1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Novembro de 2016:
Meus queridos amigos,
Dos cerca de 40 livros que escrevi, este foi o mais doloroso.
Como na tragédia grega, eu já conhecia o final, trágico e nebuloso. Anda um autor dois anos a vasculhar papel e a organizar 40 anos da vida de um novo Estado onde, pela extrema combatividade da guerrilha e da natureza genial do seu líder, Amílcar Cabral, procura superar assassinatos, execuções, genuínos e falsos golpes de Estado, e tem que questionar-se amargamente que futuro está destinado a este belo e paupérrimo país.
O que venho pedir-vos é a vossa companhia neste lançamento, a apresentação fica a cargo de dois renomados investigadores, Eduardo Costa Dias e António Duarte Silva, cabe-lhes falar sobre este empreendimento que é um pontapé de saída para que um dia se escreva, com mais fundamentos e factos comprovados, e numa sequência narrativa científica a História da Guiné-Bissau.
Não é preciso que adquiram o livro, visitem primeiro o Museu da Farmácia e oiçam depois um recital de Korá por um dos griots guineenses mais afamados, mestre Braima Galissá.
Antecipadamente grato pela vossa presença.
O Museu da Farmácia fica na Rua Marechal Saldanha, junto ao miradouro de Santa Catarina, metro Baixa-Chiado, elevador da Bica, elétrico 28.
A visita gratuita ao museu é entre as 17 e as 18h.
Junto o texto da contracapa do meu livro.
Um abraço do
Mário
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Guiné-Bissau, povo mais esperançado e afável não há
Aqui se contam histórias que excedem meio século. Um engenheiro especializado em erosão de solos pôs em movimento uma luta pela independência, juntou numa só pessoa o construtor de uma nacionalidade, um hábil diplomata, um exímio cabo-de-guerra, um ideólogo de pensamento singular, tudo somado deu um líder revolucionário que surpreendeu Che Guevara e que Nelson Mandela admirava profundamente.
São também histórias de uma República que devorou muitos filhos da revolução, uma nação que continua a ter extrema dificuldade em reconhecer-se no Estado. A nação é surpreendente, aquele mesclado de etnias revê-se na bandeira e no solo pátrio, expulsou invasores e nunca abandona a esperança de que depois das últimas eleições os políticos escolhidos vão alevantar o Estado. Um povo sedento de justiça aguarda dias melhores.
São estas algumas dessas histórias que aqui se contam por alguém que nunca quebrou o feitiço guineense.
Porque nunca o preço do amor pela Guiné é ou será excessivo.
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Nota do editor
Último poste da série > 18 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16734: Agenda cultural (512): "A Europa a ferro, fogo e gás (1914-1918)", de Graça Fernandes: apresentação do livro pelo cor inf ref Manuel A. Bernardo, 3ª feira, dia 22, às 18h00, no Palácio da Independência, Lisboa
1 comentário:
O meu aplauso, Beja Santos. Homem com uma vida extraordinária nas suas causas e na forma como nos delicia com seus escritos. Quem assim corre não precisa de votos de bons êxitos, ele corre em cima deles e com eles. Abraço
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