1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Ascenção (ex-Fur Mil de Armas Pesadas de Infantaria da CCAÇ 3460/BCAÇ 3863, Cacheu, 1971/73), com data de 21 de Abril de 2021, trazendo mais uma das suas estórias que bem caracterizam as nossas atribulações enquanto instruendos do CSM.
Pequeno almoço às 2 horas da manhã
Nos meses de janeiro, fevereiro e março de 1971, estive no CISMI em Tavira a fazer a especialidade de Armas Pesadas. Aplicação militar, marchas, crosses, muitos crosses, instrução e formação teórica e prática de regulação de tiro era intensa, o desgaste físico era directamente proporcional á intensidade do esforço despendido.
Tudo isto ia aguentando mas o que me fazia “saltar a tampa“ era:
(i) dormir ou tentar dormir ouvindo discursos de políticos da época ou ao da música “Angola é nossa”;
(ii) formar na parada às 2 ou 3 da manhã para ouvir uma dissertação militar do Major-Comandante de Instrução;
(iii) formar para saber as missões para o dia.
A alvorada era todos os dias às 06,30 horas da manhã e a formatura para o pequeno almoço às 7,15. Já não estou seguro deste horário. Para esta formatura todos os formandos levavam dependurado no cinto o copo do cantil no qual era servido o café com leite.
Quem passou por lá sabe os pormenores.
Até que um dia o motivo desta história aconteceu.
Até que um dia o motivo desta história aconteceu.
Regra geral a primeira formatura era para o pequeno almoço, mas naquele dia era para uma das palestra noturnas. Eu, um homem sempre prevenido, cheio de sono e fome, vou com o copo do cantil ao cinto para a formatura preparado para o pequeno almoço.
Quando estava na formatura cumprindo as ordens de:
- Firme!
- Sentido!
-À vontade!
Com o movimento do corpo deixei cair o copo do cantil o que provocou uma curta gargalhada geral.
- Sentido!
-À vontade!
Com o movimento do corpo deixei cair o copo do cantil o que provocou uma curta gargalhada geral.
Quando terminou a palestra fiquei à espera de levar nas orelhas mas nada aconteceu. Fui para a caserna meio cheio de medo esperando pelo início da instrução para saber o que me iria acontecer, mas mais uma vez nada aconteceu nem veio a acontecer.
Assim se passou uma história da minha vida de militar em formação.
Cumprimentos
Joaquim Ascenção
____________
Nota do editor
Último poste da série de 30 DE MARÇO DE 2021 > Guiné 63/74 – P22052: Estórias avulsas (104): O melhor brunch da minha vida, numa longa viagem de 21 horas de comboio, entre Leandro e Tavira, já lá vão 50 anos (Joaquim Ascenção, ex-fur mil arm pes inf, CCAÇ 3460, Cacheu, 1971/73)
Cumprimentos
Joaquim Ascenção
____________
Nota do editor
Último poste da série de 30 DE MARÇO DE 2021 > Guiné 63/74 – P22052: Estórias avulsas (104): O melhor brunch da minha vida, numa longa viagem de 21 horas de comboio, entre Leandro e Tavira, já lá vão 50 anos (Joaquim Ascenção, ex-fur mil arm pes inf, CCAÇ 3460, Cacheu, 1971/73)
1 comentário:
Joaquim, passei por lá no último trimestre de 1968...Tabém pela curso de armas pesadas de infantaria... E fizeste-te lembrar, com gosto, algumas dessas cenas dignas de figurar na nossa antologia do humor de caserna...
Não percebo como é que havia gajos que não gostavam da tropa e prferiam ira para França, a salto, para ser trolhas da construção civil e dormir em "bidonvilles"...
Enviar um comentário