domingo, 19 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7009: Efemérides (51): 17 de Setembro, Dia das Transmissões (José Martins)

1. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 16 de Setembro de 2010:

Boa noite
Segue um texto a propósito do Dia das Transmissões, que se festeja a 17 de Setembro.

Um abraço
José Martin


17 de Setembro
Dia das Transmissões


Ocorre no dia de hoje, ano de 2010, o 137.º aniversário da inauguração da Rede Telegráfica Militar no território português.

Para trás ficavam outras formas e meios de comunicação entre exércitos e/ou as suas subunidades, em campanha ou em tempo de paz.

Pensamos que a primeira forma utilizada de comunicar à distância, foi o estafeta. Desses, ficou-nos o relato sobre a batalha de Maratona, travada entre gregos e persas numa planície perto de Atenas, ocorrida em Setembro de 490 a.C., durante a Primeira Guerra Médica, quando os gregos se encontravam enfraquecidos e não conseguiram apoio de Esparta.

Foi após esta batalha que Milcíades, o general grego, enviou Fidípides para avisar a cidade de Atenas, que ficava a cerca de 42 quilómetros, da vitória dos gregos sobre os persas.

Mas voltemos ao nosso país e, concretamente, à criação das Transmissões no nosso Exército, ainda dependente da Arma de Engenharia, uma das razões porque ainda ostenta, nos seus brasões, o castelo ameado

A origem dos telegrafistas militares reporta ao ano de 1810, ano em que é criado o Corpo Telegráfico, que em 1830 ficaria sob a superintendência do Corpo Real de Engenheiros.

No final do terceiro quartel do século XIX, em 1873, com a inauguração da Rede Telegráfica Militar, é criado, simultaneamente e de carácter permanente, o Serviço Telegráfico Militar, entre guarnições fixas.

Em 1880 são instalados os primeiros pombais militares, remontando a 1884 a Companhia de Telegrafistas, a primeira Unidade de Transmissões de campanha.

No virar do século XIX para o século XX, em 1900, são instalados os primeiros telefones militares e, no ano seguinte, 1901, é criada a Companhia de Telegrafistas de Praça [Ordem do Exército 01, 8JAN1902], que ocupa o Quartel na Penha de França (Lisboa) e apoia a Inspecção do Serviço Telegráfico Militar [Ordem do Exército 11, 26MAI1911-1.ª Série]. As Transmissões passam a depender da Arma de Engenharia, e iniciam-se as primeiras experiências em TSF – Telegrafia Sem Fios.

Já com o país em regime republicano, em 1911, é criado o Grupo de Companhias de Telegrafistas, onde é incorporada a nova Companhia de Telegrafistas Sem Fios. Dois anos depois, 1913, o Grupo de Companhias recebe o nome de Batalhão de Telegrafistas de Campanha [Ordem do Exército 11, 18JUL1913], indo fixar-se no Quartel da Ajuda, em Lisboa.

Em substituição do Batalhão de Telegrafistas de Campanha, que é extinto em 1925 [Ordem do Exército 06, 24ABR1925], surge o Batalhão de Telegrafistas [Ordem do Exército 08, 16JUN1925], com duas Companhias de TSF e TPF. No ano seguinte é criado um Batalhão de Telegrafistas de Campanha [Ordem do Exército 06, 14JUN1926].

Em 1927, com a criação do Regimento de Telegrafistas [Ordem do Exército 12, 30SET1926], as Transmissões passam a estar instaladas no aquartelamento da Cruz dos Quatro Caminhos (Sapadores - Lisboa), integrando esta nova Unidade o Batalhão de Telegrafistas de Campanha [Ordem do Exército 06, 14JUN1926], a Inspecção do Serviço Telegráfico Militar [Ordem do Exército 11, 26MAI1911-1.ª Série] e a Companhia de Telegrafistas de Praça. Nesta data é criado o Depósito Geral de Material de Transmissões (Quartel na Penha de França), que fica na dependência do Regimento de Telegrafistas [Ordem do Exército 12, 30SET1926] que, em 1937 passa a designar-se Batalhão de Telegrafistas [suplemento a Ordem do Exército 12, 31DEZ1937] e, em 1951, passa a designar-se Serviço de Telecomunicações Militares.

A esta Unidade – Batalhão de Telegrafistas – são atribuídas as funções de Escola Prática, em 1959, até que, em 1971 é criada a Escola Prática de Transmissões [Ordem do Exército 07, 31JUL1971], que, em 1977 passa a designar-se Regimento de Transmissões [Ordem do Exército 05, 31MAI1977], mantendo as funções e o aquartelamento, herdando as tradições dos diversos serviços de Transmissões.

O dia da Unidade é o dia 17 de Setembro e o seu Patrono é o Arcanjo S. Gabriel [Decreto de Pio XII em 12JAN1951], cuja comemoração litúrgica se festeja a 29 de Fevereiro.

ARMAS
ESCUDO: de azul, uma almenara de oiro, iluminada e aberta de vermelho e acesa do mesmo perfilado de oiro.
ELMO: militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra.
CORREIA: de vermelho, perfilada de oiro.
PAQUIFE E VIROL: de azul e oiro.
TIMBRE: uma garra de leão de vermelho empunhando seis raios eléctricos de oiro.
DIVISA: num listel de branco, ondulado, sobreposto ao escudo, em letras de estilo elzevir, maiúsculas, de negro: SEMPRE MELHOR.

Simbologia e Alusão das Peças
A almenara (torre de sinais) é o símbolo das comunicações
Os Esmaltes Significam
Oiro: fé e nobreza.
Prata: riqueza e eloquência.
Vermelho: ardor bélico e força.
Azul: ar, espaço, lealdade


José Marcelino Martins
17 de Setembro de 2010

Ver:
Patrono das Transmissões (P5423)
Grito das Transmissões (P6967)
__________

Notas de CV:

(*) Ver poste de 16 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6995: In Memoriam (54): O meu amigo António Santos partiu (José Martins)

Ver último poste da série de 5 de Agosto de 2010
Guiné 63/74 - P6829: Efemérides (50): Acontecimentos de 3 de Agosto de 1959 no cais do Pindjiguiti, Bissau (3) (Leopoldo Amado)

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro José Martins

É sempre agradável que consciências mais acordadas nos recordem efemérides que se não fossem lembradas por essas mentes mais atentas, nos passariam despercebidas; mais interessante se torna ainda o tema, quando está enlaçado com uma “pitadinha” de História, contada com rigor e clareza.

Um abraço

José Corceiro