___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Digitalizações: Mário Vasconcelos (2015). [Edição: LG]
1. Continuação da publicação de anúncios de casas comerciais, da Guiné. Reproduzidos, com a devida vénia, de Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2. (*).
Trata-se de uma gentileza do nosso camarada Mário Vasconcelos [,ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72,Mansoa, e Cumeré, 1973/74; foto atual à direita] que descobriu um exemplar, já raro, desta edição, no espólio do seu falecido pai.
Hoje publicamos mais de anúncios de empresários de Bissau, com interesses em Bissau: era o caso, por exemplo, da Companhia dos Grandes Armazéns ALCOBIA, SARL, com sede na baixa lisboeta, que fornecia "mobiliário e decoração" para palácios do Governo (Guiné, Bié, Congo, Luanda...), hotéis, bancos, "e muitas outras entidades oficiais e particulares do Ultramar". Era uma casa famosa, fundada em 1914, instalado num edifício oitocentista, na Rua Ivena, 14, esquina com a Rua Capelo... e que ainda hoje existe com sede na Av. Roma 48 - B - lj 1, Lisboa...
Ficamos a conhecer também:
(i) A. F. Parente & Ca, que tinha ao seu cuidao "todas as obras de asfaltamento das estradas da Guiné e da cidade de Bissau";
(ii) O Quiosque de Gelados, de Teresa Fiore, com os melhores sorvetes da cidade, cerveja das melhores marcas e esplanada; pelo apelido só pode ser uma senhora italiana, ou de origem italiana;
(iii) Empresa T. da Guiné, com "carreiras para todo o interior da província e Ziguinchor [Senegal, o vizinho do norte, colónia francesa, que se tornaria independente em 4/4/1960]
(v) Império Lda, com fábricas de gelo, refrigerantes e fundição de metais; [há colecionadores com caricas de refrigerantes da marca Império Lda,, de Bissau!]
(vi) Jorge da Conceição Relvas de Carvalho, "O Transmontano", agente comercial (vinhos do Porto e outros produtos);
(vii) Costa & Campos Lda: agentes comerciais, representantes de Mourão da Costa Campos, Praça dos Restauradores, 13-3º Lisboa...
[Possivelmente Luís Joaquim Mourão da Costa Campos, Caranzalém, Goa, 17.04.1903 / Lisboa 20.10.1989; no portal Geneall, lê-se que foi: (i) funcionário do Banco Nacional Ultramarino; (ii) industrial e comerciante em Lisboa e na Guiné; (iii) grande empreendedor nas áreas da indústria hoteleira e turística; (iv) pioneiro em Portugal da atividade de catering à aviação comercial, e (v) pai de Carlos Alberto Wahnon Mourão da Costa Campos (1927-2006), cor inf ref, antigo comandante da CCAÇ 763 (Cufar, 1965/67) e depois do COP 3 (Bigene, 1973)].
Pormenor interessante: destas 7 empresas de Bissau, só uma tem nº de telefone no anúncio, a Empresa T. da Guiné... Era o nº 99... O telefone ainda era um luxo em 1956...Em Bissau o nº de telefone mais alto que encontrei até agora, nestes anúncios, foi o da casa Benjamim Correia, uma das mais antigas, fundada no tempo da I República,em 1913... O nº de telefone era o... 156! Isto dá uma ideia da dimensão da rede telefónica!
[Possivelmente Luís Joaquim Mourão da Costa Campos, Caranzalém, Goa, 17.04.1903 / Lisboa 20.10.1989; no portal Geneall, lê-se que foi: (i) funcionário do Banco Nacional Ultramarino; (ii) industrial e comerciante em Lisboa e na Guiné; (iii) grande empreendedor nas áreas da indústria hoteleira e turística; (iv) pioneiro em Portugal da atividade de catering à aviação comercial, e (v) pai de Carlos Alberto Wahnon Mourão da Costa Campos (1927-2006), cor inf ref, antigo comandante da CCAÇ 763 (Cufar, 1965/67) e depois do COP 3 (Bigene, 1973)].
Pormenor interessante: destas 7 empresas de Bissau, só uma tem nº de telefone no anúncio, a Empresa T. da Guiné... Era o nº 99... O telefone ainda era um luxo em 1956...Em Bissau o nº de telefone mais alto que encontrei até agora, nestes anúncios, foi o da casa Benjamim Correia, uma das mais antigas, fundada no tempo da I República,em 1913... O nº de telefone era o... 156! Isto dá uma ideia da dimensão da rede telefónica!
_______________
Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 5 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14221: Historiografia da presença portuguesa em África (53): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte IX (Mário Vasconcelos): o madeireiro Manuel Ribeiro de Carvalho (Binta, Farim) e a carpintaria mecânica de Humberto Félix da Silva (Bissau)
Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 5 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14221: Historiografia da presença portuguesa em África (53): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte IX (Mário Vasconcelos): o madeireiro Manuel Ribeiro de Carvalho (Binta, Farim) e a carpintaria mecânica de Humberto Félix da Silva (Bissau)
6 comentários:
O telefone ainda era um luxo em 1956...Em Bissau o nº de telefone mais alto que encontrei foi o da casa Benjamim Correia, uma das mais antigas, fundada no tempo da I República,em 1913... O nº de telefone era o... 156!
A presença de uma italiana em Bissau, Teresa Fiore, pdoe estar relacionada com a presença de missionários itálianos no território (Catió, Bambadinca, Bor, Bissau...).
Não deixa de ser interessante ver, a esta distância, estes anúncios.
Assim colocados, de seguida, fazem parecer que se está a tratar de outro local que não "aquela" Guiné que viemos a conhecer.
Fiquei com um 'bichinho' atrás da orelha sobre a firma A.F.Parente & Cia, embora o ano de 1956 seja muito cedo em relação ao que me 'assaltou'.
Hélder S.
A. F. Parente & Cia... Desoculta lá o teu (pres)sentimento...Ficamos curiosos...
Olá, nada de especial.
Apenas que um conterrâneo (por acaso um 'não-natural' tenho ideia que veio da Beira para a minha aldeia) chamado Francisco Parente (o A. seria de António ou Armando) dedicou-se à construção civil e 'obras públicas' e teve algum sucesso, tenho ideia que também em África, embora não propriamente na Guiné, mas não tenho muito mais indicações.
Apenas achei curiosa a coincidência de nomes mas também me parece que não será, dado o ano de 56, que é bastante mais cedo que os inícios dos anos sessenta e picos.
Quando estiver com alguém de lá e que tenha memória destas coisas me possa confirmar.
Abraço
Hélder S.
Para além da empresa de importação e exportação, o sr. Costa Campos pai do coronel Carlos Alberto da Costa Campos, também era o dono da agência de viagens Sagres, através da qual, muitos militares reservavam as vindas de avião à metrópole. A sua esposa D. Raquel Costa Campos foi professora de Amílcar Cabral.
Mário Fitas
Enviar um comentário