quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21943: (D)o outro lado do combate (65): a morte de Areolino Cruz (Bafatá, 1944-Cubucaré, 1965), professor do ensino básico no Cantanhez (Jorge Araújo)

Citação: Mikko Pyhälä (1970-1971), "Estudantes da escola Areolino Cruz",

(com a devida vénia)

 

 


Citação: Mikko Pyhälä (1970-1971), "Dormitório da escola Areolino Cruz",




O nosso coeditor Jorge [Alves] Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494
(Xime e Mansambo, 1972/1974), professor do ensino superior, ainda no ativo.


GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE

A MORTE DE AREOLINO CRUZ OCORREU EM DEZEMBRO DE 1965, DURANTE A «OPERAÇÃO RESGATE» DA FORÇA AÉREA REALIZADA NA REGIÃO DE TOMBALI (CANTANHEZ)

- ERA PROFESSOR DO ENSINO PRIMÁRIO NA BASE DE CUBUCARÉ -

 

1. – INTRODUÇÃO


Promessa feita; promessa cumprida, conforme deixei expresso no P21000 (23.05.2020) - «PAIGC - Quem foi quem: Areolino Cruz, professor do ensino primário, que alegadamente terá perdido a vida ao tentar salvar os seus alunos durante um bombardeamento, em Cubucaré, em 17 de Fevereiro de 1964 (Cherno Baldé / Jorge Araújo)».(*)


De facto, a data acima não poderia estar correcta, fazendo fé em documentos rubricados pelo próprio Areolino Cruz, encontrados com datas posteriores, relativos ao desempenho da sua actividade de professor, em Cubucaré, razão para ter suscitado este "mistério".


Daí que, com a presente narrativa pretendemos esclarecer, em definitivo, este enigma, onde fazemos questão de cumprir o que havíamos prometido: (sic) "logo que saiba da verdadeira data e factos relacionados com a sua morte, faremos um texto com uma pequena biografia… para memória futura". (**)


Areolino Cruz, de nome completo: Areolino Lopes da Cruz Júnior, filho de Augusto Lopes da Cruz e de Domingas da Rocha Cruz, nasceu em 14 de Janeiro de 1944 (6.ª feira), em Bafatá. Morreu, como se infere da nossa investigação, em Cubucaré, na Região de Tombali (Cantanhez), entre 17 e 20 de Dezembro de 1965, de acordo com as circunstâncias relatadas no ponto 3 deste texto.


Eis, então, o que conseguimos apurar.


2. – DIVULGAÇÃO OFICIAL DA OCORRÊNCIA


A notícia da morte de Areolino Cruz foi divulgada no Boletim mensal «LIBERTAÇÃO», Órgão de informação oficial do PAIGC, edição n.º 62, Janeiro de 1966, classificado de "número especial". O texto que abaixo citamos foi retirado da página 11.

 



O CAMARADA AREOLINO CRUZ MORREU NO SEU POSTO


Atingido gravemente durante um assalto colonialista às regiões libertadas do sul, caiu no seu posto o camarada Areolino Cruz, responsável da Educação e do Estado Civil no Comité Regional de Catió.


O camarada Areolino, que teve perante o inimigo um comportamento exemplar, impondo-se a todos os companheiros pela sua coragem e pelo seu sacrifício, foi ferido quando tinha passado o momento mais crítico da batalha, morrendo poucos instantes depois.


Tendo feito estudos liceais em Bissau e Portugal, o camarada Areolino, que contava apenas 22 anos de idade [incompletos], participou, logo após a sua admissão no Partido, nas primeiras missões de reconhecimento no nordeste do país, integrado numa formação de guerrilha. Tendo beneficiado posteriormente de uma bolsa de estudos, o nosso camarada foi durante algum tempo estudante da Universidade de Leninegrado.

 

 


A morte do camarada Areolino Cruz é uma grande perda para a nossa luta. O nosso camarada, que compreendeu progressivamente a razão do nosso Partido, tornou-se num dos melhores e mais dinâmicos militantes do sul do país, onde a sua acção muito contribuiu para o desenvolvimento da instrução. O seu nome fica, de resto, estreitamente ligado à acção do nosso Partido nesse domínio, pois foi o camarada Areolino que fundou, em Cubucaré (Chão dos Nalus) a primeira escola do Partido.


O nome do camarada Areolino Cruz ficará registado, para sempre, na memória de todos nós, inspirando a nossa coragem e determinação e reforçando a nossa dedicação ao Partido e à gloriosa luta de libertação do nosso povo.

 




Citação: (1966), "Libertação", n.º 62, Ano 1966, Janeiro de 1966,

Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral - Vasco Cabral
 

Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_44415 (com a devida vénia).


2.1 - CARTA DE CONDOLÊNCIAS ENVIADA POR LUÍS CABRAL A NINO VIEIRA, CMDT DA FRENTE SUL, EM 05JAN66


Luís Cabral (1939-2009), ao ser informado das diferentes ocorrências que envolveram a estrutura militar acantonada na região de Tombali (Cantanhez), e em substituição do Secretário-Geral, Amílcar Cabral (1924-1973), que à data se encontrava em Cuba, a fim de participar na «Primeira Conferência Tricontinental - Havana 1966», agendada para decorrer entre 3 e 15 de Janeiro, tomou a iniciativa de escrever uma carta a Nino Vieira, responsável pela Frente Sul, lamentando todas as más notícias, em particular as perdas humanas, onde, de entre elas, estava incluído o Areolino Cruz.


Do documento de duas páginas, citamos apenas os primeiros quatro parágrafos, precisamente aqueles que se relacionam com o presente objectivo.


Conacri, 5 de Janeiro de 1966 (4.ª feira)


Caro camarada NINO,


"Fazemos votos para que tu e os camaradas estejam gozando óptima saúde e prontos para darem mais um passo em frente na luta gloriosa pela libertação do nosso povo.


Lamentamos profundamente a morte dos camaradas e elementos do povo, durante os bombardeamentos que vocês sofreram na semana de 16 a 23 de Dezembro [p.p.]. Era de esperar que esta teria de ser forçosamente a reacção do inimigo, depois das perdas que sofreu durante a época das chuvas, em todos os pontos da nossa terra.


Estamos certos de que os bombardeamentos que vocês fizeram aos quarteis inimigos tiveram resultados positivos e que com os meios de que dispomos agora, vocês poderão intensificar essa acção, de grande interesse para a insegurança e desmoralização do inimigo.

Os camaradas de Cubisseco têm de reforçar o cerco ao inimigo e a vigilância para evitar que façam vitimas nos momentos de desespero." (…)

 


Citação: (1966), Sem Título, 
Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral

Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_35063 (com a devida vénia).

 

3. – A «OPERAÇÃO RESGATE» DA FAP E OS SEUS FUNDAMENTOS

Como suporte documental, e bibliográfico, socorremo-nos do trabalho de investigação de José Matos. «A guerra das antiaéreas na Guiné (1965/1970), divulgado no P16968, cujo original está publicado na Revista Militar n.º 2601, de Outubro de 2018, citando, na íntegra, o texto que está relacionado com o histórico sobre este ponto:

 


Os primeiros ataques à antiaérea do PAIGC

Decisão:


A Força Aérea apercebe-se do problema em finais de 1965 e, rapidamente, o Comando da Zona Aérea de Cavo Verde e Guiné (ZACVG) lança uma operação de ataque para eliminar a ameaça. Em Dezembro de 1965, são mobilizados vários meios aéreos para a execução da «Operação Resgate». Dois aviões de patrulhamento marítimo P2V5 Neptune vindos da Ilha do Sal juntam-se, em Bissalanca, na Base Aérea n.º 12 (BA12), a um C-47 Dakota adaptado para bombardeamentos nocturnos, doze T-6G, um Dornier Do-27 e a um Alouette III.


A operação começa na noite de 17 de Dezembro de 1965 (6.ª feira), com o sobrevoo das posições da guerrilha na zona de Cafine pelo C-47 e o lançamento de granadas iluminantes. A guerrilha responde de imediato com fogo antiaéreo, sendo então bombardeada pelos P2V5 equipados com bombas de 750 libras (325 kg). Os bombardeamentos continuam ao longo da noite em mais três vagas de ataque e prolongam-se na noite de 19 de Dezembro (domingo), embora aí já sem resposta da guerrilha, tendo a operação terminado no dia seguinte (2.ª feira). Embora a reacção antiaérea tenha sido significativa, há apenas a registar, durante a operação, dois impactos em dois T-6G e um impacto num P2VC5, em ambos os casos sem consequências. (…)


4. – SÍNTESE BIOGRÁFICA DE AREOLINO CRUZ (19 / 22 ANOS)

       - FACTOS NARRADOS NO TEXTO OFICIAL


4.1 - EM 05JAN63 > INSCRITO NO ESTÁGIO DE JORNALISMO NO SENEGAL E BOLSA DE ESTUDOS PARA CURSAR MEDICINA


Dakar, 05 de Janeiro de 1963 (sábado)


Relatório sobre o trabalho do Bureau do PAIGC em Dakar, assinado por José E. Araújo

 



Citação: (1963), "Relatório sobre o trabalho do Bureau do PAIGC em Dakar", 
Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral

Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_41403 (com a devida vénia).

 

4.2 - EM 10JUL63 > NA GUERRILHA COM NORBERTO ALVES (PIRADA)


 Pirada, 10 de Julho de 1963 (4.ª feira)

Caro [Pedro] Pires,


Saúde em primeiro lugar e acima de tudo. Nós vamos indo bem graças a Deus. O portador desta carta é um camarada que se encontra doente talvez por causa da frieza. Ele costuma ter dores na região lombar (?). É preciso tratá-lo bem para que ele possa voltar depressa porque é um elemento precioso para a nossa zona e é adjunto do nosso responsável. Ontem quando voltámos da sabotagem que fomos fazer em Pirada ele foi atacado fortemente por tal doença que só muito dificilmente pôde marchar em braços. Fomos obrigados a sair do mato essa noite e entregá-lo numa tabanca vizinha pois que chovia torrencialmente e ele não podia de modo nenhum estar exposto à intempérie… (P20994).

 


Citação: (1963), Sem Título, 
Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral

Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_36865 (com a devida vénia).

 

4.3 - EM 30SET63 > COMO ESTUDANTE EM LENINGRADO - CHEGADA

Leningrado, 30 de Setembro de 1963 (2.ª feira)


Caro Luís [Cabral]


Faço votos ardentes que esta lhe encontre desfrutando duma óptima saúde, bem como todos os camaradas. Eu vou indo bem graças a Deus, após uma boa viagem. Começo por lhe apresentar as minhas desculpas por não ter escrito há mais tempo a dar notícias mas devo-lhe dizer que estive durante uma semana em Moscovo, sem saber o enderenço que havia de enviar, uma vez que me encontrava provisoriamente sem saber o tempo limite. Actualmente como já deve ter notado, encontro-me em Leninegrado [São Petersburgo após 1991] na Faculdade Preparatória de Línguas. (…)

 


Citação: (1963), Sem Título, 
Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral
 

Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_36462 (com a devida vénia).


4.4 - EM 17JUN64 > COM "GUIA DE MARCHA" PARA A "ZONA 11" A/C DE NINO VIEIRA


Conacri, 17 de Junho de 1964


"Vai o camarada Areolino Cruz apresentar-se ao camarada João Bernardino Vieira (Nino) na zona 11, para ser integrado nos serviços de instrução (ensino) no chão dos Nalus. O camarada Areolindo Cruz, que era estudante e tomou parte activa no complô contra o Partido, está sujeito a uma sanção suspensa de expulsão do Partido. Por isso, não tem quaisquer direitos de membro do Partido e deve ser rigorosamente controlado pelos responsáveis. Deve ser enviado um relatório mensal sobre a sua conduta, ao Secretário-Geral."

 


Citação: (1964), "Guia de Marcha", 
Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, 

Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_36462 (com a devida vénia).


4.5 - EM 22JUL64 > COMO PROFESSOR DO ENSINO PRIMÁRIO NA BASE DE CUBUCARÉ


Zona Sul [Cubucaré?], 22 de Julho de 1964 (4.ª feira)


Requisição de material escolar rubricada por Areolino Cruz

 


Citação: (1964), "Requisição de material de ensino", 
Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral,  

Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40014 (com a devida vénia).

Sem mais…

► Fontes consultadas:

(1) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 07177.062. Título: Libertação. Número: 62. Ano: 1966. Data: Janeiro de 1966. Directores: Amílcar Cabral, Luís Cabral, Vasco Cabral e Dulce Almada. Observações: Órgão do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde. Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabra – Vasco Cabral. Tipo Documental: IMPRENSA.


 

Ø  (2) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 04618.082.008. Título: Lamenta a morte de camaradas e elementos do povo durante os bombardeamentos. Remetente: Luís Cabral. Destinatário: Nino Vieira. Data: Quarta, 5 de Janeiro de 1966. Observações: Doc incluído no dossier intitulado correspondência dactilografada (de Amílcar Cabral, Aristides Pereira e Luís Cabral para os Responsáveis da Zona Sul e Leste). Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Correspondência.


 

Ø  (3) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 07075.147.014. Assunto: Relatório sobre o trabalho do Bureau do PAIGC em Dakar. Assunto: Relatório assinado por José Eduardo Araújo, remetido ao Secretariado Geral em Conacri, sobre o trabalho do Bureau de Dakar. Contactos oficiais, tentativa de conseguir audiências junto das autoridades do Senegal. Publicações do Bureau, nota de imprensa, discursos de Amílcar Cabral, declaração de Dezembro de 1960, dois últimos comunicados, etc.; vinda da Dulce [Almada] para o Boletim e programa de rádio. Enfermeiro de Ziguinchor. Inscrição de Areolino da Cruz no estágio de jornalismo. Questões dos ex-militares do exército colonialista. Oportunistas, regresso do Labery, Có e Mendy em Marselha; Barre, "Union des Forces Progressistes Capverdiennes". Lourenço [Gomes], requisição de fundos para missão. José Eduardo Araújo, bolsa de estudos. Data: Sábado, 5 de Janeiro de 1963. Observações: Doc incluído no dossier intitulado Relatórios XI 1961-1964. Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Documentos.


 

Ø  (4) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 04611.061.015. Assunto: Informações sobre doença do portador da carta. Sabotagem em Pirada. Pedido de ajuda financeira para alimentos e munições. Borges, Bebiano, Konko. Remetente: Areolino Cruz, Kanfrandi Ká. Destinatário: Pedro Pires. Data: Quarta, 10 de Julho de 1963. Observações: Doc incluído no dossier intitulado Correspondência manuscrita 1961-1964. Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Correspondência.


 

Ø  (5) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 04619.102.034. Remetente: Areolino Lopes da Cruz. Destinatário: Luís [Cabral]. Data: Segunda, 30 de Setembro de 1963. Observações: Doc incluído no dossier intitulado Correspondência 2.º semestre 1963 (interna PAIGC). Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Correspondência.


 

Ø  (6) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 04606.045.074. Título: Guia de Marcha. Assunto: Guia assinada por Amílcar Cabral, Secretário-Geral do PAIGC, fazendo seguir Areolino Cruz para se apresentar a João Bernardo Vieira (Nino), na Zona 11. Data: Quarta, 17 de Junho de 1964. Observações: Doc incluído no dossier intitulado Cartas e textos dactilografados enviados por Amílcar Cabral 1960-1967. Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Documentos.


 

Ø  (7) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 07065.084.016. Título: Requisição de material de ensino. Assunto. Requisição de material de ensino, assinada por Areolino Cruz, para a zona Sul. Data: Quarta, 22 de Julho de 1964. Observações: Doc incluído no dossier intitulado Material militar 1964-1965. Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Documentos.

 

Ø  Outras: as referidas em cada caso.

 

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

08Fev2021
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5 comentários:

Valdemar Silva disse...

'Nós vamos indo bem graças a Deus'
'Eu vou indo bem graças a Deus'

O que é que diriam os nossos Capelões Militares desta lembrança religiosa em comunicações por escrito (uma de Leninegrado) entre "terroristas do PAIGC a soldo da URSS".

Alguém se lembra duma nossa mensagem com um:
BravoEchoMaike GolfRomeoAlfaCharlieAlfaSierra Alfa DeltaEchoUniformSierra

Abracelos
Valdemar Queiroz

Valdemar Silva disse...

Fui atrás dos galões e ...deve-se ler Capelães

Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Valdemar, o PAIGC era como o nosso exército: tinha cristãos, muçulmanos, ateus, agnósticos, animistas...

São estas histórias humanss que me fascinam...Não é saber quem está certo ou errado, mas sim porque é que fez esta ou aquela escolha...

Tentemos pôr-nos no lugar dos outros...

Valdemar Silva disse...

Luís, com certeza que em todas as cartas que os nossos soldados escreviam à família, não faltava o 'eu cá vou indo bem graças a Deus', já duvido que entre uma comunicação informal entre os nossos militares o fizessem.
Mas, o que eu duvido é alguém ter dito ou escrito que os "turras" também assim escreviam.

Abracelos
Valdemar Queiroz

José Botelho Colaço disse...

Entre Maio e Outubro de 1965 cheguei a ver pelo menos uma vez o Areolino Cruz em Bafatá dentro do estabelecimento publico da família, mas ele era um rapaz muito isolado praticamente o seu contacto era nulo. O que obriga a vida na militância politica clandestina, era vós corrente entre nós que a ausência dele se devia aos estudos que frequentava em Lisboa.