Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional de Cantanhez > Iemberém > 9 de dezembro de 2009 > 15h50 > Macaco fidalgo vermelho (ou fatango, em crioulo). Espécie, nome científico: Procolobus badius. Em inglês, western red colobus. É uma espécie ameaçada, fundamentalmemte devido à caça e à desflorestação. (*)
Por esta altura, havia uma jovem bióloga portuguesa, a fazer o seu doutoramento em Inglaterra, com um estudo sobre os babuínos da Guiné-Bissau.Verificamos com muita satisfação, passados quase 8 anos (!), que a Maria Joana Ferreira da Silva doutorou-se em 2012 e trabalha agora em Portugal, na CIBIO-InBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, Universidade do Porto. Demos lhe em 2009 uma ajudinha para contactos e entrevistas (**), a par dos nossos amigos da AD - Acção para o Desenvolvimento, ONG à frente da qual estava o nosso saudoso amigo Pepito (1949-2014)... O nosso blogue cumpre, também assim, a sua missão como "fonte de informação e conhecimento"...mas também de tomada de consciência dos problemas ecológicos, globais, regionais e locais,,,
Guiné > Região de Tombali > Cufar > CCAÇ 4740 (1972/73) > O "Pifas", mascote da companhia...
Foto: © Luís Mourato Oliveira (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Em muitos aquartelamentos das NT, durante a guerra colonial, havia animais destes, em cativeiro... Macaco-cão, macaco-kom, uma espécie que nos era familiar...Nome científico: Papio hamadryas papio.
No mato, era, para as populações e para os guerrilheiros do PAIGC, uma das principais fontes de proteína animal. As populações sob o nosso controlo, ou que viviam perto dos nossos aquartelamentos e destacamentos, também os caçavam, mais ou menos furtivamente. Mas era frequente, quando em operações, avistarmos bandos de 100 ou mais babuínos em estado selvagem nas matas e florestas do triângulo Xime-Bambadinca-Xitole, em finais dos anos 60 / princípios dos anos 70...
A sua caça chegou a ser proibida pelas autoridades da Guiné-Bissau logo a seguir à independência... Mas foi sol de pouca dura... Nos últimos 30/40, a população guineense de babuínos tem vindo a decrescer dramaticamente, devido à combinação de diversos factores:
(i) mudanças no território devidas às plantações extensivas de caju, que ocupavam já no início do séc. XXI mais de 2/3 de toda a terra arável da Guiné-Bissau; (ii) a desflorestação ilegal, devido à procura externa de madeira exótiocas (por ex., pau sangue); (iiii) caça intensiva praticada por grupos de militares como forma de compensação extra-salarial; (iv) crescente procura da carne de macaco-cão e de outros primatas (macaco-fidalgo, etc.), como produto "gourmet", pelos restaurantes de Bissau e periferia; (v) o uso da pele do babuíno pelos praticantes da medicina popular tradicional; e., por fim , (vi) o tráfico de juvenis para alimentar o mercado interno de animais de estimação.
Fonte: Adapt. de Maria J. Ferreira da Silva, Catarina Casanova & Raquel Godinho - On the western fringe of baboon distribution: mitochondrial D-loop diversity of Guinea Baboons (Papio papio Desmarest, 1820) (Primates: Cercopithecidae) in Coastal Guinea-Bissau, western Africa. "Journal of Threatened Taxa" | www.threatenedtaxa.org | 26 June 2013 | 5(10): 4441–4450
[Consult em 10 de novembro de 2016]. Disponível em: http://threatenedtaxa.org/ZooPrintJournal/2013/June/o321626vi134441-4450.pdf
I. INQUÉRITO 'ON LINE':
"NUNCA COMI MACACO-CÃO (BABUÍNO) NA GUINÉ" (***)
Respostas (preliminares) (n=35), às 23h30 de ontem
1. Nunca comi > 21 (60,0%)
2. Comi e não gostei > 4 (11,4%)
3. Comi e gostei > 4 (11,4%)
4. Não tenho a certeza se comi > 6 (17,2%)
Total > 35 (100,0%)
O prazo para resposta ao inquérito termina no dia 17/11/2016, 5ª feira, às 7h32. Esperamos até lá obter 100 ou mais respostas.
II. Seleção de comentários dos nossos leitores:
(i) Henrique Cerqueira (****)
Eu nunca comi macaco-cão, mas experimentei comer macaco doutra espécie (o mais avermelhado) que pelos vistos era vegetariano [ fatango, em crioulo, macaco fidalgo vermelho, vd. foto acima].
A sua carne depois de cozinhada tinha o aspecto da carne de gazela e sabor idêntico a carne de mato. Não era mau de todo e como a fome de carne era muita até se safava. O pior era quando se via o animal após ter sido chamuscado para queimar o pêlo como se faz ao porco.É que parecia uma criança autêntica.
Mas a minha experiência gastronómica também passou por comer calau ou urubu que os civis chamavam de pato da bolanha. Quando chegavam ao nosso poder já vinham devidamente esfolados e sem alguns apêndices que os identificavam . E assim sendo a fomeca apertava, o paladar não era mau e as cervejas (basucas) empurravam muito bem o repasto.
Outro dos petiscos muito apreciados eram o porco espinho do mato e o papa formigas.Que em Bissorã apreciam com alguma frequência à venda pelos civis.
Só não experimentei comer cobra e rato do mato porque para mim eram mesmo repugnantes, mas para os meus soldados africanos [, da CCAÇ 13,] era um petisco de tal ordem que,. mesmo que estivéssemos em missões, eles quebravam todo o silêncio e entravam numa euforia tal que toda a segurança que tivéssemos montada ficava desde logo comprometida.
Foram experiências interessantes e às vezes até de recurso.
(ii) José Nascimento (****)
Mesmo tendo passado alguma fomimha, nunca comi carne de macaco, mas houve alguns elementos do meu pelotão [, CART 2520, Xime e Quinhamel, 1969/70, ] que comeram, não sei em que condições.
Pelo Mato de Cão passei por lá uma vez, fiz o percurso entre Bambadinca (atravessei o Geba) e o Enxalé. Deve ter sido em Abril-Maio de 1970. Não vimos vivalma, só tabancas abandonadas.
(iii) José Nunes (****)
Aquando da montagem eléctrica da Carpintaria Escola de Cumura, comia na Missão de Padres Italianos.
Um dia ao almoço veio para a mesa umas travessas com aves,pois muita alimentação era feita à base de caça, patos, galinhas do mato... Como não sou amante de aves esperei que viesse algo mais, então surgiu uma travessa com carne, uns "bifinhos" jeitosos, e o rapaz aviou-se... Ao dar a primeira dentada, pensei, estes "italianos" são mesmo malucos, temperar a carne com açúcar....
Lá fui mordiscando, quando do topo da mesa o Padre Settimio me diz: "desculpa, não sei se gosta de macaco ?!"... Já não consegui comer mais...
Depois da independência, D. Settimio Ferrazzeta veio a ser o 1º bispo da Guiné. Passei momentos inesquecíveis nesta Missão que na altura abrigava todos os leprosos da Guiné, as "pastas" eram feitas na Missão e como eram deliciosas!
(iv) Artur Conceição (*****)
(...) Comi macaco em Bissau num restaurante que tinha essa especialidade, e que ficava localizado numa rua em frente aos Correios, para o lado do Forte da Amura, uma ligeira subida do lado esquerdo.
O nome 'cabrito pé da rocha' para mim é novidade (...).
(...) Eu comi porque me garantiram que era macaco fidalgo, porque. sem tal garantia, o macaco cão penso que não seria capaz de comer, sendo que uma das razões era exactamente o contacto que tinha com eles, o macaco cão.
Para além de macaco fidalgo confeccionado em restaurante, e que já não posso dizer se gostei ou não, comi também gazela, uma ou duas vezes, javali, várias vezes, águia e raposa uma vez. Cobra... embora digam que é um petisco, penso que era mais fácil comer capim. (...)
O nome 'cabrito pé da rocha' para mim é novidade (...).
(...) Eu comi porque me garantiram que era macaco fidalgo, porque. sem tal garantia, o macaco cão penso que não seria capaz de comer, sendo que uma das razões era exactamente o contacto que tinha com eles, o macaco cão.
Para além de macaco fidalgo confeccionado em restaurante, e que já não posso dizer se gostei ou não, comi também gazela, uma ou duas vezes, javali, várias vezes, águia e raposa uma vez. Cobra... embora digam que é um petisco, penso que era mais fácil comer capim. (...)
________________
Notas do editor:
(*) Vd.. poste de 27 de dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5548: Álbum fotográfico de João Graça (2): O Fatango ou macaco fidalgo (Procolobus badius) do Parque Nacional do Cantanhez
(**) 13 de janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3734: Fauna & flora (8): O estudo do Papio hamadryas papio (Maria Joana Ferreira Silva)
(...) O meu projecto de doutoramento tem três principais objectivos: (i) Determinar o estatuto de conservação dos babuínos da Guiné na Guiné-Bissau. (...); (ii) Investigação de aspectos socio-ecológicos (...); (iii) Investigação da história demográfica passada (...)
(***) Último poste da série > 4 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16684: Inquérito 'on line' (81): a avaliar pelo total de respostas (n=91), só uma minoria (15%) refere a existência de casos de deserção (n=15) na sua unidade (companhia ou equivalente)... Menos de metade do que terá ocorrido na metróple (=34)... Impossível saber se há casos repetidos... A nossa estimativa, grosseira, é de 500 casos de deserção em toda a guerra: 2/3 na metrópole, 1/3 no TO da Guiné
(****) Vd. poste de 10 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16706: De Cufar a Mato Cão, histórias de Luís Mourato Oliveira, o último cmdt do Pel Caç Nat 52 (2) - Experiências gastronómicas (Parte II): Restaurante do Mato Cão: sugestões de canibalismo, bom pão e melhor... macaco cão no forno com batatas!
(****) Vd. poste de 10 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16706: De Cufar a Mato Cão, histórias de Luís Mourato Oliveira, o último cmdt do Pel Caç Nat 52 (2) - Experiências gastronómicas (Parte II): Restaurante do Mato Cão: sugestões de canibalismo, bom pão e melhor... macaco cão no forno com batatas!
(*****) Vd. poste de 16 de janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3747: Fauna & flora (9): Do macaco-cão ao macaco-fidalgo... à mesa (José Nunes / Artur Conceição)
13 comentários:
Numa companhia africana como a C CAÇ 16 onde estive, não era dificil passar por experiências de gastronomia diferenciada. Recordo- me de ter comido macaco pelo menos por duas vezes.
A primeira na companhia, embora com alguma relutância acedi à experiência, confeccionada por furriéis africanos.
Depois e numa das idas a Bissau, numa tasquinha da qual não me recordo o nome que fornecia bitoque de macaco com batata frita por um preço bastante acessível.
Em resumo foi mais uma das minhas vivências na Guiné que recordo com nostalgia.
Um grande Alfa Bravo para todos os tabanqueiros
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Carlos Galaio
Bife de macaco normal com batatas fritas e ovo estrelado, comi algumas vezes e não desgostei [ Resposta 3]. Em Mansoa, no Cumeré e em Bissau.
Mario Gualter Pinto
Não tenho a certeza se comi [ resposta 4]. Em Bissau falava-se na altura que vários restaurantes serviam bifes de macaco cão por vaca nos bitoques. Agora uma coisa é certa, por diversas vezes vi no mato, macacos esquartejados dos traseiros! Porquê? Não sei!
Victor Garcia
Que me fosse dado conhecimento do que iria comer nunca aconteceu, e portanto deduzo que nunca comi [resposta 1]. Por arrasto posso dizer que comi sim, Urso Formigueiro e Porco Espinho e gostei de ambas as carnes.
Albano Costa
Comi, mas não sabia que o estava a comer, mas acabei por gostar [resposta 3].
Manuel Amaro
Eu penso que não, mas a D. Carlota de Nhacra dizia que alguns de nós já tinham comido.... Nunca me preocupei com isso [resposta 4].
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Guilherme Delfim
Comi e gostei com umas batatinhas e 2 ovos. Em Nova Lamego não sei se era fome mas que estava bom, estava [resposta 3].
Francisco Cunha
Eu nunca comi carne de macaco (1) mas sei que o pessoal indígena, esse, sim, comia-no.
Armenio Conceição
Comi macaco, mas não sei se era cão ou cadela!!! Comi Leopardo, Porco Espinho, Urso Formigueiro, sei lá o que mais comi!!! (3)
Jose Arroja
Tal como o camarada Almiro Gonçalves, só depois de ter comido me foi mostrada a pele do "cabrito"! (2)
Joaquim Pinto Ferreira
Eu estive em Jolmete, uma aldeia muito pequena que era comandada mílitarmente em Pelundo (muito perto de Teixeira Pinto).Eramos abastecidos todas as semanas por uma avioneta a qual aproveitavamos para ir a Bissau quando alguém estava stressado.
O comandante era um capitão Miliciano do qual não me lembro o nome porque estive lá pouco tempo mas nunca negava esse privilégio. Nunca passei fome,nunca comi macaco, embora tivesse comido muitas vezes arroz com marmelada. Posso dizer-vos que era o menu da messe e do refeitório. Agora macaco, nunca comi nem nunca ouvi dizer alguém que tivesse comido. (1)
Víctor Alzamora
Como o camarada Almiro, também passei por isso, mas depois com conhecimento, tornei a fazê-lo e gostei. (3)
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Joaquim Pinto Ferreira
A maior parte da minha tropa foi passada em Aldeia Formosa. Passei aquele tempo onde os abastecimentos eram raros e os fumadores tiveram muita dificuldade em comprar tabaco. Comi gazela, comi porco bravo (javali), comi muitas galinhas roubadas na população. Mas macaco, nunca! (1)
José Maria Serra
No mato nunca comi (1). Em Bissau (restaurante) não sei !!! O prato vinho feito e ...SABIA DEMAIS!
Víctor Alzamora
A carne que mais gostei até hoje foi sem dúvida a de gazela. (4)
Augusto Carolino Carvalho
Não comi (1) e nem gostava de os ver matar, pois eles choravam que pareciam pessoas a chorar.
Teixeira Carneiro Martinho
3 -Comi E gostei, no dia seguinte me disseram o que era. Bambadinca 71/74.
Joaquim Francisco Gonçalves
Não tenho a certeza (4), mas sabendo não comia.
Manuel Mendes-Ponte
Vi matar muitos mas nunca comi (1), em Farim na tasca do Pedro Turra diziam que comiam pensando que era gazela.
Fernando Fp
Nunca comi e não comeria pois gostava desses animais (1).
Rui Rufino
Comi e gostei (3). Buruntuma 70 / 72.
Jose Augusto Cortes Cortes
Quando vínhamos a Bafatá, comíamos umas bifanas que diziam ser de macaco cão. Que eram bem boas, eram! (3)
Helder Alves
Comi em Teixeira Pinto, estava tão picante que nem tomei o gosto da carne! (2)
Carlos Contente
Não comi (1) e penso que não seria capaz de comer. Piche 70/72
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Candido Cunha
(Resposta 1) Quem sabendo ,comeu, mesmo passados quarenta e cinco anos, não era, nem é boa rolha.Isso se se passou ,envergonha-nos !
Luis Mourato Oliveira
Segundo a opinião do Cândido Cunha não sou boa rolha! Comi e gostei (3).
José Silva Marcelino Martins Comi e gostei, e sabia o que estava a comer (3).
Achei muito semelhante a cabrito.
José Moreira
Em Canquelifá (zona Leste/Piche) penso nunca ter comido (1) e havia bastantes na bolanha macaco-cão, entre Canquelifá e Dunane.
Manuel Passos
Vou contar como foi que comi pela primeira vez, macaco -cão...
Galomaro-zona leste da Guiné, tinha chegado um "periquito" Alferes que não recordo o nome,perguntou a um outro alferes (nome não digo) do (PEL. REC.)que tinha ouvido dizer que cabrito guisado com batatas era uma delicia, fizemos (PEL. REC. um jantar só que não conseguia-mos arranjar dois cabritos alguém falou num macaco cão e então vai dai veio para a mesa, separado para que não houvesse misturas,a meio o Alferes , do (PEL.REC.)perguntou ao ALF. "periquito" que achava do petisco, diz o "periquito" saboroso é melhor do que me tinham dito,eu e mais os que sabiam ficamos a olhar uns para os outros e provamos,e não é que era bom. O pior foi quando o Alferes do (PEL.REC.) lhe disse que o que ele comeu era macaco, o homem quase votou os dedos na boca para por tudo fora, mas como viu mais pessoal a comer do mesmo tacho o do macaco-cão lá continuo-ou o jantar mas comendo do outro tacho o do cabrito.
E assim na falta de patacão (pesos) lá tinha que ser macaco-cão... GOSTEI !!!! (3)
(PS) Não revelo nomes dos ditos por motivos óbvios.. ABRAÇO.
Jose Carlos Pereira Macedo Comi e gostei. (3)
Almiro Gonçalves
Em Bambadinca Tabanca foi onde comi melhor,grandes bifes de porco do mato apanhado na bolanha.
Ernesto Marques
Vi comer muitos e gatos também, eu nunca consegui, nem queria ver mata-los. (1)
Domingos Ferreira Pinto Vi comerem não comi e jamais comeria gostava e gosto de macacos (1).
Cláudio Sergio Teixeira
Não comi (1).Em Cancolim(leste) da Guiné,não havia esse hábito na população Fula e Futa-fula e nossas tropas.
Manuel Carvalho
Comi macaco (3), jiboia, lontra e provei abutre mas era muito duro e quem esteve na Guiné pode ter comido macaco a pensar que era outra coisa.Sei que alguns comeram e ainda hoje pensam que não.
Luciano Vital
Comi sem saber e comi sabendo (3).Lembras-te, Candido?
Antonio Mendes Godinho
Comi sem saber e gostei,é parecido com cabrito.(3)
José António Costinha
Nunca comi (1), Como diz o Sergio não havia esse Hábito em Cancolim.
Toni Martins do Vale
Eu comi sem saber, o pior foi os vómitos. (2)
José Rodrigues Firmino
Comi estufado com ervilhas em grão, gostei (3) mas por certo hoje não comeria
Eduardo Salles
Não comi ,nem quando a Ração de Combate acabava ! (1)
Manuel Correia de Sá
Comi "sem saber"...Não havia mais nada pro refugado... (3)
João Abreu
Nunca comi (1) também não estive na Guiné,em Angola nuca vi nem me apercebi se alguém comeu.
Vasco José Abrunhosa Nunca comi (macaco-cão). (1)
Joaquim Mexia Alves Apenas para esclarecer que aquele macaco-cão não foi comido, pelo menos por mim! (1)
Edmundo Neves
Comi gato bravo e digo-vos é mais saboroso do que coelho (Angola) (3)
Rogerio Cardoso
Em 1964 no Rest. Asdrubal em Bissau (próximo da Amura) vendia costoletas de macaco-cão por porco. Claro que ninguém sabia, mas um dia uma patrulha nossa intercetou um nativo com um bicho daqueles ás costas e interrogou-o, sendo respondido que era para o Asdrubal e com muita frequência. Pois deu azo a uma cena das antigas no estabelecimento, onde tudo voou. Portanto, eu e muitos camaradas comemos sem saber, e o que posso dizer é que ninguém morreu por isso, nem ficou a ladrar. (3)
Só ontem soube com desgosto ,que houveram camaradas que comeram macaco-cão ,e outro ainda gaba-se de ter comido macaco-fidalgo e ter gostado. Não me sabia tão ingénuo ,ou então, cada vez mais tenho a certeza que a minha CART-11 ,era especial. Tal como nós humanos,o macaco-cão ,é um dos 163 primatas conhecidos .Quase da "família".Quase canibalismo . Tiveram assim tanta fome ?
Luciano Vital
Comi sem saber e comi sabendo (3).Lembras-te, Candido?
Nunca tive a "honra" de conhecer este Luciano Vital .
Será a mim que ele pergunta ?!
É verdade, Cunha.
Os macacos são primatas como nós, logo quem comeu macacos é canibal.
Mas que grandes macacões eles eram, macacões e esfomeados. Ainda bem que as
primas estavam longe, com a fome que tinha lá ia uma coxa da prima.
Na nossa CART.11 'Os Lacraus' os nossos soldados eram todos fulas e nunca ouvi,
que me lembre, alguém dizer ter comido carne de macaco. A sua alimentação era,
essencialmente, uma papa de farinha de milho painço, depois como eram desarran-chados passaram a comer arroz que compravam na cantina, acompanhado com um pre-
parado de umas 'ervas', ou com um 'guisado' de carne de 3ª. (muita tripa e pouca
carne) de galinha ou vaca.
Abraços
Valdemar Queiroz
Caros amigos,
Antes de mais quero felicitar o Luis Mourato oliveira pela sua entrada e pelas boas "nobas" que nos tras e que vem refrescar os assuntos e a tematica da nossa TG, contudo, relativamente ao presente Poste, gostaria de chamar atencao de que, tratando-se da Guine, em virtude da sua rica variedade natural, social e etnica, mais uma vez, nao podemos generalizar, isto a proposito dos simios e em particular dos macacos em geral.
Assim, nao concordo com a afirmacao do mesmo em como "Os guineenses comiam macaco cão com regularidade, esta iguaria era até muito apreciada e havia quem achasse a carne do macaco semelhante à do cabrito".
Para vossa informacao, os muculmanos em geral estao interditos pela tradicao e sobretudo pela religiao de comer macacos e pelo facto de um ou outro o fazer nao invalida esta proibicao que, como deverao saber, vem dos tempos hebraicos (Tora de Moises) onde consta a listagem dos animais que seriam licitos e ilicitos aos filhos de Israel e que por heranca passa tambem para os seguidores do Profeta Mohamed.
Com um abraco amigo,
Cherno Balde
Caros amigos,
Antes de mais quero felicitar o Luis Mourato oliveira pela sua entrada e pelas boas "nobas" que nos tras e que vem refrescar os assuntos e a tematica da nossa TG, contudo, relativamente ao presente Poste, gostaria de chamar atencao de que, tratando-se da Guine, em virtude da sua rica variedade natural, social e etnica, mais uma vez, nao podemos generalizar, isto a proposito dos simios e em particular dos macacos em geral.
Assim, nao concordo com a afirmacao do mesmo em como "Os guineenses comiam macaco cão com regularidade, esta iguaria era até muito apreciada e havia quem achasse a carne do macaco semelhante à do cabrito".
Para vossa informacao, os muculmanos em geral estao interditos pela tradicao e sobretudo pela religiao de comer macacos e pelo facto de um ou outro o fazer nao invalida esta proibicao que, como deverao saber, vem dos tempos hebraicos (Tora de Moises) onde consta a listagem dos animais que seriam licitos e ilicitos aos filhos de Israel e que por heranca passa tambem para os seguidores do Profeta Mohamed.
Com um abraco amigo,
Cherno Balde
Caros amigos,
Antes de mais quero felicitar o Luis Mourato oliveira pela sua entrada e pelas boas "nobas" que nos tras e que vem refrescar os assuntos e a tematica da nossa TG, contudo, relativamente ao presente Poste, gostaria de chamar atencao de que, tratando-se da Guine, em virtude da sua rica variedade natural, social e etnica, mais uma vez, nao podemos generalizar, isto a proposito dos simios e em particular dos macacos em geral.
Assim, nao concordo com a afirmacao do mesmo em como "Os guineenses comiam macaco cão com regularidade, esta iguaria era até muito apreciada e havia quem achasse a carne do macaco semelhante à do cabrito".
Para vossa informacao, os muculmanos em geral estao interditos pela tradicao e sobretudo pela religiao de comer macacos e pelo facto de um ou outro o fazer nao invalida esta proibicao que, como deverao saber, vem dos tempos hebraicos (Tora de Moises) onde consta a listagem dos animais que seriam licitos e ilicitos aos filhos de Israel e que por heranca passa tambem para os seguidores do Profeta Mohamed.
Com um abraco amigo,
Cherno Balde
Caro Cherno Baldé
Ficámos todos apanhados pela tua Guiné
Os nossos soldados eram todos fulas.
Sei que a respeito dos velhos ,crianças
e respeito pelos animais, não tinham nada
a aprender connosco.Isto ainda a propósito
dos macacos.
Abração
Passados uns meses a comer arroz e massa com chouriço às vezes só com o cheiro do mesmo, ao passar pela caserna do pessoal do meu pelotão que era de incorporação da Guiné senti um cheiro muito bom. Só depois de comer é que me disseram que era macaco-cão. Comi e gostei e nunca mais passei fome. O meu pessoal em Cameconde saí para apanhar cola que era vendida ao cantineiro de Cacine, que por sua vez revendia à Casa Gouveia. Caçavam o macaco-cão e com granadas ofensivas lançadas na rio apanhavam peixe e às vezes um jacarézinho que era muito saboroso. Saudações. J.D. Sousa e Faro
Ex-Fur. Milª Artª
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