sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19289: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (1): Alberto Sousa e Silva, de Vila Nova de Famalicão, ex-sold trms, CCAÇ 2382 (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá, 1968/70)



Lourinhã >  Praia da Areia Branca >  1 de dezembro de 2018  >  11h18 >  Maçaricos-das-rochas. Nome científico: Actitis hypoleucos.. Estado de conversação: espécie vulnerável... "Com o seu incessante movimento de balanceamento da cauda, o maçarico-das-rochas é uma das mais irrequietas limícolas, que raramente é vista em repouso", diz o portal das Aves de Portugal. ( Os meus antepassados Maçaricos, marinheiros, mareantes, navegantes, pescadores, mercadores, construtores navais... desde Quinhentos, devem ter ido buscar o apelido a estas aves, que eu vejo com frequência junto à foz do Rio Grande, na Praia da Areia Branca.)

Vídeo de Luís Graça (2018). Alojado no You Tube > Luís Graça (1' 15'')


1. Apelo do fundador, administrador e editor do blogue:

Chegámos ao fim de 2018, olhamos para trás
e o caminho percorrido, desde a Guiné,  de1961 a 1974,
desde o fim da "comissão" de cada um de nós até agora,
é já  muito, mais de meio século,
é já muita lonjura, a das nossas vidas,
são muitas e muitas picadas,
muitas minas e armadilhas,
alegrias, tristezas, euforias, depressões...

Somos irrequietos como os maçaricos-das-rochas,
pequenas aves limícolas que ainda abundam na nossa costa...
Mas quantos camaradas não ficaram já para trás, cá e lá?!
Só na nossa Tabanca Grande, contabilizamos 70 de um total de 782,
desde que o nosso blogue existe, vai fazer 15 anos em 23 de abril de 2019...

Quinze anos são, no mínimo,  sete comissões na Guiné, já imaginaram ?!

Mas há camaradas de quem, infelizmente,
não temos notícia há muito tempo...
Na nossa idade, teme-se sempre o pior:
quantos camaradas e amigos não fomos já a enterrar,
mais novos do que nós?!

É verdade,  alguns estão vivos, mas vivem sós,
sofrem de solidão e de abandono,
podem até ter muitos amigos do Facebook,
mas estão sós, terrivelmente sós...
Não  admira por isso que se tenham desligado,
do blogue, da Tabanca Grande, do mundo,
correndo o risco de se desligarem também da vida, um dia destes.

Por isso, fica aqui o desafio:
por favor, amigos e camaradas da Guiné,
mandem-nos por este Natal e Ano Novo de 2018/19
um "cartanito" de boas festas,
se possível com boas notícias (ou  menos más...).

Aproveitemos esta quadra (, mesmo que ela seja uma ilusão!)
para acrescentarmos mais vida à vida,
mais saúde à saúde,
mais amizade à amizade,
mais amor ao amor...
e pormos mais cores na paleta do nosso arco-íris,
que tem andado tão  tristonho e cinzento...

Mandem, por favor. uma mensagem
 (nem que seja telegráfica,
como se fosse a resposta a um SOS),
com os seguintes dizeres:

"Camaradas, estou vivo!... 
Aqui vai a minha prova de vida!"


Relemebremos aqui os 9 camaradas, membros da Tabanca Grande, que este ano já partiram para a sua derradeira "comissão de serviço", e que nos deixam imensa saudade. Esta lista, infelizmente, pode estar incompleta. A média de idades rondava os  71 anos (mínimo, 66; máximo, 75).

António Manuel Sucena Rodrigues (1951-2018)
Armando Teixeira da Silva (1944-2018)
Carlos Cordeiro (1946-2018)
Gertrudes da Silva (1943-2018)
João Rebola (1945-2018)
João Rocha (1944-2018)
Joaquim Peixoto (1949-2018)
Luís Encarnação (1948-2018)
Manuel Carneiro (1952-2018)




Guiné > Região de Tombali > Contabane > CCAÇ 2382 (1968/70) >   O Alberto Silva, ex-sold trms... Em 22 de Junho de 1968,  a aldeia e o destacamemto foram completamente destruídos num ataque do PAIGC.  "Todos os meus haveres foram consumidos pelas chamas que destruíram a palhota que se vê nas minhas costas e que utilizava como caserna"... Foi "noite de São João"... Silva tinha então menos de dois meses de Guiné. Foto da sua página no Facebook: Alberto Silva, a viver em Vila Nova de Famalicão.

Foto (e legenda): © Alberto Silva  (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Vamos publicar a primeira mensagem qne nos chega este ano, do  Alberto Sousa e Silva  (ex-soldado de transmissões, que vive em Vila Nova de Famalicão,  não tivemos notícias  dele ao longo do ano que vai findar; costuma mandar-nos um "cartanito" de Natal; e já tem organizado os convívios anuais da companhia).

Da rapaziada desta desta companhia (CCAÇ 2382, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá, 1968/70) que faz parte da nossa Tabanca Grande,  temos ainda os nomes do Manuel Traquina (ex-furriel miliciano) e do Carlos Nery (ex-cap miliciano), além do José Manuel Moreira Cancela ( ex-soldado apontador de metralhadora pesada).

Descobrimos  há tempos também o ex-1º cabo Alfredo Ferreira, o "Geada", que era o padeiro da companhia... Vive na Murteira, Cadaval.


Distintivo da CCAÇ 2382 (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá, 1968/70).
Cortesia de Manuel Traquina.


Mensagem do Alberto Sousa e Silva (ex-soldado de transmissões), da CCAÇ 2383  (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá, 1968/70): 


11 de dezembro de 2018 às 17:18

Amigo,

Que tenha um Feliz Natal e agradeço a publicação,  no blogue, da mensagem  em epigrafe, destinada aos componentes da CCaç 2382 – 1968/1970.

Um abraço,

Alberto Silva
CCAÇ 2382

3 comentários:

Luís Graça disse...

Os "maçaricos-das-rcohas" são considerados, em Portugal, uma espécie "vulnerável"... Nós, os ex-combatentes da Guiné, somos uma espécie "em extinção"... Dizem que pela "ordem natural das coisas"... E querem enterrar-nos na "vala comum do esquecimento"... Se a gente deixar!

Camaradas, mandam uma mensagenzinha a dizer que ainda cá andam, irrequietos, como os maçaricos da minha praia...

Valdemar Silva disse...

Que extraordinária fotografia.
Só podia ser de um português que esteve na guerra da Guiné.
(mais ninguém se lembraria de tirar uma foto assim)
O Distintivo da CCAÇ 2382 'Por Estradas nem Picadas' é o dos melhores
que se fizerem na tropa da Guiné. Quase que representa o desenrascado soldado português, digo quase por, mesmo assim, as botas não eram tão más de todo.

Valdemar Queiroz

Valdemar Silva disse...

Rectifico ….'POR ESTRADAS NUNCA PICADAS'

Valdemar Queiroz