quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Guiné 61/74 - P21247: Da Suécia com saudade (80): Um país "neutral" há mais de 200 anos, desde os tempos de Napoleão (José Belo)


Buba, Aldeia Formosa, Mampaté e Empada,
1968/70); cap inf ref,  jurista, criador de renas,
autor da série "Da Suécia com Saudadr"; 
vive na Suécia há mais de 4 décadas; régulo da 
Tabanca da Lapónia; tem cerca de 170 referências 
no nosso blogue
´

1, Mensagem de José Belo:

Date: sexta, 31/07/2020 à(s) 08:29
Subject: Respondendo a pergunta (em comentário) de Valdemar Queiroz (*)

Apesar dos saques efectuados pelas tropas suecas, um pouco por toda a parte no Norte e Centro europeus aquando da Guerra dos 30 Anos [1618-1648], as riquezas obtidas foram delapidadas tanto com o enorme aparelho militar como na aquisição de vastas propriedades e sumptuosos palácios por parte da aristocracia que participara, direta ou indiretamente,  na guerra.

A fome e pobreza, tanto rural como entre o proletariado das cidades, não foi diminuída por esta afluência de capitais.

Esta continuada falta de soluções sociais levou a que, nas décadas que se seguiram à guerra civil Norte Americana (1861-1865),  uns bons milhares de famílias suecas, principalmente rurais, tenham sido obrigadas a emigrar para os Estados Unidos, literalmente para sobreviver à fome!

O censo Americano de 1890 mostra uma população sueco-americana de cerca de 800.000 indivíduos, número muito considerável tendo em conta a população sueca de então.

Curiosamente a maioria das famílias suecas escolheu o Estado da Minnesota para se estabelecerem no novo país. Estado bem a Norte, fronteiro ao Canadá, onde a natureza nos seus inúmeros lagos e rios, assim como frio intenso e muita neve, certamente os fez sentir... em casa!

A influência escandinava continua muito forte neste Estado, tanto racial como cultural. Inúmeras pequenas cidades com nomes suecos, assim como lojas, restaurantes com pratos regionais suecos, dialeto e festas tradicionais, somando-se um actualmente muito forte intercâmbio cultural entre universidades locais e suecas.

A reviravolta económica e industrial sueca surge intimamente ligada à sua "neutralidade". Deve ser recordado não ter o país participado em qualquer guerra desde os tempos de Napoleão, sendo caso único a nível europeu estes 200 anos contínuos de paz.

Neutralidade sempre extremamente armada(!) por uma indústria nacional de guerra a níveis aéreos, navais e terrestres que lhe permite uma independência em relação aos fornecedores destes materiais e a todas as "condições" sempre por eles impostas.

As exportações da vasta indústria de material militar, hoje muito sofisticado a nível aéreo, naval e, não menos, espacial (!), faz entrar nos cofres do Estado receitas importantíssimas... "made in Sverige".

Com o fim da segunda guerra mundial, e enquanto as potências europeias se encontravam com as suas indústrias em condições mais do que precárias, todo o parque industrial, e exploração mineira, da neutral Suécia funcionava em pleno.

Os importantes meios de transportes, marítimos, aéreos, ferroviários, e autoestradas, estavam também intactos.

Muito do material industrial e de construção utilizado pelo plano Americano Marshal na sua reconstrução da Europa (e não menos da fundamental Alemanha) foi comprado na Suécia e por ela transportado para os locais necessários.

A proximidade geográfica da Suécia em relação aos países necessitados vinha diminuir muito consideravelmente os custosos transportes, caso contrário em longas viagens transatlânticas desde os Estados Unidos.

A partir deste importante período, de enormes entradas de capital que vieram permitir toda uma expansão económica e industrial, surge a "revolução" social democrata que acabou por construir a Suécia dos nossos dias.

Com todos os seus defeitos e limitações mas... também com as realidades sociais que a colocam a muitas dezenas de anos (para não escrever centenas!) de avanços em relação a outros países. Os Estados Unidos incluídos!

De resto... Nada de novo sob o Sol.

Um abraço do J. Belo
___________

Nota do editor:

24 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Sabemos muito pouco da história dos nossos amigos e parceiros europeus... Afinal, já pertencíamos à EFTA, desde 1960... Recorde-se que a Associação Europeia do Comércio Livre foi justamente fundada na cidade de Estocolmo, pelo Reino Unido, Portugal, Dinamarca, Noruega, Suíça, Áustria e Suécia...

Todos os povos têm altos e baixos na sua história... e "estrangeiros" na família... Curiosamente, a atual realeza sueca vem da Casa Bernadotte... O João Batista Bernadotte (1763 - 1844) é um é rapado, um plebeu, um soldado raso, de infantaria, que chega a Marechal do Império, rival de Napoleão, mas filho da "mesma parteira, a Revolução Francesa, e depois...rei da Suécia e da Noruega, em 1818. A esposa também era francesa... O atual rei da Suécia é descendente deste casal... francês.

Parece que, contrariamente ao nosso Zé Belo, o homem não gostava dos rigores do clima do seu reino e, apesar de popular, nunca terá aprendido a falar sueco... E morreu tarde, aos 81 anos... Parte da modernização da Suécia também se deverá a ele...


https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_XIV_Jo%C3%A3o_da_Su%C3%A9cia

https://en.wikipedia.org/wiki/House_of_Bernadotte

http://www.napopedia.fr/fr/biographies/bernadotte

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Venho só lembrar que não é neutral quem quer.
Para se ser neutral e pacifista é necessário ter condições geográfico-estratégicas para isso.
Lembro só o exemplo da Bélgica que era neutral e deu naquilo que sabemos.
Além disso há momentos históricos diversos... conjunturas políticas, etc.

Recordo que, enquanto éramos governados por uma rainha louca e não nos metíamos com ninguém, os homens morriam aos milhares, mesmo os suecos. A batalha naval de Schwensksund (é assim que se escreve?) na qual participou o Gomes Freire durou 2 dias, deu 35.000 mortos (suecos e russos) e foi a maior batalha daqueles mares e a maior batalha de sempre até à batalha naval do Golfo de Layte na II GM, no Pacífico.

Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Meu Caro Pereira da Costa

A Suécia,ao contrário do que muitos associam,sendo neutral não foi nem é pacifista.
O ofensivo material de guerra das Forças Armadas ( sendo a Força Aérea um bom exemplo),e a doutrina militar que as rege isso o demonstra sem lugar para dúvidas .
A neutral Suíça,também armada até aos dentes,estrategicamente situado no centro da Europa,de pacifista pouco tem.
A atitude de respeito militar por parte da Alemanha nazi perante estes dois neutrais na segunda guerra mundial pouco teria a ver com o pacifismo destes países.

Um abraço do J.Belo

António J. P. Costa disse...

Olá Camarada

Esta discussão levava-nos longe.
Resumidamente podemos dizer que os nazis "pouparam" a Suiça porque o dinheiro levanta problemas que aquele país resolve bem, como sabemos. Ninguém acredita que um pais que produz açúcar com dificuldade e não tem cacau consegue produzir chocolate e que vive produzir relógios de cu-cu e do turismo.
A propósito: alguém ouviu falar, mesmo só de ouvido, como lá vão as coisas com o cornavirús?

Claro que o turismo dá muito dinheiro, mas ninguém acredita nos caças supersónicos escondidos nos celeiros e com os regimentos formados à custa das empresas e brilhantemente comandados pelos éne-ci-ouos. E malta a espingarda escondida no sótão... é de partir a moca...
Não conheço bem a história da Suécia. Só estudei a participação do Gomes Freire na guerra com os russos e do lado destes.
Já agora, talvez me possas orientar a pesquisa neste campo. Já me correspondi com uma arqueóloga-mergulhadora sueca que me deu alguns elementos, mas é difícil obter mais. O GF estava do outro lado de qualquer modo se puderes dar-me umas indicações eu dou-te o que tenho. Ora informa...

Na II GM a Suécia como Portugal e outras zonas, para os nazis foram sectores de economia de forças o Mar Báltico era fechado pelo conjunto Noruega-Dinamarca e transformado num mar alemão. Foi-o durante algum tempo até que...
Para quê empatar tropa em Portugal/Espanha com o Salazar/Franco no poder e o Mediterrâneo controlado pelo conjunto França Norte de África?
Mas isso são outros "Caminhos da História".

Um Ab.
António J. P. Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A Suécia sempre foi um país "imperial", o "big brother" dos países escandinavos... A neutralidade sueca não se pode comparar com a de Salazar que temia, isso sim, o entusiasmo "nazifascista" do Franco que poderia ter kevado a Península Ibéria para o abismo...Felizmente o 1º cabo Hitler virou-se para a Rússia, por mais importante por causa do trigo e do petróleo... Foi o princípio do fim...

Mas quero subinhar o seguinte: a grande diferença da Suécia (e outros países escandinavos) em relação a Portugal, e no que respeita à estratégia de modernização, pode resumir-se emdois pontos: i) não tinha colónias em África; (ii) apostou nos seus recursos natuirais (ferro, floresas, etc.) e sobretudo no "desenvolvimento humano" (educação, saúde)...

Secundariamente, poderíamos discutir o papel da religião na formação das eleites e do povo: não é por acaso que a Suécia é(era) luterana,e n+s "católicos, apostólicos, romanos"...

Anónimo disse...

Meu Caro Pereira da Costa

Não tendo nunca recebido qualquer procuração jurídica para representar de qualquer forma o Reino Sueco sou sempre extremamente cuidadoso nas minhas apreciações sobre o mesmo.
Quase parafraseando o rei D. Sebastião...”assuecamentos” sim,mas devagar!
Não creio poder dar informações mais profundas sobre o assunto que as fornecidas pela senhora arqueóloga-mergulhadora.
Quanto a profundidades quem se atreve a concorrer com mergulhadoras?

No respeitante às Forças Armadas Suíças,o material de guerra disponível (onde há dinheiro há muitas fisgas!),as infra estruturas defensivas,a enorme disciplina militar e as constantes manobras muito realistas,torna este país neutral numa força militar mais importante do que a de alguns países da NATO,mesmo alguns dos considerados importantes.
Os interessados que se dêem ao trabalho de aprofundar o assunto poderão constatar que não é assunto irrisório.

Como uma curiosidade quanto às realidades suecas, poucos sabem em Portugal que nos anos sessenta este país tudo tinha preparado para a construção de armas atómicas num curto espaço de tempo de semanas.
O então primeiro-ministro Olof Palm opôs-se por razões políticas relacionadas com a procura de uma aproximação diplomático-estabilizadora com os Soviéticos.
Muitos,dentro das Forças Armadas,Aparelhos Policiais (normais e secretos),importantes figuras políticas conservativas,nunca lhe perdoaram esta decisão.
Como se sabe o rapaz Palm acabou mal.
Os que o mataram ainda não foram encontrados.....talvez por “jogarem bem situados no terreno “!

Um abraço do J.Belo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Sem querer ofender a casa real sueca, eu queria dizer: "O João Batista Bernadotte (1763 - 1844) é um PÉ rapado"... Queria eu dizer: não era de "sangue azul"...Mas quem é de "sangue azul" neste mundo ? Só conheço o "sangue vermelho"...

Talvez os dinossauros que me antecederam, aqui, há 150 milhões de anos (Jurássico Superior) fossem de sangue "azul"...Nunca o saberemos, ou talvez: o sangue da galinha,que descende dos dinossauros, é vermelho, e faz um maravilhoso arroz de cabi

Anónimo disse...

Caro Luís

“O papel da religião na formação das elites e do povo”

Ao olhar-se para um mapa é fácil de se constatar que tanto a nível europeu como mundial as sociedades de maiorias “protestantes” se desenvolveram econômica e socialmente de uma forma ,e com resultados, muito superiores às das sociedades “Católicas “.

Não serão os dogmas religiosos os responsáveis finais, mas antes uma ideia de liberdade investigativa e disciplina social.

Seria assunto passível de debates literalmente infindáveis.
De tal modo vastos que a nossa Tabanca Grande se tornaria bem pequena para os acomodar.
Felizmente???

Um abraço do J.Belo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Esqueci-me de referir o seguinte: é a Suécia é (ou era) um país bem sucedido em termos de "concertação social"...Fez as reformas sociais e económicas que tinha a fazer, no devido tempo, enquanto as forças políticas de esquerda noutros páises optaram pela via dita "revolucionária"...

Recordo-me,quando era jovem, que a Suécia entusiava-nos mais pelas "suecas", de olhos azuis e louras, "adeptas do amor livre" (!) e não tanto pela "social-democracia"... (que não dava tusa").

Enfim, quando se tem vinte anos, é-se "revolucionário", aos 40 "social-democarata" e aos 60 "reacionário"... Temo que isso seja verdade para a nossa geração...

Valdemar Silva disse...

Vá lá, e antes que aparece aquela 'o que é que isto tem a ver (ou haver?) com a Guiné, não vou atirar com o 'ta bem mas o que gostava mesmo é saber como é a bajuda não ficou grávida', mas antes regozijar-me em fazer parte deste nosso blogue, qual tertúlia intercontinental, falando de temas para além dos, também, e sempre muito interessantes dos tempos inesquecíveis que estivemos na guerra da Guiné.
Em tempos, no Festival dos Caracóis, em Loures, dizia-me um meu amigo 'porra estás sempre a falar dos tempos da guerra na Guiné' e eu respondi 'o qu'é que queres são coisas que nunca me vão esquecer', e ele retorquiu 'tá bem, tu é sentes isso, mas agora explica lá se se deve escrever caracóis ou caracois é que os outros também têm cornos e nós escrevemos bois e não bóis'.
E é isto, além dum blogue também é um espaço de tertúlia.

Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz

antonio graça de abreu disse...

Uma sueca arqueóloga-mergulhadora, como diz o Luís Graça, "de olhos azuis e loura, adepta do amor livre". Com 73 anos, ainda me vou recasar com uma sueca arqueóloga-mergulhadora! Que prazeres, deitando fora o escafandro, até, debaixo de água...

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Caro Graça de Abreu

Aos 73 anos....quando finalmente tivesses conseguido sair do escafandro.....a sueca loura de olhos azuis já tinha (como todos os outros travesties ) ido vender o seu amor livre entre os convenientes arbustos do lisboeta Parque Eduardo VII !

Abraço do J.Belo

Ps/Cuidado com as mergulhadoras,e os mergulhos,nas noites escuras.

António J. P. Costa disse...

Boa noite Camaradas

Esqueci-me de que o AGA andava por aí e não pus o capacete...
Como ele há muito que não debitava prosa... facilitei e claro, veio a bojarda do RPG - 2.

Com o Zé Belo estou a falar a sério. Não vi a mergulhadora loura-de-olhos-azuis-vendendo-favores não fixei aonde. Nem sei que idade tem.
Dela recebi a informação de que o navio-almirante - "O Catarina" - foi afundado e está a 11 m de profundidade. O mar naqueles sítios é pouco profundo e o trânsito dos navio de grande calado vai dando cabo deles. Há duas batalhas com o mesmo nome e em locais muito próximos: na primeira os suecos fogem ao contacto e na segunda destroem a esquadra inimiga.
Se puderes dar-me uma ajuda para a minha investigação aqui fica o e-mail: toze.pereiradacosta@gmail.com.
Agradeço o contacto de uma pessoa ou instituição.
De outra forma, como diz o Valdemar Silva estamos a sair do conteúdo do blog, mas isso é normal, ainda recentemente recebemos o "Drogado sem Mestre" a propósito das bojardas do "doutorado"...

Um Ab.
António J. P. Costa

antonio graça de abreu disse...

Garanto que, aos 73 anos, ainda sou rápido a tirar o escafandro. Mas isto, quanto a mergulhos e actividades submarinas, cada um vangloria-se como acha que deve. E será talvez melhor fora de água, com o capacete metido na cabecinha.
Abraço, e bons mergulhos.

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Alto e pára o baile...
Neutralidade sim mas devagar....
Durante a II guerra o poder politico comportou-se de forma vergonhosa com o rei sueco a prestar vassalagem ao do bigodinho.
A alemanha não invadiu a suécia porque era mais fácil transportar o ferro de kiruna através do porto noroeguês lá do norte de cujo o nome não me recordo agora,vendido evidentemente ao preço da uva mijona

O Gustavo Augusto foi um dos grandes teóricos de ciências militares seguindo durante quase dois séculos.
Os "sacanas" dos suecos, com uma população inferior à nossa, conseguem produzir automóveis camiões,navios de guerra, aviões de combate, lgfs, etc... tudo de altíssima qualidade e pasmem fabricam o melhor obus 15,5 auto-propulsionado do mundo, que entra em posição em 2 minutos apenas com dois serventes e faz um disparo a cada dez segundos com diferentes ângulos de forma a que as granadas cheguem ao mesmo tempo na zona a bater,isto evidentemente devido a ser tudo mecanizado e computadorizado, pisgando-se rapidamente antes que apareça a força aérea IN ou que este possa fazer contra-bateria, e as granadas podem ainda ser guiadas por laizer. É obra.

Ultimamente venderam 36 "gripeen" ao Brasil que são caças multifunções.

Neutrais por conveniência e militaristas sim..inteligentes obviamente.

AB

C.Martins

Anónimo disse...

PS
ONDE SE LÊ LAIZER É RAIOS LASER

C.Martins

Anónimo disse...

De facto deve-se escrever....”Alto e pára o baile”!

Parar o baile para se não confundir as simpatias nazis da Casa Real Sueca do tempo da guerra ,e de alguns membros importantes das hierarquias militar e policial, com as posições políticas do governo de coligação nacional, tendo como primeiro ministro Per Albin Hansson,derigente do Partido Social Democrata,o maior partido político da época .

Gustaf-V foi o último monarca sueco a exercer influência política,tendo-se oposto ao parlamentarismo até 1917,data em que o país adotou definitivamente o regime parlamentar.
Os contactos pessoais entre Gustaf-V e Hitler foram numerosos através de uma muito regular correspondência hoje publicada em muito interessante livro documental.
O príncipe herdeiro Gustaf Adolf demonstrou também simpatias pela situação política alemã.
Aproveitando como álibi para as suas frequentes deslocações a este país e numerosos contatos com importantes figuras políticas nazis,o seu grande interesse pelos desportos e competições hípicas.
O seu casamento com a aristocrata Sibylla of Saxe-Coburg-Gotha na igreja de St.Moritz-Coburg em 1932 veio reforçar esta imagem dos meios políticos em que o príncipe se movimentava.
O pai de Sibylla foi um dos primeiros (senão o primeiro) dos elementos da alta aristocracia alemã a ter apoiado e desempenhado funções políticas ligadas aos nazis.
Causou mau estar na opinião pública sueca o facto de a guarda de honra aos noivos ,quando saíam da igreja onde se casaram, ser constituída por oficiais fardados das tropas de choque nazis “SS”.
Começou a ser criada uma situação política muito complicada em relação ao que seria a futura Casa Real sueca num país que caminhava para uma maioria Social Democrata de cerca de 60% no pós guerra.
O destino (???) veio a resolver tragicamente a situação quando o avião em que o príncipe viajava se despenhou e explodiu ao abandonar o aeroporto dinamarquês de Kastrup.
Acidente “oportuno” que veio a colocar o actual rei sueco,então com nove anos de idade,n posição de príncipe herdeiro do avô então reinante.

A realidade “da rua” da Suécia de então,representada pelo governo de coligação nacional, levou a uma busca de “equilíbrios neutrais” talvez demasiado fácil de ser criticada desde longe.
Vendia o minério de ferro a um muito alto(!)preço para a Alemanha,ao mesmo tempo que inúmeros e estratégicos equipamentos industriais para a Inglaterra.
Ao mesmo tempo que permitia a trânsito de comboios de transportes de tropas alemãs ,através da Suécia,da Noruega ocupada a aliada alemã Finlândia,construía em ritmo acelerado navios de transportes atlânticos vitais para a isolada Inglaterra nas suas linhas de apoio logístico Norte Americano.
As análises fáceis são sempre...fáceis.

Hoje,numa situação de paz,torna-se interessante analisar o percurso ascendente do Partido denominado de Suecos-Democratas,herdeiro em linha reta do Partido Nazi Sueco dos tempos da guerra.

Porcentagem dos votos ao longo dos anos:
2004-1,1%
2009-3,27%
2014-12,9%
2017-17,53%
2020-Estatisticas entre 21 a 24%
Torna-se assim o segundo maior partido político sueco com assento parlamentar.
Um em quatro suecos de hoje votam...nazi!

Um abraço do J.Belo

Anónimo disse...

Em complemento às anteriores “más companhias “ da Casa Real Sueca a actual rainha Sílvia veio de novo trazer algumas inconveniências familiares.
O seu pai,o industrial alemão Walter Sommerlath,abastado proprietário a viver no Brasil e casado com Alice Soares de Toledo,foi membro (como tantos outros) do Partido Nazi Alemão.
A opinião pública julgava que ele,como tantos outros nazis,se tinha refugiado na América do Sul depois da guerra.
A realidade é que ele,residente no Brasil antes da guerra,se deslocou para a Alemanha para aí participar nas actividades nazis.
Precisamente antes do início da guerra terá adquirido uma fábrica de propriedade judaica em negócio pouco limpo feito ao abrigo do programa de recuperação “ariana” da indústria alemã.

Quando as discussões à volta do passado do senhor Sommarlath estavam no auge surge documentação e testemunhos indicando o papel deste senhor numa organização sueca de ajuda a refugiados da gestapo.
Alguns mais cépticos olham estes testemunhos posteriores apresentados pela Casa Real como demasiado convenientes.
De qualquer modo ........

J.Belo

Fernando Ribeiro disse...

No tempo da guerra fria, a Suécia talvez tenha podido manter a sua neutralidade (armada e bem armada) graças à vizinhança da Finlândia, que servia de tampão relativamente à poderosíssima União Soviética. A Finlândia era também formalmente neutral, mas na prática abstinha-se de tomar qualquer atitude que pudesse, ainda que vagamente, desagradar ao seu vizinho do Leste. Política e economicamente, a Finlândia era uma democracia de tipo ocidental, mas diplomaticamente comportava-se como um aliado da União Soviética.

O país neutral e pacifista mais antigo do mundo parece ser a Costa Rica, que tem cerca de metade do tamanho de Portugal. Este caso da Costa Rica é notável, porque o país se encontra na América Central, o "quintal das traseiras" dos Estados Unidos. Situado entre duas "repúblicas das bananas" (a Nicarágua a norte e o Panamá a sul), a Costa Rica conseguiu escapar à triste condição de ser igualmente uma "república das bananas" governada por ditadores brutais e corruptos. Parece milagre.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Costa_Rica

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_sem_for%C3%A7as_armadas

Valdemar Silva disse...

Fernando Ribeiro, a Costa Rica é um caso extraordinário.
É dos poucos países do mundo sem Forças Armadas e com uma das suas actividades económicas que não lembra a ninguém: produtora e exportadora de belas borboletas.

Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...
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António J. P. Costa disse...


Olá Camaradas

A Costa Rica é mais um caso extraordinário (produtora e exportadora de belas borboletas). A Suiça, como já referi é outro (sobrevive a fazer chocolates (sem ter cacau) e relógios de cu-cu; dos outros já desistiu, (os chineses fazem melhor e mais barato). E o Mónaco? E o Luxemburgo? E S. Marino e o Lichtenstein? O que será que produzem?
Nós cá também podíamos ser neutrais. Bastava para isso criar uma zona offshore (ou off-the-reko, mais consentânea com a nossa realidade) nas Berlengas. Poderia chamar-se -lhe Ilhas Camião.

Um Ab.
António J. P, Costa

Valdemar Silva disse...

A Costa Rica é um país extraordinário por não ter Forças Armadas, estando localizada numa zona em que todos os países estão constantemente a ter governos de ditaduras militares.
A produção e exportação de borboletas é só para se entreterem, o sua economia assenta no turismo, na exportação de produtos agrícolas (bananas, café, abacaxis) e produtos electrónicos.

Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz