segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15809: A minha guerra a petróleo (ex-Cap Art Pereira da Costa) (17): O Moral das Tropas é Bom!

1. Em mensagem de 28 de Fevereiro de 2016, o nosso camarada António José Pereira da Costa, Coronel de Art.ª Ref (ex-Alferes de Art.ª na CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-Capitão de Art.ª e CMDT das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74), enviou-nos a sua apreciação sobre o moral das nossas tropas face ao contexto em que era feita e vivida a guerra na Guiné. 
Vd. a propósito os postes P15795 e P15796 do nosso tertuliano, José Matos.
Como sempre, as opiniões do camarada Pereira da Costa são inseridas na sua série: "A Minha Guerra a Petróleo".


Não conheci o Brigadeiro Louro de Sousa. Na Guiné, sou do tempo do já General Arnaldo Schulz. Apenas tenho o texto de uma comunicação sua proferida na Sessão Comemorativa do 120.º Aniversário da “Revista Militar”, em 23 de Maio de 1968. O título da comunicação – A Subversão no Ultramar – e a pessoa a quem se dirige no fim do texto (Presidente da República) dão uma ideia dos pontos de vista nela expressos. Mesmo assim, alguns blocos de texto terminam com conselhos do que se “há-de fazer…”. Pelos resultados que hoje podemos ver em toda a África teremos que concluir que os seus comentários e de outros participantes no processo, como Hélio Felgas, são muito pertinentes. Não terá deixado rasto muito profundo na Guiné talvez porque não se demorou por lá muito tempo e apanhou uma altura de transição entre a “Paz Colonial” e o início do terrorismo.

Nunca ouvi falar da tal exposição “ao poder em Lisboa” (4 de Setembro de 1963), onde terá apontado uma série de problemas que se punham à sua acção e que dificultavam a resposta militar das autoridades portuguesas à acção do PAIGC e não me admiro de que o tal “Poder” tenha reagido mal às suas afirmações. É mau, ainda hoje, ser clarividente, ainda que por experiência obtida no terreno (até parece que é pior…) e prever o que aí vem. Os detentores do poder não gostam de ser confrontados com a inteligência e conhecimento e… arremedam soluções, depois de triturarem devidamente o portador do alerta.

Todavia, as sete primeiras razões que o Brigadeiro Louro de Sousa evoca merecem uma reflexão que, hoje, passados mais de 40 anos, podemos fazer. Creio que a oitava razão, pelo seu carácter amplo, não é de negligenciar, embora só o texto da exposição o possa esclarecer. Esta “guerra” é um fenómeno sociológico abrangente onde é sempre possível encontrar causas a que poderemos chamar menores apenas por serem menos frequentes, embora possam ser influentes.

Quem viveu o ambiente nas unidades operacionais e mesmo nas de serviços – em Bissau, Nova Lamego, Bafatá, etc. – poderá, embora com “efeitos retroactivos”, tentar responder a uma questão que mensalmente se punha no momento em que as unidades de nível companhia respondiam à pergunta: - Como é o moral das tropas? Nunca ouvi que uma unidade tivesse declarado que era mau, mesmo quando as coisas tinham corrido mal durante o mês em apreço e quais as consequências de uma opinião mais pessimista.

António J.P. Costa

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O Moral das Tropas é Bom!

Era das NEPES!

Embora alguns não o conheçam, o SITPES era uma das nossas dores-de-cabeça mensais. Mais um papel que era necessário fazer com resultados pouco palpáveis! Nunca na minha Unidade senti efeitos directos da sua elaboração. Segundo as NEP (Normas de Execução Permanente) da 1.ª Rep. do QG/CTIG, quase todas as Unidades de nível Companhia tinham que o fazer. Hoje, não sei que é feito dele, mas este relatório mensal poderia fazer muita luz sobre o nosso passado. Fui revisitá-lo naquele volume considerável com capa de cartolina castanha, com letras pretas, escrito à máquina com caracteres “micro” e reproduzido em stencil.

Nele ficavam registados todos os movimentos de pessoal e respectivas causas: os mortos, os feridos (ligeiros e graves), os recompletamentos, os louvores e condecorações, as punições de todos tipos e uma série de pequenos detalhes que, hoje, reconstituiriam tantos momentos da nossa vivência. Mas o que mais me atraiu a atenção foi o Anexo 2 – “Relatório do Estado Disciplinar e Moral da Força”. Era uma “exposição concisa sobre o estado moral das tropas” que daria indícios, se bem explorado, sobre o sentir do pessoal, a sua motivação, a sua aceitação das tarefas do dia-a-dia, abreviando: a sua vontade de vencer. As preocupações do Brigadeiro Louro de Sousa inserem-se directa ou indirectamente na Área do Pessoal.

O articulado terminava com três quadros sem designação, o que prova que os peritos em gestão de pessoal esperam sempre que surjam situações que não previram e que terão efeitos na área que dizem dominar. Não creio que estes quadros alguma vez possam ter passado e ser utilizados e com que designação.
Havia quadros a que poderemos chamar menores, pois só com valores consideráveis se tornam significativos, como sejam certas ocorrências: as faltas disciplinares e os acidentes de viação. Outros que se podem ler nas entrelinhas, como é o caso dos pedidos de transferência. Seriam raros, mas quando se tenta trocar uma colocação numa Unidade Operacional por outra em idênticas circunstâncias, algo vai mal no relacionamento entre o militar e a sua Unidade.

O número dos desertores e dos ausentes sem licença mediria a aceitação voluntária e assumida do que se fazia, a saturação e a vontade de ali permanecer. Sabemos que o número de deserções para o campo do inimigo foi muito menos que residual. Porém, a deserção entre os que vinham de férias teve alguma – embora pequena – expressão. Será mais um aspecto a considerar numa das tais causas que o Brigadeiro Louro de Sousa indica. Creio que não se desertava para o inimigo por não haver dúvidas acerca do tratamento que nos estaria reservado. Com muita certeza os maus-tratos seriam longos e abundantes e a possibilidade de comunicação com a família ou eventual repatriamento eram hipóteses que nem sequer se punham. Se não se contactava com a família dos prisioneiros, nem se punha a hipótese do seu repatriamento, como é que tal seria possível com os desertores, criminosos, à luz da legislação em vigor? E que confiança teria o inimigo na colaboração de um desertor? E estaria ele disposto a dá-la? Por outro lado, ao contrário de outras guerras, a deserção, em frente do inimigo, não era possível para outras regiões ou países, eventualmente “neutros”. A ausência sem licença ou por excesso dela só por despiste teria lugar. Tive, na minha Companhia um soldado que ia na nona ou décima ausência e sempre pelo mesmo motivo: frequência assídua do Pilão, em Bissau, durante as frequentes baixas ao HM 241.

Portanto, ficava-se ou regressava-se mesmo sabendo ao que se ia, porque… se calhar, não poderíamos “cá” ficar todos e o que seria se o número de recusas ao reembarque aumentasse? Além disso, começávamos a ser “Homens” e os Homens não fogem. No fundo, ainda nos restava uma ténue esperança de que estávamos a fazer algo válido e necessário.

Instintivamente, temos todos a ideia de que os problemas de 1963, não eram muitos diferentes dos de 1968, 1974...

Das causas referidas por Louro de Sousa encontramos algumas que se prendem directamente com o “Moral das Tropas”: Deficiente instrução das tropas e quadros; Falta de pessoal/insuficiência de efectivos; Falta de enquadramento. Outras influenciam-no (muito), mas não directamente: Deficiente equipamento das Unidades no terreno; Abastecimento (material, munições, víveres e água); Instalações inadequadas, mas todas têm a mesma consequência: Cansaço das NT, sempre ansiosas por acabar a comissão e voltar para a Metrópole.

Os que foram em Unidades constituídas sabem bem as deficiências da sua preparação que era consequência de locais adequados para a instrução, certas restrições (de índole financeira) ao consumo de alguns meios, impreparação dos instrutores – especialmente das praças – que, na maior parte dos casos não sabiam mais do que vagamente se lembravam da sua formação e uma resistência atávica e subliminar, que se radicava numa resistência não escrita nem reconhecida por ninguém a ir para a guerra. Os que foram em rendição individual sabem o que tudo isto significa, mas para pior, uma vez que foram parar a uma Unidade com pessoal já rotinado nas tarefas a desempenhar.

A falta de pessoal e insuficiência de efectivos foi algo que todos pudemos constatar, quer na dificuldade com que se processavam os recompletamentos, quer no embarque de Unidades incompletas em maior ou menor grau. Quem não se lembra do tempo que esperou pelo seu substituto ou pela lentidão com que as baixas de todo o tipo eram colmatadas? Para o fim da guerra há mesmo caso de Unidades que tiveram dificuldades em obter um número considerável de elementos já que o potencial humano do país começou a revelar-se insuficiente para as necessidades, mesmo recorrendo ao “recrutamento da província”. Desta insuficiência resultava um esforço considerável sobre quem estava “lá”, com o correspondente desgaste físico e psicológico.

Da insuficiência de meios humanos resultava também um enquadramento que atingiu níveis baixíssimos especialmente depois de 1972, quando nas Companhias de Quadrícula ou de Intervenção só havia dois profissionais que eram sargentos e, mesmo assim, normalmente com funções administrativas. Este deficiente enquadramento só ampliava os problemas determinados pelas duas causas anteriores. Podemos também referir a redução do número de médicos nos batalhões, que todos notámos.

E entramos na questão do equipamento/armamento ou da falta dele. Ainda recentemente afirmei e ilustrei a deficiência de equipamento da artilharia. Mas, quem não se lembra das dificuldades que tínhamos ao nível das Transmissões? E aquele bendito “algeroz” que dava pelo nome de bazooka de 8,9 cm que se prendia em todo o lado, não dava jeito nenhum e que, tirando em defesa do aquartelamento, não tinha utilidade? E mesmo assim… Já está demonstrado que o abastecimento (material, munições, víveres e água) se processava com “dificuldades”.

Sobre esta questão limito-me a recordar o considerável número de aquartelamentos sem água (Gandembel, Guileje, Banjara, Cutia, entre outros) e as consequências que daí advieram. Poderia falar das dificuldades no reabastecimento de material de aquartelamento, mas isso já pode ser considerado como exigência excessiva. É que, como se recordam, tínhamos camaradas que até censuravam que quiséssemos viver bem (um pouco melhor) no aquartelamento era excessivo.

“Que diabo! Com a Pátria em perigo este gajo quer cadeiras e mesas? Desenrasque-se!”
“Abrigos reforçados com cimento? Vá para as valas para não perder agressividade!”

E as instalações? Compreende-se que uma Unidade que toma conta de um sector “tomado ao In” ou que ocupa uma tabanca no início da guerra se governe com a “prata da casa”, mas tornar esta situação cronicamente provisória só pode ter efeitos negativos. Às vezes de tão inadequadas até se tornavam perigosas. Quem não se recorda de ter herdado esta ou aquela instalação “dos velhinhos” que, pouco tempo depois, estava inutilizável ou perigosa, o que obrigava a sua reconstrução, com o esforço inglório que se adivinha?

Do somatório não necessariamente algébrico e às vezes até em progressão geométrica resultava a mesma consequência: Cansaço das NT, sempre ansiosas por acabar a comissão e voltar para a Metrópole. Se a esta ânsia acrescentarmos a impaciência relativamente ao desfecho favorável ou ao receio de um desfecho desfavorável da população metropolitana e à passividade da população rural – a mais próxima de nós – teremos um caldo de cultura que veio a piorar desde 1963, de acordo com o raciocínio do Brigadeiro Louro de Sousa. Se a isto juntarmos a tendência para embaratecer a guerra perfilhada pelo Salazar e a desproporção entre os meios necessários e os existentes para que a situação se invertesse veremos que pouco ou nada mudou desde 1963.

António J.P. Costa
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Notas do editor

- Negritos e itálicos da responsabilidade do editor

Último poste da série de 18 de janeiro de 2016 Guiné 63/74 - P15634: A minha guerra a petróleo (ex-Cap Art Pereira da Costa) (16): “A Tropa vai fazer de Ti um Homem!”

8 comentários:

Luís Graça disse...

Tó Zé:

Brilhante, inspiradíssimo, certeiro (200% na "mouche"!)... Parabéns, adorei ler, reconheci-me por inteiro nas tuas pertinentes observações...

O moral da tropa não era bom, era excelente!...

Era isso mesmo... Enganávamo-nos uns aos outros, enganávamos os chefes, a família e até o venerando chefe de Estado!...Mais: conseguimos enganar o IN, a Maeria Turra, o Amílcar Cabral e todo o mundo que o apoiava!... E até aqueles que gostavam de nós...

E isso mesmo, aguentámos durante 21 meses, 22 meses, 23 meses, dois anos... Como aguentámos 40 de Estado Novo, e temos aguentado outros tantos da III República, e mais os mil anos que já leva o reino deste Portugal pequenino...mas eterno!

Como será o moral da tropa antes de lhe dar o badagaio ?...

Mais algumas crónicas na tua série "A minha guerra a petróleo" e tens direito a livro!... Vemo-nos em Monte Real, dia 16 de abril ?

Ab. Luis

Antº Rosinha disse...

Nunca houve quarteis no interior em que a moral não fosse do piorio, mesmo sem guerra, nem tiros, nem ataques, nem baixas.

Exceptuando as unidades nas cidades, com especialidades burocráticas, o chamado apoio de rectaguarda, transmissões, abastecimentos, administrativos, que teriam algum alheamento do perigo e do isolamento, tudo o resto, em qualquer território africano, a tropa vivia ansiosa a dar baixa dos dias no calendário da parede.

Como vivi, por necessidade de ofício no interior de Angola (estradas, pontes e levantamentos) acampei em Angola durante anos, em lugares em que geralmente ou havia uma companhia, ou um pelotão ou uma secção, por perto.

E como fui furriel na guerra e não me sentia bem com arame farpado, capitães, e majores, aliás, acima de alferes nunca acertei, só tive duas porradas leves, mas por ser bom rapaz, como digo que para mim foi chata a tropa, custava-me ver a tropa da metrópole naqueles cus de judas, como chamou o Lobo Antunes umas terras lindíssimas, só que fosse livre de arame farpado.

Mas um dos martírios da tropa do interior, era não haver um programa de rotatividade de pequenos grupos se deslocarem às cidades para um pequeno banho de civilização (mudar de ambiente, mudar o óleo, e até de comida do mesmo cozinheiro)

Mas o pior, é que a tropa nem convivia com africanos, por não falar a mesma língua, nem com os europeus como eu, a quem por exemplo um capitão me atirou à vara que estava ali, porque eu tinha andado a tratar mal os pretos.

Ou seja, além da falta de moral, ainda havia a revolta.

Luís e António, não podiamos abandonar aquilo sem guerra.

Entregar ao Amílcar Cabral, jamais, que ainda era novo, precisava viver.

Mas era preciso 13 anos?, porque não parou a meio, quando o homem de Santa Comba caíu da cadeira?

Porque os capitães de Abril ainda só eram alferes nesse tempo?

Luís Graça, quando tornares a fazer um inquérito questiona tudinho, mais do que questionavam os comandantes

Cumprimentos

Anónimo disse...

Boa tarde,

Todos os que pertenceram ao STM sabem o que eram os relatórios diários que o coronel Pereira da Costa identifica como SITPES a que nós, desconheço se existe aqui algum erro, tal como desconheço a razão pela qual nós chamávamos SITREP e que era uma estopada de transmitir e receber por ser codificada com palavras de cinco letras sem sentido ou ligação (XPBGD, HVTRC etc.)o que dificultava imenso caso houvesse qualquer erro.

Quanto à moral das tropas, o facto de estarmos sempre desejando vir embora quanto antes não quer dizer que a moral das tropas, na sua generalidade, fosse má, mas era um desejo de todos, quase posso afirmá-lo, ou então convivi com mais mentirosos do que pensava.

Quanto à proposta do António Rosinha estou de acordo, havia por vezes um cansaço maior por culpa de alguns que eram responsáveis pelo comando das tropas...

Mas esse período já passou e também já passou muito tempo sobre ele, parece-me ser um assunto que só nos interessaria a nós, para quê lembrar o que nada altera ou interessa e não é importante.

Um abraço,
BS

António J. P. Costa disse...

Ao Camarada BS quero recordar que o acrónimo SITREP provem de Situation Report e designa um documento diário transmitido em MSG. A sigla e o procedimento vêm da nossa inclusão da NATO.
Creio que todos os exércitos ocidentais o fazem em situações de campanha.

O documento a que me refiro era mensal e feito em papel com um articulado previsto nas NEP a que me refiro no texto.

Das duas últimas intervenções fica provado que a das razões que o Brig. Soares Louro apontou, era a sétima a mais importante: era necessário regressar e depressa. Atrevo-me a dizer, (correndo alguns riscos) e "quem viesse atrás que "fechasse a porta" e (talvez) apagasse a luz...

Um Ab.
António J- P- Costa

Luís Graça disse...

Alguém tem ? Já leu ? Quer comentar ?


SOUSA, Fernando Louro de
A subversão no ultramar : comunicação proferida na sessão comemorativa do 120.º aniversário da revista militar / Fernando Louro de Sousa. - [S.l. : s.n.], 1968 (Lisboa : Tip. L.C.G.G.. - 18, [1] p. ; 24 cm. - Separata da Revista Militar.
Descritores: Terrorismo | Angola | Moçambique | Guiné-Bissau | História
Cota: 5-27-37-171|BGUC

Luís Graça disse...

Talvez o José Matos nos possa arranjar:

Vem na "Revista Militar", 1968,ano 20, nº 6 (junho), pp. 385-400.

[145471]
SOUSA, Fernando Louro de
A subversão no ultramar / Fernando Louro de Sousa
In: Revista militar. - ISSN 0873-7630. - A.20,nº 6 (Jun. 1968), p. 385-400
Descritores: Movimento de libertação nacional | Violência política | Forças armadas | África lusófona
Cota: 3873|BIBEx

António J. P. Costa disse...

Olá Camarada
Tenho e já li como é óbvio.
A BibEx também tem.
Como disse é interessante, embora não enumere nem se refira às tais "causas".
Julgo que a Revista Militar tem as suas edições on-line para os interessados.
Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Ao Camarada António Pereira da Costa quero agradecer a chamada de atenção, pois uma leitura menos atenta pode causar erros como aquele que cometi, o seu texto referia um relatório mensal e eu tomei-o como o relatório diário que tanto trabalho dava, o que efectivamente é diferente.

Um abraço.
BS