terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18245: Memória dos lugares (371): Buba, o espaldão do morteiro 81 e os Pel Mort [1086, 1242, 2138, 3020...] que por lá passaram


Inscrições:

Lado esquerdo: P M 3020  71-73 | SALGADO   [Pel Mort 3020 1971-73, mobilizado pelo RI 15, Tomar,em setembro de 1973; Salgado devia ser o apelido de um dos militares que trabalharam na construução ou, melhor, na manutenção do espaldão, c. 1971-73];

Lado direito: Pel Mort 213 [8] [, mobilizado pelo BC 10, Chaves, em agosto de 1969.



Inscrição: P M 3020  71-73 | SALGADO


Inscrição na parte de cima do paredão interior: P M 1086   [mobilizado pelo RI 15, Tomar, em maio de 1966]  |  [P M] 1242 [mobilizado pelo BC 10, Chaves, em outubro de 1967...]


Inscrição: P M 1086 | [ P M] 1242


Por este detalhe do espaldão do morteiro 81 (*), verifica-se que afinal não era obra do BENG 447, mas sim dos "artistas da casa", com bidões cheios de areia, com secções cheias de areia ou terra (já que não havia muita pedra na Guiné...), com as paredes revestidas de chapa de bidões... e na parte superior "acimentadas"... Uma canhoada em cheio rebentava facilmente o espaldão... Visto de cima e de longe, parecia todavia ser uma construção sólida...

 Guiné-Bissau >Região de Quínara > Buba > Esquadrão de morteiro 81 >  Em forma concêntrica, com dois anéis...

Casa Comum > Fundação Mário Soares > Arquivo Amílcar Cabarl > Pasta: 05360.000.325 > Espaldar de morteiro 81. Já existia no tempo do Pel Mort 2138 [, Buba, 1969/71]. Os Pel Mort que por lá passaram a seguir ou  antes [Pel Mort 1086, Pel Mort 1242, Pel Mort 3020...] (**) foram fazendo a respetiva manutenção e deixaram lá a sua "assinatura"...

Como o espaldão está desativado, a foto deve ser posterior à retração do dispositivo das NT, em meados de 1974.

Citação: (1963-1973), "Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139, do exército português.", CasaComum.org, Disponível HTTP:http://hdl.handle.net/ 11002/fms_dc_44169 (2018-01-20)




Guiné-Bissau > Região de Quínara > Buba > Maio de 2013 > "Por aqui passou o Pel Mort 1242 (1967/69)"... Restos do seu memorial, com o respetivo brasão e a lista do pessoal  (posto e apelido) (***)

Foto (e legenda) : © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] (****)




Espaldão do morteiro 81, junto ao arame farpado e virado para o rio, ao tempo do Pel Mort 2138 (Buba, 1969/71). Local do impacto de uma granada de canhão s/r, do PAIGC. noutro ataque a seguir ao de 12/10/1969.

Foto (e legenda): © Fernando Oliveira ("Brasinha") (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 23 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18244: (D)o outro lado do combate (17): ataque a Buba em 12 de outubro de 1969, ao tempo da CCAÇ 2382 e Pel Mort 2138: os fracassos assumidos pelo PAIGC (Jorge Araújo)

(**) Vd. poste de 15 de janeiro de  2018 >  Guiné 61/74 - P18214: Pelotões de Morteiros mobilizados para o CTIG: elementos históricos e estatísticos (Jorge Araújo)

(***) Vd. poste de 30 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11653: Em busca de... (223): Pessoal do Pel Mort 1242 (Buba, outubro de 1967/ agosto de 1969) cujos nomes ficaram gravados na "pedra de Buba"... O que é feito de ti, camarada Clemente, ex-alf mil e comandante? E de ti, Simão? E de ti, Laginha?... E de vocês todos, 44 anos anos depois de terem regressado no T/T Uíge, em 23/8/1969?

8 comentários:

Valdemar Silva disse...

Luís, excelente trabalho de pesquisa, embora continue o imbróglio sobre a fotografia em análise. Já não é bem o imbróglio de como é que a foto foi parar ao
PAIGC, mas antes uma certa confusão quando bem analisada.
Por exemplo:
- Parece que o SALGADO seria quem escreveu, na parte de cima esq. da parede interior do Espaldão, o nome dos vários Pel. Mort., mas o nome do Pel. Mort 2138 escreveu no lado dt. da mesma parede, em que aparece o nome GUERRA. Aparece no Memorial do Pel. Mort. 1243, em penúltimo lugar do lado dt. um nome A. GUERRA ???? que talvez seja este.
- A numeração das posições de tiro marcada na parede de fundo do Espaldão parece ser do mesmo tipo de letra da de PEL.MORT. 213_(8), mas a numeração é bem diferente da marcada que aparece, na foto de Francisco Oliveira, apontada por um militar do Pel. Mort. 2138.

Valdemar Queiroz

Luís Graça disse...

Obriggado, Valdemar, pelo teu contributo. Não consigo ver a inscrição do "A. Guerra"... Mas sabe,os, pelo "Brasinha" que era o 1º cabo A[ntónio Silva] Guerra, do Pel Mort 2138, um dos quatros moradores deste "resort"...

O espaldão era habitado por quatro elementos que dormiam sobre as granadas dos morteiros, escreveu o "Brasinha":

lº Cabo António Silva Guerra (falecido recentemente);
Jorge Augusto dos Santos Franco (falecido pouco tempo após o término da comissão);
António Mendes de Freitas;
e Manuel Fernando Dias Oliveira ("Brasinha").

Na lista do pessoal do Pel Mort 1243 não aprece nenhum Guerra...

Bom dia!

Luís Graça disse...

Pel Mort 1242 e não 1243... Ampliando ainda mais a foto talvez se consiga ler o apelido "GUERRA"...

Luís Graça disse...

Se quiseres, isto tem um significado "antropológico": desde a pré-história que o "homo homo sapiens" aspira à fugaz eternidade: passei por aqui, sou o Guerra, pertencia oa Pel Mort 2138...

São pedaços de vida, de "condenados", "acorrentados no tempo e no espaço"... Mas foram "heróis"... Se não fossem estes quatro bravos do Pel Mort 2138, que deram uma imediata (e certeira) resposta ao ataque do PAIGC em 12/10/1969, o "Brasinha" podia não estar aqui hoje, vivo, para nos poder ajudar a legendar estas fotos do espaldão de morteiro 81...

Um abraço para os bravos do pelotão! LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...


O Pelotão de Morteiros n.º 3020 (RI 2 – Abrantes) ocupou o aquartelamento de Empada, entre Maio de 1971 e Março de 1973, diz-nos o José Martins. Devia ter um esquadrão em Buba.

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2016/02/guine-6374-p15780-consultorio-militar.html

Valdemar Silva disse...

Boa tarde, Luís.
É preciso grande pachorra, ou comportamento de Marechal, para às 06,57 horas estares na nossa 'grande parada' a tratares do imbróglio do Espaldão. Assim parecido
só o Napoleão, mas esse dormia em cima do seu próprio cavalo.
Para finalizar este imbróglio da fotografia do Espaldão, parece que a foto foi tirada por alguém (PAIGC) depois da saída da NT. O Francisco Oliveira 'Brasinha' pode explicar se 'PEL.MORT. 213_(8)' escrito no lado dt. à entrada do Espaldão foi feito no tempo dele. Também, ele pode explicar se o António Guerra, que fazia parte
do seu grupo, é ou não o mesmo A.GUERRA ??? que aparece escrito em penúltimo lugar
no lado dt. da placa Memorial do Pel. Mort. 1242.
Abraço
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

É caso para perguntar por onde anda a rapaziada das armas pesadas de infantaria... Apenas um terço dos pelotões de morteiro que estiveram no TO da Guiné, entre 1961 e 1974, é que pagam "imposto de palhota" aos régulos da Tabanca Grande...

Valdemar Silva disse...

Queria dizer Fernando Oliveira 'Brasinha'.

Queiroz