quinta-feira, 25 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19716: 15 anos a blogar, desde 23/4/2004: repescando velhos postes (1): Um dos bu..rakos em que vivemos: o destacamento do Mato Cão, na margem direita do rio Geba Estreito, entre o Xime e Bambadinca (Joaquim Mexia Alves)


Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Mato Cão >  Pel Caç Nat 52 (1973 /74) >   Vista do Rio Geba e bolanha de Nhabijoes,  partir do "planalto" do Mato Cão. (*)


Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Mato Cão >  Pel Caç Nat 52 (1973 /74) >  O "nosso quartel" (**)


Guiné > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Mato Cão >  Pel Caç Nat 52 (1973 /74) >  As instalações do pessoal, ao fundo, e o comandante do destacamento visto de "mandinga", já "apanhado do clima"... (***)

Fotos (e legendas): © Luís Mourato Oliveira (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



Guiné > Região de Bafatá  > Sector L1 > Bambadinca > Mato Cão > O Ten Cor Polidoro Monteiro, último comandante do BART 2917, o Alf Médico Vilar e o Alf Mil Paulo Santiago, instrutor de milícias, com um jacaré do rio Geba... (****)

Foto tirada em Novembro ou Dezembro de 1971 no Mato Cão, após ocupação da zona com vista à construção de um destacamento, encarregue de proteger a navegação no Geba Estreito e impedir as infiltrações na guerrilha no reordenamento de Nhabijões, um enorme conjunto de tabancas de população balanta e mandinga tradicionalmente "sob duplo controlo".

Foto (e legenda): © Paulo Santiago (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Guiné > Região de Bafatá  > Sector L1 > Bambadinca > Destacamento do Mato Cão > Pel Caç Nat 52 > 1973 > O alf mil Joaquim Mexia Alves, posando com um babuíno (macaco-cão) mais o Braima Candé (em primeiro plano), tendo na segunda fila, de pé, o seu impedido, o Mamadu, ladeado pelo Manga Turé. (*****)


Guiné > Região de Bafatá  > Sector L1 > Bambadinca > Destacamento do Mato Cão > Pel Caç Nat 52 > 1973 > Vista parcial das modelares instalações do 'resort' turístico... (*****)


Guiné > Região de Bafatá  > Sector L1 > Bambadinca > Destacamento do Mato Cão > Pel Caç Nat 52 > 1973 > "A chegada à estância era sempre um momento vivido com prazer"... O sintex era a única ligação... à outra margem do Rio Geba (e nomeadamente, a Bambadina). (*****)

Fotos (e legendas): © Joaquim Mexia Alves (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Em homenagem ao Joaquim Mexia Alves, régulo da Tabanca do Centro, membro da comissão organizadora do Encontro Nacional da Tabanca Grande, desde 2010, ex-alf mil da CART 3492, (Xitole / Ponte dos Fulas), Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15, (Mansoa) (1971/73), fomos "revisitar" um dos seus muitos postes, aqui publicados, e reproduzimos alguns excertos da "deliciosa" e "bem humorada" descrição de um dos "aposentos bunkerizados" (ou "bu...rakos") em que viveu, no TO da Guiné: o destacamento de Mato Cão, no setor L1 (Bambadinca), sito na margem direita do Gebo Estreito,  no troço entre o Xime e Bambadinca. A função do destacamento era,. primordialmente, garantir a segurança do tráfego fluvial, que vinha de (e ia para Bissau)... Na época, o rio era navegável até Bafatá, mas o grosso da navegação civil fazia-se até Bambadinca, e os navios da marinha (LDG) aportavam ao Xime.

Socorremo-nos de algumas fotos suas,  do Paulo Santiago e do Luís Mourato Oliveira (, o qual foi  o último comandante do Pel Caç Nat 52 a passar pelo "bu...rako" do Mato Cão).  

(...) Chegava-se ao Mato Cão, (tiro-lhe o de), vindo de Bambadinca, pelo rio Geba, de sintex a remos, aportando aos restos de um antigo cais (?), onde se desembarcava.

(...) Logo à esquerda, e com vista para a bolanha do lado do Enxalé, ficava o complexo dos balneários, sobretudo a zona de duches. Dado o clima ameno e soalheiro, estes duches ficavam ao ar livre, e eram constituídos por um buraco no chão, que dava acesso a um poço, cheio de uma água leitosa, e que respondia inteiramente aos melhores padrões da qualidade de águas domésticas.

Os utentes colocavam-se à volta do referido buraco e, alegremente, todos nus em franca camaradagem, (nada de más interpretações!), utilizavam uma espécie de terrina da sopa, em alumínio da tropa, presa por umas cordas, e que, trazida à superfície cheia de água, era a mesma retirada da referida terrina com umas estéticas latas de pêssego em calda, derramando depois os militares a água sobre as suas cabeças para procederem aos seus banhos de limpeza.

Para se chegar ao destacamento propriamente dito, subia-se então uma ladeira íngreme, (o burrinho da água só a conseguia subir em marcha atrás), acedendo-se então à parada à volta da qual, mais coisa menos coisa, se desenvolvia todo o complexo militar.

À esquerda, salvo o erro, ficavam os espaldões de dois morteiros 81 e respectivas instalações, dormitórios do pessoal do pelotão de morteiros. Um pouco mais à frente e do lado direito ficava o bar e a sala de banquetes, toda forrada a chapas de zinco e assim também coberta, sendo aberta do lado da frente para o exterior, como convém a instalações de férias em climas tropicais.

A arca a pitrol refrescava as cervejas que o pessoal ia com todo o prazer consumindo. Fazia também algum gelo para dar mais alegria aos uísques emborcados, sobretudo ao fim da tarde.

(...) Os quartos de dormir eram todos situados abaixo do chão, cavados na terra, para que assim não se perdesse o calor que tanta falta fazia nas longas noites de Inverno da Guiné!

Por cima, o telhado, de chapas de zinco, era sustentado normalmente em paus de cibo, que assentavam em graciosos bidões cheios de uma massa de cimento e terra. Lembro-me de como era agradável o jogo que então fazia, quando deitado na cama, os ratos, de quando em vez, passeavam por cima do mosquiteiro, e com pancadas secas os projectava contra o tecto, voltando depois a cair sobre o mosquiteiro. (...)

No espaço central deste planalto, (porque o Mato Cão era um pequeno planalto), erguiam-se as tabancas do pessoal africano do Bando do 52.

Tudo estava rodeado de umas incompreensíveis valas sobretudo para o lado Sinchã Corubal, Madina, Belel, junto à qual, se a memória não me atraiçoa, estava uma guarita térrea com uma metralhadora Breda.

Ao fim da tarde, e na esplanada do bar e sala de banquetes, bebendo umas cervejas e uns uísques, o pessoal esperava ansioso o ligar da iluminação pública, o que curiosamente nunca acontecia, talvez pelo facto de não haver gerador no Mato Cão.

Bem, o Mato Cão era um verdadeiro Bu…rako, tendo apenas a vantagem, valha-nos isso, do pessoal amigo do PAIGC não ter incomodado muito durante a minha estadia. (...)

Ah,… uma coisa boa… tinha um lindíssimo Pôr-do-Sol! (*****)


Guiné > Região de Bafatá > Carta de Bambadinca (1955) > Escala de 1/50 mil > Detalhes: posição relativa de Bambadinca, Nhabijões, Mato Cão, Missirá, Sancorlá e Salá. O PAIGC só mandava (alguma coisa), a partir de Salá... tendo "barracas", mas a noroeste, na zona de Madina / Belel). Já no OIo havia a "base central" de Sara Sarauol... O destacamento, mais a norte de Bambadinca, no setor L1. era Missirá,  guarnecido por um Pel Caç Nat (52 ou 63, em diferentes períodos) e um pelotão de milícias... Vários camaradas nossos, membros da Tabanca Grande, andaram por outros sítios, "pouco recomendáveis"...  A Madina/ Belel (que já não vem neste excerto do mapa) ia-se uma vez por ano, na época seca...para dar e levar porrada.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 10 de novembro de  novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16706: De Cufar a Mato Cão, histórias de Luís Mourato Oliveira, o último cmdt do Pel Caç Nat 52 (2) - Experiências gastronómicas (Parte II): Restaurante do Mato Cão: sugestões de canibalismo ("iscas de fígado de 'bandido' com elas"), "pãezinhos crocantes com chouriço" e... "macaco cão [babuíno] no forno com batatas a murro"!...

(**) Vd. poste de  7 de dezembro de  2016 > Guiné 63/74 - P16808: Álbum fotográfico de Luís Mourato Oliveira, ex-alf mil, CCAÇ 4740 (Cufar, dez 72 / jul 73) e Pel Caç Nat 52 (Mato Cão e Missirá, jul 73 /ago 74) (5): o destacamento de Mato Cão - Parte I

(***) Vd. poste de  9 de janeiro de  2017 > Guiné 61/74 - P16936: Álbum fotográfico de Luís Mourato Oliveira, ex-alf mil, CCAÇ 4740 (Cufar, dez 72 / jul 73) e Pel Caç Nat 52 (Mato Cão e Missirá, jul 73 /ago 74) (8): o comandante do destacamento de Mato Cão "travestido" de... mandinga

(****) Vd. poste de 11 de maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4321: Os Bu...rakos em que vivemos (9): No Mato Cão, com o Ten-Cor Polidoro Monteiro, em finais de 1971 (Paulo Santiago)

(*****) Vs. poste de 11 de maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4317: Os Bu...rakos em que vivemos (8): Estância de férias Mato de Cão, junto ao Rio Geba (J. Mexia Alves)

9 comentários:

Anónimo disse...

Na minha breve (pouco mais de oito dias) passagem pelos Nhabijões em 1971 (Fevereiro ou Março), disse-me o então alferes Carlão, que, do outro lado do Geba, mesmo em frente ao reordenamento, tínhamos o Mato de Cão, território sob controlo do PAIGC. O chamado Mato de Cão vinha efetivamente até ali?... Qual veio a ser a localização do V/destacamento relativamente aos Nhabijões?... A que distância sensivelmente do reordenamento?!... A montante ou a jusante?!... A ligação do destacamento com Bambadinca era feita diretamente (através do Geba, penso) ou via Nhabijões?...
Os meus agradecimentos antecipados a quem souber e estiver na disposição de satisfazer a minha curiosidade.
Um grande abraço,
Mário Migueis.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Mário. obrigado pela tua curiosidade, e pela pergunta pertinente...

Já te pus um excerto do mapa local [Guiné > Região de Bafatá > Carta de Bambadinca (1955) > Escala de 1/50 mil] com a posição relativa de Bambadinca, Nhabijões, Mato Cão, Missirá, Sancorlá e Salá...

O alferes Carlão, que era casado e que estava destacado na "equipa técnica" do reordenamento de Nhabijões, não podia, no princípio de 1971, dizer uma "enormidade" dessas, que o Mato Cão era zona sob controlo do PAIGC...ou "área libertada". Mas se tu ouviste ele dizer, quem sou eu para duvidar ?...

O PAIGC só mandava (alguma coisa), a partir de Salá... tendo "barracas", mas a noroeste, na zona de Madina / Belel). Já no Oio havia a "base central" de Sara Sarauol... O destacamento, mais a norte de Bambadinca, no setor L1, era Missirá, guarnecido por um Pel Caç Nat (52 ou 63, em diferentes períodos) e um pelotão de milícias... Vários camaradas nossos, membros da Tabanca Grande, eu incluído, andaram por esses sítios, "pouco recomendáveis"... A Madina/ Belel (que já não vem neste excerto do mapa) ia-se uma vez por ano, na época seca...para dar e levar porrada. (Vd. Op Tigre Vadio, março de 1970).

No meu tempo (1969/71) e no teu (ainda estivemos juntos os últimos dois ou três meses), a CCAÇ 12, a um Gr Comb, ia, "penosamente", a Mato Cão, em patrulhamentos ofensivos, montar segurança à navegação fluvial... Era preciso atravessar o rio Geba em canoa... Fizemos isso n vezes... Depois os manda-chuva de Bambadinca decidiram "construir" um destacamento em Mato Cão... Já não foi no meu tempo, foi no tempo do Joaquim Mexia Alves...

Que é feito do Carlão ? Ele vivia para os teus lados, em Fão, Esposende...

Um grande abraço, Luís Graça [Henriques]

PS - Não queres aparecer este ano, em 25 de maio, em Monte Real ? Vamos fazer o nosso XIV Encontro Nacional... São sete comissões na Guiné, a blogar, é obra...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Numa guerra de guerrilha, não é preciso mandar mas marcar o território... Era isso o que o PAIGC fazia, uma mina aqui, uma emboscada acolá...

José Nascimento disse...

Cheguei a passar por Mato Cão até ao Enxale atravessando o Geba em Bambadinca. No sítio de Mato Cão havia apenas vestígios de uma antiga tabanca abandonada e nem sinais do PAIGC. Fizemos esse percurso apenas com um pelotão, creio que em Abril/Maio de 1970.
A CCAÇ 12 também fazia esse percurso, lembro-me perfeitamente quando permaneci alguns meses no Enxalé e do Capitão Brito ter chegado cheio de sede a nos fazer sinal a pedir água, ainda a algumas dezenas de metros de nós.
Um abraço.
José Nascimento

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Zé, essa história que relatas tem a ver outrascom o cap Brito, tem a ver com a dramática e louca IP Tigre Vadio, em março de 1970... Era para ser de 2 dias, foi de 3... Tivemos ou casos de desidratação, vítimas de ataques de abelhas, insolação, desnutrição, exaustão física e emocional... com o PAIGC a perna. JuA loucura foi ao ponto de levarmos carregadores civis e morteiros de 81!... Como se fôssemos atacar posições fortificadas do PAIGC... Perdemo- nos de noite, andamos tresmalhados como as ovelhas, isso junto BH não sei como chegámos ao Encalhe... Abraço, Luís

Anónimo disse...

Luís:
Muito obrigado pelo esclarecimento. Eu próprio, através da leitura dos vários posts publicados entretanto sobre o assunto, ficara com a convicção de que qualquer coisa não batia bem com a informação que o Carlão me transmitira, não em Fevereiro ou Março, como, por lapso referi, mas durante a segunda quinzena de Janeiro/71, que foi, de facto, o período durante o qual assentei arraial nos Nhabijões. Aliás, esta minha estada no destacamento aconteceu na sequência do acionamento daquelas minas anticarro de que tu próprio foste vítima. Mas, por trás dessa história da minha deslocação temporária para os Nhabijões, há pormenores que dariam para rir e chorar por mais, mas que eu não posso desenvolver para não ferir suscetibilidades, embora certos senhores não merecessem outra coisa senão dar-lhes em conformidade com o seu comportamento no passado. Por agora, apenas direi que, na altura, me queixei a quem devia, tendo sido pedida a minha apresentação imediata em Bissau - a Bambadinca, onde fazia o meu estágio de informações, só regressaria para me despedir dos amigos e recolher a minha mala de porão.
Tendo a minha passagem por Bambadinca sido pouco menos que meteórica, não tive oportunidade de ouvir e ler muito mais sobre o Mato Cão, a não ser no nosso querido berrelogue, que em tão boa hora criaste. Mas, quanto à "enormidade" do Carlão, ele que de alto pouco tinha/tem, inclino-me a pensar que, sendo eu, na altura um simples pira estagiário, tenha querido impressionar-me perante a imensidão da mata que podia observar-se na outra banda do Geba - olha que esses meus oito dias nos Nhabijões davam muito que contar...
.../...

Anónimo disse...


.../...
Não sei se o Carlão ainda mora e/ou exerce a sua atividade profissional (explorava há vários anos, na vila de Fão, um restaurante, que entretanto encerrou)no concelho de Esposende. O único contacto que me lembro de ter tido com ele aconteceu, ainda nos anos 70, na Agência do Banco Fonsecas & Burnay, em Esposende, onde iniciei a minha carreira de bancário. Da minha secretária na retaguarda, apercebi-me da presença ao balcão de alguém que me fazia lembrar o Carlão. Como sabia, porém, que ele era natural de Mirandela, acabei por achar pouco provável que se tratasse do próprio. De qualquer forma, levantei-me e dirigi-me ao nosso homem. E, para que dúvidas não restassem - ele não pareceu reconhecer-me - pedi-lhe que, por favor, se identificasse com o respetivo B.I., uma vez que pretendia levantar um cheque que lhe fora endossado por terceiros. O resto já podes imaginar: foi cerca de meia hora a falar dos meus oito dias nos Nhabijões e dos fados e guitarradas na messe de sargentos de Bambadinca, com a mulher dele, a Helena, a brilhar na interpretação do "Povo que lavas no Rio". E, por falar em fados, é curioso que, quando tive este encontro casual com o Carlão, já conhecia há bastante tempo o sogro dele, cliente do Banco e empresário de uma casa de fados também em Fão - para passar o resto da vida a falar de coincidências, não há como ter ido à tropa.
Quanto a Monte Real, ainda não será desta, porque alguns problemas de ordem pessoal, inclusivamente de saúde, a tal vão obstando. Mas, como espero que os encontros continuarão a suceder-se no mínimo por mais trinta anos (terei eu apenas cem),lá chegará a oportunidade.
Um grande abraço,
Mário Migueis

joaquim disse...

Não houve no meu tempo do Mato Cão "grande" guerra, (também saímos bastantes vezes em patrulhamentos), mas as condições eram terríveis e o isolamento era muito penoso.
Com uma única saída pelo Geba de sintex até aos Nhabijões a coisa tornava-se ainda mais complicada e cansativa, acrescida por vezes que o pessoal de Bambadinca não nos ia buscar e tínhamos que fazer a pé o percurso até à "capital" do Batalhão.
Tenho quase a certeza absoluta que nenuj Pelotão esteve tanto tempo no Mato Cão como o 52, visto que eu já lá passei o Natal de 72, (julgo que teremos ido para lá em Outubro/Novembro de 72), e fui embora para a C. Caç.15 por volta de Julho, Agosto ou Setembro de 73. (Não tenho a certeza). Ora o 52 segundo sei ainda lá ficou mais uns quantos meses.
No meu tempo ainda fizemos uma pequena "loucura" que foi ir até Missirá por uma "estrada" que tinha sido abandonada.
Fizemos ainda algumas operações com reforço, ou em reforço da C. Caç. 12, mormente quando um inteligente qualquer decidiu que havia um míssil terra/ar na zona do Mato Cão, como se houvesse alguma zona definida do Destacamento.
Enfim, coisas.
Abraços
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

Sim, o isolamento em certos, ou todos os sítios da Guiné, eram, a par da solidão, os nossos piores inimigos 'mentais'.
Nenhum ataque nem flagelação, nem minas, nada era tão terrível de passar como o isolamento e solidão, lá metidos no cu de judas,
Por isso, mesmo sem ter especialidade para isso, zarpei, desenfiei-me tantas vezes dos bu-ra-kos onde estava metido, por estrada e em colunas, ou por via fluvial no Sintex, tantas vezes, para conhecer melhor o mundo e fugir do sitio onde estava, nem que fosse por um só dia!

Conheço desgraçados de camaradas que nunca saíram do tal 'buraco' durante dois longos anos!

Ab,

Virgilio Teixeira