domingo, 23 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13931: Convívios (644): encontro de fim de estação da tropa enquadrada na Magnífica Tabanca da Linha (texto de José Manuel Matos Dinis; fotos de Manuel Resende)


Um momento de boa disposição... No exterior do restaurante, o "magnífico secretário" da Magnífica Tabanca da Linha  recebe uma prenda do Veríssmo Ferreira... Percebe-se que é um pente para pentear a careca...


Da esquerda para a direita, o Mário Fitas (2º comandante da Tabanca da Linha), o Virgínio Briote (editor jubilado da Tabanca Grande), Luís Graça (editor deste blogue), e o António Graça de Abreu



Armando Pires, que vive em Miraflores, Oeiras, e que trouxe mais uns camaradas seus vizinhos, entre eles o Manuel Macias, do meu tempo de Contuboel...



O Manuel Macias à direita, um "rapaz do meu tempo de Contuboel"... À esquerda, um camarada, que foi 1º cabo aux enf, que me contou a sua história e que quer entrar para o blogue... Sei que tem um bar em Cascais... (Lamento não ter fixado o nome no meio de tantas caras novas).


A mesa do Armando Pires... (Peço desculpa por não saber identificar os demais camaradas)


O senhor Arroz de Marisco, ou melhor o senhor Marisco com Arroz



O Carlos Rios e a esposa [Este camarada conheci-o pessoalmente no funeral do Pepito,  foi fur mil na  CCAÇ 1420 / BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66]


Da esquerda para a direita, Domingos Francisco (que veio de Brejos de Azeitão), o Carlos Cruz e esposa



Aspeto geral da sala que comporta 80 lugares... De pé, o "magnífico secretário"


Em, frente, da esquerda para a direita, o António Fernando Marques (de que só se vê parte da cabeça),  o Luis R. Moreira, o responsável do restaurante (de pé), o Luís Graça, a Alice, o Nunes Sequeira e a Gina (esposa do Marques, vista parcialmente de perfil)


Da direita para a esquerda, o Manuel Lema Santos, a esposa, e a esposa  do José Rodrigues (que não aparece na foto)


O Francisco Palma e o José Rodrigues (de pé)


A mesa do Manuel Lema Santos (à esquerda, de camisola amarela de canarinho)


Da esquerda para a direita, o Manuel Resende e o João Martins


Da esquerda para a direita, a Helena (esposa do Mário Fitas), o Mário, o Rosales e um camarada que não identifico


Uma mesa de "magníficos tabanqueiros da Linha", cujos nomes não sei...(peço desculpa!)


Da esquerda para a direita, o Veríssimo Ferreira e o Manuel Joaquim

Cascais > Estrada do Guincho > Oitavos > XVI Convívio da Magnífica Tabanca da Linha > 20 de novembro de 2014 > Pede os magníficos tabanqueiros presentes neste convívio para nos ajudarem a completar as legendas... (LG)

Fotos: © Manuel Resende  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]

1. Mensagem do José Manuel Matos Dinis, "magnífico secretário" da Magnífica Tabanca da Linha:

Data: 20 de Novembro de 2014 às 21:39
Assunto: Encontro de fim de estação da tropa enquadrada na Magnífica Tabanca da Linha

O tempo manteve-se chuvoso durante todo o dia. O João António, um jovem recruta da Magnífica, que prestou relevantes serviços no Tribunal Militar em Bissau durante os idos de 1970/71, veio desaguar à minha morada, de onde partimos para a delicada operação que, por entre perigos e guerras esforçadas, voltou a reunir a tropa em Oitavos, de onde se lobrigava o mar a rebentar nas rochas, e a levantar cortinas de espuma que a natureza cria com arte e espactacularidade.

Tinha entrado na estrada do Guincho, quando tocou o telefone. Atrapalhado pela pressão do cinto de segurança, o té-lé-lé escorregou para o chão, quase junto aos pedais. Com a esmerada preparação de combate, consegui baixar a cabeça no percurso de um pequeno segmento de recta, e apanhei-o. Quem é? perguntei com a mecânica do costume. e uma voz serena mas determinada de macho, respondeu-me com outra pergunta: diz-me cá ó militar, a tropa já está formada na parada e pronta para o briefing? Era S.Exa. o ComChefe [, o Jorge Rosales], ainda mais exigente e perturbador que S.Exa. o Comandante, e enrascado respondi que sim.

Pisei o acelerador para antecipar a chegada e avisar a cambada para a necessária apresentação de armas e outras mariquices concomitantes à condição militares, e ainda fazia a vènia que esboçara para um cumprimento submisso e engraixador, quando dei uma cabeçada no volante, e dei-me conta que já conduzia ao género dos ingleses, pelo outro lado da estrada, o que me valeu uma businadela de reprimenda da parte de outro condutor. Virei-me para trás a reclamar com um gesto ofensivo, mas também com uma guinada despropositada no guiador, do que resultou uma estúpida atrapalhação para manter a viatura dentro dos limites da estrada, enquanto fazia uma tangente perigosa com outro automóvel que circulava em sentido contrário. O João António, à falta de rosário, empregava a sua inútil energia a travar onde não havia travões.

Ao chegar a Oitavos deparei com a rebaldaria indisciplinada dos valentes militares, e algumas companheiras desde antanho, que não ligaram pevide às minhas súplicas para receberem com decoro e nos termos em vigor, S. Exa. o Com Chefe. Mais à rasca fiquei, quando ele chegou e o carro desapareceu da vista, face ao magote preocupante de guerreiros que o envolveram. Temi o pior, e sabedor do curto critério de comando de S. Exa., refugiei-me enquanto o maralhal, ao estilo do PREC, aumentava a sonoridade das saudações e do meu desconforto.

Emocionado, S.Exa. nem se interessou por formaturas, nem por quem lhe prestara a informação. Parecia que o incidente estava sanado. Houve novos mancebos a prestar rápidas homenagens que a fome apertava e urgia atacar o rancho. De entre eles destacava-se o meu enfermeiro favorito, o Domingos Francisco, que rumou desde Azeitão acompanhado por outros estóicos combatentes, e um velhote de cabelos brancos e bengala simbólica da provecta idade, o Carlos Cruz (cuidado com as confusões) pelo que desconfiei de haver ali cunha. Baldar-se-ia o gajo ao perigo do ataque? Não senhor, nem ele, nem os restantes sulistas que se bateram galhardamente. 

Andava eu nas atrapalhações revivalistas, quando um herói das primeiras gestas, me puxou pelo ombro e ofereceu-me uma prenda de Natal. Foi o Veríssimo [Ferreira], Abri o cuidadoso embrulho, e de lá retirei com surpresa, um pente adornado de uma fita enlaçada e cor-de-rosa. É muito meu amigo o Veríssimo, pelo que um dia destes terei que lhe cortar a barba do alto da cabecita aberrante. Também veio para manducar, e deu ao dente vingativamente. 

O Armando faia Pires atirou-se a mim, e ainda duvido, se foi por amizade, se por qualquer inveja do laçarote que envolvia o pente já mencionado. Pode ter sido por ambas as razões, o que não deixa de ser preocupante. O pessoal de Algés (onde se destaca o José Dinis - esse mesmo, o meu homónimo) é ainda fresco nestas operacionalidades, e nem sequer entrou em bicha de pirilau, mostrando com isso total desprezo pela vida. Mais avisado foi o António Maria, que mandou avançar os rebenta-minas. O Luís Moreira e o Jorge Pinto safaram-se, numa demonstração convicta de que ao pessoal de Sintra a sorte anda a protegê-los.

Por entre a multidão descobri o Jota-Jota Martins, que recentemente aqui celebrou o aniversário, mas correu tudo bem e sente-se cada dia mais jovem; o Lema Santos muito bem acolitado pela esposa, que não lhe dá liberdade para excessos alimentares; o Jota Rodrigues, também ele acompanhado da mulher, uma senhora de piada fácil e sorriso encantador; o Fogos  Carlos Rios e a mulher, o Marques e a Gina sempre dedicados companheiros, o José Manuel Bastos, o Tirano, o Carlos Silva, o Colaço, o Palma, o Manuel Joaquim, o AGA [, António Graça de Abreu], o Tozé Castanheira, o Amândio Santos, o jovial Malafaia Felicio, o Fitas segundo-comandante e a mulher, e o Pardal, que já têm experiência indisciplinada da matéria, foram convocados à refrega. 

De entre os mancebos, lembro-me do Carlos Nóvoa, homem de grande porte e coragem perante o inimigo, o Jesus que veio por iniciativa do fotógrafo oficial, e o Nunes Sequeira [ e esposa]

Outro casal iniciático, mas já conhecedor destes corredores da vida escaldante e perigosa, foi o Virginio Briote com a mulher ], Irene], simpática e interessada pelas questões harmónicas e desarmónicas da sociedade. O Manuel Resende a todos procurava fixar para memória futura de mais uma acção heróica. 

Foram cinquenta e cinco mastigantes que se bateram com valentia perante a bicheza que a cada um calhou em sorte. O Senhor Comandante Rosales colocou-se em lugar estratégico e de visual aberto, de onde cuidava as iniciativas e o avanço da "desformação". Também em lugar relevante, S.Exa. o ComChefe, acompanhado de sua mulher, a nossa tabanqueira Alice, também perscrutava os horizontes, e controlava o impacto da influência do nosso Comandante sobre a manobra táctica adoptada. O Resende com alguns salamaleque para S. Exa. o ComChefe cumpria o papel de crónista fotográfico, qual Fernão Lopes dos retratos. Aqui e ali, S.Exa. o ComChefe concorria com outra máquina e disparava a torto e a direito, apenas com objectivos artísticos.

Tudo parecia correr no melhor dos mundos, quando à despedida S.Exa. o ComChefe indagou por mim. Com ar severo repreendeu-me pela desorganização e pela falta de escrúpulos no cumprimento das regras na recepção ao mais patenteado e super-responsável pelas iniciativas da devastação dos variados inimigos ao longo dos hemisférios terrestres. Por isso punia-me com prisão, até à apresentação descritiva do evento, apesar do óbvio insucesso registado. " Noblesse, oblige".

 Assim, dou-vos conta deste relatório, produzido em condições espaciais muito reduzidas, desconfortáveis e de fraca luminosidade, com uma atmosfera marcada por cheiro fétido a urina e lixívia, pois fui colocado no canil até à apresentação da crónica, em virtude de decorrerem as obras para ampliação do edifício prisional. ESTOU FARTO DELES, TIREM-ME DAQUI!!!

a) O "magnífico secretário" José Manuel Matos Dinis
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13919: Manuscrito(s) (Luís Graça) (49): Homenagem à Magnífica Tabanca da Linha

Guiné 63/74 - P13930: Parabéns a você (819): José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp do BART 6523 (Guiné, 1973/74)

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Nota do editor

Último poste da série > 19 de novembro de  2014 > Guiné 63/74 - P13913: Parabéns a você (818): Mário Migueis da Silva, ex-Fur Mil Rec Inf (Guiné, 1970/72)

sábado, 22 de novembro de 2014

Guiné 63/734 - P13929: Convívios (643): Histórico dos encontros anuais da CART 3494 – PARTE 2 (Jorge Araújo/Sousa de Castro)

1. O nosso camarada Sousa de Castro, que foi 1º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74, enviou-nos um histórico dos convívios da sua unidade, descrito pelo Jorge Araújo, que foi Fur Mil Op Esp/Ranger, também da mesma CART, cuja publicação culminamos com esta 2ª parte:


HISTÓRICO DOS ENCONTROS ANUAIS DA CART 3494 – PARTE II

CONVÍVIOS 27.º, 28.º E 29.º  



Caríssimos Camaradas Luís Graça e restantes Tabanqueiros,


Não sei se o Jorge Araújo enviou este trabalho… Gostaria de o ver publicado no maior e mais completo blogue sobre a guerra colonial na Guiné, assim sendo se acharem do interesse geral. 


Um abraço, 
Sousa de Castro 




III– HISTÓRICO DOS ENCONTROS/CONVÍVIOS DA CART 3494

- DO 27.º [2009] AO 29.º [2011] 





A Comissão Organizadora deste Encontro, de um só elemento, foi nomeada em11Jun2011, no decorrer do almoço/convívio realizado em Seia, ficando responsável o camarada António Espadinha Carda [ex-Fur. Art.; daPonte de Sor], já repetente nestes eventos. A sua anterior responsabilidade, concebida em partilha com o camarada João David Godinho [ex-Fur. Art.; da Ponte de Sor], verificou-se em 1999, na 14.ª [XIV] edição,em Montargil. 

Para a realização do evento de 2012, foi escolhido o dia 9 de Junho, sábado, tendo como local do almoço/convívio o Restaurante Gato Preto, sito em Barreiras, Ponte de Sor [vd. P153+P155].

Na mensagem de apresentação do seu programa, o organizador referiu o seguinte:

Caro companheiro e amigo. É com grande prazer e amizade que te estamos a convidar para mais um convívio. Contamos com a tua presença. O local de concentração vai ser na Zona Ribeirinha de Ponte de Sor, entre o Campo de Ténis e as Piscinas Municipais. O almoço será servido no Restaurante Gato Preto, em Ponte de Sor.

- Fotos de Família -




A Comissão Organizadora da presente reunião foi nomeada a 9Jun2012, no decorrer do Encontro levado a cabo em Ponte de Sor, sendo constituída, pela primeira vez, por um ex-militar e sua filha, a saber: Manuel Carvalho Sousa [ex-Sold.; de Nogueira, Amarante] e Telma Sousa [vd. P178+P181].

Para a sua realização foi escolhido o dia 15 de Junho, sábado, e seleccionado o serviço gastronómico do Restaurante “Quintinha do Nelo”, sito em Sobrado, Paredes (Felgueiras).

O organizadorreferiu, na sua mensagem expressa no programa, que:

A chegada a Bissau foi a 28 de Dezembro de 1971. 

Foram oitocentos e vinte e oito dias. Passamos momentos difíceis, que ficaram para sempre na nossa memória. Foram estes momentos que fortaleceram as nossas relações de amizade e que ficássemos como uma família! Passados estes 42 anos é com grande orgulho que organizo o nosso XXVIII convívio. O almoço será servido no Restaurante Quintinha do Nelo, em Sobrosa - Paredes. Conto com a tua presença para que possamos mais uma vez recordar todas as nossas memórias. Recordar é viver. 

- Foto de Família -


- Momento de Animação - 







A Comissão Organizadora deste Encontro foi nomeada a 15Jun2013, em Sobrosa - Paredes (Felgueiras) sendo constituída pelos camaradas: António Serradas Pereira [ex-Alf.; de Leiria], Gregório Santos [ex-Sold.; da Batalha] e Francisco Pereira [ex-1.ºC.; de Pataias]. Este Encontro/Convívio teve a particularidade de ter coincidido com a comemoraçãodo 40.º Aniversário da chegada do contingente a Lisboa [1974-2014]. Para a sua realização foi escolhida a localidade de São Pedro de Moel, pertencente à cidade, Freguesia e Município da Marinha Grande, e o dia 7 de Junho, sábado, como data da reunião, sendo, para o efeito, reservado oRestaurante do Hotel Mar & Sol.

Na sua mensagem de apresentação os organizadores escreveram:

Caros colegas e amigos.

Passados quarenta anos do nosso regresso à metrópole, o 29.º almoço de convívio da nossa companhia realiza-se no dia 7 de Junho na linda Vila de São Pedro de Moel.Neste evento revemos velhas amizades, recordamos os maus e os bons momentos passados na Guiné, comentamos os anos que já passaram, a velhice que se aproxima e infelizmente falamos dos colegas que já partiram. Todas estas questões são mais que suficientes para participares neste convívio [vd. P203+P205].

- Fotos de Família -




IV– HISTÓRICO DOS ENCONTROS/CONVÍVIOS DA CART 3494

- DO 23.º [2008] AO 17.º [2002]

No quadro seguinte identificam-se mais sete Encontros/Convívios organizados cronologicamente entre os anos de 2002 e 2008, e que, no seu conjunto, correspondem ao conteúdo a abordar em nova narrativa histórica a publicar proximamente – Parte II – sobre este tema.

Até lá, os camaradas que estiveram envolvidos na organização de algum deles, e que tenham fotos ainda não divulgadas neste blogue, podem fazer o favor de as enviar, via e-mail. 


Um abraço,
Jorge Araújo.
Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494
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Nota de M.R.: 

Vd. Também o último poste desta série em: 




Guiné 63/74 - P13928: Bom ou mau tempo na bolanha (76): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (16) (Tony Borié)

Septuagésimo quinto episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.





Dia 6 de Julho de 2014

Era manhã quando deixámos a cidade de Whitehorse, onde se encontra o “Historic Milepost 918”, na província do Yukon, o trajecto que iríamos percorrer, pelo menos até à cidade de Calgary, na província de Alberta, era o mesmo que fizemos na viagem de ida e, que já explicámos em textos anteriores.

Depois de algumas horas com algumas paragens, umas vezes por animais na estrada, outras por obras de manutenção, pois nesta zona do interior do “Alaska Highway”, portanto longe do início ou do fim desta histórica estrada, não existem obras de alteração, é só obras de manutenção, outras vezes ajudando outros veículos com problemas, parámos na povoação de Teslin, que marca o “Historic Milepost 777”, na povoação de Watson Lake, que marca o “Historic Milepost 635”, na povoação de Liard River, que marca o “Historic Milepost 496” e, viemos, neste dia dormir no parque de campismo, junto ao Muncho Lake, que marca o “Historic Milepost 456”, com um “cenário de um milhão de dolares”, que também já explicámos em textos anteriores, onde depois de passar um pequeno período de tempo em que choveu, grelhámos o resto do salmão que tínhamos pescado no “Russian River”, lá no estado do Alasca.




Neste dia, não tivémos qualquer ploblema com o Jeep e a caravana, que sempre se adaptaram ao terreno, por vezes acidentado, com alguma lama, quando houve período de chuva, percorremos mais ou menos 490 milhas, com preço da gasolina a variar entre $1.82 e $1.91 o litro.

No próximo dia, era madrugada, lavámos a cara na água fria e pura do Muncho Lake, continuámos a nossa jornada, rumo ao leste, parámos para ceder a gasolina, de um dos nossos tanques extras, a um casal aflito, oriundo do estado do Arizona, que andava em “lua de mel”, viajando numa pick-up, que rebocava uma caravana muito parecida com a nossa, seguindo-nos depois, até à povoação de Fort Nelson, que marca o “Historic Milepost 300”, aqui parámos por algum tempo, comprámos gasolina, café, água e fruta.



De novo na estrada, um camião, em sentido contrário, faz-nos sinal de luzes por diversas vezes, avisando-nos de algo, depois de uma extensa subida, deparámos com a estrada completamente ocupada por búfalos que teimavam em não se mover do local, passámos muito devagar, não buzinámos, mas olhávam-nos com olhos de repreenção, pois o local era deles, nós é que somos os “intrusos”, ocupámos a sua área, ocupámos o seu “quintal”.



Seguimos em frente, a povoação de Fort St. John, era próxima, que marca o “Historic Milepost 47” e, finalmente, sem qualquer outro incidente, chegámos ao ponto de partida do, como já mencionámos por diversas vezes, histórico “Alaska Highway”, que é a cidade de Dawson Creek, onde se encontra o marco do “Historic Milepost 0”. Fomos de novo visitar o Centro de Turismo, tirámos as últimas fotos no local que marca o início do “Alaska Highway”, tomando de seguida a estrada número 43 até à cidade de Grande Praire, que é uma pequena “metrópole” no deserto, onde, depois de procurar hotel de acordo com a nossa condição financeira, pois havia por onde escolher, fomos dormir, comendo ainda o resto do salmão, que ia na caixa frigorífica.





Neste dia, saímos do “Alaska Highway”, sem problemas no Jeep ou na caravana, percorremos 598 milhas, com o preço da gasolina a variar entre $1.82 e $1.92 o litro.


No dia seguinte, pela manhã, procurámos uma oficina especializada, nesta pequena “metrópole”, que é a cidade de Grande Praire, trocámos o óleo do motor, fazendo uma pequena revisão por baixo do Jeep e da caravana, tudo em ordem, continuámos o mesmo trajecto da viagem de ida, até às proximidades da cidade de Edmonton, continuando depois pela estrada número 2, que já é rápida em algumas zonas, até à cidade de Calgary, na província de Alberta, depois de passar a cidade, continuando na estrada número 2, sempre em direcção ao sul, tentando percorrer a maior distância possível, em direcção à fronteira. Já era noite, mesmo noite, pois já tínhamos passado a zona do paralelo 48, começamos a ouvir o som de chuva, de encontro ao vidro da frente, mas não era chuva, eram mosquitos, que de encontro ao vidro morriam, o mecanismo de limpeza do vidro ainda sujava mais, começou a faltar a visibilidade, parávamos de quinze em quinze minutos, para limpar o vidro com o equipamento que levávamos, que era um tanque de água, com algum sabão e um limpa neve, quando saíamos fora do Jeep, era uma “praga” de mosquitos a morder. Na primeira povoação que encontrámos, procurámos onde dormir, não havia, depois de pedirmos água para continuar com a limpeza do vidro, nos disseram que possívelmente na vila de Graum, mais ao sul, devíamos encontrar. Desesperados, seguimos em frente, sempre com a mesma situação, finalmente surgiu a vila de Granum, onde um simpático empregado do Lazzy Motel, vendo-nos desesperados, embora não tivesse vagas, por favor nos deixou dormir num quarto, que possivelmente era para ele. Saímos do Jeep, trancámos as portas, correndo para dentro do Motel, com o que levávamos vestido.

Explicáram-nos que nesta altura do ano, principalmente de noite, esta área é o “paraíso” dos mosquitos, pela zona de terreno ser de origem alagadiça.

Neste dia percorremos 726 milhas, com o preço da gasolina variando entre $1.53 e $1.57 o litro.

Tony Borie.
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Nota do editor

Último poste da série de 15 de Novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13897: Bom ou mau tempo na bolanha (74): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (15) (Tony Borié)

Guiné 63/74 - P13927: Ser solidário (174): Vamos ajudar o nosso camarada João Maximiano, que encontrei em Leiria, ex-sold cond auto da CCAÇ 3490 (Saltinho), que continua a sofrer com as recordações da terrível emboscada de que foi vítima no Quirafo, em 17/4/1972... (Juvenal Amado, ex-1º cabo cond auto, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74)

1. Mensagem do Juvenal Amado [ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74],  com data de 7 do corrente:

Venho a chegar de Leiria onde dei uma vista de olhos pelo Fórum Leiria e acabei por encontrar um camarada do Saltinho [, CCAÇ 3490,]  dos que caiu na emboscada do Quirafo [, em 17 de abril de 1972].

Era o condutor da segunda viatura e também fiquei a saber que o condutor da GMC que caiu mesmo dentro da área de morte [, vd.fotos abaixo],  é aqui de Reguengos de Porto de Mós.

Mas o camarada [João] Maximiano, o que eu encontrei,  está a sofrer de stress pós-traumático e não consegue dormir e passa a vida nos médicos. Quando ele lhes diz que esteve na Guiné e lhes conta os pesadelos, eles tem uma atitude de muita compreensão, mas dão-lhe a entender que pouco ou nada podem fazer.

Agora a pergunta que urge... há malta do blogue que sabe onde se deve ele dirigir? Como proceder?

Olha eu tenho o nº de telemóvel dele e fiquei de lhe telefonar entretanto. Gostava de lhe dizer alguma coisa que o confortasse,  se isso for possível.

Um abraço.
Juvenal.


2. Resposta no mesmo dia, do nosso editor L.G.:

A Associação Apoiar dá ajuda, gratuita, à malta com problemas de stresse pós-traumático de guerra, ou vítimas de stresse de guerra... O problema é que fica em Lisboa... É sempre a mesma história, ou cada vez pior, com a litoralização do país...

Tens aqui o contacto [, telemóvel e emaill.] do Mário Gaspar, que foi cofundador e diretor da Apoiar... (publicou agora o livro "O Corredor da Morte", deves-te lembrar dele do nosso último encontro em Monte Real...).

Aquele abraço.
Luís


3. Nova mensagem do Juvenal Amado, com data de ontem:

Caro Luís, Carlos e demais camaradas da Tabanca Grande

Há dias encontrei o João [Maximiano] que foi condutor da companhia do Saltinho.

Falamos um bocado onde ele me confidenciou que estava com problemas de saúde. Acabou por acrescentar que a sua saúde hoje era reflexo de ter caído na emboscada do Quirafo,   pois era ele o condutor da segunda viatura.

O tempo não deu para falarmos,  como eu gostaria, mas mesmo assim fiquei com a impressão que os distúrbios de que padece são ao nível de stress pós-traumático,  o que não será para admirar.

Mas eu não sou médico nem técnico dessa área e, após informação do Luís Graça,  acabei por encaminhar para associação Apoiar e para a Liga dos Combatentes em Leiria.

Este é mais um caso de alguém que, passados tantos anos, passa sofrer com as recordações.

Também fiquei a saber que o condutor da primeira viatura vive em Reguengos do Fetal, que é aqui perto de Fátima. Vou tentar juntar os dois,  pois por mais que se fale daquilo,  é sempre pela boca de quem lá chegou depois.

Outra noticia que me deu foi que a companhia [, a CCAÇ 3490,] se reúne todos anos.

Um abraço.
Juvenal





Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Picada de Quirafo > Fevereiro de 2005 > Restos da GMC da CCAÇ 3490 (Saltinho, 1972/74), que transportava um grupo de combate reforçado, comandado pelo alf mil Armandino, e que sofreu uma das mais terríveis emboscadas de que houve memória na guerra da Guiné (1963/74)... 

Foram utilizados LGFog e Canhão s/r. Houve 11 militares mortos, 1 desaparecido... Houve ainda 5 milícias mortos mais um número indeterminado de baixas, entre os civis, afectos à construção da picada Quirafo-Foz do Cantoro. A brutal violência da emboscada ainda era visível, em fevereiro de 2005, mais de três décadas, nas imagens dramáticas obtidas pelo Paulo Santiago e seu filho João, na viagem de todas as emoções que eles fizeram à Guiné-Bissau.

Fotos: © Paulo e João Santiago (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]

4. Poema de Juvenal Amado:

João Maximiano, sobrevivente do Quirafo 1972 (**)

A Paz não está ao alcance de todos.
Devagar,
Insidiosamente,
As recordações são viscosas,
Enleiam-se em ti.
És devorado sem saber,
Revives pela milionésima vez,
As tripas contorcem-se.
João, ali está a curva fatídica,
Violência que esperou por ti há hora marcada,
Foste poupado, para seres esmagado agora,
Saídas ensurdecedoras, impactos cavos e subterrâneos,
Martelo de dois tons,
Temores há muito esquecidos,
Regressam todas as noites.
Sem ser convidados.
Os fantasmas relembram medos passados.
Não tens defesa contra a guerra
Que te visita 40 anos passados.
Não há G3 que te valha.
O terror, esse, é real 
E povoa-te o sono,
Acordas mas não te livras do pesadelo,
Antidepressivos são hoje a tua ração de combate.
Regressaste, passaste pelos corpos dos teus camaradas,
Não os reconheceste,
Eles visitam-te agora, 
Persiste o odor acre e a dor.
Ficaram sempre jovens, 
Com a farda com que embarcaram.
Estás refém da memória que te esmaga,
Foste para a guerra 
E na verdade nunca regressaste dela.
Quem te escolheu o caminho?
A Paz nunca ficará ao teu alcance.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 17 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9763: In Memoriam (117): Recordando o dia 17 de Abril de 1972 e a trágica emboscada de Quirafo (Juvenal Amado)

Ainda sobre a emboscada de Quirafo, entre outros, vd. postes do Paulo Santiago:

15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1077: A tragédia do Quirafo (Parte V): eles comem tudo! (Paulo Santiago)

28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1000: A tragédia do Quirafo (Parte IV): Spínola no Saltinho (Paulo Santiago)

26 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P990: A tragédia do Quirafo (parte III): a fatídica segunda-feira, 17 de Abril de 1972 (Paulo Santiago)

25 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P986: A tragédia do Quirafo (Parte II): a ida premonitória à foz do Rio Cantoro (Paulo Santiago)

23 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P980: A tragédia do Quirafo (Parte I): o capitão-proveta Lourenço (Paulo Santiago)

Guiné 63/74 - P13926: (Ex)citações (251): as viagens no Geba Estreito, entre Setembro de 1968 e Novembro de 1969 (Beja Santos)


Guiné > Zona leste > Bambadinca > c. 1914 > Ponte-cais de Bambadinca


"O relatório de Vasco Calvet de Magalhães, administrador da Circuncrição de Geba, datado de 1914, é, a diferentes títulos, um documento excepcional: afoita-se por domínios até então inexplorados ou mal ventilados; propõe estradas e fala do respectivo traçado; queixa-se e denuncia funcionários corruptos; abalança-se a falar da origem dos fulas, apresenta soluções para o assoreamento do Geba,é uma incursão com pretensões literárias e algumas ambições políticas. Foi neste documento que encontrei esta preciosidade,um porto de Bambadinca que nenhum de nós conheceu..." (BS) [Poste P3091]

Foto (e legenda):  Beja Santos (2008). Imagem do domínio público.

1. Mensagem do Beja Santos, a quem pedi que comentasse o poste P9600 (*) e outros mais recentes sobre as viagens de barcos civis até Bambadinca (**)... Aproveita-se para se publicar também um excerto de um poste, mais antigo, sobre um ataque a um comboio de batelões na Ponta Varela.


Data: 20 de Novembro de 2014 às 15:30

Assunto: As viagens no Geba Estreito, entre Setembro de 1968 e Novembro de 1969


Luís, pelos mails recebidos, penso que me estás a incentivar a falar das embarcações e circunstâncias daquela navegação, no Geba Estreito, ao tempo em que eu ia com uma assiduidade quase diária a Mato de Cão, ida e volta.

Eu próprio viajei num batelão azulado, com toldo, deram-me um garrafão de água e uma ração de combate em Bissau, despejaram-me no Pindjiquiti com dois caixotes e uma mala. Batelão cheio de seres humanos e mercadoria. Uma criança ia-me referenciado os locais: ali ao fundo é Jabadá, ali pode ver o Cumeré, estamos a chegar a Porto Gole, confirmo o que tu dizes sobre a imagem, um ancoradouro e um casario um pouco mais alto, depois seguimos até ao Enxalé, começava a escurecer, o patrão pedia aos militares do Enxalé celeridade, ainda não se tinha passado ao largo de Ponta Varela, aí a criança disse-me que tínhamos que ir acocorados, podia haver roquetadas, mais adiante, quase ciciando, disse-me que passávamos por Mato de Cão, espreitei no negrume da noite, é estranho silêncio, ouvia-se o rufar da casa das máquinas e eu via vegetação densa e margens enlameadas. E assim chegámos a Bambadinca, com aquela gerigonça a guinar dentro do Geba Estreito.

A missão principal que tive no Cuor era a vigilância em Mato de Cão. Naquele tempo, e por razões logísticas que desconheço, não havia semana que não passasse por ali uma LDM, de dia ou de noite, consoante as marés. De dia, se eu precisasse de me abastecer em Bambadinca, pedia boleia a civis e militares. Houve momentos caricaturais, recordo uma série de batelões, vinham amarrados uns aos outros, eu estava de pé num pontão em madeira, os soldados desataram a correr, o patrão pensou que era um ataque do PAIGC, pôs-se aos gritos, os passageiros gritavam espavoridos.

Não é por acaso que o Geba é o rio da minha vida, por ali andei em todos os segundos do dia, tantas vezes com a barriga a bater horas quando as embarcações ficavam atoladas, era preciso esperar pela enchente, muitas horas depois. Por ironia, tudo mudou quando passei do Cuor a Bambadinca, o Xime tornou-se na artéria femoral do abastecimento militar, mas os batelões continuaram a viajar pelo Geba Estreito. 

Há fotografias no blogue, que tirei de revistas antigas em que se vê pequenas embarcações à vela em direção a Bafatá, não nos podemos esquecer que a Aldeia do Cuor, em frente à bolanha de Santa Helena,  teve ancoradouro devido ao comércio do Gambiel. 

Espero ter sido útil, e obrigado por teres posto novamente as imagens daquela Bambadinca do nosso tempo, hoje praticamente reduzida a pó, a começar pelo porto, há para aí as imagens do que sobreviveu em 2010, quando lá estive. (***)

Um abraço do Mário



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > c. 1969 >O Rio Geba, entre o Xime (margem esquerda) e o Enxalé (margem direita), numa foto de Carlos Marques dos Santos, ex-furriel miliciano da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), afecta ao BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). Aqui começava o Geba Estreito... Mas antes tinha que se passar pela mítica Ponta Varela, entre a Foz do Rio Corubal e o Xime...

Foto: © Carlos Marques Santos (2005). Todos os direitos reservados

2. Excerto do poste P1927 (****)

As danações de Ponta Varela

por Beja Santos

Chegou o terror sanguinolento ao Geba, para lá do Xime.

É um amanhecer luminoso e do planalto de Chicri avista-se um [Rio] Geba de prata, estuante, quase genesíaco. É um tempo invulgar para esta época das chuvas, mas desde ontem que a Mãe Natureza parece querer advertir-nos que vem aí outro tempo, de calor persistente.

Olho o relógio, o comboio de batelões já devia ter passado há cerca de meia hora, de novo assesto os binóculos para o fim do horizonte, nada, nenhum ponto se avista, certamente que houve algum atraso na saída de Bissau. Tenho um mau presságio, parece que para lá do Xime se ouvem obuses, talvez o som dilacerante dos rockets. Interpelo Mamadu Camará acerca deste fogo e ele responde que sim, é para lá do Xime, talvez uma emboscada, talvez uma flagelação, pode ser mesmo um reconhecimento de obus, são sons cavos que a distância não permite identificar. Segue-se o silêncio, sufocante. Depois olho para a estrada que bordeja toda a vareda do rio e se perde ao fundo, onde eu sei estar o que resta de Saliquinhé.

Sinto uma enorme atracção por voltar ao Enxalé, para quem não sabe, caso não houvesse esta guerra, o burrinho em cerca de hora e meia chegaria a Bissau, depois de passar pelo Enxalé, Porto Gole, Nhacra. É a mesma estrada que para cima leva ao Gambiel, e depois a Geba e a Bafatá. A minha ansiedade cresce enquanto o Geba refulge os tons de prata, para lá de Madina ouvem-se uns tiros esparsos como se nos avisassem que há território hostil à nossa espera.

É então que assoma uma embarcação ziguezagueante, estranhamente morosa. Dirijo-me, intrigado, para o ancoradouro e depois de meia hora de espera díficil, o contramestre fala comigo com o horror estampado nos olhos. Uma coluna de 5 batelões, aproveitando a correnteza do Corubal aproximara-se do Geba estreito perto de Ponta Varela. Súbito, várias roquetadas atingiram a casa das máquinas deste barco e ele mostra-me os estilhaços, os vidros partidos, vestígios de algum sangue, um dos feridos vinha ao leme. O terceiro barco foi atingido nas máquinas, vem agora rebocado ao segundo barco, vem lentamente, quase encostado a esta berma do rio. Suplica-me que não me vá embora, que espere por eles, os feridos mais graves vão já para Bambadinca.

E, de facto, quase uma hora depois o pequeno comboio de barcos atacados chega a Mato de Cão. Há sinais de pavor, dou comigo a pensar se a estratégia da guerrilha não mudou radicalmente, Ponta Varela agora é o local temível da destruição, não sei medir as consequências, mas sinto que é necessário rever a protecção desta margem do rio, mesmo em frente a Ponta Varela. Seguimos no último barco, quero ir relatar este episódio ao 2º Comandante. (...)
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Notas do editor:

(*) 12 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9600: Álbum fotográfico de João Martins (ex-Alf Mil Art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69) (2): Ainda a viagem, de LDG, em setembro de 1968, de Bissau a Bambadinca, com o meu Pel Art a caminho de Piche

(**) Vd. poste de 19 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13918: (Ex)citações (249): Quando os barcos chegavam ao porto fluvial de Bambadinca: fotos de Jaime Machado e legendas de Beja Santos