terça-feira, 27 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6257: O segredo de... (12): O meu sobrinho Malan Djaló, aliás, Malan Nanque, o rapazito de 8 ou 9 anos anos, apanhado pelo Grupo Fantasmas, do Alf Mil Comando Saraiva, em 11 de Novembro de 1964, em Gundagué Beafada, Xime... (Amadú Djaló)


Revolta do Gueto de Varsóvia - Foto do Relatório Stroop por Jurgen Stroop para Heinrich Himmler, de Maio de 1943. A legenda em alemão diz: "Retirados à força dos covis". Pessoas reconhecidas nesta foto: (i) O rapaz da frente não foi reconhecido, algumas identidades possíveis: Artur Dab Siemiatek, Levi Zelinwarger (junto à sua mãe Chana Zelinwarger) e Tsvi Nussbaum; (ii) Matylda Lamet Goldfinger; (iii) Leo Kartuziński - recuado com um saco branco no ombro; (iv) Golda Stavarowski - também recuado, primeira mulher da direita, com uma mão levantada; (v) Josef Blösche - Soldado das SS com uma submetralhadora


 Fonte:  Foto e legenda:  Wikimedia Commons (com a devida vénia...) (*)


1. Uma das primeiras operações (a segunda, depois de uma ida ao Óio) que o Amadú fez, integrado no Grupo Fantasmas, do Alf Saraiva, foi no meu conhecido Buruntoni, no Xime, em 11 de Novembro de 1964.

Na véspera, o grupo deslocara-se de barco, de Bissau até ao Xime. A 11, andaram toda a noite, a corta-mato, com um guia local. Como era quase inevitável, nas matas do Xime, o guia perdeu-se. O objectivo era um acampamento da guerrilha. Chegaram ao Buruntoni por volta das 7h00, quando o sol já ia alto… Deparam-se, entretanto, com um “rapazito de 8 ou 9 anos” (p. 91).

“Interrogado, disse que ia para o campo de lavra dos pais. Sobre o acampamento da guerrilha que procurávamos [, em Darsalame Baio, not do V.B.], disse que ficava na outra margem do rio Buruntoni”…

O grupo seguiu até à margem, com o Alf Saraiva continuando a fazer perguntas ao miúdo que, aterrorizado (como é fácil de imaginar), não teria outro remédio senão colaborar...

E é aqui que eu leio uma das belas e sublimes páginas do livro, reveladoras da grandeza humana do Amadú, futa-fula, muçulmano, bom crente. Vale a pena transcrever (coma devida vénia ao autor e ao editor):.

(…)  Sobre o local onde costumava ficara a sentinela, o rapazito disse que ficava atrás de nós. Então, o alferes deu instruções para voltarmos atrás, para ver se conseguíamos apanhar a sentinela.

O Alferes Saraiva passou para a frente e fomo-nos aproximando do local, onde julgávamos que ela estava. Vimo-la numa árvore. O alferes abriu fogo e ele caiu imediatamente. Corremos para ele, e quando lá chegámos já estava moribundo. Com a arma do sentinela nas nossas mãos, continuámos a marcha para o Xime, até que demos com uma tabanca abandonada que se chamava Gundagué Beafada. Perto deste local encontrámos a tropa de Bambadinca que estava com a missão de nos recolher. Encontrei alguns companheiros da minha incorporação e, quando estava a abraçá-los, vi o alferes, de arma ao ombro, e o menino com a mão na nuca, de olhar fixo no alferes. Cheguei-me para junto do alferes e ele disse-me:
- Amadú, que vamos fazer ao puto ?
- Levá-lo, meu alferes ?!
- Ele é turra, Amadú!
- O meu alferes tem mais formação e conhecimento que eu, mas parece-me que com esta idade, o menino não é inimigo nem amigo.
- Então, por que vivia no mato, Amadú ?
- Porque que os pais vivem no mato, meu Alferes!
- E tu, o que queres fazer com ele, Amadú ?
- Deixamo-lo no quartel de Bambadinca.

O capitão da companhia de recolha estava junto de nós. O alferes perguntou se eles queriam ficar com o miúdo. Negativo, respondeu o capitão. O alferes ficou a olhar para mim e eu disse:
- Levamo-lo connosco para o quartel. Se o meu alferes não quiser que ele fique no quartel, eu fico com ele na minha casa.
- Não tens mulher, como é que vais tomar conta dele ?
- A minha irmã toma conta!
- Tens a certeza, Amadú ? Fica à tua responsabilidade.
- Inteiramente, meu alferes.

Agarrei no menino e começámos a andar até ao Xime e depois para Bambadinca. (…) (pp. 91/93)…

Enquanto regressam, ainda nesse dia, a Bissau, tomando um barco que estava prestes a partir, por volta das 18h, e chegando a Brá já depois da meia-noite, o Amadú escreve:

(…) Eu estava muito satisfeito comigo próprio e com o alferes. Assim que ele aceitou o meu pedido de ficar com o miúdo, que se chamava Malan Nanque, um companheiro europeu do meu grupo, o Mendes, que tinha apanhado uma maleta com cortes de fazenda, ofereceu-ma para fazer roupa para o rapazito. Quando chegámos a Bissau, levei-a ao alfaiate, e os cortes de tecido deram para 3 calções e 2 camisas. Ainda lhe comprei um par de sapatos e uns chinelos.

Agora que estou a escrever e a a recordar este episódio, tenho os olhos húmidos. Estou a ver o miúdo à frente da arma com a mão na nuca, a tremer todo, a olhar para o matador. Ele, o menino, tinha acabado de ver o alferes matar a sentinela e devia pensar que agora era a vez dele (pp. 93/94).

Em nota de pé de página, é contado o desfecho, mais ou menos feliz, desta história de compaixão humana, que merece figurar numa antologia de histórias de guerra:

O rapazito, Malan Nanque, beafada, mudou de apelido para poder frequentar a escola. Passou a ser meu sobrinho e viveu com a minha família em Bafatá. Durante muitos anos ninguém, da nossa família soube que o Malan Djaló tinha sido capturado pelos Fantasmas, numa manhã de Novembro de 1964. (**)

Anos depois, em 1973, levei-o a ver a mãe, em Bissau. Mas Malan continuou a viver na nossa casa. Uns anos mais tarde, já com, a Guiné independente, deu aulas de português em quartéis do PAIGC. Casou, teve um filho, adoeceu e morreu pouco tempos depois no hospital de Batafá. O único filho que teve, uma menina, também sobreviveu pouco tenpo. Morreu, ainda não tinha dois anos. (Nota 59, pp. 93/94).

Extractos de: Amadu Bailo Djaló - Guineense, comando, português. Lisboa: Associação de Comandos. 2010. (***)

________________

Notas de L.G.:

(*) A foto da ignomínia... Uma das fotos mais tristemente famosas da II Guerra Mundial... de todas as guerras. Lembrei-me de imediato desta foto, ao ler a história (comovedora) de que o Amadú foi protagonista num sítio que eu conheci muito bem (eu, o 1º Cabo Galvão, e outra malta da CCAÇ 12, da CART 2520 e do Pel Caç Nat 63),  Gundagué Beafada:

Vd. poste, da I Série, 10 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCLXXXVIII: Violenta emboscada em L (Op Boga Destemida, CCAÇ 12, CART 2520 e Pel Caç Nat 63, em Gundagué Beafada, Fevereiro de 1970)

(**) Vd. último poste da série >18 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5670: O segredo de... (11): Um ataque a Bissau, uma bravata do Hoss e do Django (Sílvio Fagundes Abrantes, BCP 12, 1970/71)

(***) Sobre o Mauricio Saraiva (1939-2003) e o seu Grupo Fantasmas, vd. o poste do Luis Rainha, de 31 de Marco de 2010, no blogue Comandos Guine 1964 a 1966

(…) Não querendo menosprezar ninguém, até porque sou Comando CENTURIÃO, quero aqui afirmar que o GRUPO FANTASMAS foi de todos os Grupos formados e existentes na Guiné que mais louvores e condecorações teve. Teve um Chefe excepcional, que foi um belissimo condutor de HOMENS, um guerrilheiro fantástico e um exímio estratega.

Foi ele, Capitão Maurício Leonel Sousa Saraiva, dos militares Portugueses mais condecorados de todos os tempos e quiçá dos tempos vindouros. Este Homem, de H grande, grande Português e grande Patriota, ainda estava para sofrer os horrores da guerra não convencional. (…)  [Era] um homem tremendamente marcado pela guerra em Angola, onde assistiu à morte de Familiares seus. (…)


Sobre o seu comandante, com quem esteve nove meses  (até  Maio de 1965),  e por quem nutria respeito, admiração e afecto, o Amadú Djaló é parco em pormenores, nomeadamente sobre aspectos, eventualmente mais controversos, do seu comportamento como homem e militar.  Aliás, ele é, quase sempre, de uma grande discrição e até deferência em relação aos seus "companheiros europeus" (sic). Só é crítico quando vê "europeu" a tratar, com menos respeito, bajuda e mulher grande... Perante umn capitão manifestamente racista, que ele conheceu no CICA/BAC, em Bissau, em 1962 ("Preto é como tartaruga, só quando lhe chegamos fogo ao cu, é que tira cabeça!", p. 41), Amadú é condescendente, compreensivo e caridoso: "Pela minha parte, ele era um diabo, não era um ser humano. Um homem com tanta cultura, oficial do Exército Português, não deveria trata deste modo os subordinados", p. 41).

Vd. poste de 22 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6210: Os gloriosos malucos das máquinas voadoras (21): Meu tenente, eu e o Tomás Camará não vamos com o Honório! (Amadu Djaló)

17 comentários:

Torcato Mendonca disse...

É um murro no estômago.
Abre-se o blog e aparece, para mim claro, das fotos mais dramáticas da II Guerra. Li, como a maioria certamente, sobre o Gueto de Varsóvia. Livros que descreviam os horrores do holocausto. Não só em livros, também em filmes. São leituras e imagens que perduram. São, pensava eu e certamente outros, cenas irepetíveis. Não. Infelizmente não. Infelizmente repetem-se com a brutalidade da guerra, das guerras em várias partes desta aldeia global. Infelizmente alguns, que tais horrores sofreram disso, em parte, se esqueceram.
A guerra é a suprema bestialidade do homem. Eu sei. Só que não esperava ver aquela foto aqui. Que tenho eu, que temos nós com aquela dramática imagem? Nunca vi um soldado do meu País a maltratar uma criança. Não há analogia então. Li o livro, parte, do nosso camarada Amadú. Certo. Pode haver uma excepção, uma alarvidade, um acto de violência gratuito.Pode ou, certamente houve. Mas quem empunha as armas na foto são SS. Eu, tu,ele, nós fomos soldados da Forças Armadas do nosso País.
A foto é para vincar mais o horror da guerra, das guerras, das grandes vitimas que são as crianças? Mesmo assim é violento. Senti a violência, o murro e, quem comigo fez a guerra sabe que não sou de me impressionar facilmente.
Alarguei o comentário. Três ou meia dúzia de palavras chegavam. Vou já fechar isto. Preciso de ar, ar puro. Abraços a todos Torcato

Joaquim Mexia Alves disse...

O relato é impressionante e tocante ao mesmo tempo.

Apetece-me ir a correr comprar o livro.

Não sei se me consigo aguentar até 26 de Junho!

Agora quanto ao comentário do Torcato, eu assino-o por baixo!

Oh camarigo andamos a concordar muito!!! Ainda bem!

Apetece-me dizer, para dar um ar de graça, (embora não achando grande graça): "Não havia necessidade!"

Mesmo que seja só para ilustrar, magoa-me que falando da guerra da Guiné, apareça uma fotografia das SS.

Estou como o Torcato: tenho de ir apanhar ar!

Um abraço camarigo para todos.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

José:

Não há qualquer juízo de intenção, o que de resto é contrário às regras do nosso blogue... A única analogia (entre as duas cenas, a da fotografia de 1943, no gueto de Varsóvia, e a da história de Gundagué Befada, no Xime, em 1964) é o miúdo com as mãos na nuca ou os braços no ar...

As palavras são do Amadú (e a escolha da foto é minha):

"Agora que estou a escrever e a a recordar este episódio, tenho os olhos húmidos. Estou a ver o miúdo à frente da arma com a mão na nuca, a tremer todo, a olhar para o matador. Ele, o menino, tinha acabado de ver o alferes matar a sentinela e devia pensar que agora era a vez dele" (Amadu Bailo Djaló, Guineense, comando, português", Lisboa, 2010, p. 94).

Luís Graça disse...

De qualquer modo, meus queridos amigos e camaradas José e Joaquim, a verdade é que a guerra - mesmo aquela guerra, "de baixa intensidade", como dria o Nuno Rogeiro - continua a mexer connosco, mesmo que tenha acabado há muito... (E ainda bem, que somos sensíveis, ou até mais sensíveis do que os outros que nunca a fizeram ou a sofreram)...

Como diz um velho poema meu:


War is over, baby

A guerra acabou e depois
os avós contarão aos netos
tintim por tintim
como foi a última batalha de Bagdade
que não chegou a haver
mas que rimava com liberdade.

Ou não contarão e arrumarão as botas.
Que os netos têm jogos mais divertidos
no último modelo da sua playstation
e já não mais têm pachorra
para aturar os cotas.

(...)

http://blogueforanadaevaodois.blogspot.com/2005/09/blogantologias-ii-5-war-is-over-baby.html

Luís Graça disse...

Não pensem que eu estou a fazer "marketing viral" ou a utilizar a "publicidade do horror" para vender o livro do Amadú, que de resto nem sequer é uma edição do nosso blogue...

De qualquer modo, quero que comprem, leiam, ofereçam, divulguem, comentem, critiquem o livro...

Quanto ao Amadú, ele quer apenas ter saúde (e dinheiro) suficiente para voltar ao seu querido chão e, um belo dia, podere morrer em paz e ser sepultado debaixo do poilão da sua tabanca... Ele tem 70 anos e nós vamos fazer-lhe a festa de homenagem que ele merece, no dia 26 de Junho... Acho que sim, Joaquim, compra o livro antes, e outro depois, no dia, para ofereceres aos teus filhos...

Torcato Mendonca disse...

Luís Graça.

Poso inferir, legitima ou ilegitimamente que, subjacente á colocação e descrição escrita sobre aquela foto - foto que é uma forte marca de horror do holocausto nazi - pode estar uma tomada de posição politica.

Não posso ou não devo é continuar.
Tenho a minha posição politica, como qualquer cidadão e, sobre o caso vertente, dizer algo mais saia do âmbito deste blogue, regras infringidas etc
A, caso seja necessário, esclarecer pessoalmente ou, por outra via, desde que pessoal.

Camarigo: a nossa(s) discordância(s) só está num ponto. Ambos sabemos qual. Ambos igualmente sabemos que, o respeito entre os homens é superior e a pluralidade das ideias por ambos, neste caso pelos três,é cultivada.

Forte e fraterno abraço José ou Torcato

Julio Vilar pereira Pinto disse...

Tenho a impressão que este Capitão Saraiva era o mesmo que em 67,no meu curso de OP, estava a formar uma Companhia de Comandos em Penude. Se era esse digo-vos que era um ás em tiro institivo, fez uma demonstração para nós e o primeiro tiro saia ao lado da lata das salsichas, mas o segundo já acertava la lata, ora isto quer dizer que o homem acertava muito bem no alvo maior que era o inimigo.

Luís Graça disse...

Torcato:

Um imagem vale por mil palavras. A foto em questão é hoje do domínio público, extraída de um relatório alemão (Relatório Stroop, por Jurgen Stroop para Heinrich Himmler, sobre a "limpeza" do bairro judeu de Varsóvia). Tinha um propósito "documental" (e "legitimadora" do terror)... Achei por bem acrescentar-lhe a legenda... Eu próprio não sabia a sua origem. Muitos dos nossos leitores também deverão desconhecer o texto e o contexto...

Garanto-te que não há, implicita ou explicitamente, nenhuma "tomada de posição política", no sentido em que não faço (nem posso fazer) qualquer juízo de valor sobre os protagonistas, a não ser o Amadú (obviamente)...

A foto até podia ser intemporal(não teria o mesmo efeito de catarse: os fuzilamentos de Goya têm um temnpo e um lugar; Guernica, idem aspas). Ou até ter outro contexto, outros protagonistas : por exemplo, soldados israelitas e crianças palestinianas, soldados americanos no Vietname, soldados soviéticos em Berlim, simplesmente soldados, de todos os tempos e nacionalidades, apontando armas a seres indefesos, crianças, adolescentes, mulheres, homens, velhos...

É o puro terror que antecede a percepção da morte, do risco da morte, da execução sem piedade, a sangue frio... Ou simplesmente, a impotência humana perante a brutalidade humana...

Nessa medida, esta foto é um ícone, é património cultural da humanidade, é um grito universal, é um sobrtessalto (permanente) para a nossa consciência...

Em suma, o que quero frisar é que todas as guerras têm rostos e têm nomes. Na nossa também houve os Malan Nanque, os Amadú Djalós, os Maurício Saraiva, os Ninos Vieira, os Mamadu Indjai, os Malan Mané, os Henriques, os Mendonça.... E momentos sublimes, como este aqui descrito pelo Amadú, que reforçam a nossa crença sobre a bondade primordial do ser humano...

Torcato Mendonca disse...

Ou até ter outro contexto, outros protagonistas : por exemplo, soldados israelitas e crianças palestinianas...Luìs Graça... Dixit

Falamos um dia.Abraço TM


Julio Pinto

O Alferes do texto do Amadú e o tal Capitão de Lamego são a mesma pessoa.

Ab TM

Joaquim Mexia Alves disse...

Meu caro Luís

Leio-te e tento entender, provavelmente até entendo a tua explicação e razões, e no entanto não consigo abstrair-me do facto de que aquela fotografia me leva a fazer uma comparação que me magoa, que me "revolta" no mais profundo de mim.

Aquela tropa, não era gente militar eram assassinos, tais como tantos outros no mundo de sinais iguais ou diferentes.

Aquela gente aterrorizada ia a caminho da morte e não havia ninguém que lhes valesse, porque naquela tropa não havia um Amadú, nem havia um Saraiva.

Ali era o extermínio pelo extermínio, tal como noutros exemplos que dás, da Alemanha nazi à URSS soviética.

Eu não consigo, nem como ilustração, ver uma fotografia daquelas a fazer parte de um texto sobre a guerra da Guiné.

Sensibilidades, talvez, dificuldade em entender, talvez também, mas meu caro camarigo Luís, não consigo!



Um abraço amigo

Anónimo disse...

"Uma imagem vale por mil palavras".E isto tudo,depois de um simples cravo (que poderia bem ter sido de cor branca!) nao se ter atrevido a surgir no Aniversário de Abril. Para evitar quezílias de LIBERDADE? Um grande abraco.

Anónimo disse...

Não entendo!
Tentei já, por duas vezes, deixar um comentário...e ele não sai.
Porque será?

José Brás

Anónimo disse...

Não devemos ter qualquer complexo de descrever qualquer VIRIAMU da guerra do Ultramar.

Em todas as companhias ou pelotões havia algum camarada que, ou por natureza ou por ter perdido o controle, cometia barbaridades, e era preciso diplomacia ou mesmo violência para dominar esses elementos.

As populações na Guiné, testemunhei, não era o "terror" do tuga que temiam.

A única coisa que os membros do partido, não o povo, condenavam amargamente, era a "demagogia" da psico-social do Spínola, principalmente aquela conversa da Guiné Melhor, e outras.

Infelizmente para os povos colonizados, se não formos nós a escrever os nossos próprios horrores e as nossas "valentias" desta guerra, eles pouco mais se queixam que da régua do chefe de posto.

Até já nem se queixam de terem de transportar o branco em "tipoias"

E o que ofende mais os nossos antigos IN (movimentos), é o facto de os nossos políticos nunca agrdecerem a eles o "nosso" 25 de Abril. (Não estou a fazer humor)

Antº Rosinha

Torcato Mendonca disse...

Joseph Belo
Não há quezílias, não há cravos brancos. Há uma imagem forte, imagem de terror. Imagem a dizer que aqueles homens armados não são soldados. Um soldado não é um assassino. Eles foram.
Depois é uma troca de palavras, de palavras a justificarem ideias.
Palavras trocadas entre três pessoas que se conhecem, que aceitam a diversidade, que gostam da Liberdade.A não ser assim eu nada diria. A riqueza deste blogue está nesse sentir e exprimir, nesse opinar de forma diferente, desse dar e aceitar. Dessa terapia que vamos fazendo e da guerra nos vamos libertando.Quase de certeza, que qualquer dos três, não digo odiar porque não me ou os sinto gente de ódios, detestamos a guerra e vamos, mais uns que outros, tentando construir a paz.
De forma diversa, franca e aberta para dar sentido á vida...
Abraço amigo TM

Anónimo disse...

Vamos ver se consigo deixar agora o comentário duas vezes perdido, já não com as mesmas palavras mas com outras que quererão dizer a mesma coisa.

O texto extraído do Amadú, é a prova de que a alegada superioridade do europeu alto ou baixo, loiro ou moreno, de olho azul ou negro, que infelizmente ainda muitos têm como certa, não é mais que uma falácia.
A generosidade, o sentido da fraternidade, o sentimento da profunda humanidade é património da humanidade, independentemente e pode reconhecer-se em qualquer ser humano, independentemente da região do mundo, da cor da pele, das opções ideológicas ou religiosas, e que o contrário também acontece, como na grande cultura alemã que não evitou a barbárie.
No exército português, com excepções registadas ou não, o respeito pela vida humana estava para além das razões do combate e do próprio combate.
No entanto, neste texto há alguém que fica muito mal na foto.
Abraços
José Brás

Anónimo disse...

Caro Torcato Mendonca. Sabes...limitacoes óbvias de estrangeirado de demasiada longa data.Mas,posto de modo assim coerente,acabo por compreender,e, fico grato por tal. Um abraco amigo.

Anónimo disse...

na SIC Notícias, Nuno Rogeiro faz referência ao livro do Amadu Djaló

http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Sociedade+das+Nacoes/2010/4/quando-estiver-em-washington-sinto-me-representante-da-ue26-04-2010-115753.htm

vbriote