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Nota do editor
Último poste da série de 9 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11818: Parabéns a você (600): Adriano Moreira, ex-Fur Mil Enf da CART 2412 (Guiné, 1968/70); Arménio Estorninho, ex-1.º Cabo Mec Auto da CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70) e Joaquim Carlos Peixoto, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3414 (Guiné, 1971/73)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Guiné 63/74 - P11827: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (5): Do "insucesso" do PAIGC à reacção das NT (Manuel Vaz)
1. Quinta e penúltima parte do trabalho elaborado e enviado, para publicação no nosso Blogue, pelo nosso camarada Manuel Vaz (ex-Alf Mil da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67).
Lembremos a sua mensagem de apresentação:
Este trabalho que vai ser publicado em 6 Postes, correspondentes a outros tantos subtítulos, foi concebido como "peça única".
Posteriormente foi seccionado e ilustrado, sem perder as caraterísticas iniciais.
Um abraço
Manuel Vaz
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Nota do editor
Último poste da série de 28 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11774: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (4): Os Paraquedistas Desembarcam e Resolvem (Manuel Vaz)
Lembremos a sua mensagem de apresentação:
Este trabalho que vai ser publicado em 6 Postes, correspondentes a outros tantos subtítulos, foi concebido como "peça única".
Posteriormente foi seccionado e ilustrado, sem perder as caraterísticas iniciais.
Um abraço
Manuel Vaz
UMA VISÃO ALARGADA DO ATAQUE A GADAMAEL
DOS ANTECEDENTES ÀS CONSEQUÊNCIAS
5 - DO "INSUCESSO DO PAIGC À REACÇÃO DAS NT
____________
Nota do editor
Último poste da série de 28 DE JUNHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11774: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (4): Os Paraquedistas Desembarcam e Resolvem (Manuel Vaz)
Guiné 63/74 - P11826: Agenda cultural (278): Estreia hoje, nos cinemas, em Lisboa (Nimas) e Porto (Medeia Cine Estúdio do Teatro Campo Alegre), o filme "A batalha de Tabatô", de João Viana. Os Super Camarimba, banda afromandinga do nosso amigo Mamadu Baio, atuam hoje no Espaço Nimas, em Lisboa
1. Estreia hoje nos cinemas, em Lisboa e Porto, "A batalha de Tabatô", segundo informação recolhida na respectiva página do Facebook, bem como Cinecartaz do Público.
Ver aqui o trailer oficial: http://www.abatalhadetabato.com/pt_home.html
Sessões:
Lisboa > Nimas > Sala: Sala 1 >
Av. 5 Outubro, 42B 1000-20 (GoogleMaps)
Morada: R. das Estrelas 4150-13 (GoogleMaps)
11 de Julho > ESPAÇO NIMAS (Avenida 5 de Outubro 42B - Lisboa, 1050-057 Lisboa, telef 21 357 4362)
1 de Agosto > B.LEZA
Ver aqui o trailer oficial: http://www.abatalhadetabato.com/pt_home.html
2. Ficha Técnica:
A Batalha de Tabatô
Título original:A Batalha de Tabatô
Título original:A Batalha de Tabatô
De: João Viana
Com: João Viana, Mamadu Baio, Fatu Djebaté, Imutar Djebaté
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: POR, 2013, Cores, 78 min.
Sinopes: "Depois de anos a viver em Portugal, o pai de Fatu regressa a África para assistir ao casamento da filha com Idrissa Djebaté. Ela é professora universitária e seu futuro marido é um músico conhecido. A festa de casamento é em Tabatô, um lugar extraordinário onde todos os seus habitantes são, há 500 anos, músicos djidius, cantores-poetas que narram contos e lendas representativos da vida africana. No caminho até lá, à medida que as recordações se avivam, o velho senhor começa a revelar traumas esquecidos da sua juventude, enquanto soldado mandinga na guerra colonial, décadas antes. Filmado na Guiné- Bissau, é a primeira longa-metragem de ficção de João Viana, que foi distinguido com uma menção honrosa na edição de 2012 do Festival Internacional de Cinema de Berlim."
Sinopes: "Depois de anos a viver em Portugal, o pai de Fatu regressa a África para assistir ao casamento da filha com Idrissa Djebaté. Ela é professora universitária e seu futuro marido é um músico conhecido. A festa de casamento é em Tabatô, um lugar extraordinário onde todos os seus habitantes são, há 500 anos, músicos djidius, cantores-poetas que narram contos e lendas representativos da vida africana. No caminho até lá, à medida que as recordações se avivam, o velho senhor começa a revelar traumas esquecidos da sua juventude, enquanto soldado mandinga na guerra colonial, décadas antes. Filmado na Guiné- Bissau, é a primeira longa-metragem de ficção de João Viana, que foi distinguido com uma menção honrosa na edição de 2012 do Festival Internacional de Cinema de Berlim."
Fonte: Público > Cinecartaz (Reproduzido com a devida vénia...)
Lisboa > Nimas > Sala: Sala 1 >
Sessões: 15h30, 18h30, 21h30
Telefone para Marcações: 213574362 >
Sessões: 18h30, 22h.
Morada: R. das Estrelas 4150-13 (GoogleMaps)
Telefone para Marcações: 226063000 >
3. Concerto:
A banda Super Camarimba (dirigida pelo nosso amigo Mamadu Baio, foto à direita) dá entretanto mais 2 concertos, em Lisboa, hoje e no próximo dia 1 de agosto.
11 de Julho > ESPAÇO NIMAS (Avenida 5 de Outubro 42B - Lisboa, 1050-057 Lisboa, telef 21 357 4362)
1 de Agosto > B.LEZA
Nota do editor:
Último poste da série > 6 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11677: Agenda cultural (277): Lançamento do livro "Gente Com Coragem", do nosso camarada Castro Ferreira - Padrão, em Espinho, dia 22 de Junho. Convite.
Guiné 63/74 - P11825: (In)citações (53): Bem haja quem fundou o blogue, bem haja quem apreciou as crónicas do meu pai, e tu, pai, continua a escrever, peço-te. Da filha que te adora (Paula Ferreira)
Guiné > Bissau > 17 de dezembro de 1966 > O Veríssimo Ferreira, a esposa e a filha Paula, de 2 anos e meio
Loures > Casa da família Ferreira > O pai, a mãe e a filha em dia de aniversário da filha-mais-que-tudo... Sabemos que ele é pai e avô babado. Escreveu ela, a Paula, aliás, Titau Ferreira, na sua página do Facebook, no dia 6 deste mês: "50 anos - a responsabilidade de eu cá estar é destes senhores"... (Paula: o batalhão da Tabanca Grande, a 600 vozes, canta-te os Parabéns a Você, com uns dias de atraso!...Que sejam 50 anos de prata, ouro e diamante, a comemorar ao longo do 2º semestre de 2013!... Por outro lado, há uma frase nossa que, contigo, ainda faz mais sentido: "Os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são!").
Loures > Casa da família Ferreira > O pai, a mãe e a filha em dia de aniversário da filha-mais-que-tudo... Sabemos que ele é pai e avô babado. Escreveu ela, a Paula, aliás, Titau Ferreira, na sua página do Facebook, no dia 6 deste mês: "50 anos - a responsabilidade de eu cá estar é destes senhores"... (Paula: o batalhão da Tabanca Grande, a 600 vozes, canta-te os Parabéns a Você, com uns dias de atraso!...Que sejam 50 anos de prata, ouro e diamante, a comemorar ao longo do 2º semestre de 2013!... Por outro lado, há uma frase nossa que, contigo, ainda faz mais sentido: "Os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são!").
Fotos: © Veríssimo Ferrea«iora (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]
1. Comentário da nossa leitora Paula Ferreira ao poste P11821 (*)
Eu sou a menina que está na foto e que tinha dois anos e meio quando esteve na Guiné.
Sempre tive muito orgulho em dizer que o meu pai foi um combatente: não só na Guerra do Ultramar mas também na vida. Nunca nada lhe foi dado de mão beijada .Sempre trabalhou e lutou para ter alguma coisa na vida. É um exemplo de dignidade, integridade e muitos outros valores que tentei transmitir aos seus netos para quem ele é um ídolo e uma referência.
Não deixes de escrever, pai. Estas crónicas ajudam a exorcitar o passado cruel, e ajudam-nos a conhecer-te melhor. Respeitamos muito o sofrimento e a dor da guerra dos ex-combatentes, mas é importante que essas memórias sejam partilhadas para ficarem para as futuras gerações.
Ao meu pai, e a todos os que escrevem neste blogue deixo o pedido: continuem a escrever a història. Para os vossos filhos, netos e bisnetos. Só quem lá esteve a pode contar.
Bem haja quem fundou o blogue, bem haja quem apreciou as crónicas do meu pai, e tu, pai, continua a escrever. Peço-te. Da filha que te adora. Paula Ferreira. (**)
(...) A "cereja em cima do bolo" vem exactamente de onde certamente não esperavas, especialmente por aqui (confesso que também não esperava, fiquei até com alguma emoção), veio de uma tal 'menina' Paula que, de uma forma cheia de amor filial, com grande empolgamento e com toda a razão, escreve as palavras certas e que subscrevo totalmente.
Já conhecia a foto da família em Bissau através do Facebook e aproveito a ocasião para te render homenagem quanto ao facto de teres podido proporcionar à tua família (existente à data) a possibilidade de conhecerem esse pedaço de África, mesmo em tempos de incerteza, para que pudessem "crescer", em conhecimento e riqueza interior.
Caro amigo Veríssimo, dá-te uma 'folga', recupera o fôlego e sempre que possas e queiras... escreve! (...)
___________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 9 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11821: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (41): 42.º episódio: Memórias avulsas (23): Em Bissau, adaptação e normalidade
(**) Último poste da série > 8 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11681: (In)citações (52): Como queremos o respeito do País quando nós esquecemos que a vida de um ex-combatente começa no dia em se entra pela primeira vez num quartel e só acabará no dia em que o mundo deixar de existir? (José da Câmara)
(*) Vd. poste de 9 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11821: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (41): 42.º episódio: Memórias avulsas (23): Em Bissau, adaptação e normalidade
(**) Último poste da série > 8 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11681: (In)citações (52): Como queremos o respeito do País quando nós esquecemos que a vida de um ex-combatente começa no dia em se entra pela primeira vez num quartel e só acabará no dia em que o mundo deixar de existir? (José da Câmara)
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Guiné 63/74 - P11824: Os nossos médicos (64): A propósito do nosso anedotário médico militar... (Rui Silva)
1. Mensagem do nosso camarada Rui Silva (ex-Fur Mil da CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67), com data de 3 de Julho de 2013:
Estimados caros amigos Luís, Vinhal e Magalhães Ribeiro:
Recebam um grande abraço e os maiores votos da continuação de uma boa forma para a sustentação deste querido Blogue.
Rui Silva
A propósito de médicos militares na Guiné
Ultimamente tem-se “falado” no Blogue de médicos incorporados nas tropas na Guiné e então fez-me lembrar um episódio; episódio que tem o valor que tem, ou que lhe queiram dar.
Não indico, por razões de princípio e óbvias, os nomes dos principais protagonistas: Médico psiquiatra no Olossato e Furriel com a cisma do “Paludismo crónico”.
A minha Companhia era das ditas independentes. Independente de quê, não cheguei a saber. Era, era bem dependente do Batalhão. Primeiro do BArt 645 os “Águias Negras” (águias com 3 cabeças!) e depois deste vir embora passou para a alçada do BCaç 1857.
Um e outro com sede em Mansoa. Zona de Ação: Oio, ou grande parte deste.
As Companhias ditas independentes eram assim como Companhias bastardas e ao que parecia as mais sacrificadas, para fazer jus ao epíteto. As do próprio Batalhão eram mais protegidas. Isto era o que bem parecia e o que se dizia. Terá sido bem assim? Bom, que a minha Companhia era quase sempre o Grupo de Assalto…
Não, não. Não pretendo fazer juízos de valor, e então lembrar-me dos que andaram por exemplo na operação Tridente, dos que estiveram em Guileje, Guidage, na fase final da guerra, entre outros lugares… Irra (!) por bons sítios ainda andei eu, afinal.
A minha Companhia não tinha médico próprio e, em Bissorã, quando estávamos ali com a 643 (Companhia de BArt 645) julgo que ali havia um clínico permanente e que pertencia ao efetivo do Batalhão. Não tenho a certeza porque, felizmente, não tive necessidade dos seus préstimos, isto em cerca de 5 meses que a Companhia 816 ali esteve.
No Olossato onde a Companhia 816 trabalhava já sozinha, a visita do médico era esporádica, mas, mais ou menos regular, convenhamos.
A messe dos Furriéis no Olossato. As portas da fachada, são as do refeitório e a primeira janela do lado esquerdo é a do meu quarto, onde ficava com mais 3 camaradas. Ali, no refeitório, comia-se menos mal, escreviam-se os aerogramas, ouvia-se a toda a hora o Roberto Carlos (quase sempre “Quero que todo o mais vá pr’ó inferno”) e jogava-se a batota à noite, e às vezes com batatada pelo meio (só ameaços).
Foto do álbum fotográfico do meu amigo José Augusto Ribeiro, ex-Furriel mil. da 566, que aqui reproduzo com a devida vénia.
E por falar de saúde, aqui se ilustra e se interroga se estávamos a tratar da saúde ou a dar cabo dela. Depois das “operações vaca” não faltavam uns miolos fritos bem regados com cerveja (bebia-se tipo trompete). Era um pitéu que acontecia muitas vezes e ao meio da manhã. E tão bem que sabia! Dimais! Travessa e pratos da época: alumínio engelhado. Copos? não me lembro!
Estávamos então uns poucos de Furriéis na nossa messe no Olossato quando chega um Furriel camarada, da consulta no médico.
Perguntamos-lhe então qual era o problema.
- “O que é que o médico disse?”
- “Ele respondeu que isto passava, que, do que eu me queixo, ele anda bem pior, mas que não dá importância, que isso passa”.
- “Disse-lhe que me doía a barriga e ele aponta-me o sítio: “É aqui.?” “É mesmo aí Sr. Doutor”, ao qual ele me reponde: “É exatamente como eu, ando aí com umas dores…, mas, nem ligo, é melhor não tomar nada, que isto passa.”
- “Bom, como vi que o médico afinal ainda andava igual ou pior do que eu, vim resignado”.
Aqui então é que se despoletou a discussão.
- “Oh(!) caramba!!,” - disse outro após aquela queixa e ulterior resultado:
- “Ele também disse que andava pior do que eu. Queixei-me das costas e após algumas perguntas sobre outros sintomas ele diz-me”:
- ” Olhe, eu também ando exatamente como você e não me queixo. Isto passa.”
Outros ratificaram o diagnóstico/ terapêutica quase taxativo do médico, sobre os seus casos, e chegamos à conclusão que era uma boa maneira psicológica de tratar os pacientes. Podia era não chegar. Não havia drogas, o que dava um certo conforto, e o pessoal queixoso esquecia o seu mal.
- “Afinal quando o médico se queixa mais do que eu…”. Nem sequer sinal dos tais comprimidos que “saravam tudo”.
Aqueles comprimidos brancos de cerca de um centímetro de diâmetro que eram dados dois, embrulhados num papel, que nos davam na tropa na metrópole. Os comprimidos LM. Estava ali tudo neles, o que era preciso para curar, tudo (ou quase tudo).
Na Guiné não dei por eles. Os micróbios, fungos, parasitas e outros seres microscópicos que por ali andavam eram bem outros e mais variados (à la carte).
- “Porque é que estes seres não são visíveis para que a gente possa dar conta deles antes que eles nos “cosam?” - como dizia um camarada meu, ajuntando que era um defeito da natureza.
Curiosa a imagem seguinte e legenda subsequente obtida e aqui reproduzida, com a devida vénia, do Blogue http://bart1914.blogspot.pt
Por que foi que deixaram de fabricar os comprimidos "LM"?... Acudiam a tudo - diarreias, cefaleias, bicos de papagaio, panaríssios, enjoos, malária, gripes, tremideiras, eu sei lá mais o quê?
Após alguma pesquisa viemos a saber que o médico ali no Olossato era um Psiquiatra.
Bom, de Psiquiatra também precisávamos e não era pouco, pois os neurónios da malta não andavam bem sincronizados, naquela situação, mas precisávamos mais alguma coisa da medicina, obviamente. E então de erupções na pele havia para todos os gostos. Logo as virilhas com a “flor do congo” à cabeça. Manga de erupções cutâneas, em forma de borbulhas de rosetas, de manchas, etc.
Aqui, os enfermeiros, com o 1214, também resolviam boa parte dos problemas de pele. Os alérgicos à tintura de iodo (raros), às vezes ficavam era ainda bem pior. O Ásterol era bom mas dava para chamar “oh da guarda!!”
Só que o 1214 não sarava tudo, o que era na pele, claro.
Mas que o Dr. Psiquiatra diagnosticou e “terapeuticou” muita gente, à custa de “boas palavras” e com (no mínimo) razoáveis resultados, lá isso foi uma boa verdade.
Tive um colega meu (julgo que o único caso do foro), que cismou que tinha o Paludismo crónico. Chegou a acordar-me alta madrugada com o “Simpósium terapêutico” na mão a apontar-me os sintomas do Paludismo crónico. E que era isso mesmo que tinha.
Os sintomas, que o livro preconizava, coincidiam precisamente c’os dele, isto na sua maneira de ver, claro. Chegou a comprar um termómetro e a andar com ele no bolso.
Um dia, em Bissau, andávamos juntos a passear, quando a certa altura dei por a falta dele ao meu lado. Olho para trás e ele estava encostado a uma árvore a medir a temperatura na axila.
Ao ler, olha para mim e diz-me:
- “Vês? Há pouco tinha 37.2 e agora já tenho 37.4. Vês? É uma característica do Paludismo crónico: oscilação da temperatura. Estou f…..”
Sei que após algum tempo recuperou, não sei se foi o aludido Psiquiatra que o curou. Se calhar até foi!
Passem bem!
Rui Silva
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Nota do editor:
Último poste da série de 9 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11820: Os nossos médicos (63): O dr. Sousa Fernandes, o VCC de Guileje, era de Coimbra e infelizmente já nos deixou em 2000 (José Crisóstomo Lucas)
Guiné 63/74 - P11823: Blogpoesia (349): O milagre do pão (J. L. Mendes Gomes)
Marco de Canaves > Paredes de Viadores > Candoz > Quinta de Candoz > 1 de setembro de 2012 > O forno do pão que no passado também era "calafetado com bosta de boi"... E onde se coze o pão também se assa o anho...
Foto: © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados.
Lourinhã > Atalaia > Festa do Pão do Moinho > 1 de julho de 2012 > O famoso pão de milho com sardinhas, típico do oeste estremenho de há 50 anos atrás... São sabores da infância de muitos de nós...
Foto: © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados.
O milagre do pão...
por J.L. Mendes Gomes
Nota do editor:
Último poste da série > 24 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11759: Blogpoesia (348): Pedir desculpa é pouco (Ernesto Duarte)
Desde pequeno, assistia de graça,
a um milagre semanal.
Quando minha Mãe,
que Deus tenha em bom lugar,
com um montão de farinha milha,
água da fonte, mexia...mexia...
e fazia uma pasta branca,
na gamela de madeira,
parecia um barco.
Juntava-lhe um pedaço doutra,
a que chamava fermento,
e voltava a mexer... a mexer.
Deixava-a a dormir,
em silêncio profundo,
durante um certo tempo.
Com uma cruz de bênção...
O forno de barro ardia em chamas...
até ficar rubro ao fundo.
Sobre uma pá de madeira,erguia montes de massa
que colocava lá dentro.
Até encher.
Fechava o forno com uma porta
e betonava bem,
com bosta de boi...
Depois era só esperar.Um milagre à vista ia romper:
Aqueles montões de massa,
quando se abria a porta,
tinham crescido tanto...
Que lindas boroas de pão
surgiam cheirosas...
Eram o nosso pão
p’rá semana inteira!...
Berlim, 10 de Julho de 2013, 15h00
a um milagre semanal.
Quando minha Mãe,
que Deus tenha em bom lugar,
com um montão de farinha milha,
água da fonte, mexia...mexia...
e fazia uma pasta branca,
na gamela de madeira,
parecia um barco.
Juntava-lhe um pedaço doutra,
a que chamava fermento,
e voltava a mexer... a mexer.
Deixava-a a dormir,
em silêncio profundo,
durante um certo tempo.
Com uma cruz de bênção...
O forno de barro ardia em chamas...
até ficar rubro ao fundo.
Sobre uma pá de madeira,erguia montes de massa
que colocava lá dentro.
Até encher.
Fechava o forno com uma porta
e betonava bem,
com bosta de boi...
Depois era só esperar.Um milagre à vista ia romper:
Aqueles montões de massa,
quando se abria a porta,
tinham crescido tanto...
Que lindas boroas de pão
surgiam cheirosas...
Eram o nosso pão
p’rá semana inteira!...
Berlim, 10 de Julho de 2013, 15h00
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Nota do editor:
Último poste da série > 24 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11759: Blogpoesia (348): Pedir desculpa é pouco (Ernesto Duarte)
Guiné 63/74 - P11822: Álbum fotográfico do Xico Allen: região do Boé, 1998: trágicos vestígios 'arqueológicos' da guerra colonial, entretanto já destruídos ou desaparecidos...
Guiné-Bissau > Região do Boé > > Boé > 1998 > Embora esta zona seja pouco habitada, o Xico Allen encontrou e fotografou população civil quando lá esteve em 1998, com o António Camilo, o algarvio, e outros camaradas. Na época o grupo de portugueses que se deslocou ao Boé, partiu de Quebo (Aldeia Formosa), tomando uma picada existente sempre junto à fronteira com a Guiné- Conacri até á povoção do Boé, nas proximidades da antiga Madina de Boé, nosso aquartelamento e tabanca. No regresso vieram por Cheche onde atravessaram o Rio Corubal (onde lembraram os camaradas mortos e desaparecidos no trágico acidente de 6/2/1969, Op Mabecos Bravios) e seguiram para o Gabu (ex-Nova Lamego).
Guiné-Bissau> Picada de Cheche - Gabu > 1998 > Restos de viaturas das NT abandonadas... [Julgo que entretanto, nestes últimos anos, foram retirados ou destruídos todos estes vestígios "arqueológicos" da guerra colonial. L.G.]
Guiné-Bissau> Picada de Cheche-Gabu > 1998 >. Trinta anos depois da retirada de Madina do Boé (em 6 de fevereiro de 1969) ainda continuavam vísiveis os sinais das emboscadas e das minas...
Guiné-Bissau> Região do Boé > Rio Corubal > Cheche > 1998 > Praia fluvial com rampa de acesso. Foto tirada a meio do rio, na viagem de Quebo (Aldeia Formosa) - Boé - Cheche- Gabu (Nova Lamego).
Guiné-Bissau> Madina do Boé > 1998 > A famosa fonte da Colina do Boé, com ornamentação de azulejo português, pintado à mão, de 1945. Parece(ia) haver vestígios de impacto de balas de armas automáticas (?).
Guiné-Bissau> Madina do Boé > 1998 > A famosa fonte da Colina do Boé é um sítio onde se concentra(va) alguma população civil da escassa que há (havia) nesta região semidesértica, e a única da Guiné que é acidentada (com cotas que sejam quase aos 300 metros).
Guiné-Bissau> Picada Madina do Boé- Cheche - Gabu > 1998 > Fantasmas da guerra colonial que, de tempos a tempos, perturba(va)m a paisagem e o viajante... Mais uma viatura dos tugas abandonada à beira da picada...
Guiné-Bissau> Picada Cheche-Gabu > 1998 > Mais trágicas memórias da guerra...
Fotos (e legendas): © Francisco Allen / Albano M. Costa (2006). Todos os direitos reservados [Edição e kegendagem complementar: L.G.,]
1. O Xico Allen [ex-1.º cabo at inf, CCAÇ 3566 - Os Metralhas, Empada, 1972/74, foto à direita], nosso tabanqueiro desde 2006, foi um dos primeiros camaradas a voltar á Guiné, depois da independência. E nos últimos anos chegou mesmo a lá viver. De acordo com as memórias da Zélia Allen, também nossa tabanqueira, o casal Allen visitou a Guiné do pós-guerra, em abril de 1992, eles os dois mais um outro casal, o Artur Ribeiro e a esposa.
Guiné-Bissau> Picada de Cheche - Gabu > 1998 > Restos de viaturas das NT abandonadas... [Julgo que entretanto, nestes últimos anos, foram retirados ou destruídos todos estes vestígios "arqueológicos" da guerra colonial. L.G.]
Guiné-Bissau> Picada de Cheche-Gabu > 1998 >. Trinta anos depois da retirada de Madina do Boé (em 6 de fevereiro de 1969) ainda continuavam vísiveis os sinais das emboscadas e das minas...
Guiné-Bissau> Região do Boé > Rio Corubal > Cheche > 1998 > Praia fluvial com rampa de acesso. Foto tirada a meio do rio, na viagem de Quebo (Aldeia Formosa) - Boé - Cheche- Gabu (Nova Lamego).
Guiné-Bissau> Madina do Boé > 1998 > A famosa fonte da Colina do Boé, com ornamentação de azulejo português, pintado à mão, de 1945. Parece(ia) haver vestígios de impacto de balas de armas automáticas (?).
Guiné-Bissau> Madina do Boé > 1998 > A famosa fonte da Colina do Boé é um sítio onde se concentra(va) alguma população civil da escassa que há (havia) nesta região semidesértica, e a única da Guiné que é acidentada (com cotas que sejam quase aos 300 metros).
Guiné-Bissau> Picada Madina do Boé- Cheche - Gabu > 1998 > Fantasmas da guerra colonial que, de tempos a tempos, perturba(va)m a paisagem e o viajante... Mais uma viatura dos tugas abandonada à beira da picada...
Guiné-Bissau> Picada Cheche-Gabu > 1998 > Mais trágicas memórias da guerra...
Fotos (e legendas): © Francisco Allen / Albano M. Costa (2006). Todos os direitos reservados [Edição e kegendagem complementar: L.G.,]
1. O Xico Allen [ex-1.º cabo at inf, CCAÇ 3566 - Os Metralhas, Empada, 1972/74, foto à direita], nosso tabanqueiro desde 2006, foi um dos primeiros camaradas a voltar á Guiné, depois da independência. E nos últimos anos chegou mesmo a lá viver. De acordo com as memórias da Zélia Allen, também nossa tabanqueira, o casal Allen visitou a Guiné do pós-guerra, em abril de 1992, eles os dois mais um outro casal, o Artur Ribeiro e a esposa.
Voltaram em 1994 lá voltaram, desta vez foram 3 casais e conseguiram ir a Empada, onde o Xico tinha feito a sua comissão. Uma terceira viagem foi em 1996 e uma quarta em 1998.
"Em Maio de 98, só os dois lá fomos e como costume, super carregados de roupas, brinquedos, medicamentos e alguns comestíveis, tudo para por lá distribuir. Xico sempre se zangava comigo na hora da partida pois parecia que eu desconhecia que de avião cada passageiro só pode levar 30 kgs de bagagem a não ser que pague o excesso. Mas eu, confiando sempre na minha boa estrela, deixava-o resmungar pois logo se veria, já que pagar é que não fazia parte dos nossos planos. Chegados ao balcão do chek-in e pesadas as malas, o peso total atingia quase 130 kgs. Que fazer?
Julgo que para a Zélia aquela, a de 1998, foi a sua última viagem à Guiné, mas não para o Xico, que continuou a lá ir rgulamente. As fotos que hoje republicamos, em formato "extra large", são dessa viagem de 1998, em que o Xico, o Camilo e outros camaradas foram até à região do Boé, a partir de Quebo, no sul, seguindo a estrada junto à fronteira. Estiveram em Boé, não sei se chegaram a ir a Beli, e seguiram depois pela antiga picada que, indo por Cheche e Canjadude, ia dar a Gabu (Nova Lamego)... Fizeram, por isso, o mesmo percurso das NT, Fevereiro, no âmbito da Op Mabecos Bravios (1-7 de fevereiro de 1969), ou seja a picada Madina do Boé-Cheche-Canjadude-Gabu. Estas fotos do Xico Allen têm um enorme interesse documental (tal como as fotos do álbum do Manuel Coelho, ex-fur mil trms da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68), embora já tivessem sido publicadas, em formato reduzido, na I Série do nosso blogue, em 6/2/2006, no poste 500 (*).
Na altura, o Xico ainda não era nosso tertuliano (ou tabanqueiro), alegadamente por não ter endereço de email... Mas creio que já estava reformada da atividade bancária. Aliás, em conhecia-o, pessoalmente, a ele, ao Albano Costa , ao Hugo Costa e ao Zé Teixeira, em 31/12/2005, na Madalena... Foi o Albano Costa que, nesta transação, serviu de intermediário: Teor da mensagem do Albano:
Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Ingoré > 1998 > Uma foto que correu mundo... ou que , pelo menos, já deu a volta à Tabanca Grande... A legenda é do Albano (Costa): “Esta foto vale pela imagem, e os brancos em África converteram-se? Não é que ficaram a ver a Zélia a puxar o burro, mulher de armas!"... O Albano fez questão de me mandar esta e outras fotos da viagem do Xico e da Zélia, em 1998, com o seguinte recado: "... para ilustrares o que entenderes, com a devida autorização da Zélia" (sic).
Foto: © Francisco Allen / Zélia Neno (2006). Todos os direitos reservados.
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"Em Maio de 98, só os dois lá fomos e como costume, super carregados de roupas, brinquedos, medicamentos e alguns comestíveis, tudo para por lá distribuir. Xico sempre se zangava comigo na hora da partida pois parecia que eu desconhecia que de avião cada passageiro só pode levar 30 kgs de bagagem a não ser que pague o excesso. Mas eu, confiando sempre na minha boa estrela, deixava-o resmungar pois logo se veria, já que pagar é que não fazia parte dos nossos planos. Chegados ao balcão do chek-in e pesadas as malas, o peso total atingia quase 130 kgs. Que fazer?
"Enquanto ele resmungava pois sentia-se envergonhado perante tal situação, eu fui conversando com o gentil assistente, dizendo o que levava e porque o fazia, pois ia ao encontro de tantas carências quando as podia amenizar um pouco com tudo que ali estava, levando assim um pouco de felicidade e muita alegria sobretudo às crianças que nunca tinham tido um brinquedo de verdade. A minha argumentação conseguiu que a sua sensibilidade ultrapassasse o cumprimento das regras impostas e, já que não havia risco de perigo, pois se uns levam peso a mais outros levam a menos, o facto é que conseguimos levar tudo sem pagar mais por isso.
"Lá chegados, passamos uns 2 dias em Bissau e num jipe alugado viajámos para o interior, tendo como destino Empada, onde estivemos 2 dias. Aí sim, a experiência foi única até hoje, pois dormimos, comemos e tomamos alguns banhos na tabanca, onde luz só a da lua, das estrelas e da nossa lanterna pois desde a saída da tropa portuguesa não mais houve energia assim como outros bens essenciais, desde material escolar, medicamentos e alimentação. Os banhos, se assim se podem chamar, eram feitos despejando cabaceiras cheias de água retirada de um poço que gentilmente algumas mulheres nos iam entregando, fazendo-os passar por cima de um cercado e que funcionava como banheiro e não só...
(...)"No sábado regressámos a Bissau, onde outra grande aventura nos aguardava mas é demasiado longa assim como tantas outras para as inserir aqui, regresso esse devido a que no domingo à noite, com a chegada do avião,iria juntar-se a nós um grupo de 10 pessoas, 7 deles ex-combatentes, na sua 1ª romagem de saudade, que como todos os outros era a concretização de um sonho, sendo um deles o Sr. Casimiro, aqui do Porto, que se fez acompanhar pelo seu jovem genro, o Carlos, e outros seus amigos e companheiros de guerra, tendo então eu a oportunidade de conhecer o Sr.Armindo, de Moreira de Cónegos, o Sr. Camilo, do Algarve, o Sr. Pauleri, de Vizela, o Sr.Amílcar, aqui de Gaia, único que levou a esposa sendo assim eu beneficiada pois tive companheira para o resto da estadia e dos restantes lamentavelmente não me recordo dos nomes.
"O que não esquecerei nunca, foi poder ver a alegria misturada com a emoção, quando chegámos a Jumbembem, local bem conhecido deles, pois mais não me pareciam do que crianças irrequietas em pleno Portugal dos Pequeninos, tentando ver todo o canto e recanto onde viveram outrora." (...)
"Lá chegados, passamos uns 2 dias em Bissau e num jipe alugado viajámos para o interior, tendo como destino Empada, onde estivemos 2 dias. Aí sim, a experiência foi única até hoje, pois dormimos, comemos e tomamos alguns banhos na tabanca, onde luz só a da lua, das estrelas e da nossa lanterna pois desde a saída da tropa portuguesa não mais houve energia assim como outros bens essenciais, desde material escolar, medicamentos e alimentação. Os banhos, se assim se podem chamar, eram feitos despejando cabaceiras cheias de água retirada de um poço que gentilmente algumas mulheres nos iam entregando, fazendo-os passar por cima de um cercado e que funcionava como banheiro e não só...
(...)"No sábado regressámos a Bissau, onde outra grande aventura nos aguardava mas é demasiado longa assim como tantas outras para as inserir aqui, regresso esse devido a que no domingo à noite, com a chegada do avião,iria juntar-se a nós um grupo de 10 pessoas, 7 deles ex-combatentes, na sua 1ª romagem de saudade, que como todos os outros era a concretização de um sonho, sendo um deles o Sr. Casimiro, aqui do Porto, que se fez acompanhar pelo seu jovem genro, o Carlos, e outros seus amigos e companheiros de guerra, tendo então eu a oportunidade de conhecer o Sr.Armindo, de Moreira de Cónegos, o Sr. Camilo, do Algarve, o Sr. Pauleri, de Vizela, o Sr.Amílcar, aqui de Gaia, único que levou a esposa sendo assim eu beneficiada pois tive companheira para o resto da estadia e dos restantes lamentavelmente não me recordo dos nomes.
"O que não esquecerei nunca, foi poder ver a alegria misturada com a emoção, quando chegámos a Jumbembem, local bem conhecido deles, pois mais não me pareciam do que crianças irrequietas em pleno Portugal dos Pequeninos, tentando ver todo o canto e recanto onde viveram outrora." (...)
Julgo que para a Zélia aquela, a de 1998, foi a sua última viagem à Guiné, mas não para o Xico, que continuou a lá ir rgulamente. As fotos que hoje republicamos, em formato "extra large", são dessa viagem de 1998, em que o Xico, o Camilo e outros camaradas foram até à região do Boé, a partir de Quebo, no sul, seguindo a estrada junto à fronteira. Estiveram em Boé, não sei se chegaram a ir a Beli, e seguiram depois pela antiga picada que, indo por Cheche e Canjadude, ia dar a Gabu (Nova Lamego)... Fizeram, por isso, o mesmo percurso das NT, Fevereiro, no âmbito da Op Mabecos Bravios (1-7 de fevereiro de 1969), ou seja a picada Madina do Boé-Cheche-Canjadude-Gabu. Estas fotos do Xico Allen têm um enorme interesse documental (tal como as fotos do álbum do Manuel Coelho, ex-fur mil trms da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68), embora já tivessem sido publicadas, em formato reduzido, na I Série do nosso blogue, em 6/2/2006, no poste 500 (*).
Na altura, o Xico ainda não era nosso tertuliano (ou tabanqueiro), alegadamente por não ter endereço de email... Mas creio que já estava reformada da atividade bancária. Aliás, em conhecia-o, pessoalmente, a ele, ao Albano Costa , ao Hugo Costa e ao Zé Teixeira, em 31/12/2005, na Madalena... Foi o Albano Costa que, nesta transação, serviu de intermediário: Teor da mensagem do Albano:
"Caro amigo Luís Graça: Envio sete fotos sobre Madina de Boé, a picada onde foram destruídas várias viaturas durante a guerra colonial, a fonte da Colina de Medina e a população civil de Madina. Luís, vou procurar nos meus arquivos para ofereceres essa imagem ao Mário Dias de uma placa que existe no Boé sobre o Domingos Ramos.
"Estas fotos são do arquivo do Francisco Allen: ainda hoje estive com ele, fica contente em saber que são úteis, as fotos. Um abraço, Albano Costa".
Guiné > Carta da província > 1961 > Escala 1/500 mil > Pormenor da região do Boé > .Pormenor do Gabu (Região de Gabu), passando pela antiga Madina do Boé, Cheche e Canjadude. A independêmcia unilateral da Guiné-Bissau foi declarada em 24/9/1973, não em Madina do Boé (como se fez crer durante muitos anos), mas na região fronteiriça, a leste, alegadamente em Orre Fello, perto de Lugajole, mas já em território da Guiné-Conacri. Por razões óbvias de segurança... Foi uma das maiores operações de propaganda, a nível interno e externo, do PAIGC na época.
O antigo aquartelamento de Madina do Boé foi retirado em 6/2/1969 (Op Mabecos Bravios). O destacamento de Beli já sido retirado uns tempos antes, em 1968. Com retirada de Beli, Madina do Boé e Cheche, o aquartelamento mais a sul, de Gabu, que nos restou foi o de Canjadude (guarnecido pela CCAÇ 5, onde esteve o nosso camarada e colaborador permanente José Martins, em 1968/70).
Foi também nesta região (desertificada) do Boé, "região libertada" (segundo a terminologia do PAIGC) que foram executados (por fuzilamento) uma boa parte das quase duas centenas de militantes e dirigentes do PAIGC acusados e condenados à morte pelo seu alegado envolvimento na conspiração e assassínio de Amílcar Cabral (em 22/1/1973). Todas as provas do seu julgamento, feito em Conacri, desapareceram.
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013).
"Estas fotos são do arquivo do Francisco Allen: ainda hoje estive com ele, fica contente em saber que são úteis, as fotos. Um abraço, Albano Costa".
Guiné > Carta da província > 1961 > Escala 1/500 mil > Pormenor da região do Boé > .Pormenor do Gabu (Região de Gabu), passando pela antiga Madina do Boé, Cheche e Canjadude. A independêmcia unilateral da Guiné-Bissau foi declarada em 24/9/1973, não em Madina do Boé (como se fez crer durante muitos anos), mas na região fronteiriça, a leste, alegadamente em Orre Fello, perto de Lugajole, mas já em território da Guiné-Conacri. Por razões óbvias de segurança... Foi uma das maiores operações de propaganda, a nível interno e externo, do PAIGC na época.
O antigo aquartelamento de Madina do Boé foi retirado em 6/2/1969 (Op Mabecos Bravios). O destacamento de Beli já sido retirado uns tempos antes, em 1968. Com retirada de Beli, Madina do Boé e Cheche, o aquartelamento mais a sul, de Gabu, que nos restou foi o de Canjadude (guarnecido pela CCAÇ 5, onde esteve o nosso camarada e colaborador permanente José Martins, em 1968/70).
Foi também nesta região (desertificada) do Boé, "região libertada" (segundo a terminologia do PAIGC) que foram executados (por fuzilamento) uma boa parte das quase duas centenas de militantes e dirigentes do PAIGC acusados e condenados à morte pelo seu alegado envolvimento na conspiração e assassínio de Amílcar Cabral (em 22/1/1973). Todas as provas do seu julgamento, feito em Conacri, desapareceram.
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013).
Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Ingoré > 1998 > Uma foto que correu mundo... ou que , pelo menos, já deu a volta à Tabanca Grande... A legenda é do Albano (Costa): “Esta foto vale pela imagem, e os brancos em África converteram-se? Não é que ficaram a ver a Zélia a puxar o burro, mulher de armas!"... O Albano fez questão de me mandar esta e outras fotos da viagem do Xico e da Zélia, em 1998, com o seguinte recado: "... para ilustrares o que entenderes, com a devida autorização da Zélia" (sic).
Foto: © Francisco Allen / Zélia Neno (2006). Todos os direitos reservados.
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Nota do leitor:
(*) Vd. I Série, poste de 6 de fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - D: Madina do Boé, 37 anos depois
(*) Vd. I Série, poste de 6 de fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - D: Madina do Boé, 37 anos depois
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terça-feira, 9 de julho de 2013
Guiné 63/74 - P11821: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (41): 42.º episódio: Memórias avulsas (23): Em Bissau, adaptação e normalidade
1. O nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422 / BCAÇ 1858, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), em mensagem do dia 4 de Julho de 2013, enviou-nos mais umas peripécias d"Os melhores 40 meses da sua vida", despedindo-se desta série, o que nós não acreditamos.
OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA
GUINÉ 65/67 - MEMÓRIAS AVULSAS
23 - EM BISSAU
A adaptação fez-se, tudo voltou à normalidade e acabei até para começar a ir ao médico, coisa que até agora não necessitara, pois que as pequenas mazelas, até então, resolviam-se com o Enfermeiro da Companhia.
No Hospital Militar conheci um Senhor Tenente-Médico, que depois voltei a encontrar "na" Lisboa e com quem aprendi o poder da mente. Imaginem só que certo dia e devido a excessos, senti que o meu órgão reprodutório estava a não reagir aos estímulos e isso colocava-me numa situação algo confusa, chegando até a temer que me estava a passar para "o outro lado".
Consulta marcada, apresentei o problema... o Senhor Doutor ouviu calmamente, ia tomando notas, questionou-me se era a primeira vez que tal me acontecia, mais isto... mais aquilo, etc... etc... etc... as frequências do acto... eu sei lá.
Depois dum enervante silêncio, ao mesmo tempo que ia rabiscando um papel, acaba por chamar o enfermeiro a quem segredou algo ao ouvido, este foi lá dentro e pomposamente voltou depois com um copo d'água e um comprimido, que deixou em cima da secretária e saiu.
É então que me explica que "isso pode acontecer, devido ao stress da função de que estás agora incumbido... e mais por isto... e mais por aquilo".
- Bom mas não fiques preocupado, vais tomar agora este comprimido e verás que hoje mesmo resolverás a questão que t'apoquenta" e voltas cá logo que queiras, para me dizeres como correu.
Cheio de fé fiquei, emborquei a pílula e raios m'a partam... resultou que nem ginjas, penso até que bati o meu record nessas tarde e noite.
Passados tempos encontrámo-nos, confirmei o bem da coisa e atrevi-me a pedir-lhe a receita, não fosse o diabo tecê-las e voltar a acontecer-me tão desagradável, senão incómoda situação.
- É pá isso não, não posso fazer isso mas se te acontecer semelhante tal, aparece que aqui na minha presença, tomarás tão mágica mezinha.
Por que insisti... insisti... e insisti, lá consegui que acedesse a dar-me mais uma daquelas milagrosas pastilhas. Chamou o enfermeiro, repetiu a cena do segredar-lhe ao ouvido, este ouvia religiosamente mas às tantas escangalhou-se a rir, (topei que estavam a gozar comigo) e diz:
- Ó Doutor, este gajo não é nenhum anjinho e mais vale dizer-lhe já que o que tomou foi uma aspirina.
Entretanto chegou o Natal de 1966 e aquela noite prometia alguma paz e finalmente, algum divertimento.
Éramos cinco à mesa: eu, a minha filha então com dois anos e meio, a minha mulher um pouco mais velha, (haviam chegado para me fazerem companhia por um ou dois meses) e um casal amigo, ele também Furriel Miliciano.
Comida opípara, bebidas nos conformes e a boa disposição reinava. Os contrastes da porca da vida, porém não deixaram que tudo fosse normal.
Cerca da meia-noite e quando a visita do Pai Natal já se anunciava, chegou o mini-moke que me procurava sempre que necessário e colocado ao serviço dos funestos acontecimentos, que me competiam após acontecidos, começar a acompanhar.
E lá fomos para o Hospital Militar.
Tragédia das tragédias, cinco dos nossos jaziam ali. Liguei para o Céu e perguntei: Porquê?
Até que naquele dia 16 de Abril de 1967, determinaram e mandaram publicar, que eu devia embarcar no Uíge, a saudade começou aí, mas livrava-me finalmente do horror.
Voltei para a vida civil e um ano depois abandonei a Santa terrinha para vir para a Capital do Império.
Perdi coisas de que muito gostava, refiro-me ao Conjunto Sôr-Ritmo (onde fui o vocalista)... deixei as minhas mais que muitas fãs... a arbitragem de futebol e as saudações com pedras e até bocados da bancada com que me perseguiam em campo.
Ora aqui está uma frase que inventei agora e que decerto já leram em "Os Lusíadas", esse poema épico, escrito pelo nosso ENORME Luís Vaz de Camões.
Vem isto a propósito de que e não havendo PARA JÁ, mais a acrescentar, termino os melhores 40 meses da minha vida, mas pretendo regressar com o pós-Guiné, "Se a tanto me ajudar o engenho e arte", repito.
Grato estou aos que leram e gostaram, mais ainda aos que comentaram, aos que criticaram construtivamente.
Agradeço a todos vocês, meus novos amigos, que me "obrigaram" e mantiveram activo, vivo de verdade e rindo (também chorando) com as memórias que julgava não mais querer avivar.
Ao meu Caro Editor, SENHOR Carlos Vinhal que tão bem ilustrou e até titulou algumas crónicas, vai um especial obrigado.
Abraços para todos os que me fizeram sentir, de novo, o valor da amizade e aguardem-me porque no baú, velho como eu, ainda existem coisas para contar.
Até lá
Veríssimo Ferreira
____________
Nota do editor
Último poste da série de 1 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11781: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (40): 41.º episódio: Memórias avulsas (22): Alô Guiné... estou a chegar
OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA
GUINÉ 65/67 - MEMÓRIAS AVULSAS
23 - EM BISSAU
A adaptação fez-se, tudo voltou à normalidade e acabei até para começar a ir ao médico, coisa que até agora não necessitara, pois que as pequenas mazelas, até então, resolviam-se com o Enfermeiro da Companhia.
No Hospital Militar conheci um Senhor Tenente-Médico, que depois voltei a encontrar "na" Lisboa e com quem aprendi o poder da mente. Imaginem só que certo dia e devido a excessos, senti que o meu órgão reprodutório estava a não reagir aos estímulos e isso colocava-me numa situação algo confusa, chegando até a temer que me estava a passar para "o outro lado".
Consulta marcada, apresentei o problema... o Senhor Doutor ouviu calmamente, ia tomando notas, questionou-me se era a primeira vez que tal me acontecia, mais isto... mais aquilo, etc... etc... etc... as frequências do acto... eu sei lá.
Depois dum enervante silêncio, ao mesmo tempo que ia rabiscando um papel, acaba por chamar o enfermeiro a quem segredou algo ao ouvido, este foi lá dentro e pomposamente voltou depois com um copo d'água e um comprimido, que deixou em cima da secretária e saiu.
É então que me explica que "isso pode acontecer, devido ao stress da função de que estás agora incumbido... e mais por isto... e mais por aquilo".
- Bom mas não fiques preocupado, vais tomar agora este comprimido e verás que hoje mesmo resolverás a questão que t'apoquenta" e voltas cá logo que queiras, para me dizeres como correu.
Cheio de fé fiquei, emborquei a pílula e raios m'a partam... resultou que nem ginjas, penso até que bati o meu record nessas tarde e noite.
Passados tempos encontrámo-nos, confirmei o bem da coisa e atrevi-me a pedir-lhe a receita, não fosse o diabo tecê-las e voltar a acontecer-me tão desagradável, senão incómoda situação.
- É pá isso não, não posso fazer isso mas se te acontecer semelhante tal, aparece que aqui na minha presença, tomarás tão mágica mezinha.
Por que insisti... insisti... e insisti, lá consegui que acedesse a dar-me mais uma daquelas milagrosas pastilhas. Chamou o enfermeiro, repetiu a cena do segredar-lhe ao ouvido, este ouvia religiosamente mas às tantas escangalhou-se a rir, (topei que estavam a gozar comigo) e diz:
- Ó Doutor, este gajo não é nenhum anjinho e mais vale dizer-lhe já que o que tomou foi uma aspirina.
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Éramos cinco à mesa: eu, a minha filha então com dois anos e meio, a minha mulher um pouco mais velha, (haviam chegado para me fazerem companhia por um ou dois meses) e um casal amigo, ele também Furriel Miliciano.
Comida opípara, bebidas nos conformes e a boa disposição reinava. Os contrastes da porca da vida, porém não deixaram que tudo fosse normal.
Cerca da meia-noite e quando a visita do Pai Natal já se anunciava, chegou o mini-moke que me procurava sempre que necessário e colocado ao serviço dos funestos acontecimentos, que me competiam após acontecidos, começar a acompanhar.
E lá fomos para o Hospital Militar.
Tragédia das tragédias, cinco dos nossos jaziam ali. Liguei para o Céu e perguntei: Porquê?
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Até que naquele dia 16 de Abril de 1967, determinaram e mandaram publicar, que eu devia embarcar no Uíge, a saudade começou aí, mas livrava-me finalmente do horror.
Voltei para a vida civil e um ano depois abandonei a Santa terrinha para vir para a Capital do Império.
Perdi coisas de que muito gostava, refiro-me ao Conjunto Sôr-Ritmo (onde fui o vocalista)... deixei as minhas mais que muitas fãs... a arbitragem de futebol e as saudações com pedras e até bocados da bancada com que me perseguiam em campo.
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P.S. - "SE A TANTO ME AJUDAR O ENGENHO E ARTE"
Ora aqui está uma frase que inventei agora e que decerto já leram em "Os Lusíadas", esse poema épico, escrito pelo nosso ENORME Luís Vaz de Camões.
Vem isto a propósito de que e não havendo PARA JÁ, mais a acrescentar, termino os melhores 40 meses da minha vida, mas pretendo regressar com o pós-Guiné, "Se a tanto me ajudar o engenho e arte", repito.
Grato estou aos que leram e gostaram, mais ainda aos que comentaram, aos que criticaram construtivamente.
Agradeço a todos vocês, meus novos amigos, que me "obrigaram" e mantiveram activo, vivo de verdade e rindo (também chorando) com as memórias que julgava não mais querer avivar.
Ao meu Caro Editor, SENHOR Carlos Vinhal que tão bem ilustrou e até titulou algumas crónicas, vai um especial obrigado.
Abraços para todos os que me fizeram sentir, de novo, o valor da amizade e aguardem-me porque no baú, velho como eu, ainda existem coisas para contar.
Até lá
Veríssimo Ferreira
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Nota do editor
Último poste da série de 1 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11781: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (40): 41.º episódio: Memórias avulsas (22): Alô Guiné... estou a chegar
Guiné 63/74 - P11820: Os nossos médicos (63): O dr. Sousa Fernandes, o VCC de Guileje, era de Coimbra e infelizmente já nos deixou em 2000 (José Crisóstomo Lucas)
1. Comentário do nosso editor, Luís Graça, ao poste P11815 (*)
Lucas: Estamos a falar de quem ? Do dr. António Sousa Fermandes, fisiatra, de Loulé ? E o vosso enfermeiro, Silva Pinto, por onde pára ? Traz esses camaradas até à Tabanca Grande... Um abraço. LG
2. Mensagens, de 8 do corrente, de J. Crisóstomo Lucas
(i) Abri o Blogue que já há algum tempo não lia e vi que o que fotógrafo "anónimo" é o meu ex-furriel Durana Pinto. Só para que conste. Um abração / J.C Lucas.
(ii) Não, meu caro, estamos a falar de um camarada já falecido, natural de Coimbra, de seu nome Sousa Fernandes que faleceu há alguns anos (**) e que passou grande parte do tempo em Guileje: era o VCC da companhia (VCC queria dizer Velhinho Vomo o C..alho) com direito a chapéu colonial
Por curiosidade, tinha eu acabado de fazer um exame em Coimbra (onde acabei o curso após a minha vinda da Guiné ) e foi com ele que fui jantar, para depois regressar a Lisboa. Nessa noite soubemos do golpe (do 25 Abril). Claro que só vim para Lisboa no dia seguinte e ficámos toda a noite a ouvir rádio. já que a TV nada transmitia .
Enfim, belos tempos que também passámos em Guileje, motivo também de discussão nessa noite Onde foi realçada a situação em que o General Spinola me ofereceu o seu Helicóptero para eu ir para o PAIGC (um dia eu conto!)...
Relativamente ao Enfermeiro Silva Pinto mantém-se em Aveiro perto da sua terra natal, Talhadas, onde de quando em vez fazemos os nosso petiscos ( por curiosidade telefonou hoje a saber como eu andava; o grande amigo do Furriel Silva Pinto, é o vosso bem conhecido Furriel Assunção que também não perdoa uns petiscos; diga-se de passagem que nenhum de nós perdoa: coronel Chagas, todos os alferes com excepção infelizmente do Mendes Ferreira e praticamente todos os furriéis).
Estas petiscadas nada têm a ver com o almoço anual da companhia a que infelizmente este ano não pude ir por andar em tratamentos (e que só agora acabei).
Um abraço, J.C.Lucas (***)
Um abraço, J.C.Lucas (***)
Notas do editor:
(*) 8 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11815: Os nossos médicos (61): Lembrando o médico dr. Sousa Fernandes e o enfermeiro Silva Pinto (J. Crisóstomo Lucas, ex-alf mil, CCAÇ 2617, Magriços de Guileje, 1969/71)
(**) (...) "9. FALECIMENTO DO DEPUTADO MUNICIPAL DR. JOSÉ RODRIGUES DE SOUSA FERNANDES .
O Sr. Presidente referiu-se ao falecimento do cidadão de Coimbra Dr. Sousa Fernandes, ocorrido quando se encontrava de férias no Algarve. Para além do seu envolvimento nas cerimónias fúnebres o Sr. Presidente referiu-se à relevância do falecido médico para a cidade, pessoa sempre presente nas várias iniciativas importantes do município, quer na qualidade de deputado municipal quer como presidente da Liga dos Amigos dos HUC [Hospitais Universitários de Coimbra] ou ainda da Associação Nacional de Apoio ao Idoso [ANAI], onde desempenhava as funções de reitor da Universidade dos Tempos Livres. Referiu-se ainda à Oficina do Idoso, iniciativa conjunta da Câmara Municipal e da ANAI em que a sua abertura está prevista para Setembro, e que não gostaria que a mesma não fosse comprometida, até porque seria uma boa forma de homenagear a sua memória. Por fim Sr. Presidente apresentou aos Senhores Vereadores a sua intenção de perpetuar o seu nome numa das artérias de Coimbra, fazendo assim parte integrante da toponímia da cidade, como acto de cultura e civismo. " (...)
(***) Último poste da série > 8 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11816: Os nossos médicos (62): A minha CCAÇ 5, de recrutamento local, não tinha médico... Lembro-me, isso, sim, do saudoso srgt mil enf Cipriano Mendes Pereira (José Martins, Canjadude, 1968/70)
Guiné 63/74 - P11819: Bom ou mau tempo na bolanha (18): Aqueles olhos azuis! (Tony Borié)
Décimo oitavo episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66.
Hoje até estava fresco pela manhã, bom para sair e ir dar um passeio pelas redondezas. O agora Tony assim fez. Caminhou à beira do canal onde existe um passeio longo que o contorna, com algumas flores e alguns bancos colocados estrategicamente, para os mais idosos e não só, se sentarem, e de onde se avista parte do canal e algumas terras alagadiças, selvagens, que se parecem muito às nossas conhecidas bolanhas. Vendo passar um grupo de pessoas, onde iam algumas raparigas afro-americanas, logo lhe veio à memória outras,uma das quais se chamava Cumba, e que era a sua lavadeira, que mais tarde veio a saber serem guerrilheiras, e que eram naturais, mas com olhos azuis, que diziam que talvez fossem descendentes dos padres, que antes dos militares, estavam estacionados na vila de Mansoa, num convento de uma ordem religiosa francesa, que mais tarde os militares ocuparam já em ruínas, mas que recuperaram, e onde estava instalado o comando do Batalhão de Artilharia “Águias Negras”.
Nessa altura, também andava por lá uma rapariga, que vivia entre a vila e a aldeia com casas cobertas de colmo, que existia perto do aquartelamento e da estrada que seguia para Mansabá, que pouco mais era do que um carreiro, filha de uma guineense e de pai era natural de Cabo Verde. Este tinha a profissão de marceneiro, e de um tronco de madeira fazia tábuas, tirantes, ripas, tudo a poder de um grande serrote que as suas mãos manuseavam. A rapariga, que devia de andar pela idade de quinze ou dezasseis anos, tinha uns olhos azuis com uma tonalidade verde, que sobressaiam e os cabelos eram entre o preto e o loiro, era bonita e alguns militares ficavam admirados com a sua beleza e comentavam no aquartelamento.
O Tony caminhou mais um pouco e sentou-se num desses bancos, e lá vem de novo ao seu pensamento aquela que quase todos vocês já conhecem. Sim, a menina Teresa, que deu muitas canseiras ao então Cifra, e que quando este chegou a Portugal lhe dava algum trabalho e “muitos favores”, pois era uma desavergonhada, como quase todos vocês se lembram. Mas voltando ao seu pensamento em Mansoa, o então Cifra foi ter com esse marceneiro para resolver o problema da menina Teresa, que era a execução de um “Falo”, ou seja um “Phallus”, ou mais propriamente um “Pénis” em madeira de ébano preta, que ela lhe pediu, e dizia que era para lhe dar melhor sorte na vida, pois era uma “solteirona”, que já tinha passado dos “cinquentas”. O marceneiro acabou por resolver o problema para alívio do Cifra e contentamento da menina Teresa.
Quando foi à oficina do artista não queria crer no que viu. A tal rapariga bonita, olhos azuis, com tonalidade verde, cabelos pretos e loiros, era um “esqueleto”, cara e corpo, seco e mirrado, sentada num banco, amparando-se com um pau, já sem parte dos pés, as pernas embrulhadas em farrapos e com feridas, alguns dedos das mãos estavam tesos e falava aos soluços, pois dava a entender que não podia mover a língua. Contudo os olhos ainda com algum brilho, estavam lá. O Cifra questionou o marceneiro sobre o estado deplorável da sua filha, e este contou-lhe que ela tinha muitas doenças, entre as quais a “lepra”. Que estava à espera de morrer. Que no aquartelamento já sabiam do seu estado de saúde, estando a ser medicada, embora se sabendo que não havia cura possível.
O Cifra ainda foi questionar o Pastilhas, que depois de saber de onde ele tinha vindo e do que tinha encomendado ao marceneiro, mostrou um sorriso malicioso e provocativo.
Depois do Cifra lhe perguntar se ele já sabia daquele caso, ele, então sim, olhou o Cifra, não com os tais olhos azuis, com tonalidade verde, da rapariga bonita, com cabelos pretos e loiros, que agora estava quase a morrer, com muitas doenças mais a doença da “lepra”, mas sim, com os seus olhos bondosos, que escondiam algumas lágrimas, e encolheu os ombros.
Devia de saber deste e de muitos casos, mas nada podia fazer, pois a falta de recursos naquele tempo era evidente, morria-se única e simplesmente, e como era seu hábito e sempre que via o Cifra, puxou-o para fora da enfermaria, talvez julgando que o Cifra tinha fumado algum cigarro feito à mão e que lhe ia roubar o frasco do álcool.
O agora Tony, com estes pensamentos, levantou-se, caminhou mais um pouco, olhou o horizonte, viu as horas, e pensou como o relógio, às vezes é tão lento.
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Nota do editor
Último poste da série de 4 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11801: Bom ou mau tempo na bolanha (17): O 4 de Julho nos Estados Unidos (Toni Borié)
Hoje até estava fresco pela manhã, bom para sair e ir dar um passeio pelas redondezas. O agora Tony assim fez. Caminhou à beira do canal onde existe um passeio longo que o contorna, com algumas flores e alguns bancos colocados estrategicamente, para os mais idosos e não só, se sentarem, e de onde se avista parte do canal e algumas terras alagadiças, selvagens, que se parecem muito às nossas conhecidas bolanhas. Vendo passar um grupo de pessoas, onde iam algumas raparigas afro-americanas, logo lhe veio à memória outras,uma das quais se chamava Cumba, e que era a sua lavadeira, que mais tarde veio a saber serem guerrilheiras, e que eram naturais, mas com olhos azuis, que diziam que talvez fossem descendentes dos padres, que antes dos militares, estavam estacionados na vila de Mansoa, num convento de uma ordem religiosa francesa, que mais tarde os militares ocuparam já em ruínas, mas que recuperaram, e onde estava instalado o comando do Batalhão de Artilharia “Águias Negras”.
Nessa altura, também andava por lá uma rapariga, que vivia entre a vila e a aldeia com casas cobertas de colmo, que existia perto do aquartelamento e da estrada que seguia para Mansabá, que pouco mais era do que um carreiro, filha de uma guineense e de pai era natural de Cabo Verde. Este tinha a profissão de marceneiro, e de um tronco de madeira fazia tábuas, tirantes, ripas, tudo a poder de um grande serrote que as suas mãos manuseavam. A rapariga, que devia de andar pela idade de quinze ou dezasseis anos, tinha uns olhos azuis com uma tonalidade verde, que sobressaiam e os cabelos eram entre o preto e o loiro, era bonita e alguns militares ficavam admirados com a sua beleza e comentavam no aquartelamento.
O Tony caminhou mais um pouco e sentou-se num desses bancos, e lá vem de novo ao seu pensamento aquela que quase todos vocês já conhecem. Sim, a menina Teresa, que deu muitas canseiras ao então Cifra, e que quando este chegou a Portugal lhe dava algum trabalho e “muitos favores”, pois era uma desavergonhada, como quase todos vocês se lembram. Mas voltando ao seu pensamento em Mansoa, o então Cifra foi ter com esse marceneiro para resolver o problema da menina Teresa, que era a execução de um “Falo”, ou seja um “Phallus”, ou mais propriamente um “Pénis” em madeira de ébano preta, que ela lhe pediu, e dizia que era para lhe dar melhor sorte na vida, pois era uma “solteirona”, que já tinha passado dos “cinquentas”. O marceneiro acabou por resolver o problema para alívio do Cifra e contentamento da menina Teresa.
Quando foi à oficina do artista não queria crer no que viu. A tal rapariga bonita, olhos azuis, com tonalidade verde, cabelos pretos e loiros, era um “esqueleto”, cara e corpo, seco e mirrado, sentada num banco, amparando-se com um pau, já sem parte dos pés, as pernas embrulhadas em farrapos e com feridas, alguns dedos das mãos estavam tesos e falava aos soluços, pois dava a entender que não podia mover a língua. Contudo os olhos ainda com algum brilho, estavam lá. O Cifra questionou o marceneiro sobre o estado deplorável da sua filha, e este contou-lhe que ela tinha muitas doenças, entre as quais a “lepra”. Que estava à espera de morrer. Que no aquartelamento já sabiam do seu estado de saúde, estando a ser medicada, embora se sabendo que não havia cura possível.
O Cifra ainda foi questionar o Pastilhas, que depois de saber de onde ele tinha vindo e do que tinha encomendado ao marceneiro, mostrou um sorriso malicioso e provocativo.
Depois do Cifra lhe perguntar se ele já sabia daquele caso, ele, então sim, olhou o Cifra, não com os tais olhos azuis, com tonalidade verde, da rapariga bonita, com cabelos pretos e loiros, que agora estava quase a morrer, com muitas doenças mais a doença da “lepra”, mas sim, com os seus olhos bondosos, que escondiam algumas lágrimas, e encolheu os ombros.
Devia de saber deste e de muitos casos, mas nada podia fazer, pois a falta de recursos naquele tempo era evidente, morria-se única e simplesmente, e como era seu hábito e sempre que via o Cifra, puxou-o para fora da enfermaria, talvez julgando que o Cifra tinha fumado algum cigarro feito à mão e que lhe ia roubar o frasco do álcool.
O agora Tony, com estes pensamentos, levantou-se, caminhou mais um pouco, olhou o horizonte, viu as horas, e pensou como o relógio, às vezes é tão lento.
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Nota do editor
Último poste da série de 4 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11801: Bom ou mau tempo na bolanha (17): O 4 de Julho nos Estados Unidos (Toni Borié)
Guiné 63/74 - P11818: Parabéns a você (600): Adriano Moreira, ex-Fur Mil Enf da CART 2412 (Guiné, 1968/70); Arménio Estorninho, ex-1.º Cabo Mec Auto da CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70) e Joaquim Carlos Peixoto, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3414 (Guiné, 1971/73)
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Nota do editor
Último poste da série de 8 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11811: Parabéns a você (599): José Zeferino, ex-Alf Mil Inf do BCAÇ 4616 (Guiné, 1973/74)
Nota do editor
Último poste da série de 8 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11811: Parabéns a você (599): José Zeferino, ex-Alf Mil Inf do BCAÇ 4616 (Guiné, 1973/74)
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Guiné 63/74 - P11817: (Ex)citações (223): As lágrimas amargas do brig António de Spínola e do cor Hélio Felgas... "Presenciei-as no fim da Op Lança Afiada"... (António Azevedo Rodrigues, ex-1º cabo, Cmd Agrup 2957, Bafatá, 1968/70)... Ou não terá sido antes, na sequência do desastre do Rio Corubal, em Cheche, na retirada de Madina do Boé, em 6/2/1969 (Op Mabecos Bravios) ? No dia seguinte, Spínola deslocou-se a Nova Lamego, onde falou, às 12h00, aos sobreviventes da Op Mabecos Bravios...
Guiné > Zona leste > Comando de Agrupamento 2957 (Bafatá, 1968/70) > Guião. O Cmd Agr 2957 esteve em Bafatá, no período de Novembro de 1968 a Setembro de 1970. Os seus elementos metropolitanos sairam do ex-RAL 1 e embarcaram no T/T Uíge, em 9 de Novembro de 1968. O comandante do Cmd Agrup 2957 era o então cor Hélio Felgas [ 1920-2008], mais tarde substituído pelo cor Neves Cardoso. Na Tabanca Grande, temos dois camaradas que pertenceram ao Cmd Agr 2957: o António Azevedo Rodrigues e o Fernando Gouveia.
Foto: © António Azevedo Rodrtigues (2011). Todos os direitos reservados
1. Mensagem dirigida ao nosso camarada António Rodrigues:
De: Luís Graça
Data: 26 de Junho de 2013 às 18:44
Assunto: Ex-1º.Cabo Rodrigues, Comando de Agrupamento 2957, Bafatá, 1968/70 [, foto à esquerda]
António, camarada de Bafatá:
Como vai essa saúde ? Espero que bem... Tenho aqui uma questão a esclarecer contigo. Em 1/12/2010, publicaste na 1ª série do nosso blogue o seguinte comentário [,poste CXXXIII, ou seja, 133, de 2/8/2005]
Um dúvida minha: presenciaste esta cena no regresso da Op Lança Afiada (8 a 19 de março de 1969) ou da Op Mabecos Bravios (desastre no Cheche, Rio Corubal, na retirada de Madina do Boé, em 6/2/1969)...
O relatório da Op Lança Afiada foi escrito pelo então cor Hélio felgas e datilografado por ti... Confirmas ? Tens mais lembranças desta operação e da reação do coronel ? Tens mais fotos do teu Cmd Agrup 2957 ? Queria publicar um poste que estes teus pequenos comentários... Um abraço. Luis
No dia 27 de Maio de 2008,. o António Rodrigues mandara-nos uma primeira mensagem, entrando depois para a Tabanca Grande... Nessa mensagem apresentava-se como 1º cabo do Cmd Agrup 2958, que trabalhou "na parte de operações e informaçoes", e que "privou de perto" com o gen Spinola, cap (e mais tarde gen) Almeida Bruno, maj Carlos Saraiva (do batalhão de Lamego), cor Teixeira da Silva bem como o seu "grande amigo" cor (e mais tarde maj gen) Helio Felgas, na altura ainda vivo..,
2. Resposta do António Rodrigues, que vive em Vila Nova de Famalião, com data de 28 de Junho de 2013:
Eu estive nos preparativos da Operação Lança Afiada, fui eu e o 1º cabo Correia a dactilografar todos os documentos de toda a operação quer o antes, durante e depois da mesma. Essa operação marcou-me, e de que maneira, pois, como se pode imaginar, são 44 anos passados, e para quem chega em 15 de novembro de 1968 a Bafatá, ao Comando de Agrupamento nº 2957, designado CAGRUP 2957, e logo passados 4 meses ter de levar com uma operação deste calibre, depois de todos os dias receber na altura msg urg imediato confid e por aí, fora a descrever o que se passava na zona de Madina de Boé...
E a forma detalhada como foi planeada, num gabinete onde sempre marcava presença o brig Spinola, o cor Helio Felgas, o ten cor Teixeira da Silva, o major Carlos Saraiva, o cap Almeida Bruno, o tal do pingalim e óculos rayban à piloto, o alferes Fernando Gouveia, o alf Martins das transmissões, o fur Carlos Cocho e eu próprio 1º cabo escriturario para tudo tomar nota e datilografar e depois passar a stencil para policopiar em séries de 10/20 folhas para distribuir pelos chefes intervenientes na tal Op Lança Afiada...
É certo que datilografei mais uma série de operações mas esta foi a minha maior e mais marcante, pois esta nunca me passou vista fora, ficou me marcada para sempre e aqui e agora estou a viver 45º à sombra que ao sol não dá para imaginar o que la passei e saber ao minuto o que se estava a passar com uma série de rapazes da minha terra, Vila Nova de Famalicão, que comigo foram no Uíge. metidos como carne p'ra canhão, a 9 de novembro de 1968 e depois ter de escrever reescrever a história, viver e saber que morreu o soldado tal e tal e depois já do meu regresso, em 1973 no dia seguinte ao meu casamento saber que o meu irmão morreu em Moçambique... Fico por aqui, agora...
3. Comentário de L.G.:
Meu caro camarada de Bafatá, antes de mais um abraço solidário na dor, por teres perdido um mano, em em Moçambique, em 1973... Nunca nos tinhas dito nada sobre esta tragédia familiar.
Mas, voltando à Guiné do nosso tempo e à zona leste onde estivemos os dois... Continuo a pensar que a cena das lágrimas que tu descreves ocorreu no âmbito da Op Mabecos Bravios, já no final, em Nova Lamego, no dia 7/2/1969, e não no final da Op Lança Afiada, em 19/3/1969... Parece-me muito mais verosímil, e só prova que estes dois bravos guerreiros, António de Spínola e Hélio Felgas, eram afinal homens de carne e osso como nós, com emoções, com sentimentos, e independentemente do juízo que a História fizer deles...
Se calhar está na altura de reproduzirmos alguns postes, da I Série, sobre a Op Mabecos Bravios, Iniciada em 1 de Fevereiro de 1969, com a duração de 8 dias, tinha por missão retirar as nossas tropas de Madina do Boé. Tudo correu bem, até ao último dia, no regresso, na travessia, em jangada, do Rio Corubal, em
Cheche...
Talvez o Fernando Gouveia nos posso ajudar, com as suas memórias desse tempo.
PS - Recorde-se que Op Mabecos Bravios (destinada a cobrir a retirada das forças estacionadas em Madina do Boé) teve um desfecho trágico para 46 camaradas nossos, da CCAÇ 2405 (Galomaro) e da CCAÇ 1790 (Madina do Boé), mais um civil, guineense Na história do BCAÇ 2852 (Bambadinca,19768/70), lê-se resumida e cruamente, no final do rekatório da Op Mabecos Bravios (parte relatava ao Destacamento F, que era constituído pela CCAÇ 2405, sediada em Galomaro, e que pertencia ao BCAÇ 2852):
(...) "Durante a transposição do Corubal a jangada em que seguiam 4 Gr Comb [da CCAÇ 2405 e da CCAÇ 1790], respectivos comandos e tripulação afundou-se espectacularmente acerca de um terço da largura do rio, provocando o desaparecimento de 17 militares do Dest F [, CCAÇ 2405,] e grandes quantidades de material perdido.
"Por voltas das 10.00h de D+ 4 [6 de Fevereiro] saímos de Cheche para Canjadude que atingimos por volta das 16.30h com o pessoal deste Dest embarcado.
"Descansou-se e em D + 5 [7 de Fevereiro] às primeiras horas a coluna pôs-se em movimento para Nova Lamego que foi atingida por volta das 11.00h. Às 12.00h as tropas ouviram uma mensagem do Exmo. Comandante-Chefe que se deslocou propositadamente para a fazer.
"Permaneci em Nova Lamego para organizar a coluna do dia seguinte. Às primeiras horas de D + 6 [8 de Fevereiro] iniciei o movimento para Galomaro onde cheguei cerca das 10.30h." (...)
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Data: 26 de Junho de 2013 às 18:44
Assunto: Ex-1º.Cabo Rodrigues, Comando de Agrupamento 2957, Bafatá, 1968/70 [, foto à esquerda]
António, camarada de Bafatá:
Como vai essa saúde ? Espero que bem... Tenho aqui uma questão a esclarecer contigo. Em 1/12/2010, publicaste na 1ª série do nosso blogue o seguinte comentário [,poste CXXXIII, ou seja, 133, de 2/8/2005]
Um dúvida minha: presenciaste esta cena no regresso da Op Lança Afiada (8 a 19 de março de 1969) ou da Op Mabecos Bravios (desastre no Cheche, Rio Corubal, na retirada de Madina do Boé, em 6/2/1969)...
O relatório da Op Lança Afiada foi escrito pelo então cor Hélio felgas e datilografado por ti... Confirmas ? Tens mais lembranças desta operação e da reação do coronel ? Tens mais fotos do teu Cmd Agrup 2957 ? Queria publicar um poste que estes teus pequenos comentários... Um abraço. Luis
No dia 27 de Maio de 2008,. o António Rodrigues mandara-nos uma primeira mensagem, entrando depois para a Tabanca Grande... Nessa mensagem apresentava-se como 1º cabo do Cmd Agrup 2958, que trabalhou "na parte de operações e informaçoes", e que "privou de perto" com o gen Spinola, cap (e mais tarde gen) Almeida Bruno, maj Carlos Saraiva (do batalhão de Lamego), cor Teixeira da Silva bem como o seu "grande amigo" cor (e mais tarde maj gen) Helio Felgas, na altura ainda vivo..,
"Tive a felicidade de no ano passado [, 2007,] ter uma conversa com ele ao telefone, e hoje lembrei-me dele mas como não sei da sude dele, até tenho receio de voltar a ligar e já não o encontrar, mas para agora, gostava de poder fazer parte desta terulia, pois só agora disporei de algum tempo que gostava de falar convosco se isso me for permitido, pois também tenho algumas boas/más recordações da Guiné, como por exemplo a operação Lança Afiada, que foi por mim escrita, e reescrita., não sei quantas vezes, mas isso fica para mais tarde, pois vi o Spinola a chorar em Bafatá com a barba por cortar de cinco dias e o Helio Felgas abraçado ao Teixeira da Silva, também a chorar" (...).
2. Resposta do António Rodrigues, que vive em Vila Nova de Famalião, com data de 28 de Junho de 2013:
Eu estive nos preparativos da Operação Lança Afiada, fui eu e o 1º cabo Correia a dactilografar todos os documentos de toda a operação quer o antes, durante e depois da mesma. Essa operação marcou-me, e de que maneira, pois, como se pode imaginar, são 44 anos passados, e para quem chega em 15 de novembro de 1968 a Bafatá, ao Comando de Agrupamento nº 2957, designado CAGRUP 2957, e logo passados 4 meses ter de levar com uma operação deste calibre, depois de todos os dias receber na altura msg urg imediato confid e por aí, fora a descrever o que se passava na zona de Madina de Boé...
E a forma detalhada como foi planeada, num gabinete onde sempre marcava presença o brig Spinola, o cor Helio Felgas, o ten cor Teixeira da Silva, o major Carlos Saraiva, o cap Almeida Bruno, o tal do pingalim e óculos rayban à piloto, o alferes Fernando Gouveia, o alf Martins das transmissões, o fur Carlos Cocho e eu próprio 1º cabo escriturario para tudo tomar nota e datilografar e depois passar a stencil para policopiar em séries de 10/20 folhas para distribuir pelos chefes intervenientes na tal Op Lança Afiada...
É certo que datilografei mais uma série de operações mas esta foi a minha maior e mais marcante, pois esta nunca me passou vista fora, ficou me marcada para sempre e aqui e agora estou a viver 45º à sombra que ao sol não dá para imaginar o que la passei e saber ao minuto o que se estava a passar com uma série de rapazes da minha terra, Vila Nova de Famalicão, que comigo foram no Uíge. metidos como carne p'ra canhão, a 9 de novembro de 1968 e depois ter de escrever reescrever a história, viver e saber que morreu o soldado tal e tal e depois já do meu regresso, em 1973 no dia seguinte ao meu casamento saber que o meu irmão morreu em Moçambique... Fico por aqui, agora...
3. Comentário de L.G.:
Meu caro camarada de Bafatá, antes de mais um abraço solidário na dor, por teres perdido um mano, em em Moçambique, em 1973... Nunca nos tinhas dito nada sobre esta tragédia familiar.
Mas, voltando à Guiné do nosso tempo e à zona leste onde estivemos os dois... Continuo a pensar que a cena das lágrimas que tu descreves ocorreu no âmbito da Op Mabecos Bravios, já no final, em Nova Lamego, no dia 7/2/1969, e não no final da Op Lança Afiada, em 19/3/1969... Parece-me muito mais verosímil, e só prova que estes dois bravos guerreiros, António de Spínola e Hélio Felgas, eram afinal homens de carne e osso como nós, com emoções, com sentimentos, e independentemente do juízo que a História fizer deles...
Se calhar está na altura de reproduzirmos alguns postes, da I Série, sobre a Op Mabecos Bravios, Iniciada em 1 de Fevereiro de 1969, com a duração de 8 dias, tinha por missão retirar as nossas tropas de Madina do Boé. Tudo correu bem, até ao último dia, no regresso, na travessia, em jangada, do Rio Corubal, em
Cheche...
Talvez o Fernando Gouveia nos posso ajudar, com as suas memórias desse tempo.
PS - Recorde-se que Op Mabecos Bravios (destinada a cobrir a retirada das forças estacionadas em Madina do Boé) teve um desfecho trágico para 46 camaradas nossos, da CCAÇ 2405 (Galomaro) e da CCAÇ 1790 (Madina do Boé), mais um civil, guineense Na história do BCAÇ 2852 (Bambadinca,19768/70), lê-se resumida e cruamente, no final do rekatório da Op Mabecos Bravios (parte relatava ao Destacamento F, que era constituído pela CCAÇ 2405, sediada em Galomaro, e que pertencia ao BCAÇ 2852):
(...) "Durante a transposição do Corubal a jangada em que seguiam 4 Gr Comb [da CCAÇ 2405 e da CCAÇ 1790], respectivos comandos e tripulação afundou-se espectacularmente acerca de um terço da largura do rio, provocando o desaparecimento de 17 militares do Dest F [, CCAÇ 2405,] e grandes quantidades de material perdido.
"Por voltas das 10.00h de D+ 4 [6 de Fevereiro] saímos de Cheche para Canjadude que atingimos por volta das 16.30h com o pessoal deste Dest embarcado.
"Descansou-se e em D + 5 [7 de Fevereiro] às primeiras horas a coluna pôs-se em movimento para Nova Lamego que foi atingida por volta das 11.00h. Às 12.00h as tropas ouviram uma mensagem do Exmo. Comandante-Chefe que se deslocou propositadamente para a fazer.
"Permaneci em Nova Lamego para organizar a coluna do dia seguinte. Às primeiras horas de D + 6 [8 de Fevereiro] iniciei o movimento para Galomaro onde cheguei cerca das 10.30h." (...)
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Nota do editor:
Último poste da série < 24 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11758: (Ex)citações (222): Recado para uma mesa redonda de Coimbra e para a História... Guileje e as suas lições (Manuel Lomba
Guiné 63/74 - P11816: Os nossos médicos (62): A minha CCAÇ 5, de recrutamento local, não tinha médico... Lembro-me, isso, sim, do saudoso srgt mil enf Cipriano Mendes Pereira (José Martins, Canjadude, 1968/70)
Resposta, de 13 de junho último, ao questionário sobre "os nossos méedicos", por parte do nosso colaborador permanente, camarada, amigo e tabanqueiro da primeira hora, José Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70) [Foto à esquerda]
Foto: © José Martins (2013) . Todos os direitos reservados.
(a) Quantos médicos seguiram com o teu batalhão, no barco?
R: Como fui em rendição individual e num barco de passageiros e carga, seguiam apenas duas tripulações de LDO (8 marinheiros e respectivas lanchas) e 4 Furriéis do Exercito, sendo um do QP (por acaso enfermeiro) com destino à CCaç 6 em Bedanda.
(b) Quantos médicos é que o teu batalhão teve e por quanto tempo?
R: A unidade era “do recrutamento provincial” e, portanto, não tinha médico. O Batalhão (a que a CCAÇ 5 estava adstrita e no período em que lá estive 2 batalhões), tinha apenas um médico.
(c) Lembras-te dos nomes de alguns? E lembras-te se já eram especialistas na vida civil? Lembras-te da idade?
R: Não me recordo dos nomes, já que não estava na sede do batalhão. Falava-se que o médico do primeiro batalhão, o [BCAÇ] 2835, tinha a especialidade em ginecologia. Já não eram novos. Provavelmente tinham pedido adiamento para o serviço militar, o que levou à sua mobilização mais tardia. Para o final da minha comissão, apareceram médicos-piras, e aí um bocado mais novos (não esquecer que nós também havíamos envelhecido).
(d) Precisaste alguma vez de alguma consulta médica?
R: Nunca recorri a consultas médicas no batalhão.
(e) Estiveste alguma vez internado na enfermaria do aquartelamento (se é que existia)?
R: No período da minha permanência na companhia e no aquartelamento de Canjadude, a enfermaria começou por ser um tabanca (que ardeu ao esterilizarem seringas) tendo passado para o “armazém central” e mais tarde construída uma enfermaria para atendimento e internamento.
(f) Foste a alguma consulta de especialidade no HM 241?
R: Estive na consulta externa de medicina em Abril de 1970, mas não foi dado seguimento ao tratamento, uma vez que estava a cerca de um mês do fim da comissão, e o tratamento demoraria um a dois meses.
(g) Foste evacuado para a metrópole, para o HMP? Ou alguém da tua companhia ?
R: Não encontrei nos registos da companhia, apesar de pouco descritivos, qualquer referência a “evacuados” para Lisboa.
(h) Tiveste alguma problema de saúde que o teu médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?
R: Nesse aspecto o Sargento Cipriano “era um às”. Normalmente resolvia os casos que lhe apareciam, mesmo de ordem da estomatologia.
Em matéria de evacuações só tive conhecimento de um, um caso de trigémeos, em Agosto de 68, em que foi pedida a evacuação da parturiente. Resultado: um nado-morto, um morto prematuro (não viveu oito dias), e o terceiro morreu, com cerca de um ano em Nova Lamego, vítima de atropelamento.
(i) O vosso posto sanitário também atendia a população local (se sim, como é mais o mais provável, há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa?)...
R: Toda a população frequentava a consulta “médica” do Sargento Cipriano, de etnia manjaca. Era o cipaio que controlava a “obrigatoriedade” desta medida.
Nota: Este inquérito foi respondido com o “conhecimento” do tempo em que lá estive. Não foram remetidos para a metrópole, ou pelo menos não estão disponíveis no AHM, os relatórios sanitários.
Em Agosto de 1974 foi destruída toda a documentação considerada “não relevante”. A documentação que veio para cá, muita foi “perdida” por roubo de bagagens, já em Lisboa.
Guiné > Zona Leste > Gabu > Canjadude > 1969 > CCAÇ 5 - Os Gatos Pretos (1968/70) > O Fur Mil Transmissões Martins com o seu amigo e camarada Cipriano Mendes Pereira (srgt mil enf), ,srgt mil enf), Cipriano) [Foto à direita] (*)
Foto: © José Martins (2006) . Todos os direitos reservados.
(*) Cipriano Mendes Pereira: 2º Sargento Miliciano Enfermeiro, número mecanográfico 82034859, já se encontrava ao serviço da Companhia em finais de 1969, tendo assumido as funções de Comandante da Secção de Saúde.
Além das actividades inerentes à sua função, colaborou na construção do edifício destinado a Posto de Socorros e Enfermaria. Foi também professor das escolas primárias das crianças que residiam na povoação.
Foi abatido ao efectivo da Unidade em 10 de Outubro de 1970 por ter sido transferido para o Hospital Militar 241 / CTIG, em Bissau.
Veio a falecer em combate na noite de 16 de Novembro de 1970, durante a flagelação a Nova Lamego.
(**) Último poste da série > 8 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11815: Os nossos médicos (61): Lembrando o médico dr. Sousa Fernandes e o enfermeiro Silva Pinto (J. Crisóstomo Lucas, ex-alf mil, CCAÇ 2617, Magriços de Guileje, 1969/71)
Foto: © José Martins (2013) . Todos os direitos reservados.
(a) Quantos médicos seguiram com o teu batalhão, no barco?
R: Como fui em rendição individual e num barco de passageiros e carga, seguiam apenas duas tripulações de LDO (8 marinheiros e respectivas lanchas) e 4 Furriéis do Exercito, sendo um do QP (por acaso enfermeiro) com destino à CCaç 6 em Bedanda.
(b) Quantos médicos é que o teu batalhão teve e por quanto tempo?
R: A unidade era “do recrutamento provincial” e, portanto, não tinha médico. O Batalhão (a que a CCAÇ 5 estava adstrita e no período em que lá estive 2 batalhões), tinha apenas um médico.
(c) Lembras-te dos nomes de alguns? E lembras-te se já eram especialistas na vida civil? Lembras-te da idade?
R: Não me recordo dos nomes, já que não estava na sede do batalhão. Falava-se que o médico do primeiro batalhão, o [BCAÇ] 2835, tinha a especialidade em ginecologia. Já não eram novos. Provavelmente tinham pedido adiamento para o serviço militar, o que levou à sua mobilização mais tardia. Para o final da minha comissão, apareceram médicos-piras, e aí um bocado mais novos (não esquecer que nós também havíamos envelhecido).
Guião do BCAÇ 2835: Mobilizado pelo RI 15, partiu para a Guiné em 17/1/1968 e regressou a 4/12/1969. Esteve em Bissau e Nova Lamego. Comandantes: ten cor inf Esteves Correia, maj inf Cristiano Henrique da Silveira e Lorena, e ten cor inf Manuel Maria Pimentel Bastos. Subunidades de quadrícula: CCAÇ 2315 (Binar, Bissau, Mansoa, Mansabá, Mansoa, Nova Lamego, Dara, Madina Mandinga); CCAÇ 2316 (Bissau, Bula, Mejo, Guilejem, Gadamael, Bissau); e CCAÇ 2317 (Bissau, Bula, Mansabá, Guileje, Gandembel, Bula, Nova Lamego),
(d) Precisaste alguma vez de alguma consulta médica?
R: Nunca recorri a consultas médicas no batalhão.
(e) Estiveste alguma vez internado na enfermaria do aquartelamento (se é que existia)?
R: No período da minha permanência na companhia e no aquartelamento de Canjadude, a enfermaria começou por ser um tabanca (que ardeu ao esterilizarem seringas) tendo passado para o “armazém central” e mais tarde construída uma enfermaria para atendimento e internamento.
(f) Foste a alguma consulta de especialidade no HM 241?
R: Estive na consulta externa de medicina em Abril de 1970, mas não foi dado seguimento ao tratamento, uma vez que estava a cerca de um mês do fim da comissão, e o tratamento demoraria um a dois meses.
(g) Foste evacuado para a metrópole, para o HMP? Ou alguém da tua companhia ?
R: Não encontrei nos registos da companhia, apesar de pouco descritivos, qualquer referência a “evacuados” para Lisboa.
(h) Tiveste alguma problema de saúde que o teu médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?
R: Nesse aspecto o Sargento Cipriano “era um às”. Normalmente resolvia os casos que lhe apareciam, mesmo de ordem da estomatologia.
Em matéria de evacuações só tive conhecimento de um, um caso de trigémeos, em Agosto de 68, em que foi pedida a evacuação da parturiente. Resultado: um nado-morto, um morto prematuro (não viveu oito dias), e o terceiro morreu, com cerca de um ano em Nova Lamego, vítima de atropelamento.
(i) O vosso posto sanitário também atendia a população local (se sim, como é mais o mais provável, há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa?)...
R: Toda a população frequentava a consulta “médica” do Sargento Cipriano, de etnia manjaca. Era o cipaio que controlava a “obrigatoriedade” desta medida.
Nota: Este inquérito foi respondido com o “conhecimento” do tempo em que lá estive. Não foram remetidos para a metrópole, ou pelo menos não estão disponíveis no AHM, os relatórios sanitários.
Em Agosto de 1974 foi destruída toda a documentação considerada “não relevante”. A documentação que veio para cá, muita foi “perdida” por roubo de bagagens, já em Lisboa.
Guiné > Zona Leste > Gabu > Canjadude > 1969 > CCAÇ 5 - Os Gatos Pretos (1968/70) > O Fur Mil Transmissões Martins com o seu amigo e camarada Cipriano Mendes Pereira (srgt mil enf), ,srgt mil enf), Cipriano) [Foto à direita] (*)
Foto: © José Martins (2006) . Todos os direitos reservados.
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Notas do editor:
Além das actividades inerentes à sua função, colaborou na construção do edifício destinado a Posto de Socorros e Enfermaria. Foi também professor das escolas primárias das crianças que residiam na povoação.
Foi abatido ao efectivo da Unidade em 10 de Outubro de 1970 por ter sido transferido para o Hospital Militar 241 / CTIG, em Bissau.
Veio a falecer em combate na noite de 16 de Novembro de 1970, durante a flagelação a Nova Lamego.
Vd. poste de 4 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P839: O valente Sargento Enfermeiro Cipriano, da CCAÇ 5, morto em Nova Lamego (José Martins)
(**) Último poste da série > 8 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11815: Os nossos médicos (61): Lembrando o médico dr. Sousa Fernandes e o enfermeiro Silva Pinto (J. Crisóstomo Lucas, ex-alf mil, CCAÇ 2617, Magriços de Guileje, 1969/71)
Guiné 63/74 - P11815: Os nossos médicos (61): Lembrando o médico dr. Sousa Fernandes e o enfermeiro Silva Pinto (J. Crisóstomo Lucas, ex-alf mil, CCAÇ 2617, Magriços de Guileje, 1969/71)
[Foto à esquerda: o J. C. Lucas, ao centro, entre o fur mil Abílio Pimentel e o piloto do Cessna]
ALGUM VEZ TIVESTE NECESSIDADE DE RECORRER AO MÉDICO OU AO ENFERMEIRO DA TUA COMPANHIA, NO TO DA GUINÉ ? (RESPOSTA MÚLTIPLA)
6/7. Se havia médico na minha companhia e batalhão ? Já respondido atrás.
8/9. Tive de passar pelo HM 241 (Bissau)... sim, fui lá uma vez operado devido a um estilhaço (Fui lá fazer miniférias.
10/11.Felizmente nunca tive de ser evacuado para o HMP (Lisboa)
Bom trabalho J.C. Lucas (**)
____________
1. Felizmente tinha (e temos) o enfermeiro sempre connosco, o grande Silva Pinto.
2. Estávamos sempre com o saudoso dr Sousa Fernandes com quem passei a noite do 25/26 abril
3. Fui visto mais do que uma vez pelo médico. Muitas vezes. Quero lembrar que Guileje, no meu tempo [, CCAÇ 2617,] tempo tinha o dr. Sousa Fernandes permanentemente.
2. Estávamos sempre com o saudoso dr Sousa Fernandes com quem passei a noite do 25/26 abril
3. Fui visto mais do que uma vez pelo médico. Muitas vezes. Quero lembrar que Guileje, no meu tempo [, CCAÇ 2617,] tempo tinha o dr. Sousa Fernandes permanentemente.
4/5. Fui visto mais do que uma vez pelo enfermeiro. Tal como o médico, ainda hoje trata de nós, em especial nos petiscos (leitão).
6/7. Se havia médico na minha companhia e batalhão ? Já respondido atrás.
8/9. Tive de passar pelo HM 241 (Bissau)... sim, fui lá uma vez operado devido a um estilhaço (Fui lá fazer miniférias.
10/11.Felizmente nunca tive de ser evacuado para o HMP (Lisboa)
Bom trabalho J.C. Lucas (**)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 27 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11770: Os nossos médicos (55): Sondagem (n=93): 35% dos respondentes dizem ter passado pelo HM 241 (Bissau), e 8% foi evacuado para o HMP (Lisboa)
(*) Vd. poste de 27 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11770: Os nossos médicos (55): Sondagem (n=93): 35% dos respondentes dizem ter passado pelo HM 241 (Bissau), e 8% foi evacuado para o HMP (Lisboa)
(**) Último poste da série > 7 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11811: Os nossos médicos (60): Memórias do Dr. Rui Vieira Coelho, ex-Alf Mil Médico dos BCAÇ 3872 e 4518 (3): Binta e Jamba (Mário Vasconcelos / Rui Vieira Coelho)
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