sábado, 7 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20423: Facebook...ando (54): António Rios, ex-fur mil mecânico de artilharia (GA 7, Bissau, 1972/74), algarvio de Vila Real de Santo António, a viver em Tavira




1. Na nossa página do Facebook,  o António Rios escreveu em  4 de dezembro, a propósito da Acção Mabecos (subsetor de Piche, 22-24 de fevereiro de 1971):

"Também por lá andei [, na Guiné],  em  1972/74.  Furriel Mecânico de Artilharia".

2. O editor, Tabanca Grande Luís Graça, comentou:

António, esta foto é um raridade!... Foste furriel mecânico de artilharia... Presumo que no GAC7 (1972/74)... Saías de Bissau ? Se sim, o que é conheceste ? Tens, por certo, histórias para contar, e mais fotos para divulgar... Escreve-nos: luis.graca.prof@gmail.com... Estamos no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

Confesso que o António Rios devia ser uma "avis rara" (, sem ofensa)... Eu, pessoalmente, nunca vi nenhum mecânico de artilharia no CTIG... E a havê-los (na BAC 1 / GAC 7 / GA 7), como é caso deste nosso camarada, algarvio,  deviam ser poucos... mas bons.

De qualquer modo, os mecânicos de artilharia tinham também competências raras e a sua arte era imprescindível para o bom andamento da guerra, já que estes "brinquedos de guerra" (os obuses 8.8. 10.5 e 14 e as peças de artilharia 11.4) também se avariavam, danificavam, partiam,  desgastavam, etc.
Pela sua apresentação no Facebook, sabemos que o António Rios:

(i) foi eletrotécnico de energias, hoje na reforma;
(ii)  trabalhou na PT - Portugal Telecom, Faro;
(iii) colabora na Rádio Gilão. e está ligado ao Rancho Folclórico de Tavira;
(iv) andou na escola Escola Técnica de Tavira (1962/69);
(v) vive em Tavira;
(vi) é natural de  Vila Real de Santo António;
(vii) nasceu a 14 de agosto de 1951;
(viii) temos 22 amigos em comum (no Facebook).

Fica aqui o nosso convite para o António Rios  integrar a Tabanca Grande, a tertúlia do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.  Sabemos, pela foto abaixo, que só regressou a casa já depois do 25 de Abril de 1974.




Guiné > Bissau > HM 241 > 13 de junho de 1974 > Almoço convívio no hospital militar de Bissau. O António Rios parece-nos ser o primeiro da segunda fila, a contar da direita para a esquerda.

Já agora um desafio ao autor, o nosso camarada António Rios (e aos leitores):

António, nesta foto, de uma almoço-convívio, em 13/6/1974, no Hospital Militar de Bissau, diz-me onde é que tu estás, e o que lá estavas a fazer... (Pareces-me ser o primeiro da 2ª fila, a contar da direita...). Não estavas doente para estar no HM 241... Tinhas lá malta conhecida, é isso ?!... Por mera curiosidade, pergunto-te o que é que vocês estavam a comer ?... Parecem-me bivalves... Ostras, não, não me parecem ser cascas de  ostras, eram  maiores... Ameijoas, não havia na Guiné, que eu saiba... Frango ? Passarinhos ?... Que raio de petisco era esse ?... E a cerveja, em lata, era Sagres, ou não ?... 

Fotos (e legendas): © António Reis (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...


Sabemos que em novembro de 1970 o GAC 7 passa a designar-se Grupo de Artilharia nº 7 (GA 7). Havia sragentos e 1ºs cabos mecânicos de artilharia. E, se calhar, também oficiais subalternos... Devia haver umas três dezenas de Pel Art espalhados pelo TO da Guiné, não ? Cada um com 3 bocas de fogo, o que devia dar mais de uma centena de obuses e peças de artilharia, exigindo manutenção e reparação...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Na BAC 1, depois GAC 7, depois GA 7, em Bissau, havia oficinas especializadas de mecânica de artilharia... E no final da guerra, os Pel Art de campanha eram, de facto, mais de trinta... Mais exatamente, 33...

Pergunto: quando um boca de fogo precisava de ir ao mecânico, era ela que ia até Bissau, ou era o mecânico que ia ter com ela no mato ?...Julgo que era a primeira hipótese: substituia-se a peça ou o obus avariado ou danificado, seguindo este para Bissau, para reparação... Parece nais lógico, já que no mato não havia oficinas, equipamento e ferramentas especializadas para fazer a manutenção e/iu reparação destas armas...

Cherno AB disse...

Caro Luis

Os restos nos pratos (azeitonas, cebolas e batatas...?!!) levam-me a pensar num cozido a portuguesa que deve ter sido o prato principal e, a acompanhar um petisco na parte final, parece galinha, provávelmente cafriela...Sábi dimás. Poderia ser uma ceia de Natal ou a festa do novo ano.

Com um abraço amigo.

Anónimo disse...

O GA7 tinha uma oficina de reparação de obuses chefiada por um 1.º sargento.

Quando avariava um ou mais obuses,consoante o tipo de avaria, podia-se eventualmente fazer a reparação no próprio local, os pelarts tinham material de substituição, ou então deslocava-se um mecânico de Bissau, e em último caso o obus era substituído.

Os tubos (que para os infantes são canos) tinham estrias e após mil tiros tinham que ser substituídos porque estas se desgastavam, mas para evitar isso aconselhavam avivá-las o que dava uma trabalheira do "caraças".

Os graduados dos pelarts tinham uns conhecimentos de mecânica dos obuses não só para a manutenção como para eventuais pequenas reparações.

Algures no sul da Guiné um alferes de um pelart perdeu um "cogumelo"que era uma peça em aço da culatra cujo o formato era isso mesmo, um cogumelo, e como ia ser substituído tinha que fazer o espólio do pelart.

Pediu ao pelart da vizinhança, que amavelmente cedeu um.

Este por sua vez resolveu a falta do dito incluindo-o no relatório dos estragos feitos por um ataque,evidentemente com mais uma picareta uma pá e tralhas várias em armazém.
Sabia-se que ninguém lia o dito relatório, e se lessem que fossem lá verificar a veracidade da coisa.

Também se tocava periodicamente uma "punheta" aos obuses que consistia na lavagem dos tubos e esta parecia que os tubos estavam a ejacular, daí o respectivo nome.

Mais lições de artilharia, têm que pagar, porque andei eu a queimar os neurónios para vocês passarem a saber tanto como eu---só faltava mais essa.

Ah--na foto está-se a reparar o aparelho de pontaria que era uma avaria frequente.

Saudações artilheiras

C.Martins