Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > "Porto fluvial", no Rio Fulacunda > Montagem de segurança > Um obus 14, rebocado por uma Berliet. Para o que desse e viesse... Mas eram mais de 15 toneladas de aço em movimento... Um conjunto com 15 metros de comprimento...
Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Infografia da emboscada de 22/2/1971, no decurso da Acção Mabecos, que envolveu forças do BCAV 2922, numa operação de escolta e segurança a forças de artilharia no trajecto Amedalai - Sagoiá - Rio Sagoiá - Rio Cimangru [... e não Camongrou] - Piche 4E545 - Rio Nhamprubana. As baixas das NT (3 mortos, vários feridos graves e ligeiros, 1 desaparecido...) foram todas da CART 3332 que ia na altura na cabeça da coluna.
Mortos nesse dia: 1º cabo at art Justino de Sousa Costa; sold at art Simplício Borges da Mota. sold at art João Peixoto de Araújo. Feridos graves: alf mil at art Art. José Agusto F.F.Rodrigues e sold at art Art. José Augusto S. Faria, mais 3 feridos ligeiros, todos do 3º Gr Comb da CART 3332. O 1º cabo at art Duarte Dias Fortunato, capturado pelo IN, foi liberto depois do 25 de Abril.
Foto (e legenda): © Domingos Robalo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Região de Gabu > Piche > Acção Mabecos > Rio Campa > 22 de fevereiro de 1971 > "10 segundos antes da emboscada. O 4º pelotão da CART 3332 abrigou -se na mata à direita onde estava postado,"
Guiné > Região de Gabu > Piche > Acção Mabecos > 23 de fevereiro de 1971 > Entre nevoeiro, pó e fumo: bombardeamento matinal, após uma noite dramática, à posição Foulamory (Guiné Conacri)
Notáveis fotos do ex-alferes at art Jorge Carneiro Pinto, CART 3332 (1970/72). Legendas: Eduardo Teixeira Lopes, ex-1º cabo trms, CART 3332 ( Bolama, Piche, Nhacra, Dugal,Fatim, Chgué, 1970/72) Reproduzida. aqui. com a devida vénia- Fonte: "A guerra nunca acaba para quem se bateu em combate": terça-feira, 22 de fevereiro de 2011 > Guiné : Operação Mabecos, 22 de fevereiro de 1971
1. A Berliet Tramagal GBC 8KT CLD tinha as seguintes dimensões : comprimento máximo: 7.28 m - Largura: 2.4 m- Altura: 2.7 m... O peso era uma brutalidade: 8 toneladas (sem carga). A peça rebocada devia ter outro tanto de comprimento...
Recorde-se que a peça 11.4 é mais comprida do que o obus 14... A viatura devia rebocar outro tanto peso: já não me lembro quanto pesavam aqueles mastodontes... E ainda faltam as granadas: 380, cada um com de 45 quilos mais ou menos (as de obus Agora ponham nove viaturas destas (Berliets ou equivalentes) a rebocar 9 bocas de fogo, com uma segurança mínima de 30 /40 metros entre cada uma, dava mais de meio de quilómetro (equivalente ao comprimento de 5 campos de futebol)...
Agora ponham mais 9 Unimogs e Whites - de acordo com o croqui acima reproduzido - além de 4 grupos de combate da CART 2332, 2 Gr Comb da CCAV 2749, 3 secções de milícia (=1 Gr Comb), mais 1 secção de morteiro 81, 3 Pel Art (Sare Bacar, Piche, Canquelifá)...o que dá 10 pelotões x 30 homens = 300 homens em armas...
Não se sabemos se a coluna ia toda motorizada ou se havia combatentes apeados... Temos no mínimo mais meio quilómetro... Numa picada no mato, com todos os obstáculos que surgem (árvores, curvas, buracos... mesmo sabendo que estamos na época seca), as forças envolvidas na Acção Mabecos quando se deslocavam para o objetivo e foram emboscadas, deviam parecer um cobra gigante com mais de um quilómetro da cabeça à cauda...300 homens, 9 bocas de fogo (não contundir om os morteiros 60 e 81...), mais de 400 granadas, cerca de 20 viaturas...
De qualquer modo era uma massa impressionante de homens e aço em movimento, dando até uma falsa sensação de segurança a quem ia, a 3 metros do solo, empoleirado...Mas, ao mesmo tempo, cada homem sente que pode ser um alvo a abater... Eu fiz escolta e segurança a várias colunas logísticas, com dezenas de viaturas, também passei por essa estranha sensação...
2. Recorde-se o que já aqui escrevemos sobre o Obus 14 cm:
(...), de origem inglesa, foi recebido em Portugal, em 1943, para equipar as Unidades de Artilharia pesada, substituindo os Obuses 15 cm T.R. m/918 e 15 cm / 30 m/41. O Obus foi concebido para tracção auto exercida pelo camião tractor de 8 ton A.E.C. (Matador) 4x4 MA/46 e pelo camião tractor de 8 ton Magirus – Deutz 4x4 MA78. Serviu operacionalmente nos teatros de guerra da Guiné, Angola e Moçambique, entre 1961 e 1974, tendo sido substituído, em 1987, pelo Obus M114 155mm/23"... O obus 14 pesava mais de 6 toneladas... Cada granada pesava c. 45 kg... Tinha um alcance de c. 15 km... e uma cadência de tiro de 2 granadas por minuto... Tinha uma guarnição de 10 militares... (Fonte: Exército Português).
Nota do editor:
(*) Último poste da série > 28 de setembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20184: Fotos à procura de... uma legenda (112) : Messe improvisada numa ponte em 26 de janeiro de 1968... Parte II (Jorge Araújo)
3. Em bicha de pirilau, ainda era pior: 250 homens (8 grupo de combate + carregadores e guias), separados de cinco em cinco metros, a progredir no mato, de madrugada, na antiga picada Xime-Ponta do Inglês, toda já coberta de mato, o comprimento da coluna era de cerca de 1300 metros, quando a cabeça caiu numa emboscada em L e a secção da frente foi toda massacrada à "roquetada"...
A cauda levou com armas pesadas, morteiro 81 e canhão s/ r... O IN teve tempo de sacar as G3 dos mortos e deixou-nos apenas os cadáveres o que restou deles: tripas, pernas, braços, trocnos, cabeças: 6 mortos, 9 feridos graves... enquanto a "cobra" se recompunha do tremendo fogachal que apanhámos à frente, a meio e atrás...
Foi a 26 de novembro de 1970, no subsetor do Xime, 4 dias depois da Op Mar Verde. O senhor major de operações tinha dado um estranho nome, esotérico, ao raio da operação que era para fazer manga de ronco nas hostes inimigas, enquanto o PAIGC lambia as feridas em Conacri: Operação Abencerragem Candente!...
Teve dedo de cubanos, tal como a emboscada sofrida, 3 meses depois, em Piche, na região do Gabu...Afinal, os nossos "crâneos" não aprendiam nada com os desaires dos vizinhos... Mas quem é que planeia uma operação destas, a nível de batalhão, num raio de uma guerra como aquela do toque e foge ?!.. .E com os olhos e os ouvidos da população do Xime que tinha "parentes no mato", tal como os de Nhabijões, ali ao lado ? 250 homens dão muito nas vistas...E para mais entrando e saíndo duas vezes no Xime...A segunda saída, por razões de segunda, devia pura e simplesmente ter sido anulada... Mas, não, a obsessão de "fazer ronco", a todo o custo, por parte do comando do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) deu em tragédia...
As grandes vítimas foram os "periquitos" da CART 2715, comandados por um jovem, mas bravo, capitão de artilharia Vitor Manuel Amaro dos Santos, para quem a guerra acabou nesse dia...
As grandes vítimas foram os "periquitos" da CART 2715, comandados por um jovem, mas bravo, capitão de artilharia Vitor Manuel Amaro dos Santos, para quem a guerra acabou nesse dia...
Sei do que falo porque, partindo do meio da coluna, fui dos primeiros camaradas da CCAÇ 12 (que atrás da CART 2715) a chegar à cabeça da coluna, para socorrer os feridos e resgatar os mortos... Ainda hoje tenho pesadelos quando me lembro do raio deste dia 26/11/1970...
4. Desafio aos leitores: qual o comprimento, de facto, da coluna que progredia de Piche para o Rio Campa, na fronteira, com 9 bocas de fogo e cerca de 400 granadas de artilharia para flagelar Foulamory, ali em frente ? E quantas toneladas de ferro, aço e carne humana deslocava a coluna ? Quem foi o génio militar que planeou uma operação destas ? (*)
Pelas minhas contas por alto, temos... x quilómetros, x toneladas... Façam alguma coisa, façam lá o TPC, camaradas....
PS - Não confundir esta Acção Mabecos com a Op Mabecos Bravios, dois anos antes (retirada de Madina do Boé, que culminou no desastre no Rio Corubal, em Cheche, na manhã de 6 de fevereiro de 1969: 47 mortos, afogados). Há uma diferença entre Acção e Operação... Não sei se existia, na altura, no território da ex-Guiné Portuguesa, o Mabeco (Lycaon pictus, "lobo pintado"), o cão selvagem africano... "A espécie já foi comum em toda a África subsaariana (exceto em áreas de floresta tropical ou densa e zonas desérticas). A sua distribuição geográfica actual limita-se ao sul da África especialmente em Namíbia, Zimbábue, Zâmbia, Botswana e sul da África Oriental na Tanzânia e norte de Moçambique. É uma espécie ameaçada de extinção", diz a Wikipédia...
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Pelas minhas contas por alto, temos... x quilómetros, x toneladas... Façam alguma coisa, façam lá o TPC, camaradas....
PS - Não confundir esta Acção Mabecos com a Op Mabecos Bravios, dois anos antes (retirada de Madina do Boé, que culminou no desastre no Rio Corubal, em Cheche, na manhã de 6 de fevereiro de 1969: 47 mortos, afogados). Há uma diferença entre Acção e Operação... Não sei se existia, na altura, no território da ex-Guiné Portuguesa, o Mabeco (Lycaon pictus, "lobo pintado"), o cão selvagem africano... "A espécie já foi comum em toda a África subsaariana (exceto em áreas de floresta tropical ou densa e zonas desérticas). A sua distribuição geográfica actual limita-se ao sul da África especialmente em Namíbia, Zimbábue, Zâmbia, Botswana e sul da África Oriental na Tanzânia e norte de Moçambique. É uma espécie ameaçada de extinção", diz a Wikipédia...
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 28 de setembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20184: Fotos à procura de... uma legenda (112) : Messe improvisada numa ponte em 26 de janeiro de 1968... Parte II (Jorge Araújo)
13 comentários:
Caro amigo Luis,
As perguntas sao deveras pertinentes, mas deixo aos combatentes o cuidado de analisar, fazer as contas e responder as tuas questoes.
Eu venho para informar que o nome da nossa selecçao nacional de futebol é precisamente o deste animal, Mabecos ou caes selvagens que, em crioulo da Guiné-Bissau se da pelo nome de "Djurtus". Provavelmente, em tempos idos, fazia parte da fauna local, pois a fama ficou nos contos tradicionais e na memoria colectiva dos Guineenses.
No inicio, ainda cheguei a pensar que "Djurtus" seria o nome das Chitas, animais felinos de uma extraordinaria beleza e velocidade de ataque, talvez o animal mais veloz de todos a curta e longa distancias, mas nao, era o cao selvagem, talvez o animal mais feio das savanas tropicais, imaginem, pese embora a sua capacidade incomum de resistencia e solidariedade colectiva.
Com um abraço amigo,
Cherno Baldé
Realmente, não lembra a um soldado básico.
Previamente, não sei se aconteceu, deveria ter sido feito patrulhamentos e montagem de segurança ao deslocamento das peças de artilharia de tamanha envergadura.
E a propósito de contas.
1 - Qual seria a distância, para lá da fronteira, em que se encontrava o objectivo a atingir com a artilharia?
2 - Qual o alcance máximo do obus 14?
3 - Qual a distância que seria necessário percorrer de Piche para atingir o objectivo?
Ora, como diria o outro, 320 milhões, mais 57 milhões…..é só fazer as contas.
Valdemar Queiroz
p.s. o mais provável é ter havido algo de inesperado.
Cherno, o mabeco terá existido na Guiné-Bissau no nosso tempo... Mas, com a guerra, fugiu, tal como outros predadores (incluindo o leão, a onça, etc.). No livro de leitura da 2ª classe, do PAIGC, impresso na Suécia, tenho ideia que lhe chamam... "lobo". Mas o livro não foi feito por um guineense... O que será hoje um "lobo" no imaginário das crianças da tua terra ?
Parece que no Senegal no parque nacional Niokolo-Koba, ainda existe um subpopulação de mabecos, havendo alguma esperança de que não se extingam tão cedo...
Lê aqui este artigo, bastante completo, na Wikipedia, em inglês:
https://en.wikipedia.org/wiki/African_wild_dog
(...) "Although only partially protected, L. pictus has increased in number since the 1990s in and around Niokolo-Koba National Park, thus making Senegal the best hope for the species in West Africa.(...)
Valdemar, boa(s) pergunta(s)... Mas que falem os artilheiros... O obus 14 tinham um alcance de 15 km, distância de Fulamory à fronteira (a olhómetro)... A peça 11.4, de menor calibre, tinha maior alcance que o obus 14... Daí haver, nesta barragem, quatro peças 11.4, do Pel Art de Piche...
Tens a carta de Piche (escala 1/50 mil)... De Piche até à fronteira, pelos meus dedos, não deviam ser mais do que 10 quilómetros... Mas tu sabes o que andar 10 km em trilhos e picadas, mesmo em viatura, já não digo a pé...
https://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial37_mapa_Piche.html
Obrigado, Cherno, ficamos a saber que "djurtu" é mabeco, ou cão selvagem, na Guiné-Bissau.- E que "djurtus" é a alcunha da seleção nacional de futebol...Se calhar é mesmo um nome de guerra "apropriado" (a esta coisas do futebol)...De facto, não é um animal "bonito", e tem as hienas, as onças e os leões acima, na hierarquia dos predadores... Talvez por isso são animais com forte coesão social, obrigados a cooperar e a trabalhar em equipa...
Mas não se confunde, às vezes,com o lobo no vosso imaginário ?... Ab, Luís
Luís
Se a base do PAIGC em Foulamory ficava no exterior a 15 km da fronteira, realmente a barragem da nossa artilharia teria que ser colocada praticamente junto à fronteira.
Então teria que ter havido, se calhar até houve, patrulhamentos e segurança da NT para o avanço da artilharia, de Piche até quase à fronteira.
Quanto a lobos e mabecos, certa noite em Nova Lamego coube ao meu Pelotão fazer a segurança noturna no lado da ponte, saída para Piche. Fomos surpreendidos pela rápida passagem do que pareciam ser dois pequenos burros assustados com gritos dos nossos soldados. Como era de noite não deu para ver bem que animais eram, mas os soldados disseram que eram lobos e que deveriam ter vindo de uns buracos que havia prós lados de Canjadude.
Depois de muita explicação, chegamos à conclusão de que os lobos afinal eram hienas, que vinham comer sobras atiradas para a lixeira local.
Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz
O lobo aparece nos contos e lendas da Guiné...Mas não devem existir lá, talvez mais a norte... Serão confundidos com outros predadores como os mabecos (djurtus) ou até as hienas e os chacais... O livro de contos "O cativeiro dos bichos", escrito na prisão de Caxias, em 1966, por Artur Augusto Silva, pai do Pepito e do João Schwarz da Silva, aparecem "lobos"...
Alcance do obus 14...16 km
E da peça 11,4...18 km
Peso de ambos sensivelmente 7 toneladas
Para por a peça ou obus em posição de tiro,(abrir sapatas,colocar espoleta na granada e introduzi-la no tubo, colocar carga,fechar culatra principal,introduzir escorva na culatra auxiliar,puxar cordel para accionar disparo) levava no mínimo 1 minuto para artilheiros experientes.
Após o obus estar pronto para disparar o comandante introduzia os dados de tiro no aparelho de pontaria verificava níveis e fazia a respectiva rectificação com a cruzeta colocada normalmente atrás do obus.
Convém referir que em situação normal de estacionamento em quartel, o obus estava em posição de tiro e as granadas estavam já com a respectiva espoleta e as cargas à disposição
A espoleta era armada pela rotação da granada após a saída do tubo.
A velocidade da granada à saída era de 600 m /s
A elevação do tubo ía de -5º a 45º
Se se fizessem vários tiros directos com uma elevação baixa corria-se o risco de rebentar os hidráulicos.
O grande perigo que todos os artilheiros temiam era o rebentamento da granada à boca do tubo..invocava-se santa bárbara e vai disto ..
Se bem que a dotação de cada obus 14 fosse de 10 serventes fazia-se tiro com menos dependia da experiência de cada um.
Havia um pelart algures na guiné que conseguia fazer tiro de 20 em 20 segundos e para gáudio dos infantes terminava-se sempre com 3 tiros em simultâneo era um "mini ronco".
Ah--já me esquecia a granada do 14 pesava 45 kg e da peça 11,4 25 kg
Saudações artilheiras
C.Martins
As narrativas que conheço da "Operação Mabecos" não registam a prestação da aviação.
A FA esteve ausente, numa manobra de tal dimensão?
Abr.
Manuel Luís Lomba
Manel, a tua pergunta é pertinente... Havia o PCV, portanto a FAP emprestou uma DO 27... Mas o que ali fazia falta, era o "Lobo Mau", o helicanhão que punham a rapaziada do PAIGC em sentido... As nossas armas (artilharia, cavalaria, infantaria...) não treinavam muito em conjunto... Daí estes desacertos todos...
Esta Acção Mabecos pode ter sido um exemplo disso, veja-se a atitude do major de cavalaria, Mendes Paulo, o major de operações do BCAV 2922, que no final, amuado ou zangado, se trancou no quarto, até que o Spínola foi lá e tirou da sua "autoprisão"...
A cena é contada pelo nosso camarada Hélder Sousa, que estava lá em Piche nessa altura... Não vem na biografia do Spínola, do historiador Luis Nuno Rodrigues (Esfera dos Livros: Lisboa, 2000), de resto bastante dececionante no que diz respeito ao "consulado" na Guiné...
Mantenhas. Luís Graça
C. Martins, obrigado, mais uma grande lição de artilharia para os infantes... Vou depois publicar num poste... Boa continuação da reforma hipocrática...
Chicoração do Luís Graça
Olá Camaradas
Recolhidos que foram vários pontos de vista dos diferentes executantes, creio que seria bom, se tal fosse possível irmos aos documentos que as diferentes unidades intervenientes emitiram, na altura. Sejam eles o que forem, sendo certo que os diferentes responsáveis escreveram o que se passou ou eles entenderam que se teria passado.
E as histórias das unidades o que dizem?
Era também interessante recolher material sobre a preparação da operação e determinar as diferenças relativamente à "conduta". Isto é um dos tais "doutoramentos" que poderiam ser feitos pelos estudiosos e com entrevistas aos participantes, mas que dão cá uma "trabalhêra"...
Claro que também poderemos ir ao "outro lado" e então aí, como já sabemos de outras situações perdemos 10 a 0 (pelo menos).
Claro que recta passará algures entre as duas visões do assunto.
Um Ab.
António J. P. Costa
Domingos Robalo
sábado, 23/11/2019, 21:33
Olá camaradas.
Estive na operação Mabecos em fevereiro de 1971. Era o adjunto do capitão Osório, responsável pela bataria de artilharia que estava no terreno. Sei e lembro-me perfeitamente do objectivo dessa operação, embora não me sinta a vontade para qualquer referência nestes moldes.
Fui eu que mandei desengatar o obus da frente e fazer fogo contra o IN, uma vez que a emboscada estava a ser feita com fogo intenso. Não me recordo muito bem, mas bastaram 3 ou 4 granadas disparadas para o fogo IN terminar.
Sem fazer grandes cálculos, mas tendo em mente as tropas envolvidas, a nossa coluna teria um comprimento, em movimento de cerca de entre 1500 m a 1800m.
Cerca de 3 ou 4 semanas depois foram-me mostradas fotografias da força aérea sobre o resultado da operação. Os 9 obuses fizeram barramento de fogo entre as 9 horas da noite e as 6 da manhã, se a memória não me falha. Pela manhã recuperaram-se os mortos com a falta do soldado Fortunato que só viria a ter liberdade ns sequência do 25 de abril.
Abraços
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