quinta-feira, 28 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19629: Memória dos lugares (389): Ponte do Rio Colufe (que desagua no Rio Geba, em Bafatá), onde houve um acidente com um Unimog 411, em 6/1/1971, em que morreram, afogados, 3 militares, 1 do GAC 7 e 2 da madeirense CCAÇ 2680 (Cabuca e Nova Lamego, 1970/71) (Mário Migueis e José Martins)



Guiné > Zona de Região de Bafatá  > Bafatá > Vista aérea >  Bafatá,  o porto fluvial e o Rio Geba, vistos de oeste; ao fundo, a ponte do Rio Colufe, assinalada a amarelo. Esta ponte era em betão (?), mas havia outra, mais a montante, em madeira, em troncos de palmeira... Ou eu estou confundido ? Já se passaram 50 anos...

O Fernando Gouveia e o Manuel Mata (que lá viveram quase dois anos) podem esclarecer este ponto... Ou o próprio Humberto Reis que andou por lá, pelo ar, a tirar a fotografias da bela e doce Bafatá do nosso tempo... Ou ainda a malta de Galomaro / Dulombi... Na carta de 1955 só parece haver uma ponte a atravessar o rio Colufe, a sul de Bafatá... Quem me ajuda ? (LG).

Foto (e legenda): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > Cmd Agr 2957 (Bafatá, 1968/70) > Regina Gouveia, esposa do ex-alf mil ex-Alf Mil Rec e Inf, ambos membros da nossa Tabanca Grande: "O  transbordar dos rios na época das chuvas. Na ponte do rio Colufe com a água a chegar aos meus pés." [Não há dúvida, pela foto, que a estrutura é em betão. LG]
Foto (e legenda): © Fernando Gouveia  (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Carta de Bafatá (1955) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa do Rio Colufe que vai desaguar ao Rio Geba, em Bafatá.

[...] "A característica geral da área do Batalhão [BART 2917, Bambadinca, 1970/72, Setor L1] é a planície, onde correm muitos rios cavados num planalto de40 metros de altitude. A rede hidrográfica encontra-se orientada para os Rios Colufe, Geba e Corubal, verificando-se, na época das chuvas e nos baixos cursos destes dois últimos, o nivelamento das águas dos rios e das bolanhas, durante a preia-mar. Na época seca, com excepção dos Rios Geba, Corubal, Colufe,  Gambiel  e Udunduma, todos os restantes são transponíveis a vau. Na época das chuvas, todos os rios do sector são praticamente intransponíveis a vau." [...]

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)
Brsaão da CCAª 2680


1. Recuperam-se 3 comentários ao poste P7853 (*)

(i) Mário Migueis [da Silva] 

[ex-fur mil rec info, CCS / Q.G. (Bissau). Colocação: Com-Chefe / Rep-Info (Amura-Bissau) Função: Serviço de Informações Militares (SIM) Unidades em que esteve em diligência: Bart 2917 / Bambadinca (Novembro 70 a Janeiro 71, incl.); CCaç 2701 e CCaç 3890 / Saltinho (Março 71 71 / Outubro 72); bancário reformado, vive em Esposende]

Quando passei por Bambadinca (Nov 70 / Mar71) [, ao tempo do BART 2917, 1970/72],  houve um acidente grave numa das pontes situadas na área de influência do Batalhão instalado em Bambadinca: um "burrinho" desgovernado caiu no rio, tendo morrido vários soldados afogados. Só me lembro de um furriel conhecido por "Fafe" , que também esteve no local, tentando, infrutíferamente, salvar alguns dos sinistrados. 

Não sei se este tema já foi alguma vez abordado no blogue, mas, de qualquer forma, agradeço que, quem souber, me responda a esta simples pergunta: como é que se chamava essa ponte?...


(ii) José Martins

 [ex-fur mil trms, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70); nosso colaborador permanente, com mais de 350 referências no nosso blogue; vive em Odivelas]

Tentei encontrar, no periodo indicado pelo Mário Miguéis, mas apenas encontrei um acidente de viação seguido de afogamento, no Rio Colufe, vindo a falecer três militares, sendo um do GAC 7 e dois da CCaç 2680.

Terá sido este?

26 de fevereiro de 2011 às 21:40


(iii) Mário Migueis:

José Marcelino Martins:

Os meus agradecimentos pela atenção que me dispensaste, embora nem o Rio Colufe, nem as unidades indicadas (GAC 7 e CCAÇ 2680) me digam nada. Não faço ideia do local onde estavam instaladas.

Vou tentar encontrar alguns elementos entre os meus canhenhos, tais como alguma cópia de cartas topográficas que possa ter ainda em meu poder. Mas, acho estranho que ninguém ligado a Bambadinca se recorde do caso.

Um grande abraço,

Mário Migueis

27 de fevereiro de 2011 às 01:00


2. Comentário do editor Luís Graça:

Mário e José, só ao fim de oito anos (!), é que dei conta  dos vossos comentários, ao reler ontem   o poste P7852 (*), em que se falava da ponte do Rio Udunduma, afluente do Rio Geba, que atravessava a estrada Bambadinca-Xime.

Desgraçadamente só temos uma referência à CCAÇ 2680...Sabemos que:

(i) era uma companhia madeirense, moblizada pelo BII 19, Funchal;

(ii) esteve em Cabuca e Nova Lamego (1970/71);

(iii) era comandada pelo cap mil art Emílio Jerónimo Pimenta Guerra;

(iv) embarcou em 2 de fevereiro de 1970 e regressou a 27 de dezembro de 1971:

(v)  a CCAÇ 280 foi rendida em Cabuca  pela CCAV 3404 (1971/73) e esta pela  2ª CART / BART 6523 (1973/74).

Quanto ao GAC 7, temos pelo menos cinco referências... Sabemos que, por volta de 1970/72, ao tempo do nosso saudoso Vasco Pires (, cmdt do 23º Pel Art, em Gadamael), o GAC7 (GA7) tinha "trinta e dois pelotões espalhados pelo TO da Guiné, apoiando tropas debaixo de fogo IN, atingindo importantes alvos, quer por ordem superior, quer como fogo de contra-bateria, por vezes apoiando outros aquartelamentos, até tiro direto, para impedir supostas invasões do quartel"...

Tenho ideia, sim, desse acidente, referido pelo Mário Miguéis, o qual deve ter sido já no final da minha comissão (que acabava em março de 1971)... Já não me lembro dos pormenores: o Miguéis diz que foi com um "burrinho" (Unimog 411), que caiu ao rio e provocou a morte, por afogamento, de três militares, um do GAC 7 e dois da CCaç 2680. 

Deveria tratar-se de um Pel Art, desembarcado no Xime, em LDG, e que seguia em coluna auto até Nova Lamego ou Cabuca, via Bambadinca e Bafatá, com escolta da CCAÇ 2680 / Comando de Agrupamento 2958.

Nem a data nem o sítio certo, no Rio Colufe, são indicados pelo José Martins... Lembro-me da pomnte, em betão,  sobre o Rio Colufe, afluente do Rio, em Bafatá..., no Rio Colufe [ou Rio Campossa], afluente do Rio Geba. Mas havia outra, nas proximidades, feita em troncos de palmeira. Era utilizada por quem vinha do sul /sudoeste (Setor L5, Galomaro).

Tudo indica, pelas pesquisas na Net, que se trate do acidente, ocorrido em 6/1/1971, de que resultaram a morte por afogamento dos seguintes militares:

1º cabo Arlindo Baptista Loureiro, GAC 7;

Sold Silvano Rodrigues Figueira, CCAÇ 2680 / Cmd Agr 2957; natural do Curral das Freiras, Câmara de Lobos 

1º cabo Armando Martins Simões Melo, CCAÇ 2680 / Cmd Agr 2957.

Havia uma ponte em betão e outra em madeira (que devo ter atrevessado, mas já não me lembro muito bem). Em qual delas se terá dado o acidente ? (**).


Guiné > Zona de Região de Bafatá  > Bafatá  Ponte sobre o rio Colufe, "com a sua célebre estrutura em troncos de palmeira". Em janeiro de 1970, a ponte era guardada por uma força do Esquadrão de Reconhecimento Fox 2640 (Bafatá, 1969/71) a quem pertencia o nosso camarada Manuel Mata.

Foto (e legenda): © Manuel Mata  (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]]


Guiné > Zona de Região de Bafatá  > Bafatá >  Ponte (em madeira) sobre o rio Colufe, vista por quem vinha de Dulombi e Galomaro, com Bafatá em frente.  Vê-se que falta uma secção do corrimão da ponte, do lado esquerdo, sinal de que o sítio era propício a acidentes...

Foto: Cortesia do Ricardo Lemos, ex-fur mil mec, CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72), que vive em Matosinhos, e a quem já convidámos em tempos para integrar a Tabanca Grande.  Foi publicada no blogue CCAÇ 2700 - Dulombi, 1970/72), criado e mantido desde 2007 pelo nosso grã-tabanqueiro, da primeira hora, Fernando Barata.

Foto (e legenda): © Ricardo Lemos   (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]]
______________

Notas do editor:

(*) 24 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7852: A minha CCAÇ 12 (12): Dezembro de 1969, tiritando de frio, à noite, na zona de Biro/Galoiel, subsector de Mansambo (Luís Graça / Humberto Reis)

(**) Último poste da série > 21 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19606: Memória dos lugares (388): Ponta Varela, na margem esquerda do Rio Geba, subsetor do Xime... Mas está por fazer a história das "pontas" (pequenas explorações agrícolas, junto a cursos de água: Ponta do Inglês, Ponta Luís Dias, Ponta João da Silva, no Rio Corubal; Ponta Brandão, em Bambadinca; Ponta Geraldo Landim, no Rio Dingal / Mansoa; Ponta Salvador Barreto, no rio Cacheu, etc.)

9 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

As pontes em betão (por ex, a ponte sobre o Rio Geba em Bafatá, a ponte do Saltinho no Rio Corubal) são dos anos 50... Em madeira (ou troncos de palmeira) têm de ser anteriores... É com o Sarmento Rodrigues, como Governador da Guiné, que começa um vasto plano de obras públicas... LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Camaradas de Bafatá, Fernando Gouveia e Manuel Mata_

Quem me ajuda a tirar esta terrível dúvida: quantas pontes havia, em Bafatá, sobre o rio Colufe ? Em 1955, só uma... Mas a foto aérea do Humberto Reis (c. 1970) dá a perceber que há uma outra, na foz, ligando com a vila (e depois cidade), e que era em betão...

Vocês viveram aí dois anos, conheceram Bafatá como ninguém... E o Fernando até até um livro recente, "A guerra vista de Bafatá, 1968-1970", com os escritos e comentários publicados no nosso blogue...

Na pág. 103 há uma foto com a esposa do Fernando, na ponte do Rio Colufe, "com a água a chegar aos meus pés"... A foto é de formato reduzido... Mas parece que é de betão...Não se percebe bem...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Aqui vê-se melhior, a Regina Gouveia na ponte do Rio Colufe:

13 DE NOVEMBRO DE 2009
Guiné 63/74 - P5262: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (16): O baptismo de fogo da Regina, ou um Capitão não é um Capitão


Vou publicar a foto no poste... LG

Valdemar Silva disse...

Julgo ser esta a ponte, sobre o rio Colufe, em Bafatá, que me referi nos meus primeiros postes, como sendo a ponte que tinha por baixo muitos ninhos de andorinha.

Valdemar Queiroz

Cherno Baldé disse...

Caros amigos,

Efectivamente, existiam duas pontes no rio Colufi perto de Bafata, uma perto da cidade (junto da piscina e Mercado local) em betao armado e outra a montante, onde hoje é a saida para Bambadinca, mas que foi construida de novo, salvo erro, com estruturas em metal.


Um abraço,


Cherno Baldé

Anónimo disse...

Cherno Balde
28 mar 2019 16:54 )


Caro amigo Luis,

Desculpe a demora da minha resposta, so agora vi a tua mensagem.

Em Bafata, por tras da piscina situada logo ali no rio Geba, esta uma velha ponte em betao que, em tempos, julgo eu, fazia a ligaçao a regiao de Galomaro/Cossé e Bambadinca. A outra ponte que, em tempos era em madeira e cibes de palmeiras, esta situada a montante da primeira ponte em betao, no mesmo rio (Colufe), mas as curvas e contra-curvas (ziguezagues) do mesmo sao tantas que mal se apercebe que se trata do mesmo rio. Aquando da construçao da Estrada de Jugudul-Bambadinca-Bafata, esta ultima Ponte foi reconstruida com ferros e betao. Hoje, para se situar melhor, é a ponte situada a entrada de Bafata, na estrada Bambadinca-Bafata.

Com um forte abraço, espero ter conseguido elucidar a tua questao.

Cherno Baldé

Anónimo disse...

Fernando Gouveia
quinta, 28/03/2019, 23:22

Camaradas:
Como estive em Bafata de 1968 a1970 posso dizer com toda a certeza que nessa altura havia a ponte Nova (Salazar) e uma ponte sobre o rio Colufe , que desaguava no Geba mesmo em frente à piscina. Essa ponte era de um tabuleiro simples com uns pilares e em betão. Quando estive lá em 2010 já tinha caído toda.

Mando uma foto tirada na piscina, onde se vê o rio Geba e à esquerda a foz do Colufe.
No blogue há muitas fotos aéreas em que vê bem a ponte do rio Colufe, nessa época.
Abraços

Fernando Gouveia

Anónimo disse...

Virgílio Teixeira
29/03/2019, 09:46


Bom Dia Camarada Fernando Gouveia:

Não há duvida que esta ponte é de betão - seria a Ponte Salazar. E até anda alguem de barco no rio.

Eu passei a última vez por Bafata, de Nova Lamego a caminho de Bambadinca, e depois Rio Geba até Bissau, para seguir para São Domingos. Isto foi no dia 26 de Fevereiro de 1968, não sei se estavas lá. Fui algumas vezes a Bafatá, entre 21set67 a 26fev68.

Não conheço muitos pormenores ou não me lembra. Pertencia ao CA do BCAÇ1933, Sector L3, que dependia do Agrupamento de Bafatá.

A minha pergunta é esta: Se fiz esta viagem, NL-Bambadinca, por estrada, várias vezes, ida e volta, teria de passar forçosamente por esta ponte, ou a estrada principal passava ao largo?
É que não me lembro nada da Ponte, por muito que tente lembrar-me.

Agradecia então esta informação, pois para quem ali viveu 2 anos, deve saber melhor do que eu.

Acho que o Luis Graça já desvendou o assunto das pontes, com o Poste de ontem.

Abraço,
Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

Fernando Gouveia:
29 mar 2091

Amigo Virgílio Teixeira:

1 - A ponte Salazar não era a do rio Colufe mas sim na zona da Tabanca (bairro) da Ponte Nova, sobre o rio Geba. Aparecia ontem numa foto, no blogue e era também em betão com grandes arcos.

2 - Do Gabu para Bambadinca passava-se por Bafata mas a travessia do Colufe era a 2 ou 3 Km a montante da foz do Colufe. Penso que nessa altura ainda era de madeira. Quando lá passei em 2010 acho que já era de betão. Em 1968 a ponte junto à piscina de Fafata já estava em degradação e só por lá passavam pedestres.

3 - Só fui para Bafata em JUL68.

Abraço
Fernando Gouveia