domingo, 15 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12043: Agenda cultural (281): Exposição "A Última Fronteira – Lisboa em tempos de guerra". Lisboa, Terreiro do Paço, de 15/7 a 12/12/2013, todos os dias, das 10h00 às 20h00. A não perder.


Lisboa > Sentinela da Legião Portuguesa de serviço no Terreiro do Paço. 1942. ANTT - Arquivo Nacional Torre do Tombo.

Se em 1940 a vida corria tranquila em Lisboa, em 1941 tudo mudou. Começava a falar-se de uma iminente invasão hispano-alemã a Portugal e os exercícios de defesa civil, então confiados à Legião Portuguesa, multiplicavam-se. Protegiam-se os monumentos com tapumes e sacos de areia. Debaixo destas proteções, “desapareceram”, entre outros, o portal da Sé, as arcadas do Terreiro do Paço e as estátuas da cidade. Fonte:
Agênda Cultural de Lisboa ( Reproduzido com a devida vénia).

EXPOSIÇÃO "A ÚLTIMA FRONTEIRA – LISBOA EM TEMPOS DE GUERRA"

Exposição dedicada aos anos 40, época em que Lisboa se tornou um local de esperança, a última fronteira para a liberdade para milhões de pessoas.

Mostra composta por material proveniente de diversos acervos onde se incluem fotografias, documentos, trajes e objetos de decoração, reproduções de cartazes publicitários, mobiliário comercial, doméstico e urbano, maquinaria de comunicação, acessórios e filmes que ilustram o papel da cidade no tempo da Segunda Guerra Mundial.

O ponto de partida para a exposição é o livro Lisboa, uma Cidade em Tempos de Guerra, de Margarida Magalhães Ramalho.

19 julho a 15 dezembro | 2ªf.-dom | 10h00-20h00

Entrada | adultos 3€ | estudantes e reformados 2€ | família (4pax) 8€ | desempregados grátis

Local: Torreão Poente do Terreiro do Paço

Fonte:: Sítio da Câmara Municipal de Lisboa

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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12008: Agenda cultural (280): As nossas camaradas Enfermeiras Paraquedistas, Giselda Pessoa, Maria Arminda e Rosa Serra, vão estar amanhã, dia 5, na SIC, no programa Boa Tarde, a partir das 15h30

5 comentários:

Luís Graça disse...

Dizem que a história não se repete. Mas podemos especular... Por exemplo, o que nos teria acontecido se o Hitler decide mesmo atacar Gilbraltar, invadindo a Península Ibérica ?

Recorde-se que a Operação Félix foi o nome de código dado a uma operação militar planeada pelo Alto-Comando da Alemanha Nazi, durante a Segunda Guerra Mundial. O o sei principal objetivo era a ocupação do enclave britânico de Gibraltar, no sul da Península Ibérica.

Se assim fosse, provavelmente hoje estaríamos, nós, e os angolanos, os guineenses, os cabovertdeanos, etc. a falar a alemão... Hitler nunca se teria metido no atoleiro da Rússia... ea sorte das armas poderia ter sido outra.

A invasão de Portugal tinha outro nome de código: Operação Isabella.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_F%C3%A9lix

Luís Graça disse...

Por causa da Op Félix (e da Op Isabella), os ingleses conseguiram convencer o Salazar a mandar 30 mil homens para os Açores (em último caso, o ditador mudava-se para lá...) e mais 6 mil para Cabo Verde...

O meu pai, Luis Henriques (1920-2012), foi nessa leva dos 6 mil e esteve aquartelado na Ilha de São Vicente entre 1941 e 1943, 26 meses), a única ilha, juntamente com o Sal, que tinha interesse estratégico...

E é um facto que a guerra (a II Grande Guerra) nunca mais foi como dantes, com o controlo aeronaval sobre o Atlântico Norte, por parte dos Aliados... Luís Graça

José Marcelino Martins disse...

A sangria de homnes e material para os Açores, Madeira e Cabo Verde, alem do reforço das outras colónias, levou a que os recursos humanos e materiais na metrópole ficassem de tal forma reduzidos que levou franco a pensar numa invasão a Portugal, em Dezembro de 1940.

Os espanhois fizeram os seus planos, e em Portugal tambem se fizeram planos de defesa que, à semelhança do acontecido nas Invasões Francesas, seria limitada à grande Lisboa e peninsula de Setubal.

As forças do resto do território teriam, como missão principal, atrazar a chegada da invasão à capital, permitindo, assim, a transferência dos governantes para os Açores.

Agudo, Manuel Ros - A Grande Tentação - Casa das Letras 2009

Anónimo disse...

E näo foi a última vez que os espanhois se prepararam para invadir Portugal.
Aquando do assalto à Embaixada de Espanha ,durante a pseudo- revolucäo de Abril, os blindados da Divisäo estacionada nos arredores de Madrid estiveram preparados para arrancar sobre Lisboa.
Foram os Estados Unidos,entre outros, que os convenceram a "aguentar os cavalos".
Disponho de muito interessantes foto-cópias de documentos sobre o assunto.
Um abraco.

Luís Graça disse...

Excerto do jornal "i", on line:

Uma exposição de imagens históricas, a partir de hoje no Torreão Poente do Terreiro do Paço


http://www.ionline.pt/artigos/boa-vida/ultima-fronteira-lisboa-tempos-guerra

Foi, para muitos, a última oportunidade de refúgio durante a Segunda Guerra Mundial. E essa Lisboa, a que viveu entre 1939 e 1945 distante de confusões tem servido de tema de estudo à historiadora Margarida Magalhães Ramalho, que agora compila parte desse trabalho na exposição que hoje inaugura, "A última Fronteira - Lisboa em Tempos de Guerra".

(...) De todo este material de que nos fala a historiadora e que compõe a exposição fazem parte fotografias, documentos, reproduções de cartazes publicitários, trajes, mobiliário e objectos de decoração, tudo elementos que reflectem as transformações por que passou Lisboa enquanto a cidade acolheu os que procuravam escapar do conflito que ocupava toda a Europa.

CABELOS À REFUGIADA

Do período em questão, Margarida Ramalho destaca dois tipos de alterações. Comecemos pelas menos evidentes como as alterações na forma de estar: "Muita coisa mudou nas mulheres, por exemplo, pelo contacto com as refugiadas. As lisboetas vão começar a querer imitá-las, sobretudo as que vêm de Paris, que surgem com a aura de fascínio de quem vem do estrangeiro. Era normal uma menina chegar a um cabeleireiro e dizer 'quero um cabelo à refugiada'. Com a chegada destas senhoras, que já têm costumes mais livres, menos preconceituosos, mudam muitas coisas."

Cabelos novos, lisboetas que deixam de usar meias no Verão e que começam a frequentar cafés, "nem que fosse para tomar conta dos maridos que também lá iam para ver as refugiadas", são algumas das mudanças, conta-nos Margarida.

Mas Lisboa mudou mais que os costumes das suas gentes: "Há transformações que são feitas com base no pressuposto de que Lisboa poderia vir a ser atacada. É uma cidade que se vai preparar para a eventualidade da guerra. Os vidros são protegidos com papéis para evitar estilhaços em caso de bombardeamento, os monumentos protegidos por sacas de areia, o Terreiro do Paço revestido de rolos de arame farpado, são construídos abrigos subterrâneos..." Margarida reconhece que todas estas alterações tiveram um período de vida curto e que não deixaram repercussões.

"Vivíamos em ditadura e a abertura de mentalidade que houve nessa época, com esse contacto, até porque nessa altura chegavam a Lisboa quase todos os jornais que se publicavam na Europa, foi uma coisa que Salazar rapidamente alterou no fim da guerra. A repercussão na altura foi evidente e notória, mas durou pouco tempo, teve uma escala de minutos, digamos assim."

HOSPITALIDADE À PORTUGUÊS

Se os refugiados trouxeram, ainda que por pouco tempo, um dinâmica diferente à vida e aos costumes portugueses, também eles receberam algo em troca: "Os portugueses foram muito, muito receptivos à entrada dos refugiados. Somos hospitaleiros por natureza. Claro que houve quem se aproveitasse da situação deles, mas, na grande maioria recebemos muitíssimo bem estas pessoas. Sobretudo na província, até porque na cidade as coisas nunca funcionam da mesma maneira, as pessoas são mais anónimas. Acho que é uma característica muito nossa, marcante, querermos ser úteis e querermos receber bem as pessoas. E realmente, nessa altura, fomos." (...)