terça-feira, 28 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18960: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XLI: Efeméride: a maior flagelação ao quartel de São Domingos foi há 50 anos...


Foto nº 1A > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  16 de abril de 1968 > 18h00 > Cerimónia do arrear da bandeira


Foto nº 1B  > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 16 de abril de 1968 > 18h00 > Cerimónia do arrear da bandeira > Do lado esquerdo,  o edifício do Administrador Local.


 Foto nº 2 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 16 de abril de 1968 > 18h00 >  Após os primeiros ruídos de saída dos Morteiros- início de mais uma flagelação do IN, todo o pessoal vai a correr para os seus postos, abrigos ou espaldões. 


Foto nº  3 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 16 de abril de 1968 >  O ataque vem do Norte – Senegal – e por este caminho vai o pessoal a correr para o Quartel de Cima – Companhia de Artilharia 1744, do Capitão Mil Serrão.


Foto nº 4 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 16 de abril de 1968 > Neste ponto o pessoal já está no fim da linha, junto à paliçada que separava o nosso aquartelamento, da terra de ninguém, a 2 ou 3 km do Senegal.



 Foto nº 11 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 1º semestre de 1968 > Vindos do lado leste um Grupo de Combate (CCAÇ 3 ou Companhia de Milícias  24) acaba de chegar de uma operação de rotina ou de reconhecimento dos arredores.



Foto nº 11A > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 1º semestre de 1968 >Saída de dois Gr Comb, do aquartelamento para operações de rotina ou reconhecimento, levadas a efeito pelo CCAÇ 3 ou  CM 24.


Foto nº 12 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >1º semestre de 1968 > Saída de dois Gr Comb, do aquartelamento para operações de rotina ou reconhecimento..



Foto nº 12A  > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 1º semestre de 1968 > Saída de dois Gr Comb, do aquartelamento para operações de rotina ou reconhecimento.


Foto nº 13 >  Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >1º semestre de 1969 >Chegada ao aquartelamento de um Gr Comb  da CART 1744, após uma operação de rotina ou de reconhecimento.


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, set 1967/ ago 69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já cerca de 80 referências no nosso blogue.



 Guiné - Portugal 67/69 - Álbum de Temas:

T023 – A  MAIOR  FLAGELAÇÃO AO QUARTEL DE SÃO DOMINGOS ACONTECEU ÀS 24 HORAS DE 27, OU 00:00 HORAS DE 28 AGOSTO 1968
OUTRAS IMAGENS DE FLAGELAÇÕES AOS QUARTEL EM SÃO DOMINGOS
IMAGENS DE GRUPOS DE COMBATE NA SAÍDA E NA CHEGADA DE OPERAÇÕES


I - Anotações e Introdução ao tema:


1 – O MAIOR ATAQUE A SÃO DOMINGOS


Este Tema tem por finalidade dar conta de uma Efeméride – Os 50 anos, ou Meio século - que neste dia 27 e inícios de 28 de Agosto de 1968, se deu o maior ataque/flagelação ao aquartelamento e povoação de São Domingos.

Iniciou ao cair das 24 horas do dia 27 de agosto de 1968, e início de 28 do mesmo mês.

Sendo o maior de sempre, pela hora, o tempo de duração – 30 minutos, e a intensidade de fogo com todo o tipo de armas – Morteiros 82, Canhão Sem Recuo, Lança Granadas RPG e Lança Roquetes, Armas Pesadas e Ligeiras modernas,

Partiu da fronteira Norte com o Senegal, tendo sido devidamente respondido com as nossas armas, contudo o tempo foi interminável, longo e assustador. Era Noite.

Não sei explicar os contornos militares, pois não foi minha preocupação perceber isso, mas sim apanhar os invólucros que caíram perto da minha residência/dormitório.

Não houve mortes, feridos alguns e em especial das populações, socorridas prontamente.

O IN felizmente não apontava as armas como deve ser, pois num pequeno espaço em que nos encontramos, se meia dúzias de ameixas caíssem nas instalações haveria certamente muita coisa a lamentar, embora tínhamos sempre os abrigos, que não estando ao alcance imediato sempre serviam para meia protecção das tropas.

Não há fotos como é óbvio, nem dessa hora nem do dia seguinte, mas poderia ter algumas dos buracos que as bombas fizeram.

Fica aqui a história para quem esteve lá se lembrar, mas não vejo muita gente do meu Batalhão a comentar nada.


2 – IMAGENS DE UMA FLAGELAÇÃO ÀS 6 HORAS DA TARDE


Aproveitei este Poste para colocar então outro acontecimento, que por acaso eu estava a fotografar nos primeiros tempos em São Domingos. Era a cerimónia diária de Hastear a bandeira de manhã, e o arrear da bandeira ao fim do dia – 18 horas da tarde, inicio da noite.

Estava então uma secção comandada pelo Oficial de Dia, na cerimónia de arrear a bandeira, 10 militares, 2 a começar a arrear a bandeira Nacional em frente do Posto do Administrador Local, e além dos nossos militares estava sempre presente uma quantidade representativa da Mocidade Portuguesa de São Domingos.

Às 18 horas quando se inicia o arrear da bandeira, tinha eu feito a primeira foto, houve-se o ‘baque'  da saída de morteiros, então gera-se logo a confusão total e todos correm para os seus abrigos e os responsáveis pelos armamentos vão para os seus postos.

Eu fico ali com a máquina na mão, a tentar fazer as imagens da minha vida, isto é fotografando tudo. Claro que não era nenhum bravo nem herói, era a juventude e ingenuidade a juntar à minha ideia de fazer as fotos, não ligando nada ao que acontecia à volta. Quando elas começam a cair, eu também não era alheio a isso, e fiquei também descontrolado, as fotografias que deviam sair acabam por não acontecer.

A máquina não era como agora uma automática, após uma foto tinha de ir ao carregador e passar para a seguinte, mas com a normal atrapalhação, não metia nova foto, e assim vou carregando umas atrás das outras, e de vez em quando lá passando mais uma foto.

A verdade é que de quase um rolo se aproveitam umas 5 fotos, as outras ficaram todas em branco ou em cima das anteriores, foi uma desgraça total, e com a agravante de não encontrar uma quinta, só me aparecem 4 para representar este inédito e inolvidável acontecimento.

Acabo a última já na Companhia de Cima – onde estava a CART 1744, do Capitão Serrão, a qual fazia a segurança ao aquartelamento, a Companhia de Intervenção.

Nunca fiz publicidade disto, guardei e numerei-as e datei, dia 16 de Abril de 1968. Não durou muito tempo, pois conseguimos pôr os Turras a fugir com a nossa pronta resposta, mas nunca me escondi nem me deitei ao chão, estava obcecado pelas fotos, nada mais.


3 – PARTIDAS E CHEGADAS DE GRUPOS DE COMBATE AO AQUARTELAMENTO


Ainda dentro do mesmo princípio, para aproveitar este Poste, juntei algumas fotos – 3 – dos Grupos de Combate, quando saiam e quando chegavam de operações diárias.

Duas delas são com militares nativos, ou da CCAÇ 3, ou Companhia de Milícias 24, que integravam as nossas tropas. Na terceira,  em 1969, são militares da CART 1744.

São um pequeno testemunho de como se passavam as operações militares rotineiras, numa das quais eu próprio fui nomeado para uma operação, não de combate, mas apenas de um reconhecimento normal à volta do nosso aquartelamento de São Domingos, quando não devia ter feito, não era essa a minha especialidade.


II – As Legendas das fotos:


F1 – Cerimónia normal em qualquer Unidade em qualquer sitio. De manhã o hastear da bandeira, e ao fim da tarde, 18 horas, o arrear da bandeira. Aqui era mais uma vez, em frente do edifício do Administrador Local. São Domingos, 16Abr68

Pode ver-se um militar a puxar o fio da nossa bandeira, uma secção militar a prestar honras com as armas, atrás um grupo grande da Mocidade Portuguesa, e nessa hora e ao toque da corneta, toda a gente, civil e militar,  ficava parada e em sentido. Velhos tempos em que havia respeito à bandeira de Portugal.

F2 – Após os primeiros ruídos de saída dos Morteiros- início de mais uma flagelação do IN, todo o pessoal vai a correr para os seus postos, ou abrigos ou de armas. SD, 16Abr68.

Existiam outras fotos com a guarda de honra em debandada, mas falharam os disparos na máquina, muitas fotos se perderam.

F3 – O ataque vem do Norte – Senegal – e por este caminho vai o pessoal a correr para o Quartel de Cima – Companhia de Artilharia 1744, do Capitão Mil Serrão e outros. SD, 16Abr68.

Estas deslocações eram frequentes, o pessoal andava por outros sítios, e na hora de mais uma flagelação, teriam de correr para os seus abrigos e ninhos das nossas armas.

F4 – Neste ponto o pessoal já está no fim da linha, junta à paliçada que separa o nosso aquartelamento, da terra de ninguém e logo a cerca de 2 a 3 km tínhamos a Republica do Senegal, e os Santuários dos Turras, que eram autorizados por aquele país.

F11 – Vindos do lado Leste um Grupo de Combate acaba de chegar de uma operação de rotina ou de reconhecimento dos arredores. SD, 1º Semestre de 68.

Estes Gr Comb eram formados por militares de maioria negra, pertencentes à Companhia de Caçadores Nativos nº 3 ou Companhia de Milícias nº 24, comandadas normalmente por Furriéis ou Alferes miliciano.s

F12 – Saída de dois Gr Comb, do aquartelamento para operações de rotina ou reconhecimento, levadas a efeito por Nativos da CCAÇ 3 ou CM 24, comandadas por graduados brancos, Furriel miliciano ou Alferes Miliciano. SD, 1º Semestre de 68.

F13 – Chegada ao aquartelamento de um GC da CART 1744, após uma operação de rotina ou de reconhecimento, como chegam a pé, conclui-se que não seria de uma grande dimensão a área percorrida. SD, 1º Semestre de 69.

Pode ver-se bem o armamento que levava, e o cansaço com que chegaram. Em pé e sem boné, está o nosso Capitão Martins, da Secção de Pessoal e reabastecimentos, a ver a chegada das tropas.


Em, 2018-08-27

Virgílio Teixeira

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».

____________

23 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio: julgo que é a primeira vez que há uma referência à CCAÇ 2 (Companhia de Caçadores nº 2)... Gostava de saber mais sobre essa subunidadem constituída por graduados e especialistas de origem metropolitana, e por soldados do recrutamento local... Tens a história da unidade ? Sabes quando, onde e por quem se formou ? Quem foram os comandantes ? Por onde andaram ?

Temos referências às CCAÇ 3, 4, 5 e 6... Mas não à CCAÇ 1 e 2... Estas são mais antigas do que as que se formaram no tempo do Spínola( CART 11, CCAÇ 12, 13, 14...). Ou sou "sócio fundador da CCAÇ 12 (COntuboel e Bambadinca, 1969/71).

Também não vi referências às CCAÇ 7, 8, 9 e 10, se é que existiram... Alguém sabe ?

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Já agora, Virgílio, esclarece também os nossos leitores sobre esta faixa de propaganda, que aparece na foto nº 11 (Com a fé e a razão do nosso lado / Não temos dúvida na vitória, Viva Portugal).

Havia aí em São Domingos um núcleo forte da Mocidade POrtuguesa...Quem é que redigia e afixava estas faixas ? Qualquer er o "público-alvo" ? As NT, as populações africanas, os senefaleses, o PAIGC ? No leste. por onde andei em 1969/71, na "spinolândia", nunca vi semelhantes faixas...

Anónimo disse...


No Tema de São Domingos - Parte I, que enviei para editar, escrevi assim, retirado da História da Unidade, mas só resumidamente:

A – História do Sector O1B - São Domingos:
INTRODUÇÃO:
O BCAÇ 1933 foi ocupar o Sector ‘O1B’ na fronteira Norte, uma faixa de 120 por 15 km2 o que perfaz uma superfície aproximada de 1800 km2 para este sector, com uma configuração geral de quase rectangular, compreendida entre a fronteira Norte com O Senegal, a Sul com o Rio Cacheu, a Oeste com o Oceano Atlântico até Cabo Roxo, e a Leste por uma linha de povoações, designadamente ‘Faranjato-Quissir-Rio Cacheu’ .

1 - Dispositivo das NT:
Integram o sector sob o comando do BC1933 o seguinte dispositivo:
- Comando e CCS do BatCaç1933;
- CCaç1684, CCaç1801, CArt1744;
- CCAÇ2 – Africanos; Companhia de Milícias 24 - Africanas.

Assim, deduzimos todos que o dispositivo encontrado pela CCS/BC1933, foi aquele acima indicado.
A CCAÇ2 já lá estava há muito, e apenas tínhamos lá uma parte que vou ver, os restantes estavam espalhados por Ingoré, Barro, Susana, Varela e talvez outras localidades. Vou pegar neste capitulo da HU e ver o que consigo saber.
A CCAÇ5 também estava em Nova Lamego quando lá chegamos em Setembro 67, e também espalhados pelos inúmeros aquartelamentos do sector L3.
Vou procurar saber mais alguma coisa, mas já não vai ser hoje, vou ver as de SD e NL, porque já percebi há muito o 'carinho' que o nosso editor e amigo tem pelas Companhias de Caçadores Nativos, em especial pela 12. É assim mesmo, afinal foi com eles que convivemos 2 anos.

Ab, Virgilio Teixeira


Anónimo disse...

Pois essa das faixas é uma boa pergunta!
Quando estava a legendar as fotos, até nem conseguia ler o que diziam, mas depois vi e é isso mesmo que está escrito. Ainda me passou pela cabeça dizer alguma coisa sobre as mesmas, mas não tinha muito tempo por causa de enviar o mail, e já agora obrigado pela prontidão, quando é preciso, lá estás 'Just in Time'.

Numa primeira análise, e seguindo o teu raciocínio, isto deve ser obra do Nucleo da Mocidade Portuguesa, mas não sei, ainda tenho de saber quem comandava ou era responsável pela MP, talvez o Administrador de Posto?

Vou pensar um pouco e ver se sei algo mais, mas as faixas não são da tropa de certeza, e já lá estavam quando chegamos.

Volto mais tarde,

Virgilio Teixeira

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Virgílio, pela tua pronta resposta... Vamos publicar, um dia destes, a história da tua unidade. Entretanto, o que puderes adiantar mais sobre a CCAÇ 2, será bom, uma vez que não temos referências a esta unidade do recrutamento local... A CART 11 (mais tarde, CCAÇ 11) do Valdemar Queiroz e a CCAÇ 12, a que eu pertenci, são uma espécie de "irmãs gémeas"--- A recruta e a especialidafe foram dadas no 1º semestre de 1969 no Centro de Instrução Militar de Contuboel. E embas foram colocadas no leste... Eram compostas por soldados fulas...Na altura dizia-se que pertenciam à "nova força africana" de Spínola. O nosso general tinha por elas um especial carinho...

A designação "COmpanhia de Caçadores Nativos" parece-me incorreta... A minha era apenas CCAÇ 12...Havia, isso, sim os Pelotões de Caçadores Nativos... O Beja Santos, por exemplo, comandou o Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70)... O Jorge Cabral comandou o Pel Caç Nat 63 (Fá Mndinga e Missir+a, 1969/71)... E temos mais camaradas que foram comandantes de Pel Caç Nat...

Um abraço, aqui de Candoz... Luís

PS - Fizemos hoje uma pausa nos trabalhos agrícolas e fomos hoje visitar Fafe, terra vizinha, que não conhecia... E comi ao almoço a especialidade gastronónica da terra, "Vitela Assada à Moda de Fafe"... Restaurante: "Feira Velha" (passe a publicidade)...Uma surpresa, Fafe, a cidade e o concelho, merece uma visita demorada... Fui com a ideia de ver as casas dos "brasileiros", os nossos emigrantes que foram para o Brasil na segunda metade do séc. XIX, e que lé enriqueceram, sobretudo com a exploraão da borracha, na Amazónia...

Mário Santos disse...

Caros amigos e camaradas..

Apesar do meu escasso conhecimento da maioria dos eventos do nosso exército, isto é, de todas as vossas acções de combate, é sempre com grande interesse que leio e sigo tudo o que se vai escrevendo e reportando aqui no Blogue.

Pertencendo à Força Aérea, ainda por cima a prestar serviço na Esquadra de Fiat`s, que como todos sabemos era um caça monolugar, nunca tive verdadeiramente oportunidade de sentir na pele todo o vosso sacrifício e empenhamento nos combates travados.


Desloquei-me algumas vezes com Pilotos Aviadores amigos, quer nos Hellis, DO`s e Dakota, mas sempre com viagens de ida e volta. Nunca dormi no mato!


Dei o meu melhor contributo; empenhei-me ao máximo nas muitas horas de alerta, para ter sempre em prontidão os aviões que me foram sendo distribuídos para manutenção. Foi pouco, muito pouco comparado com tudo o que passaram. Acreditem, dei o meu melhor para vos servir.


Um abraço a todos.


Valdemar Silva disse...

Luís.
Não confundir PS com sigla partidária, mas p.f. este PS é de cair pró lado.
Isto não se faz, já não bastava a Quinta de Candoz e agora Vitela Assada à Moda de Fafe. Assim até dá gosto estar de férias ...e quero lá saber da vista para a Barra do Tejo.
Continuação das boas em Candoz.

Ab.
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Valdemar: PS, post scriptum, pois claro...

Não é para fazer inveja a ninguém, mas em Fafe (e no Norte em geral) come-se bem, em quantidade e qualidade...O meu bom amigo, conterrâneo, vizinho e camarada Jaime Bonifácio Marques da Silva, não é por acaso que lá viveu 4 décadas...metade das quais como autarca, com o pelouro da cultura...

Vive agora na Lourinhã, mas a esposa é fafense... Por acaso, anda neste momento pela Grécia Antiga, esteve na Acrópole de Atenas com o filósofo Platão e depois deu um salto ao templo de Epidauro, no Peloponeso, onde aí encontrou os meus amigos, médicos, Asclépio e Hipócrates...

Mas ainda teve tempo de me/nos (a mim e à Alice) responder à pergunta: onde se come um bom naco de virela assado em Fafe ?

A pergunta é um quase insulto aos fafenses... Sítios não faltam... Depois das "visitas culturais" (que a terra é de gente com património e história...), lá fomos ao restaurante "Feira Velha"...

Éramos dois manos e duas manas e uma amiga... A vitela assada estava a 14 euros a dose, o parto mais caro do dia, seguido da grelhada mista... A conselho do emprehado de mesa, pedismos 1 dose e meia para três, e 1 grelhada mista para 2... com saladinhas... Para beber ? Litro e meio de verdinho, tinto (para mim) e branco (para o resto da mesa)..Vinho da casa,excelemte...

Entradas ? Salpicão, azeitonas, pão de milho... Todos comemos de tudo, e com dificuldade limpamos a carninha toda (que era um pecado deixá-la...). Sobrou arroz, batatas... No final só cafés, e venha a conta: 11 euros a cada, já com gorjeta...

Valdemar, o V Festival da Vitela Assada à Moda de Fafe já tem data: 16, 17 e 18 de setembro próximo... Em Fafe, pois claro...

https://www.facebook.com/Noticiasdefafe/posts/festival-da-vitela-assada-%C3%A0-moda-de-fafe-j%C3%A1-tem-data-marcadamunic%C3%ADpio-anunciou-h/1096778630403461/

Tabanca Grande Luís Graça disse...

... Sem imodéstia, o nosso "restaurante", na Quinta de Candoz, pede meças a muito "chefe" que anda aí a dar cabo das nossas comidinhas, com os pratos de autor...

O Avillez seguramente não tem lá disto... Valdemar, dá uma vista de olhos à nossa "montra": é apenas uma amostra... Não te esqueças que, aqui, no Marco de Canaveses e em Baião, a especialidade gastronómica é o Anho Assado com Arroz de Forno!...

Vd. o Blogue A Nossa Quinta de Candoz...


http://anossaquintadecandoz.blogspot.com/search/label/gastronomia

Anónimo disse...

Camaradas, mas o que esta "merda" (as nossas comidinhas...) tem a ver com a "merda" da guerra da Guiné ?

Senhores editores do blogue, façam o favor de realinhar a direção da viatura, se não ainda vai parar tudo à "merda" da bolanha !...

Zé Tuga

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio, não tenho dúvida de que fotos como estas têm "interesse documental" para os nossos dossiês... Um dia, alguém vai citar o Virgílio Teixeira e o nosso blogue... Isto, se for intelectualmemte honesto...

A mim também me parece que a origem da faixa estendida à entrada da vila de São Domingos é a Mocidade Portuguesa local (ou central)... As NT (ou quem nos comandava), esses, já tinham pouca fé e ainda menos razão para alimentar a ilusão de uma vitóira estritamente militar, a curto ou médio prazo... As guerras não se ganham apenas pela força das armas... Spínola percebeu-o, mas já era tarde... Sintoma inquietante, estranha coincidªencia: nesta época, já a Academia Militar e os seminários estavam vazios...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Reformulando a pergunta: pode-se ganhar uma guerra "só" com a fé a razão do "nosso lado" ?... Os felupeds entendiam a mensagem ? Os fulas sabiam-na ler ? Os balantas desertavam em massa das fileiras PAIGC para se lançarem nos braços das NT ? O Leopoldo Senghor ficou mais amigo do Schulz e depois do Spínola ? O Amílcar Cabral não dizia exatamente o mesmo: "Com a fé e a razão do nosso lado / Não temos dúvida na vitória, Viva o PAIGC" ? Os portugueses estavam dispostos a morrer, por mais 5, 10, 15, 20 anos "pela Pátria" nas terras da Guiné ?...



Valdemar Silva disse...

Luís
Já visitei o 'restaurante' da Quinta de Candoz. É como ...sei lá.
Mas, seria recomendável avisar que o visionamento prolongado da Quinta de Candoz pode causar séria dependência.

(….calma aí Zé Tuga estamos de férias)


Ab.
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...


Bom dia a todos:
Por coincidência ou não, na noite de 27 Agosto de 2018, fomos 'bombardeados' por trovoada, relâmpagos, chuva forte e depois o apagão total. Faltavam 10 minutos para a meia noite. Estes 'Tugas' adiantaram-se 10 minutos em relação a 1968, e só voltou a haver luz passada uma hora, já depois de ter acabado a flagelação. Fiquei na cama e com as velas na mão a pensar nesta 'coisa' - não aquela coisa que tem outro significado cá no Norte - como são as coincidências, e deve haver lá em cima alguém a fazer as suas malandrices.
Só quero acrescentar que, depois de ontem estar horas a ler a História da Unidade, anotar nomes e datas, ler nomes de morros e feridos e doentes, lá cheguei à data de 27/28 Agosto e está escrito nos relatórios diários, que foram 45 minutos e não 30 como eu escrevi, engano-me bastante pois tiro tudo da cabeça, só vou ler por vezes alguma coisa quando tenho duvidas, que não era o caso. Também li que houve dois feridos, um grave e um ligeiro entre a população, e na nossa Tabanca só aparecem nas paredes resíduos das explosões. Foi muito importante o nosso fogo para mandar os gajos dar foguetes para outro lado.
Na foto 11, uma correcção, o edifício do administrador é no lado esquerdo, ao lado daquele homem de grande porte, não do lado direito.

Continua.......

Virgilio Teixeira


Anónimo disse...

... Continuação ..............

Já tinha várias perguntas para fazer, que não fiz ontem, pois de tarde quando ia ligar o computador, o gajo não 'pegou' deve ter ficado com algum chip avariado com a trovoada e relâmpagos.
Agora só estou a escrever na Biblioteca e já li estas brincadeiras de mau gosto com os comes e bebes, eu só pergunto depois de litro e meio e barriga cheia, quem vem a conduzir? Eu não aguento isto, mas é porque sou fraco! Os meus comprimidos misturados com muito álcool não têm bons resultados, mas falamos depois disso. Mas alinho com o que diz, brincando, o Zé Tuga.

Pois para começar a responder às perguntas, mais uma vez me enganei, copiei mal da HU para o Resumo do Tema, troca de números. Não é a CCAÇ2, mas sim a CCAÇ3. Também se chamava apenas, Companhia de Caçadores 3, não tinha mais nenhuma designação de Nativos. Lamento.
Outra questão que ia por, era sobre Companhias de Milícias. Eu penso que há grandes diferenças, gostava de saber as diferenças entre umas e outras!

Aquele grupo de combate debaixo da faixa, pelas fardas não é a CC3, mas sim talvez das tropas das Milícias, e pelo que consigo ver, não trazem G3, mas outras armas.

Nas minhas leituras, vejo no capitulo dos 'Aumentos' de efectivos à CCS do Batalhão, a partir de Abril de 68 até ao fim do semestre, vários nomes de militares - Alferes, Furriéis e soldados brancos - que chegam com vista a formar o Pelotão de Caçadores Nativos 60. Depois nos capítulos da 'actividade operacional' lá aparece a intervenção em variadas operações, do PC60, a par da CC3, e das outras unidades.
Mais à frente, no capítulos dos mortos, feridos, doentes e evacuados, bem como dos Louvores, também aparecem elementos da CC3 e PC60 entre outros.
A minha duvida que não ficou esclarecida é saber a diferenças também entre um Pelotão de Caçadores (Nativos) e as restantes unidades?

Os elementos da CC3 estão espalhados, um pelotão em cada um dos 'aquartelamentos' que já referi, incluindo Sedengal.
Também aparecem os PCN 173, 174, 175, 176, 177 espalhados em vários 'quarteis'.
Quanto a nomes nada há escrito, quem comanda, quem faz parte etc, pois não são nem fazem parte das Unidades Orgânicas do BC1933.
Alguns nomes aparecem nos 'aumentos de efectivos' nem sei se os PCN são comandados por um Capitão ou por um Alferes, mas se me dizes que o camarada Beja Santos comandou o PCN 52, então gostava de saber a autonomia destes Pelotões.

....... continua, antes que passe os 4000 caracteres ....


Virgilio Teixeira

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Virgílio, pelos esclarecimentos:

(i) Trata-se da CCAÇ 3 e não CCAÇ 2 (de que nunca ouvíramos falar);

(ii) A CCAÇ 3 andou pela região do Cacheu;

(iii) O nosso camarada A. Marques Lopes, hoje cor inf DFA, reformado, comandou um dos pelotões da CCAÇ 3, em Barro ("Os Jagudis");

(iv) As CCAÇ. de origem "africana" (ou sejam, formadas por praças do recrutamento local: CCAÇ 3, 4, 5, 6, 11, 12, 13, 14...) eram comandadas por capitães, milicianos ou do QP;

(iv) Os Pelotões de Caçadores Nativos (conheci o 52, 53, 54, 63...) eram comandados por alferes milicianos; em geral, guarneciam um destacamento e podiam ser reforçados por um Pelotão de Milícias;

(v) Camaradas, algferes milicianos, membros da Tabanca Grande, que me vêm logo à cabeça: Mário Beja Santos (Pel Caç Nat 52), Paulo Santiago (Pel Caç Nat 53), Jorge Cabral (Pel Caç Nat 63)... Mas também Henrique Matos, Joaquim Mexia Alves, Luís Mourato Oliveira, por exemplo, também comandaram o Pel Caç Nat 52, subunidade que andou por Missirá, Bambadinca, Mato Cão...

Anónimo disse...

Obrigado Luís pelos esclarecimentos. Finalmente ao fim de 50 anos vou aprendendo estes pequenos-grandes pormenores, que sempre me escapavam, não era da minha lavra, mesmo vivendo com eles dia a dia.
Estou a ler a HU toda, mas são mais de 200 páginas, e agora me apercebo de tanta coisa que desconhecia, por isso já tomei as notas das páginas, para eu próprio refazer a História da minha Unidade, e fazer as referências a todas as outras subunidades que fizeram parte do 'Comando' do meu Batalhão, em Nova Lamego, depois em Bissau e depois a maior parte do tempo em São Domingos.
Depois de refazer tudo, vou mandar isto tudo para ser postado no Blogue, porque é a nossa e minha história que está em causa. Faço isto com prazer e porque não tenho muito mais com que passar o tempo, só que agora, não tenho muitas fontes pessoais com quem possa tirar duvidas, encontrei há dias um deles, era um Condutor - Hoje Industrial Têxtil de Guimarães - e era o impedido do 2º Comandante, sabe muita coisa porque o seu Chefe lhe contava. Isso fica mais para a frente, mas ainda hoje ele fala na sua despedida do Major - 2º comandante: Diz o Major, « olha BBBB, tu agora mais meia dúzia de dias e estás livre disto para sempre. Eu quando regressar, mais mês menos mês lá sou chamado novamente, é esta a minha vida, que escolhi ».
... continua ..............
Virgilio Teixeira





Anónimo disse...

Sobre o assunto das faixas estou de acordo com esta análise feita pelo Luís, eu só vi isso em São Domingos. Havia um bom relacionamento entre o Comando do Batalhão e a Autoridade Administrativa. Os meninos da Mocidade Portuguesa, que só vi ali, já era quase um Companhia. Nunca olhei nem pensei de uma forma 'critica' sobre a sua presença naquela pequena terra. Porque eu nunca andei em grupos desses, nem Mocidade, nem em grupos nenhuns, nem sequer nos Escuteiros, tinha uma vida muito diferente da maioria. A MP não me dizia nada, sabia que existia, mas ficava por aqui...

Nas leituras que fiz ontem, e foram horas a tomar apontamentos, ao longo de todo o tempo em que estivemos em SD, mês a mês, o introito que é feito, refere-se sempre à 'desconfiança' existente entre a população de SD e os Militares, as NT. Segundo li, mas não reparei na altura, não existia grande empatia com a maioria da população de várias etnias, com a devida excepção dos Felupes que sempre foram grandes amigos nossos, por isso eram perseguidos pelas tropas do IN.

Então a mensagem na faixa só pode vir da Autoridade Administrativa, que também era ela que tinha a seu cargo a MP e faziam essa Publicidade, que temos de concluir, era dirigida à população de SD, adversa às NT, salvo opinião contrária.
Ma HU não há qualquer referencia a estas duas coisas, nem à MP nem às faixas. Mas também a muitas outras que devia existir e não há.
Eu vou escrever e alterar algumas coisas que escrevi na Legenda deste Poste e na legenda do Poste São Domingos - Parte I, pois há muito mais para dizer.

........ continua ----------------
Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

Vamos aos Milícias:

1 - Pelotão de Caçadores Nativos Nº 60:
Encontrei na HU, Cap I - pag 23, relativa às actividades de Junho/68, na parte dos Complementos e Aumentos de Pessoal na CCS: São os primeiros 4 elementos que chegaram para fazer a constituição do PCN60. Os NIM acabam todos em 66, por isso é pessoal nascido em 1945, da inspecção de 65, e que por isso lhes dá o código final de 66, que é o ano seguinte à inspecção, o mesmo que seria o ano do seu recrutamento. Eu sei isso, é assim comigo, sou de 43, inspecção de 63, NIm ... 64.
No meu batalhão, dos 600, tirando o pessoal do quadro, não encontro um único que seja de 64, há um ou outros de 65, e 66, mas 90% deles são de 67, ou seja rapazes nascidas em 46, no mínimo todos mais novos do que eu 3 anos.
Acrescentos no mês de Junho/68 - J´s tinham chegado outros soldados em Maio e Junho - com vista à constituição do PCN60, que ficou organizado em Julho/68 e ficou em SD até 16/8/68, depois passou definitivamente para Ingoré em 17/8/68, como reforço daquela zona:

- Alferes Miliciano, Luis António Gonçalves Almeida, que segundo agora sei, seria o futuro Comandante do Pelotão 60;
- Furriel Miliciano, Isaias Barbosa Leão;
- Furriel Miliciano, José Lopes Fazenda;
- Furriel Miliciano, Manuel Martins Viana Sousa.
Os furriéis milicianos seriam os Comandantes de Secção? Então haveriam apenas 3?

Curiosidade: Nas inúmeras referencias nas operações todas a começar por 'D' , por exemplo, Deleitar: 2 GC da CC1801, reforçados por 'Caça Nativos' é assim que diz. Está certo, ou devia referir um GC da PCN60? Nunca é referido mais esta unidade com o seu número!
Não posso fazer melhor, isto é amor à Arte.

Vamos ver se alguém aparece aqui.

.. Continua .........


Anónimo disse...

2 - Companhia de Caçadores 3 faziam parte do nosso dispositivo, nas áreas do Cacheu: Estavam assim distribuídos:
- 2 Pelotões em Barro ( um deles os Jagudis, lembro-me bem do nome desse pelotão, mas não me lembro se alguma vez encontrei alguém desse Pelotão, eu nunca estive em Ingoré, mas pelo menos o Comandante do Pelotão deveria ter ido, e assim poderíamos ter-nos encontrado). Eu vejo nas fotos, na messe de oficiais, alguns alferes que não conhecia de parte nenhuma, nem os nomes. Os abastecimentos a Barro eram feitos a partir de Bigene, já que não havia ligação com SD.
- 2 Pelotões na zona de intervenção do BCAÇ 1932 - o nosso irmão gémeo - que actuava na zona de Farim, Bigene, etc.

3 - Companhia de Milicias 24, faziam parte do nosso dispositivo do sector O1B e estavam assim distribuidas:

- Pelotão 173 - São Domingos
- "" 174 - Sedengal
- "" 175 - Ingoré
- "" 176 - Ingoré
- "" 177 - S Domingos

Não foi explicado ainda como eram organizadas as Companhias de Milicias, quem comandava, quantos brancos e quantos nativos?

Sendo assim, e agora que já li e escrevi o que já devia ter feito antes, vou ter de alterar a legendagem deste Poste, pois aquela pessoal não era nem da CC3, nem da CM24. Eram dos Pelotões 173 e 177, nunca saberemos qual.

Ainda vou contar mais logo a História do Ataque a SD às 24:00 horas do dia 27, que é o mesmo que 00:00 horas do dia 28. Uma flagelação já esperada e avisada pela 2ª Rep/QG em nota de 16-06-68 e nunca conseguimos abortar, e depois de várias pequenas e médias flagelações a SD até esta data.

Voltarei ........

Virgilio Teixeira


Anónimo disse...

Assunto da flagelação a São Domingos às 00:00 horas do dia 28 agosto 1968:

Segundo a leitura que fiz ontem dia 29 de agosto, a Páginas 64 da História da Unidade - BCAÇ1933 - a 2ª Rep do Qg informa o Comando do Batalhão, por nota interna:

a) Em 16JUNHO68 que há conhecimento de um Grupo IN > com mais de 200 elementos - digamos, guerrilheiros, terroristas ou turras - vindos de Konakri, estão preparados para se deslocarem para o Senegal a Norte - Santuário de M'BACK - onde já se encontra lá outro grupo equivalente, com outros fins, e cujo objectivo é 'Atacar' São Domingos e os Felupes, por estes auxiliarem as NT, e monta acampamento provisório em BABONDA. Nada se fez entretanto;
b) No dia 9 Julho 68, a 2ª REP/QG informa o Comando do Batalhão, que o grupo de >200 elementos vão concentrar-se e está em vias um ataque simultâneo a SUSANA e SD, zona de concentração dos Felupes. Também nada se fez que esteja escrito;
c) No dia 21 AGO 68, a 2ª REP/QG alerta que o Grupo IN de > 200 elementos já se concentrou com os restantes em M'BACK, nos seus santuários dentro do Senegal, a dois passos da fronteira com São Domingos e todo o sector. Não sei o que foi feito;
d) Neste período houve lugar a variadíssimos ataques a aquartelamentos diversos no sector, incluindo SD, Susana, Ingoré, Barro e outras localidades que nem as conhecia, fazendo mortos, feridos, prisioneiros na população, embrenhados nos rios que cobrem toda aquela zona;
e) Passados 7 dias fazem a sua maior flagelação ao nosso aquartelamento, sendo retaliados com fogo intenso das NT.
Não encontro comentários para estes acontecimentos, está tudo escrito na Parte Reservada da HU;
f) E após este inédito acontecimento na zona de SD, este 'incidente' não ocupa mais do que 4 linhas, nem são feitos quaisquer comentários sobre o mesmo, nem no dia nem nos meses seguintes.
g) O IN estava em cima da zona de SD, como se sabe foi aqui - SD, SUSANA e VARELA - onde começaram os primeiros ataques e se deu inicio à guerra na Guiné em 1963, porque era apetecível, ficava na fronteira com o Senegal de Senghor, e era um local estratégico para o IN.
E assim continuou a guerra até que em 20NOV68 se dá o acontecimento mais triste de toda a história, no fim da pista de SD, a pouco mais de 2000 metros do aquartelamento, se dá o acidente com o acionamento de 2 minas AP, onde o Comandante fica irremediavelmente ferido com as pernas ao dependuro, e evacuado para nunca mais voltar, o Comandante da CART 1744 Capitão Serrão é também ferido com estilhaços, bem como o Alferes Sapador Machado da CCS e mais um outro oficial que não tem aqui o nome e vários soldados.

Foi uma consternação geral, as populações manifestaram com roncos a tristeza da noticia, uma vez que o Comandante era uma pessoa de boas maneiras.
Curiosamente, depois de ler tantos Louvores, não aparece um único a este Oficial Superior de grande coragem e valor.

Virgilio Teixeira




Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Virgílio. temos aqui material para vários postes... mas só para a semana quando acabarem as "férias rurais"... Abrção, Luis

Anónimo disse...

Não sou obrigado, faço isto por prazer e por amor à verdade, pena é não ter os teus argumentos naturais, de linguagem, pois a minha é do dia a dia.
Já foste por várias vezes louvado pela forma, não sei explicar, mas tens sempre uma resposta na ponta da língua, neste caso na ponta dos dedos, para comentar tudo e com agrado de todos. Eu assim também fazia uma nova história da minha vida, pois a que fiz, não tem estes cliques de escritor, comentarista, chama lá o que for, mas sempre bem acertado.

É a minha opinião, e julgo que de todos.
Agora essas férias rurais nunca mais acabam...

É preciso trabalhar para levar este país para a frente, se não é e velhice, quem é que faz alguma coisa de jeito?

Já li e com razão, alguém dizer e escrever aqui que esta malta já velha com netos e quase bisnetos, andam a tratar-se demasiado 'cordatos' É isso?

Bom fim de semana e de férias,

Abração, Virgilio