terça-feira, 10 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4009: Blogoterapia (96): Não chorarei a morte do Nino (Zeca Macedo, ex - 2º Ten DFE 21, Cacine, 1973/74)

1. Mensagem do nosso camarada José Macedo (ou Zeca Macedo), um cabo verdiano da diáspora, que foi FZE [Fuzileiro Especial] no DFE 21 na Guiné em 1973/74, e que hoje é advodado nos EUA, para onde imigrou em 1977 (*). 

Caro Luis: 
Como sabes, servi no DFE 21-Fuzileiros Africanos- na Guiné e muitos dos "meus" fuzileiros foram assassinados por ordem do Nino Vieira. 

Como deves calcular, não chorarei pelo Nino. Mando-te um link de um artigo publicado no diário on line caboverdeano, A Semana, com entrevistas a dois históricos da luta de libertação nacional [, Osvaldo Lopes da Silva e Júlio Carvalho ou Julinho]. (**) 

Um abraço amigo, 
José J. Macedo 
(Ex) Segundo Tenente FZE DFE 21

- Jose J. Macedo, Esquire 
Law Offices of Jose J. Macedo 
392 Cambridge Street 
Cambridge, MA 02141 
Tel. (617) 354-1115 
Fax (617) 354-9955 
_____________ 

Nota de L.G.: 




O falecido presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, que hoje vai a enterrar, não deixa muitas saudades entre os seus antigos companheiros de armas de Cabo Verde. “Era uma figura sinistra, embora um grande combatente”, diz dele o comandante Osvaldo (...). 


Silvino da Luz, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde e mais recentemente ex-embaixador da Cidade da Praia em Luanda, é uma das raras personalidades cabo-verdianas e estrangeiras a fazer-se representar no funeral de João Bernardo Vieira que hoje tem (...)

3 comentários:

Anónimo disse...

José Macedo, provavelmente não havia caboverdeano que não sentisse orgulho quando se falava em Amilcar Cabral e no sucesso internacional que tinha na política.

Mas, muitos caboverdeanos, estavam completamente incrédulos quanto ao sucesso do seu programa.

Não sei se concordas ou não nisto que estou a afirmar, mas alguns caboverdeanos que conheci, era assim que refletiam.

Mas como vi Nino Vieira no 14 de Novembro acusar o Luis Cabral de mandar matar os comandos africanos perante os jornalistas e que ele não sabia nada (Nino ká sibi nada, era isto que ouvi durante um mês em Bissau), mesmo não acreditando nisto, não achas que a maior responsabilidade da morte dos teus fuzileiros, não seria do presidente Luis?

Claro que nem tu nem eu estavamos lá. Mas acho que é de dividir pelo menos a responabilidade.

Cumprimentos

Antº Rosinha

Luís Graça disse...

Zeca:

O nosso camarada João Parreira, que foi Fur Mil Comando (Brá, 1964/66), identificou os seguintes militares do teu DZE, fuzilados depois da independência:

2º Sargento Fuzileiro Especial Domingos Ensá Djassi (Dest Fuz Esp nº 21)
2º Sarg Fuz Esp Luntam Indjai (Dest Fuz Esp nº 21)
2º Sarg Fuz Esp Braima Sani (Dest Fuz Esp nº 21)
2º Sarg Fuz Esp Califa Baldé (Dest Fuz Esp nº 21)
Marinheiro Mamadu Aliu Seidi (Dest Fuz Esp nº 21)

Vd. poste de 19 de Junho de 2006
Guiné 63/74 - P886: Terceiro e último grupo de ex-combatentes fuzilados (João Parreira)


http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2006/06/guin-6374-p886-terceiro-e-ltimo-grupo.html

Não sei se leste na altura, o poste que vai fazer três anos em Junho. O João foi dos primeiros a inventariar os nossos camaradas guineenses que foram mortos pelo PAIGC, depois da independência (entre eles gente também da minha companhia, a CCAÇ 12, que eu ajudei a formar, em Contuboel, em Junho e Julho de 1969)...

Entendo a tua raiva. Podemos (e até devemos) perdoar, mas NUNCA ESQUECER!...

Unknown disse...

Amigo Luís
Afirmas que cito:"Podemos (e até devemos) perdoar, mas NUNCA ESQUECER!"
Em Mail que te enviei recentemente, que penso irás publicar, quanto o tempo o permitir, reafirmo que eu, abaixo assinado, não consigo ligar com o perdão, quando a responsabilidade era totalmente Portuguesa, na especial e inédita forma de entregar, diga-se descolonizar, as então Províncias Ultramarinas. Se os ideais do 25 de Abril de 1974, eram à partida de louvar (e foram num certo sentido) tudo foi desvirtuado pelo desrespeito para com a vida de PORTUGUESES que se entregaram de alma e coração a defender Portugal. Não perdoo, caro Luís, porque muitos ou quase todos os meus homens foram selvaticamente chacinados, numa situação que era do total conhecimento de quem (à data)estava com os poderes da Guiné na mão
Nota: Dispenso-me de mencionar o seu nome próprio, muito menos o apelido, pois já não está entre nós para me poder responder). Abraços Luís e Zé Macedo
2º Ten FZE
João Meneses