terça-feira, 2 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19064: In Memoriam (327): António Manuel Sucena Rodrigues (1951-2018): até sempre, camarada ! (António Duarte, Jorge Araújo, Luís Graça)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel de Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Dois camaradas da 3.ª geração de graduados, metropolitanos, da CCAÇ 12, o António Duarte e António Manuel Sucena Rodrigues (1950-2018). Foi a última vez que eu vi o Sucena Rodrigues, meu "neto": sou da 1.ª geração, a dos pais-fundadores da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969-71).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



Vagos > 13 de janeiro de 2018 > Tomada de posse dos corpos sociais  da Confraria dos Rojões da Bairrada com Grelo e Batata a Racha (biénio de 2018-2019). O António Manuel Sucena Rodrigues, já doente, é o segundo a contar da direita... Sabemos pouco sobre a sua vida pessoal, a não ser que era professor reformado, tendo-se formado em engenharia; e era um apaixonado pela gastronomia da sua região natal, a Bairrada, pertencendo nomeadamente  esta confraria bairradina e à sua direção, exercendo o cargo de vice-presidente mordomo.

"A Missão da Confraria dos Rojões da Bairrada com Grelo e Batata à Racha é preservar, promover e divulgar os rojões da Bairrada, assim como outras iguarias, genuinamente locais e tradicionais, que sejam produtos diferenciadores das demais regiões, podendo constituir uma alavanca para o desenvolvimento socioeconómico local."

 (Fonte: página do Facebook da  Confraria dos Rojões da Bairrada com Grelo e Batata à Racha.  Com a devida vénia, a foto aqui reproduzida foi editada pelo Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné).


1. Em Samba Silate, Xime, Setor L1, no pós 25 de abril, fazendo a paz depois da guerra

por A. M. Sucena Rodrigues

[ex-fur mil inf, CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972-1974]

Cumpri a minha comissão de serviço na Guiné de 23 de junho de 72 a 30 de julho de 74. Apanhei lá o 25 de Abril, como se pode concluir, e por isso tive oportunidade de viver a transição da guerra para a paz. Guardo disso algumas recordações (...).

Estive na CCaç 12 (, pertenci à 3.ª geração de militares europeus da companhia), inicialmente em Bambadinca e posteriormente no Xime [, a partir de março de 73]. A vida neste local era certamente igual à que se vivia no resto do teatro de operações da Guiné (salvo alguns casos pontuais, quiçá mais complicados): actividade operacional quanta baste, incluindo as habituais flagelações ao quartel, normalmente de curta duração, que ocorriam aproximadamente de duas em duas semanas e que de resto nunca deixaram mossa grave, com excepção de duas delas, sendo que uma dessas foi a última, e aconteceu poucas semanas depois do 25 de Abril.

Foi um ataque ao cair da noite como normalmente acontecia, com características algo diferentes daquilo que era habitual. Durou mais tempo, com disparos da artilharia inimiga (ou RPG),  mais espaçados. Curiosamente uma dessas granadas atingiu uma árvore de grande porte por cima da tabanca,  tendo os estilhaços ferido alguma população. Foram de imediato tratadas na enfermaria (às escuras). Lembro-me, pelo menos,  de duas mulheres, uma delas grávida já quase no fim do tempo, e de algumas crianças. É de realçar que nem as mulheres nem as crianças disseram um 'ai' que fosse, antes, durante ou depois dos tratamentos. Isto mostra um conformismo com o sofrimento e uma capacidade impressionante de suportar a dor, certamente adquirida pelo 'calo' da guerra. Imaginem se fosse cá. (...)


Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) >  Subsetor do Xime > CCAÇ 12 (Xime, 1973/74) >  Samba Silate > Pós 25 de abril de 1974 > "Para a posteridade aqui ficou uma foto tirada em Samba Silate, a única vez que lá fui,  em que me apresento com as barbas que mantenho há 40 anos. Apenas mudaram de cor"... Ao centro, um guerrilheiro do PAIGC e à esquerda, na ponta, um soldado.


Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) >  Subsetor do Xime > CCAÇ 12 (Xime, 1973/74) >  Samba Silate > Pós 25 de abril de 1974 > Visita do guerrilheiro à tabanca de Samba Silate, sua terra natal. De pé, pode ver-se o guerrilheiro (segundo a contar da esquerda), o Jamil (de braços cruzados) e o capitão Simão (de camisola branca e com a mão no cinturão).


Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) >  Subsetor do Xime > CCAÇ 12 (Xime, 1973/74) >   Samba Silate > Pós 25 de abril de 1974 > Continuação da visita à tabanca de Samba Silate. É curioso observar, pela imagem, que a população não era certamente de etnia Fula nem Mandinga, muçulmana, mas sim Balanta, devida à prática da suinicultura...


Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) >  Subsetor do Xime > CCAÇ 12 (Xime, 1973/74) > Samba Silate >  Pós 25 de abril de 1974 > Ruinas da casa onde nasceu o guerrilheiro acima referido (vd. o poste P14055).... Ao fundo, à direita, devidamente sinalizada a vermelho, pode ver-se a cruz que, segundo o guerrilheiro, foi erigida antes da guerra,  nos anos 50, pelo  missionário católico italiano que lá viveu e que ele chamava padre António Grillo. (Nasceu em 1925, em Acerenza, Itália, foi preso pela PIDE em 23/2/1963; faleceu em 18/6/2014, com 89 anos
de idade, na sua terra natal, depois de ter voltado à Guiné-Bissau e aos seus "balantas de Samba  Silate", a seguir à independência.)

Fotos, legendas e texto : © António Manuel Sucena Rodrigues (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Não foi por acaso que se tratou de um ataque diferente dos habituais. Enquanto estávamos debaixo de fogo, verificámos que havia disparos de RPG tracejantes nas nossas costas e algo distantes, o que nunca tinha acontecido. É que ao mesmo tempo foi atacada a tabanca de Samba Silate (...)

Esta tabanca recebia população refugiada, vinda das chamadas zonas libertadas. Era colocada ali porque, dada a sua localização, tornava-se muito difícil sofrer um ataque de retaliação por parte da guerrilha. De um lado,  tinha a estrada [, alcatroadA,] Bambadinca-Xime e, do outro,  a bolanha e o rio Geba. Pode-se dizer que executaram uma operação bem planeada. Impediram-nos de sair do quartel, atacando-nos durante o tempo necessário, enquanto outro grupo destruía parte da tabanca de Samba Silate.

Mas a história não acaba aqui. Não nos podemos esquecer que já tinha acontecido o 25 de Abril. Porém a paz oficialmente ainda não tinha sido acordada entre as novas autoridades portuguesas e a direcção do PAIGC. Ainda não tinham começado as primeiras conversações em Londres, com Mário Soares do lado de Portugal e Pedro Pires do lado do PAIGC. Passaram mais umas duas ou três semanas e apareceu na tabanca do Xime, pela primeira vez, um guerrilheiro fardado e desarmado. (...)

Foi ter à tabanca de um africano, homem magro e alto, salvo erro de etnia balanta, que se chamava Jamil (talvez algum camarada me possa confirmar o nome),  mas que era pouco falador e bem conhecido entre nós porque sempre suspeitámos que se tratava de um informador do PAIGC (...).  Foi ele que levou o guerrilheiro à presença do nosso capitão Simão.

Houve naturalmente cumprimentos cordiais de parte a parte e lembro-me que esse guerrilheiro ofereceu um galhardete com a bandeira do PAIGC ao capitão (...). Por sua vez, este ofereceu-lhe uma garrafa de whisky (ou brandy, valha a verdade). Esta garrafa trouxe consequências, como veremos mais adiante.

No dia seguinte, a pedido do guerrilheiro, fomos visitar a tabanca de Samba Silate, pouco antes atacada (...). Aproveitei para ir na comitiva e tirar as fotos que agora recordo. Foi a primeira vez e única que lá fui, e estava ali tão perto...

Esse guerrilheiro contou-nos um pouco da sua história: era de lá, e mostrou-nos, com alguma emoção, as ruinas da tabanca onde tinha nascido e vivido enquanto jovem. Falou-nos também numa cruz em cimento,  ainda intacta, a qual, segundo ele, havia sido construída, por um tal padre António [Grillo], missionário que lá viveu antes da guerra (...).  Também mostrou as ruinas da tabanca onde viveu esse missionário (...). Cumprimentou várias pessoas da tabanca, sem grande euforia, mas sempre com respeito. (...). 

Foi uma visita simples mas significativa que durou toda a manhã. Foi a oportunidade de reencontrar um passado que a guerra quase fez esquecer mas que na verdade estava bem presente. A vontade de acabar com a guerra não era exclusiva de uma das partes em conflito. Foi uma manhã emocionante. Todos os que, no mato, pegaram em armas, quer de um lado da barricada quer do outro, eram pessoas de corpo e alma, com sentimentos. Só os mandantes supremos é que não sabiam isso. Isto ficou demonstrado neste episódio simples mas significativo. (...)

Após a visita regressámos ao Xime e o guerrilheiro, não me lembro se nesse dia ou num dos seguintes, regressou ao mato tal como de lá veio, sem que dessemos por isso. Nos encontros amigáveis e de reconciliação que posteriormente realizámos no mato, em Madina Colhido, ele não esteve presente por razões que nos foram explicadas pelo comandante máximo do PAIGC na zona. É que a tal garrafa de uísque que o capitão Simão lhe entregou, era para oferecer ao dito comandante que, com os seus homens,  deveriam festejar a paz. Acontece que, no auge das emoções, ele bebeu-a só, logo 'enfrascou-se', e por isso foi castigado com prisão. Quem havia de dizer?! (...)

[Seleção, revisão e fixação de texto: LG]


2. Reações de alguns camaradas após a notícia da sua morte (**)

(i) António Duarte:

(...) Já depois de regressar da Guiné, fez em Coimbra o curso de Engenharia Electrotécnica, tendo sido professor do ensino secundário até à reforma, que ocorreu em 2016.

Casado com a Rosa Pato, professora do ensino básico, sua namorada dos tempos da Guiné, tem dois filhos e 3 netos.

Vivia em Oliveira do Bairro, tendo sido operado em Coimbra no início do ano, aquando da deteção da doença.

Era habitual estar presente nos almoços da nossa Tabanca Grande, em Monte Real. Este ano já não foi por não estar bem.

Que permaneça vivo nas nossas memórias, já que se trata de um bom Homem, com participação em causas para ajuda dos mais desfavorecidos, estando sempre pronto a ajudar o próximo de forma desinteressada. Era voluntário do Banco Alimentar e de mais algumas organizações locais de ajuda a terceiros.

À família e amigos mais chegados, presto os meus sentidos pêsames, com a certeza que sempre recordarei os momentos vividos com ele na CCAÇ 12 e, mais recentemente,  em encontros em Oliveira do Bairro e Lisboa, em conjunto com as nossas Companheiras de uma vida. (...)



(ii) Jorge Araújo:

(...) Camarada António Duarte, foi, de facto, uma má notícia aquela que acabas de me/nos dar - a morte do camarada António Rodrigues. Com ele partilhei missões conjuntas nas matas do Fiofioli, durante os anos de 1972/1973, eu, na CART 3494,  ele (e tu) na CCAÇ 12.

O que se pode fazer agora? Nada! É que a natureza do tempo aliada à natureza humana comportam-se, lamentavelmente, de forma impiedosa. (...)


(iii) Tabanca Grande Luís Graça:

António: que tão má e tão triste notícia nos trouxeste, ontem, ao fim da tarde, vinha eu em viagem do Norte. E só hoje, de manhã, a li. Obrigado, mensageiro, alguém tem que nos dar a notícia da morte dos nossos camaradas que não resistem à usura do tempo... E às vezes até parece que os camaradas da Guiné são os mais vulneráveis... Já tivemos 8 mortes, comhecidas, este ano... A nossa Tabanca Grande está cada vez mais pobre!

Eu sabia que o camarada Sucena Rodrigues estava doente, não tendo já vindo ao nosso último encontro, em Monte Real. Vem agora o desfecho, inelutável. Um duro golpe para todos nós, família (esposa, filhos, netos), amigos e camaradas...

Faço aqui um primeiro comentário, já que se tratava de um camarada da minha CCAÇ 12, da 3ª geração, um "neto", como eu gostava de lhe dizer, a brincar, a ele e ao António Duarte...

Já pedi ao António Duarte que transmita à família as condolências dos camaradas da Guiné, reunidos sob o poilão da Tabanca Grande.

O Sucena Rodrigues tem 12 referências no nosso blogue, com informações notáveis sobre o Xime e Samba Silate, do tempo em que a CCAÇ 12 passou a unidade de quadrícula, com sede no Xime, por volta do 1º trimestre de 1973 (...)

Até sempre, camarada Sucena Rodrigues! (...) (***)
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4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Infelizmente, nunca tive muito tempo para partilhar, com o Sucenas Rodrigues, as nossas memórias da CCAÇ 12, dos nossos soldados, dos lugares e das gentes que conhecemos... Eu era de 1969/71, ele de 1972/74, e pelo meio há malta de 1971/72/73... Éramos todos de rendição individual...Houve pelo menos três fornadas de graduados, metropolitanos, da CCAÇ 12...E capitães foram uns 4 ou 5...

Trocámos mails, encontrávamos-nos em Monte Real, o tempo aí não dava mesmo para nada.. Tenho pena. O Sucena Rodrigues deixou-nos alguns notáveis, mas infelizmente não deu seguimento à sugestão do António Duarte para escrever sobre os "encomtros" com o PAIGC, em Madina Colhido, no pós 25 de Abril, já mais "descontraídos", no período de tr+eguas e de preparação para o fim das hostilidades... O Sucena Rodrigues veio embora no final de julho de 1974, e a CCAÇ 12 foi extinta três semanas depois...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

João Silva [Candeias], ex-furriel mil, at inf, Ccaç 12, 1973, deu-nos em tempos a informação de que o ex-capitão Simão trabalhou no hospital de Évora, como ortopedista...

Na realidade, a CCAÇ 12 teve 5 capitães, o cap mil inf José António de Campos Simão foi o penúltimo... O último foi cap mil inf Celestino Marques de Jesus... O primeiro, o meu, da CCAÇ 2590/CCAÇ foi o cap inf Carlos Alberto Machado de Brito, hoje cor ref.

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2013/11/guine-6374-p12297-o-mundo-e-pequeno-e.html

O dr. José António de Campos Simão em 2009 era assistente graduado de Ortopedia, em regime de tempo completo (trinta e cinco horas semanais), no Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE...

Hoje já deve estar reformado... mas ainda encontro o seu nome associado a um clínica de Évora... Muita saúde e longa vida para ele!... Fica convidado, se nos ler, para integrar a nossa Tabanca Grande!

A família da CCAÇ 12 perdeu um dos seus elementos, é preciso agora um "novo" camarada para ocupar o lugar, vazio, à sombra da nossa Tabanca Grande. Haja alguém que faça chegar esta mensagem ao camarada Campos Simão, que deve viver em Évora. (

Saudações do Luís Graça

Tabanca Grande Luís Graça disse...


Quando estive no setor L1 (Bambadinca), na CCAÇ 12, passei muitas vezes por Samba Silate, contornando a sua bolanha, ou nas suas proximidades (. em Nhabijões)... Nunca entrei, que me lembre, na antiga tabanca destruída e abandonada, no princípio da guerra... Samba Silate e o Poindon, perto da Pomta do Inglês, intrigavam-me... O que se terá passado em 1962/63 ?

Continua a ser doloroso para a minha / nossa memória, mas não podemos ignorar, esquecer, branquear, desculpar o que se terá passado em Samba Silate (e noutros locais do CTIG), no incío da guerra, e nos "anos de chumbo" que abntecederam a guerra...

Não sabemos exactamente qual foi o envolvimento dos militares portugueses, antes da guerra, na sequências de ações que eram mais de "polícia" do que propriamente de natureza militar...

A PIDE costumava ficar com o "odioso" destas ações (bem como a polícia administrativa local que fazia o "trabalho sujo")... Uma e outra terão as costas largas...

Era importante ter acesso aos arquivos da PIDE para se poder saber, mais em detalhe, as acusações ou suspeitas que recaíam sobre o missionário italiano António Grillo... Sabe-se que as relações entre os missionários italianos e as autoridades portuguesas não eram das melhores, nomeadamente na Guiné e em Moçambique. O padre Grillo, pro exemplo, foi obrigado a "viver" em Bambadinca, ainda longe (c. 10km) dos seus queridos balantas de Samba Silate... As autoridades portuguesas não comnfiavam nos italianos, vários, se não todos, serão expulsos durante a guerra... Incluindo no tempo do Spínola...

Sobre o que se passou em Samba Silate (e noutros sítios do setor de Bambadinca como o Poindon) não posso quem quero generalizar, prefiro que apareçam outros testemunhos e relatos, documentados, circunstanciados, com datas e factos, sobre violência exercida tanto pelas NT como pelo PAIGC (ou a FLING, em 1961) sob as populações indefesas, ou sob prisioneiros... É importante haver várias fontes, idóneas. Temos que "triangular" as fontes e não ouvir apenas s "narrativas" de um só lado...

No Arquivo de Amílcar Cabral / Casa Comum, apenas encontrei uma única referência a Samba Silate onde, em 15 de maio de 1962, teria sido morto, pelas NT, "o chefe da tabanca de Samba Silate".

Em 1969, seis anos depois, os meus soldados da CCAÇ 12 falavam-me destes acontecimentos, com "naturalidade" e sem qualquer "pejo"... E eles eram insuspeitos, eram fulas, nossos aliados, e inimigos fidalgais do PAIGC...

jpscandeias disse...

António Duarte

Tenho andado afastado do blogue e foi com espanto e incrédulo que li, hoje 16 de Dezembro de 2019, a triste notícia da partida do Rodrigues.

Nos idos anos de 1973 éramos um bando de putos fardados de militares e que acreditávamos ser eternos. Hoje percebo que não o sou, mas isso não torna menos sentida a partida de um camarada que estava perto em momentos complicados mas que a força da juventude atenuava.
Pelas vezes que falamos fiquei a saber que mantinhas contactos regulares com o Rodrigues e que foste cimentando a amizade o que te torna mais chegado, mais próximo logo mais sofrido nesta partida.
O meu contacto com o capitão Simão, com quem estive uma vez a petiscar, ocorreu na casa de um amigo e vizinho meu que também era ortopedista no mesmo hospital e agora mora em Algés em frente onde era o Cine 2000.
Quando estiver com ele vou aproveitar de recuperar o contacto


Um abraço

joao candeias da silva