). Visando assegurar a sua utilização como área de lazer e cultura, além de promoção do turismo, foram promovidas a reurbanização de seu interior, onde foram instalados diversos equipamentos de lazer e recolocadas as estátuas dos navegadores portugueses Gonçalves Zarco e Nuno Tristão, os primeiros eurupeus a atingir as costas da Guiné, no século XV. Nas antigas edificações de serviço foram instaladas uma biblioteca e salas de convívio." (Fonte: Wikipédia > Forte de Cacheu).

Foto: © Tina Kramer (2011). Todos os direitos reservados.

Guiné > Região de Cacheu > Cacheu &g > Mapa de São Domingos (1953) > Escala 1/50 mil > Posição relativa da vila de Cacheu, na margem esquerda do Rio Cacheu. Na foz do Rio Cacheu, desembocam os Rios Grande e Pequeno de São Domingos. No seu ponto mais largo, o rio tem cerca de 2,5 km.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013).

Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > O Ten Fuzileiro Especial, Zeca Macedo,  frente ao quartel do DFE 21, com o seu amiguinho, o Pedro Silva Horta, filho do imediato 1º TN QP José Maria Silva Horta. Vestidos à maneira tradicional fula.

Foto: © Pedro Silva Horta (2013). Todos os direitos reservados. (Reproduzida com a devida vénia...)


Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > O Ten Fuzileiro Especial, Zeca Macedo, em 1973, com o  Pedro Silva Horta, à mesa do café... Voltaram-se a encontrar 39 anos depois, em Almada...

Foto: © Pedro Silva Horta (2013). Todos os direitos reservados. (Reproduzida com a devida vénia...)

Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > O  jovem Pedro Silva Horta,  de camuflado (, parece que o costureiro foi o Zeca Macedo), batento a pala com a mão esquerda. (Vd. aqui hoje a sua página no Facebook...)

Foto: © Pedro Silva Horta (2013). Todos os direitos reservados. (Reproduzida com a devida vénia...)


Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > O Ten Fuzileiro Especial, Zeca Macedo, com a sua bela moto, no cais da vila de Cacheu...

Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > O Ten Fuzileiro Especial, Zeca Macedo, com a sua Honda (?)...

Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > O Ten Fuzileiro Especial, Zeca Macedo com putos locais.

Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > O Ten Fuzileiro Especial, Zeca Macedo, com o cabo fuzileiro Adjuquite, seu guarda costas, em frente ao quartel do DFE 21.

Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > " Da esquerda para a direita:  "Alferes Silva (CCAÇ 3460), Tenente Castro Centeno (DFE 21), Furriel Lopes (CCAÇ 3460), Tenente Macedo (DFE21) e, em primeiro plano, Alferes Médico Moura (CCAÇ 3460 / BCAÇ 3863) no Quartel do DFE 21 em Vila Cacheu" (ZM). O Zeca também tem uma outra foto do dr. Moura, no rio Cacheu... Não temos ninguém, no blogue, a representar esta companhia.

Sobre o Cacheu e esta CCAÇ 3460, escreveu o António Graça de Abreu o seguinte, no seu Diário da Guiné (Canchungo, 30 de Setembro de 1972):

(...) "O capitão Morgado veio do Cacheu até cá, o que sucede com alguma frequência, para tratar de pequenas operações com o meu coronel ou de outros assuntos com o seu comandante de batalhão. O Morgado é miliciano e comandante da Companhia 3460, a que pertenci. Sempre mantivemos um bom relacionamento, é boa pessoa, afável no trato e nas ideias. Hoje dizia-me: 
- Você não sabe o que perdeu em não vir para a minha Companhia, aquilo lá no Cacheu é uma estância de férias formidável. -  E ria, ria. Não lhe falei nos fuzileiros mortos, recordei-lhe apenas a perna desfeita do alferes Potra, meu substituto. Já não riu, não me falou mais nas delícias do Cacheu.

"Mas é verdade que o lugar, uma das vilas mais antigas da Guiné, vive em paz, não é atacada. O problema é a Caboiana e Jopá, as zonas libertadas do PAIGC perto do Cacheu e de Canchungo. A companhia 3460 não vai lá, por isso vivem tranquilos.

"Sinal de paz e boa vida, o capitão trouxe-nos uns quilos de camarão cozido, fabuloso, grande, gostoso, pescado nas águas do rio Cacheu." (...)


Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74) > 1973 > O Zeca Macedo "esquiando  ao lado de uma canoa nhominca, nas águas do Rio Cacheu. Essas canoas vinham da Gâmbia com vários produtos que depois eram vendidos em Vila Cacheu pelos comerciantes Manjacos (...). Em Cacheu não havia Libaneses. Os Manjacos eram os principais comerciantes de roupas usadas (fukandjai), que vendiam na feira de Cacheu. (...) No meu tempo a casa Gouveia e a Ultramarina tinham Cabo-verdianos como gerentes.

Fotos: © Zeca Macedo  (2013). Todos os direitos reservados. (Reproduzidas com a devida vénia...)


2.º TEN FZE RN José Joaquim Caldeira Marques Monteiro de Macedo, 21.º CFORN  [, foto à esquerda,
quando jovem cadete da Escola Naval].

[Zeca Macedo: foi 2º tenente fuzileiro especial, DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74); nasceu na Praia, Santiago, Cabo Verde, em 1951; vive nos Estados Unidos, onde é advogado; é membro da nossa Tabanca Grande desde 13/2/2008].

1. O Zeca Macedo tem vindo a publicar na sua página do Facebook e na página do Facebook da Tabanca Grande algumas fotos do seu álbum, com memórias do Chacheu, onde esteve aquartelado o DFE 21, em 1973.

Com a devida vénia, e com um abraço (longo) ao nosso camarada, reproduzimos aqui algumas dessas fotos.

Temos esperança que ele ou algum camarada dele tenha fotos do centro histórico de Cacheu, incluindo o edifício da Casa Gouveia dessa época (1973/74), que terá funcionado, como passado, como "casa dos escravos".

Sobre a atividade operacional do DFE 21 (como dos DFE 22 e DFE 23, os três destacamentos de fuzileiros especiais africanos), ver o excelente dossiê disponível na página do nosso camarada Manuel Lema Santos, Reserva Naval.

O Manuel Lema Santos publica aqui a composição completa do DFE 21, o primeiro dos três a ser ativado (21/4/1970 - 24/8/1974).
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Nota do editor:

2 comentários:

José Pardete Ferreira disse...

Linda terra! Em 1969, não havia lá FZE's, só uma C. Caç de açoreanos e outra de madeirenses bem como uma pequena lancha da Marinha, com um 2,5 à proa. Por acaso num dos dias em que lá estive, passou por lá o Capelão da Base Naval. Não me lembro do nome, só me recordo que era gordinho, baixote, louro e que usava óculos com aros castanhos.

lacasta disse...

Pertenci à C. Caç 3460,tal como o Siva (2º grupo) e o Lopes (infop).
O Capitão Morgado era sem dúvida um
optimista. Contudo tanto o Cacheu como Bianga eram, do ponto de vista militar, bastante pacatos, embora
ainda hoje carregue no braço um estilhaço de um RPG 7, resultado de uma emboscada na curva de Capo em 19 Abril 1973.Já o Gabriel Horta, condutor da Berliet, perdeu a vida nesse dia. Morgado era uma figura sui-generis, obcecado pela "lerpa", alheio dos seus homens,
profícuo em "papaias", sempre dado ao auto-elogio, o "maior" como se
intitulava. Foi para mim, um suplemento de dificuldades. O Potra, o Sousa, o Rodrigues, o Dias tambem lhe tirariam a vontade de rir. É que chamar àquilo estância de férias não lembra ao diabo. Ou melhor, só lembra mesmo ao diabo. Fui Furriel na C. Caç 3460, 1º Grupo de combate, Lacasta.