domingo, 15 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23984: Blogues da nossa blogosfera (172): O sítio da CCAÇ 13, Os Leões Negros, criado em 2003 pelo Carlos Fortunato, e descontinuado em finais de 2012 por estar alojado no Sapo (Felizmente fomos recuperá-lo através do Arquivo.pt)


Guiné > Região do Oio > Bissorã > CCAÇ 13 (1969/71) > O fur mil Carlos Fortunato e o soldado Calaboche Tchudá, balanta, natural da região Bissorã, apontador de LGFog, Cruz de Guerra de 4ª Classe, Prémio Governador da Guiné, em 1971...No regresso de uma patrulha, ao atravessar um riacho, perto de Bissorã, Calaboche agarra o furriel Fortunato e grita: "Tira uma fotografia e manda para a família a dizer que o furriel Fortunato foi apanhado por um turra"... Infelizmente, o Calaboche Tchudá seria fuzilado em Bissorã pelo PAIGC logo nos primeiros tempos, após o reconhecimento da independência por Portugal.



Guiné > Região do Oio > Bissorá > CCAÇ 13 (1961/71)
Um dos Grupos de Combate. 


Fotos (e legendas): © Carlos Fortunato (2003). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. O
Carlos Fortunato é um dos histórios da Tabanca Grande. Tem mais de 80 referências no nosso blogue, foi fur mil 
arm pes inf, MA, CCAÇ 2591 / CCAÇ 13 ( Bolama, Bissorã, Binar, Encheia, Biambi, 1969/71); profissionalmente, trabalhou na área da informática (sendo especialista em Sistemas de Informação, Sistemas de Gestão da Qualidade e Web Design); foi dos primeiros a ter uma página na Net sobre a guerra colonial na Guiné, e mais especificamente sobre a sua subunidade, anterior mesmo ao nosso blogue,   criada logo no início de 2003... 

Sobre a sua página ele apresentou-a, a todos nós, em 2005, da seguinte forma (*):

(...) O 'site' CCAÇ 13 -Os Leões Negros: Memórias da Guerra na Guiné (1969/71) (orignalmente alojada aqui: http://leoesnegros.com.sapo.pt/index.html ) é um repositório de alguns dos momentos vividos pela CCAÇ 13, companhia constituída por balantas, enquadrados por oficiais, furriéis, cabos e especialistas vindos da metrópole, que os treinaram e depois conduziram em operações, nomeadamente no seu chão.

Em narrativas curtas, contam-se algumas das acções que ocorreram neste período, tentando dar uma imagem do que era a guerra na Guiné, não esquecendo o contributo dos soldados africanos nem o seu abandono.

A CCAÇ 13 era uma companhia de intervenção e, como tal, passou o seu tempo saltitando de um lado para o outro em operações. O 'site' descreve alguns dos eventos, que se passaram quando da sua passagem por Bissau, Bolama, Bissorã, Binar, Biambi, e Encheia, que incluíram uma visita ao pelo mítico Morés, e a deslocação a Bissau para participarem na famosa Operação Mar Verde.

Sempre documentado com fotos e curiosidades, umas vezes com humor, outras com mágoa, é um site que procura dar o seu pequeno contributo, para a constituição da nossa memória colectiva, e para que a verdade seja consolidada. Este site é actualizado anualmente.

Lista dos títulos dos artigos do site:

Bissau

Um mundo diferente
A boneca de osso
A invasão da Guiné Conackry (Operação Mar Verde)
A 13ª Companhia de Comandos

Bolama

A ilha de Bolama
O desembarque do dia "D"
Os felupes e os balantas
Realizando o impossível
Quem é melhor ? Manjaco, manjaco, manjaco
Inimigo à vista

Bissorã

A vila de Bissorã
A defesa de Bissorã
A equipa maravilha
O morto mata 4
Visita ao QG do PAIGC no Morés
Curiosidades sobre algum material capturado ao PAIGC
O ataques da bicharada
Presentes de guerra
Fotografando o inimigo

Binar

O quartel de Binar
Ataque a Binar
Os construtores de quartéis
Cubano capturado nos arredores de Binar
A morte vem de avião
Os periquitos

Encheia

A localidade de Encheia
O falso abrigo

Biambi

O quartel de Biambi
A "conquista" do Queré
A velhinha e o galo
Ataque ao Biambi
Os comandos do PAIGC
A morte dos 3 majores

Carlos Fortunato


2. Comentário do editor de L.G.


O Carlos Fortunato criou e manteve uma das primeiras páginas na Net sobre uma subunidade de intervenção, a africana CCAÇ 13,  a operar no teatro de operações da Guiné,  desde 1969 até ao final da guerra.  

A página abria com uma conhecida música dos Beach Boys, "I get around...",  uma forma bastante feliz de descrever as andanças ou a errância da CCAÇ 13.

As estórias do Carlos eram  bem contadas,  simples, coloquiais… Na altura até  achávamos que dariam para desenvolver um pouco mais, e que faltavam talvez links para fazer melhor a articulação entre as diversas partes dos textos…  Também havia ainda pouco uso das nossas cartas ou mapas,  para o visitante se poder localizar melhor… O "site" foi  aumentado e melhorado,  e atualizado com regularidade...

Interessantes eram as observações sobre os balantas e os felupes, e muito úteis, sobretudo para aqueles não tiveram o privilégio de conviver, como o Carlos,  com estes dois grupos étnicos.   Numa mensagem que ele mandou em tempos ao nosso editor,  escrevia o seguinte a respeito dos felupes e dos balantas:

"Os felupes devem ser os mais extraordinários guerreiros da Guiné, o alferes que me deu o curso de minas e armadilhas esteve com eles no mato, e contava que eram uma coisa incrível. O felupe que ia sempre à frente chamava-se Cowboy, e por vezes parava e dizia 'está ali uma mina, ali outra e ali outra'. E estavam mesmo!...

"Fizemos uma pequena competição de luta corpo a corpo entre balantas e felupes, e os balantas não ganharam uma única luta ... ".

Infelizmente a página do Carlos Fortunato foi descontinuada,  em finais de 2012,  por estar alojada no Sapo. Perdeu-se um manancial preciosíssimo sobre a Guiné do nosso tempo, e em especial sobre uma das valorosas companhias da então "nova força africana" do gen Spínola...

Mas, por sorte, fomos reencontrá-la, recuperada (em 1 de julho de 2011) pelo Arquivo.pt (**)... Eis o endereço;


Não sabemos ainda qual a intenção do Carlos Fortunato,  de repor ou não a página. Foram muitas horas e dias de trabalho perdido... E ele hoje tem outras missões, mais prementes, sendo presidente da ONGD Ajuda Amiga

Vamos "negociar" com ele a autorização para reproduzir, aqui,  alguns dos seus melhores textos e fotos, até por que há muitos dos nossos leitores, mais novos, que nunca chegaram a conhecer o sítio. Para já fica aqui a feliz notícia da recuperação da(s) sua(s) página(s), que ele com tanto carinho, competência e paixão desenhou, criou e manteve durante cerca de 10 anos.

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Notas do editor:

Guiné 61/74 - P23983: Parabéns a você (2137): Manuel dos Santos Gonçalves, ex-Alf Mil Mec Auto da CCS/BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73)

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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23963: Parabéns a você (2136): Manuel Vaz, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 798 (Gadamael Porto, 1965/67)

sábado, 14 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23982: Blogues da nossa blogosfera (171): Cerca de metade dos nossos "favoritos" de há uns anos atrás já não existem ou mudaram de URL



Guiné >Região do Oio > Morés > Op Jaguar Vermelho > 9/6/1970 >  Criança encontrada pelos "páras" no mato, os quais tomaram conta dela, dando-lhe pão, e uma "kalash" (para a foto). Pela foto devia ter uma idade semelhante ao que a CCAÇ 13 também encontrou noutra ocasião.


Guiné >Região do Oio > Morés > Operação Jaguar Vermelho > 9/6/1970 > Uma escola

Fotos de César Dias ex-furriel do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71), as quais lhe foram dadas por um furriel dos paraquedistas sediados em Mansabá. Disponíveis em:


Fotos (e legendas): © Carlos Fortunato (2003). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Tínhamos uma lista de cento e poucos blogues e outras páginas na Net  (c. 110) que faziam parte da nossa blogosfera... e constavam / constam da coluna estática do nosso blogue, no lado esquerdo. Há anos que não era atualizada.   

Fomos hoje fazer uma verificação, dos nomes,  de A a C (n=54) , e metade dessas páginas já não existem, foram descontinuadas, mudaram de URL.  É o preço que se paga por uma existência virtual, que é sempre precária, dependente da boa vontade ou dos caprichos dos servidores... 

Os blogues e outras páginas que deixaram de estar "on line" vêm assinalados, em baixo, com um asterico (*). Nalguns casos têm novos endereços. Alguns destes "sítios" poderão ser recuperados através do Arquivo.pt , caso por exemplo da página da CCAÇ 13, Os Leões Negros, que estava alojada no Sapo... (O Serviço de Alojamento Gratuito de Páginas Pessoais do SAPO foi descontinuado em dezembro de 2012.)

Endereço antigo: 
 
http://leoesnegros.com.sapo.pt/index.html

URL recuperada (em 1 de julho de 2011): 

https://arquivo.pt/wayback/20110701044300/http://leoesnegros.com.sapo.pt/index.html


Blogues, páginas do Facebook e outros sítios da nossa Blogosfera (camaradas e amigos da Guiné) 

Variações da Perda (poesia, Companhia das Ilhas, 2020).
Há rios que não desaguam a jusante (romance, Companhia das Ilhas, 2018).
Na luz inclinada (poesia, Companhia das Ilhas, 2014).
Uma paisagem na Web (poesia, & etc, 2013).
Elegias de Cronos (poesia, Artefacto Edições, 2012).
O papel de prata, o reflexo e outros contos pelo meio (Companhia das Ilhas, 2012).
Pedro e Inês. Dolce Stil Nuovo (poesia, Edições Sempre-em-Pé, 2011).
K3 (poema, & etc, 2011).
Uma flor de chuva (poesia, Escola Portuguesa de Moçambique, Maputo, 2011).
Londres (poema, & etc, 2010).
Dispersão – Poesia reunida (Edições Sempre-em-Pé, 2008).

(Era um dos nossos interlocutores privilegiados na Guiné-Bissau ao tempo do Pepito, cofundador e diretor executivo desta ONG; nascido em Bissau, em 1949, morreu em Lisboa, por doença, em 2012: Carlos Schwarz da Silva era engenheiro agrónomo, formado pelo ISA - Instituto Superior de Agronomia, Lisboa; tem 245 referências no nosso blogue).

(Jornalista e viajante, o Jorge Rosmaninho esteve muito  ativo entre 2006 e 2009; perdemos-lhe o rasto)


(Novo endereço: http://www.ajudaamiga.com/)


(Novo endereço: https://fmsoaresbarroso.pt/)


(Tem um novo endereço: https://apoiar-stressdeguerra.com/pt/)

(Tem um novo endereço:  https://ahm-exercito.defesa.gov.pt/)

(Tem um novo endereço: https://ahu.dglab.gov.pt/)


(Novo endereço: 

https://a25abril.pt/



(Ativo desde meados de  2009)


(Ativo desde o início de 2008)

(Ativo desde 2009 a 2016)


(Ativo de 2003 a 2013)

(Tem agora uma página no Facebook: https://www.facebook.com/BoinasVerdesEParaQuedistas/ )

(Um dos blogues mais antigos, e dos mais belos, literariamente falando: ativo de 2003 a 2020; o Manuel Bastos esteve em Moçambique)

(Um dos nossos blogues mais antigos, centrado numa só subunidade)
(Uma unidade madeirense; blogue ativo desde 2009; um dos coeditores é o nosso Carlos Vinhal)

(Ativo desde 2008, continua a ser animado pelo nosso camarada Sousa de Castro)

(Deixou de estar disponível, com pena nossa; um dos "sites" mais antigos, datando de 2003 )

(Lá vai resistindo desde 2009, sob o comando do coimbrão Fernando Barata)

(Ativo desde 2008)

(Ativo desde 2008, sob o comando do Luís Dias)

(Novo endereço: https://www.cd25a.uc.pt/pt )


(Ativo de 2010 a 2012)

(Desde 2008, com o nosso MR, sempre!)

(Tem agora página no Facebook:

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Nota do editor:

Último poste da série> 18 de deembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23890: Blogues da nossa blogosfera (170): Jardim das Delícias, blogue do nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 (75): Palavras e poesia

Guiné 61/74 - P23981: Os nossos seres, saberes e lazeres (550): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (85): Com que alegria revisitei Buscot Park, entre Faringdon e Lechlade (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 24 de Novembro de 2022:

Queridos amigos,
Último dia de permanência no Condado de Oxford, mais propriamente em Faringdon, dia ameno, podia gozar de total disponibilidade, foram dadas sugestões para ir aqui ou acolá, vinha entristecido do norte de Inglaterra, depois de visitar um querido amigo, acometido de doença incurável, carecia de palmilhar um belo espaço natural e edificável, ocorreu-me Buscot, natureza e arte. Todo aquele verde, toda aquela natureza bem estimada me atrai e há Burne-Jones, o mais genial dos pré-Rafaelitas. Ele percorreu toda esta região, uma fronteira das Cotswolds, perto de Buscot há uma igreja normanda, Eaton Hastings, onde ele introduziu belíssimos vitrais. E relativamente perto está Kelmscott Manor, a casa de férias de William Morris, outro génio, o grande pioneiro do movimento Arts and Crafts. Ficará para próximo passeio. É com grande satisfação que partilho estas imagens convosco.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (85):
Com que alegria revisitei Buscot Park, entre Faringdon e Lechlade


Mário Beja Santos

Peço ao leitor que aceite a minha discrição sobre a visita que fiz a Wakefield, vim despedir-me de um grande amigo, preso a uma doença incurável. Só guardei esta imagem de uma passeata por vários quilómetros em locais que dão pelo nome de Lofthouse, Rothwell e Robin Hood. Nunca me passara pela cabeça que uma figura mítica da minha infância, Robin Hood, tivesse direitos a nome de localidade. Não é surpresa para ninguém que os britânicos preservam a memória dos seus combatentes, particularmente da Primeira Guerra Mundial, a tal que os generais britânicos prometiam resolver em semanas e que durou quatro anos nos lamaçais da Flandres e de França, com milhões de mortos. Era impossível não reter esta imagem, a simplicidade do monumento e o permanente cuidado de gente anónima que aqui deixa as flores da sua gratidão.

Regresso amanhã a Lisboa e pedi aos meus anfitriões que me depositassem em Buscot Park, a residência do Lord Faringdon, agora sob os cuidados do National Trust, algo como o Instituto do Património Nacional, que zela não só sob o parque e as propriedades agrícolas e conserva Buscot House, que é visitável entre abril e setembro, no seu interior guarda-se uma coleção de pintura, mobiliário, cerâmica e porcelana e objetos de arte de incalculável valor. Coube a Alexander Henderson, primeiro Lord Faringdon, a expandir o espaço de jardim e sistematizar a coleção das obras de arte. Não escondo o que me atrai no interior desta casa, são as pinturas de Burne-Jones, a figura suprema dos pré-Rafaelitas, que cirandou por esta área e deixou marcas do seu genial trabalho. É no salão que se encontra uma série de quadros baseados na alegoria da Bela Adormecida, de uma qualidade estarrecedora, os olhos ficam presos a tal apuro pictórico.

Buscot House, austeridade neoclássica, influências neorrenascentistas
Uma escultura de Centauro à frente da fachada de Buscot House
O grande salão de Buscot House, mobiliário estilo Império e quadros de Burne-Jones sobre a alegoria da Bela Adormecida
Retrato de homem por Rembrandt, coleção de Buscot House
Pandora, pelo pré-Rafaelita Dante Gabriel Rossetti, Buscot House

Imprescindível é vir ao Salão de Chá construído no antigo estábulo. Dá gosto ficar aqui a contemplar esta pintura contemporânea e depois percorrer durante algumas horas o belo jardim murado chamado das quatro estações, visitar a avenida egípcia, onde não falta um obelisco, bisbilhotar o edifício do teatro, o grande lago e o charco, estava um dia ameno, daí ter que advertir o leitor que não era viável captar a intensidade do verde, passeei em todas as direções e aqui deixo o produto do meu trabalho, sinto-me sempre preso pela magnificência com que todo este espaço ajardinado se mantém cuidado, tornava-se imprescindível partilhar convosco o deslumbrante destes verdes, destas águas, destes arvoredos, destas esculturas.
E aqui me despeço, regressarei em breve, virei acompanhar este meu querido amigo à sua última morada.

Os frescos das paredes da Casa de Chá de Buscot Park foram pintados no final do século XX por Ellen-Ann Hopkins e evocam o estilo renascentista de Veronese, aludem a cenas familiares da família de Lord Faringdon e também estão relacionadas com motivos do parque. É um grande prazer beber um chá e comer uma fatia de bolo em ambiente tão prazenteiro e paredes tão coloridas, é uma animação que convida a voltar.
(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23957: Os nossos seres, saberes e lazeres (549): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (84): Em Oxford, em dia de exéquias reais (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P23980: Memória dos lugares (447): Poortugaal, antigo município de origem portuguesa, nos arredores de Roterdão (Valdemar Queiroz)



Poortugaal, hoje município de Albrandswaard (desde 1985), província
de Holanda do Sul. Remonta ao séc- XV. Está situado perto de Roterdão 
(o maior porto marítimo da Europa), entre a zona portuária e o rio Oude Maas. Tem cerca de 9500 habitantes, e ligação, por metro, a Roterdão. A população trabalha na zona portuária.

1. Mensagem do nosso Valdemar Queiroz, com data de 9 do corrente:


Excerto, com a devida vénia, do Blogue Picos de Roseira Brava > segunda-feira, 8 de maio de 2017 > Conhecem Poortugaal? (O blogue é da professor, de Leiria, Graça Sampaio )

Pois eu nem fazia ideia da existência de um lugar com este nome. Quando recebi a informação, pensei que seria (mais) uma brincadeira acerca do nosso belo país.

Poortugaal é uma cidade cujo nome deriva de Portugal situada perto do município de Roterdão.

A história da povoação data do Século XV e tem uma igreja desse período.

A região envolvente de Poortugaal, nos arredores de Roterdão, já era habitada no século IV a.C. 

Cerca de meio milénio depois, os romanos tentaram fixar‐se no território que só viria a ser povoado, de modo estável, a partir do século IX.

Por volta de 1170, os moradores da região começaram a defender‐se do desnível das águas através da construção de diques.

Foi assim que surgiu um primeiro pólder com cerca de cem hectares. No centro desse polder edificaram‐se diversas construções em madeira.

No século XIII, a sul do sistema de diques já existente, foi‐se concentrando alguma população que não dispunha de terra (denominada mais a sul por servos da gleba) e que acabaria por dar origem à atual povoação de nome Poortugaal.

O antigo porto de Poortugaal, ligado ao Rio Maas, foi um dos locais onde os portugueses estabeleceram relações comerciais com os holandeses.

A existência, ainda hoje, de uma família com o nome “Tempelaar” confirma as relações comerciais entre Portugal e a Holanda.

O ramo mais antigo dessa família remonta a 1574, embora haja descendentes com variações desse mesmo apelido, nomeadamente “Tempelar”, “Tempeler”, “Tempelers” ou “Tempelaer”.

O Convento de Cristo de Tomar,  ostentado no brasão de algumas famílias, indica que a genealogia deriva da ligação à ordem portuguesa dos Templários

Não foram encontrados vestígios de origem judaica portuguesa na sequência das perseguições inquisitoriais do século XVI na Península Ibérica.

No início do século XIV, foi construído em
Castelo de Valckesteyn,
demolido no séc. XIX
Poortugaal o castelo de Valckesteyn que, alémde prisão, chegou a ter razoável importância militar em toda a região. 
No século XIX acabaria por ser demolido e no seu lugar encontra‐se hoje o bosque do mesmo nome, o Vasckesteynbos.

Após a transformação de toda a região em pólder, Poortugaal cresceu bastante, sobretudo após a Segunda Grande Guerra Mundial, e passou a rivalizar diretamente com Rhoon, a outra terra do concelho de Albrandswaard, situado a norte do Rio Maas e a sul do grande concelho de Roterdão.

Esta é a bandeira da antiga municipalidade de Poortugaal nos Países Baixos, que foi criada por Klaes Sierksma e adoptada em 3 de Maio de 1965. As armas têm realmente origem portuguesa como está fácil de ver.
 

Imagens de Poortugaal em 1920.








2. Comentário adicional do Valdemar Queiroz. que tem filho (português), nora (neerlandesa) e netos  (luso-neerlandeses) a viver nos Países Baixos 

Também se fala terem sido antigos cruzados que regressaram das Cruzadas e fundaram a localidade com o nome Poortugaal.

Interessante no Brasão da localidade, que eu conheço, ter, em vez das cinco chagas de Cristo, estrelas parecidas com a estrela de David.

Poortugaal, com as vogais oo e aa dobradas para se ler/dizer como os portugueses.

A propósito de portugueses, e num dos e habituais brunchs de domingo, quando apareceu um casal de jovens a minha nora disse para o meu filho 'die kwamen it Poortugaal' (vieram de Poortugaal) e o meu filho disse 'eu sou do Cacém-Sintra e vocês são donde?'. 

Sem perceberem o que ele dizia, eles e toda a gente ficou em silêncio apenas com um 'begrijp het niet' (não entendo). E assim ficamos a saber que havia nos Paises Baixos uma localidade chamada Poortugaal.

Valdemar Queiroz

Brasão de Poortugaal



Antigo município de Poortugaal (1277-1985). Fundiu-se com Em 1 de Janeiro de 1985 
com Rhoon para formar o município de Albrandswaard. (Fonte: Wikipedia > Poortugaal)


Clube Desportivo de Poortugaal 



Carimbo dos correios dos Países Baixos > 1984, Hoogvliet 50 years part of Rotterdam, Marathon.



Igreja, reformada,  de Poortugaal


Edifício do antigo município de Poortugaal (2017)


Fotos (e legendas): ©  Valdemar Queiroz  (2023). Todos os direitos reservados.
[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23978: Memória dos lugares (446): Sinchã Alfa, na estrada Cabuca-Nova Lamego (hoje Gabu): interessante, 52 anos depois, constrói-se uma escola no local de um antiga rampa de lançamento de foguetões 122 mm

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23979: Notas de leitura (1542): "O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume I: Eclosão e Escalada (1961-1966)", por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2022 (12) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 10 de Janeiro de 2023:

Queridos amigos,
Muito se tem discutido os resultados da Operação Tridente, os ensinamentos que trouxe para responder em termos de contra-guerrilha, etc. É facto que Spínola entendeu que o destacamento do Cachil para nada servia, mas observando a evolução da guerra, a região do Como tinha perdido pertinência, através da República da Guiné encontraram-se corredores e, mais tarde, o Senegal passou a autorizar a passagem de pessoas e bens por toda a fronteira norte, o PAIGC sabia de antemão que não se podia implantar nos Bijagós. Aqui se descreve o papel da FAP na Operação Tridente, os elementos indicados pelos autores comprovam que os dados historiográficos já existentes são sólidos, o que verdadeiramente permanece na penumbra é como Louro de Sousa, e depois Schulz e mais tarde Spínola entendiam o uso de grandes meios e durante um lapso apreciável de tempo. Recordo que houve uma operação que demorou 12 dias, a Lança Afiada (1969), que visava entrar nas bases criadas pelo PAIGC desde 1963 nas margens do Corubal, abaixo da Ponta do Inglês. Foi um fiasco completo, o uso de tantos meios deu tempo a que o PAIGC transferisse o seu potencial armamentista para a outra margem do rio, levaram a população e os alimentos, as nossas tropas encontraram uns velhinhos e canhangulos. Enfim, tanto barulho para nada.

Um abraço do
Mário



O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974
Volume I: Eclosão e Escalada (1961-1966), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2022 (12)


Mário Beja Santos
Este primeiro volume d’O Santuário Perdido, por ora só tem edição inglesa, dá-se a referência a todos os interessados: Helion & Company Limited, email: info@helion.co.uk; website: www.helion.co.uk; blogue: http://blog.helion.co.uk/. Percorremos já um longo percurso (esta recensão já abrangeu mais de metade da obra), os investigadores socorrem-se de um processo diacrónico, atravessam toda a cronologia de acontecimentos internacionais e nacionais que se prendem com o fenómeno da descolonização africana e como este afetou a Guiné; depois dão-nos o quadro dos meios aéreos existentes, no início da década de 1960 e a sua evolução até ao desencadear da guerra, a adaptação de infraestruturas (nomeadamente Bissalanca, Cufar e Gabu), o aperfeiçoamento na formação dos pilotos, etc. Estamos exatamente num momento em que os autores abordam os comportamentos militares dos primeiros comandantes-chefes e as aquisições efetuadas, designadamente na Europa Ocidental. E vamos imergir na Operação Tridente e avançar para o primeiro período da governação Schulz.

No que toca à Operação Tridente, a atividade aérea iniciou-se, tal como acordado, em 14 de janeiro, um Auster lançou folhetos sobre a ilha de Como e Caiar, mais tarde, no mesmo dia, os T-6 dispararam foguetes de 37 mm contra canoas perto de Curco, no Como, e em Poilão de Cinza, uma ilha costeira próxima, enquanto os P2V-5 bombardeavam embarcações e a aldeia de Catabão Segundo, destruindo estruturas do PAIGC. Na sequência destas atividades aéreas, iniciou-se a intervenção por grupos, tropa do BCAV n.º 490 e fuzileiros que desembarcaram em Caiar e Como, não encontraram resistência e iniciaram a sua marcha para norte, os desembarques foram progredindo, as forças portuguesas chegaram às aldeias de Caiar e Cauane, estamos já a 16 de janeiro, começou a resistência do PAIGC procurando retardar a progressão das forças portuguesas, um terreno difícil, com uma floresta quase impenetrável, pântanos e tarrafe. Para apoiar esta progressão, entraram em ação os F-86, isto já em 18 de janeiro, metralhando e bombardeando a floresta e a povoação de Cachil no norte do Como; seguiram-se ataques de P2V-5 na noite de 25 de janeiro; a FAP usou napalm pela primeira vez em 29 de janeiro durante um ataque de F-86 contra a Mara de Cassacá e a povoação de S. Nicolau, mas rapidamente se descobriu que o napalm era uma arma inapropriada contra alvos em áreas densamente florestadas, como veio a reconhecer o comandante da ZACVG, Coronel Francisco Delgado, no relatório que elaborou.

Havia uma necessidade imperiosa de continuar a progressão e usar material bélico apropriado. O governador da Guiné, Comandante Vasco Rodrigues, ex-aviador naval, ajudou a conceber uma solução inovadora, os C-47 lançaram cargas de profundidade antissubmarinas, depois dos técnicos terem substituídos os detonadores por cargas de demolição subaquáticas. Em 1 de fevereiro, um C-47 lançou duas bombas de profundidade de 350 quilos sobre o Como e no dia 21, houve novo ataque descarregando bombas em Curco e na mata adjacente. Durante esta segunda missão, o bombardeiro improvisado foi atingido por fogo de superfície, mas regressou a Bissalanca com danos mínimos. O uso destas bombas improvisadas teria causado poucas baixas no PAIGC, mas as suas detonações massivas terão tido certamente um efeito psicológico desmoralizador no inimigo. O mesmo foi dito sobre os P2V-5, que voltaram à ação na noite de 28 de fevereiro bombardeando a Mata de Cassacá e a povoação de Catabão Segundo, seguido de uma incursão de Neptune à luz do dia no dia seguinte. Foram detonações tão fortes que tremeu o chão onde estávamos, como explicou o então comandante de fuzileiros. Apertou-se o cerco ao redor do produto da guerrilha, combinado com o assédio aéreo implacável, e daí a carta escrita por Nino a pedir reforços em termos frenéticos a outros comandantes da guerrilha. Finalmente, a resistência da guerrilha quebrou; à medida que se avançava em março, as forças portuguesas verificavam que havia menos contactos hostis. Quando a Operação Tridente terminou, em 24 de março, o PAIGC tinha retirado a sua última organização, deixando atrás as suas bases destruídas, tinham abandonado a sua estrutura de apoio militar e logístico para aquela região. Os pilotos da FAP registaram 1105 horas de voo em apoio à Operação Tridente. O ritmo das operações aéreas foi mais intenso durantes as fases iniciais da ofensiva. Durante os 71 dias da operação, houve 781 surtidas, transportaram-se cerda 1500 militares, dispararam-se 710 foguetes, lançaram-se 356 bombas e 40 mil cartuchos.

Obviamente que ocorreram importantes gastos, sobretudo nos helicópteros, registaram-se faltas de pneus e munição, a disponibilidade dos F-86 caiu para metade, dois Sabre ficaram parados por falta de peças sobressalentes. A operacionalidade dos meios aéreos foi crucial para apoiar a ofensiva terrestre, não se podiam usar viaturas no terreno e inicialmente o PAIGC tinha controlo nas vias navegáveis dos canais. O abastecimento das nossas tropas teve momentos críticos, houve mesmo aconselhamento de colher arroz nas ilhas e abater o gado local; as tropas também foram obrigadas a cavar poços para beber água, uma água salobra que levou a bastantes militares ficarem incapaz de combater, tiveram de ser evacuados quase um quinto das tropas terrestres. Na hora do balanço, as nossas tropas tiveram 47 feridos, 9 mortos, um total de 6 aeronaves foram atingidas pelo fogo do PAIGC. Embora a propaganda do PAIGC declarasse que tinha abatido 3 aviões portugueses, a única perda ocorreu no dia 23 de janeiro quando um T-6 pilotado pelo Alferes João Manuel Pité foi abatido perto de Cauane; os seus restos mortais carbonizados foram recuperados pelo mesmo pessoal que ele tinha estado a apoiar. Um outro piloto da FAP, Frederico Manuel de Machado Vidal morreu em 24 de fevereiro atingido na cabeça. O seu observador, o Sargento Pinto da Rocha – felizmente ele também aviador – teve que retirar o cadáver do piloto para operar a aeronave até aterrar em Bissalanca.

Apesar das perdas, a Operação Tridente foi inicialmente considerada um sucesso. O PAIGC teve que se retirar de uma das suas regiões onde estava mais ativo, perdeu 76 combatentes, teve 15 feridos e 9 prisioneiros; a captura de um guerrilheiro permitiu informações valiosas. No longo prazo, a Operação Tridente foi classificada a mais ingrata em toda a guerra colonial, um sacrifício inútil. Instalou-se um destacamento em Cachil, e a partir do verão de 1964, o PAIGC retomou as flagelações. O novo Governador e Comandante-Chefe, Spínola, ordenou a retirada da guarnição portuguesa, deixando aquela região abandonada, e o PAIGC propagandeou-a como zona libertada – transformou uma derrota tática em vitória estratégica.

No auge da batalha do Como, Amílcar Cabral reuniu 60 dos seus dirigentes militares e políticos para uma reunião que rapidamente se transformou em congresso, isto em território continental, em Cassacá, a poucos quilómetros do teatro de operações. Cabral e os outros dirigentes de topo estavam plenamente informados de graves irregularidades cometidas por alguns comandantes militares, havia mesmo fenómenos de tribalismo, foram denunciados crimes abomináveis e fugas de pessoas das zonas libertadas que viviam em estado de terror.

A reunião-congresso de Cassacá durou 7 dias, começou a 13 de fevereiro; foram adotadas medidas de longo alcance para procurar restaurar a unidade e a disciplina do partido; os dissidentes foram drasticamente punidos, entregues a tribunais populares, alguns deles foram executados, assim como aqueles que resistiram à prisão. Cabral impôs a primazia da política sobre as considerações militares, deu-se início à reorganização das Forças Armadas Revolucionárias do Povo – FARP, assente em três pilares, o Exército Popular, a Guerrilha Popular e a Milícia Popular. Criaram-se quadros militares especiais a pensar nas armas pesadas e nos canhões antiaéreos. Para garantir a disciplina política, Cabral fez aprovar uma estrutura de comando duplo, um oficial sénior das FARP exercia o controlo geral das operações de combate enquanto um oficial político assegurava que as atividades militares estavam em concordância com a estratégia delineada pela liderança do PAIGC.

Com a atenção concentrada nas operações do Como, naqueles primeiros três meses de 1965, o PAIGC aproveitou para se implantar no Morés, o que iria complicar as atividades operacionais portuguesas, a área controlava o tráfego rodoviário e fluvial no norte e oeste da Guiné. Não se deu pausa a esta implantação no Morés, a FAP teve presente, houve danos num Alouette II. De 22 a 26 de abril, decorreu a Operação Alvor, uma operação anfíbia na Península de Gampará, a FAP interveio, a operação foi bem-sucedida, limpou-se provisoriamente a península, fizeram-se 13 prisioneiros e estimaram-se 50 baixas. Alvor seria a última operação sob o comando do brigadeiro Louro de Sousa. No dia 21 de maio, o brigadeiro Arnaldo Schulz assumiu as funções de governador e comandante-chefe, considerado a quintessência da linha dura, chegou à Guiné proclamando que vinha vencer a guerra em seis meses, trazia a convicção de que seriam suficientes para tal tarefa mais homens e mais poder de fogo.

Um helicóptero da FAP operando num barco durante a Operação Tridente (Arquivo Histórico da Marinha)
Meios anfíbios usados na Ilha do Como (Arquivo Histórico da Marinha)
Aproximação da Ilha do Como, 15 de janeiro (Arquivo Histórico da Marinha)
Forças portuguesas preparam assalto à tabanca de S. Nicolau (janeiro (Arquivo Histórico da Marinha)
Uma imagem que mostra as dificuldades sentidas na Operação Tridente (Coleção Armor Pires Mota)
Uma imagem do Congresso de Cassacá, à esquerda de Amílcar Cabral está Nino Vieira, o comandante da frente Sul (Coleção Albert Grandolini)
Um destacamento das FARP, equipado com morteiros 60 mm chineses (Coleção Albert Grandolini)
Operações do PAIGC na região do Morés, janeiro-fevereiro de 1964 (Matthew M. Hurley)

(continua)
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Notas do editor

Poste anterior de 6 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23956: Notas de leitura (1540): "O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume I: Eclosão e Escalada (1961-1966)", por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2022 (11) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 9 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23965: Notas de leitura (1541): "Noites de Mejo", por Luís Cadete, comandante da CCAÇ 1591; edição de autor, com produção da Âncora Editora, 2022 (3) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P23978: Memória dos lugares (446): Sinchã Alfa, na estrada Cabuca-Nova Lamego (hoje Gabu): interessante, 52 anos depois, constrói-se uma escola no local de um antiga rampa de lançamento de foguetões 122 mm

 

Guiné > Região de Gabu > Carta de Cabuca (1959 ) / Escala 1/50 mil > Posição relativa de Cabuca, Sinchã Alfa, a sudeste de Nova Lamego, e rio Corubal.



 Guiné > Carta geral da antiga província portuguesa da Guiné (1961) / Escala 1/500 mil > Pormenor: posição relativa de Cabuca e Sinchã Alfa a sudeste de Nova Lamego (Gabu Sara). Temos 40 referências a Cabuca.



Infografia: Nuno Rubim / Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné (2008)


1. Comentário de Valdemar Queiroz ao poste P23976 (*)



Valdemar Queiroz, minhoto por criação, lisboeta por eleição, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70; aqui, na foto, em Contuboel, 1969. Trancado em casa, por causa da sua DPOC de estimação, com o filho, a nora  e os netos lá longe nos Países Baixos, é um "consumidor compulsivo" do nosso blogue e extraordinário contribuinte ativo da nossa Tabanca Grande... Que Deus, Alá e os bons irãs lhe deem muitos anos de vida (e a saúde q.b.).


Sinchã Alfa

O local da tabanca Sincha Alfa ficava junto à estrada a meio caminho Nova Lamego-Cabuca, passei por lá várias vezes. (**)

Não sei quando teria sido abandonada, em 1969 já não tinha população.

Próximo de Sincha Alfa foram montadas as rampas de lançamento dos foguetões 122 mm lançados sobre Nova Lamego em 5 de abrail de 1970.

No dia seguinte, foi o meu 4º. Pelotão da CART.11, "Os Lacraus", que encontrou o local da instalação das rampas de lançamento dos 122 mm.

Interessante, 52 anos depois de no local de lançamento de mortíferos foguetões, que por sorte não atingiram ninguém, aparecer a construção de uma Escola.

Que a Escola perdure por muitos anos.




Guiné > Região de Gabu > Cabuca > CART 2479 / CART 11 > 23 de março de 1970 >  Além de material abandonado (morteiro 82, completo, e granadas), o PAIGC  deixou um morto


2. Nota do editor LG:

Camaradas que passaram por (ou conheceram) Cabuca;

  • António Barbosa, ex-alf mil op esp/ranger, 2.ª C / BART 6523 (Cabuca, 1973/74);
  • Armando Gomes ex-1.º cabo ap armas pesadas, CCAÇ 2383 (Cabuca 1968/70);
  • Carlos Arnaut, ex-alf mil art, 16º Pel Art (Binar, Cabuca, Dara, 1970/72);
  • João Silva (1950-2022), ex-fur mil at inf, de rendição individual, CCAV 3404 (Cabuca, 1972), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1973) e CIM Bolama (Bolama, 1973/74);
  • José António Gomes de Sousa, ex-sold condutor auto, CCAV 3404/BCAV 3854 (Cabuca, 1971/73);
  • José da Luz Rosário, ex-fur mil, Pel Canh S/R 2298 (Cabuca e Buruntuma, 1971/72);
  • José Pereira, ex-1.º cabo inf, 3.ª CCAÇ e CCAÇ 5 (Nova Lamego, Cabuca, Cheche e Canjadude, 1966/68);
  • Ricardo Figueiredo, ex-fur mil, 2ª C / BART 6523, Cabuca (1973/74);
  • Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70).