2. Excertos do "meu diário secreto, ainda inédito, escrito na China, entre 1977 e 1983" (*)
por António Graça de Abreu
Pequim, 15 de Outubro de 1982
O António Graça de Abreu, em Pequim, na Praça Tianamen, s/d, [c. 1977/83] |
As autoridades chinesas deram-me o dia 26 de Outubro [de 1982] como limite da minha estadia na China. Vim com um visto de turista que já não pode mais ser prorrogado, a não ser que eu tenha uma actividade laboral que justifique a permanência no país. O embaixador Costa Lobo [ , embaixador em Pequim, entre 1982 e 1985], disse-me anteontem que tinha enviado, há dias, um telex para o Palácio das Necessidades, registando o meu pedido de trabalho na embaixada, mas que não obtivera qualquer reposta. Deve ser verdade.
A espada de Démocles suspende-se sobre a cabeça de um pacato cidadão das terras lusitanas. Ou talvez não, a espada pode cair mas, em vez do gume afiado ser de ferro, aparecerá revestido de uma lâmina de papelão. A ver vamos…
Ando preocupado, pois claro, como preocupado viajo pela vida há já não sei quantos anos. Sei que o ponto de viragem é a curva com mais curvas que encontrei desde que nasci. Todavia, fui eu que escolhi a estrada, sou eu que conduzo, acelero, travo, volteio. Os obstáculos no percurso são colocados por estranhos, não depende de mim o traçado da via, nem os buracos traiçoeiros, o piso escalavrado, os barrancos na berma, a lama ou a gravilha. Eu sabia que era sim e não tive receio da viagem. Agora só me resta continuar a conduzir e a manobrar. Que não me faltem forças para chegar vitorioso ao fim da prova mais dura de toda a minha vida. Como troféu, receberei não uma taça, não uma coroa de louros, mas uma mulher chinesa.
Pequim, 19 de Outubro de 1982
Estou com um pé no estribo para saltar para Hong Kong e Macau. Faço um pequeno balanço do que tenho escrito neste diário e há sempre mais vida do que a escrevinhação quotidiana mostra, as palavras saem inseguras, confusas, falhas de energia. Quando começarei a escrever bem, a escrever obra? Tenho montado o esquema, já levantei a arquitectura do romance a inventar “Chen Yuhua, a Menina de Jade”, mas não escrevo nada.
As minhas incapacidades capazes terão a ver com as raízes que mergulham de modo avassalador e profundo no húmus dos dias. Porém, em vez de árvore frondosa, nasce um caule enfezado e retorcido, rebentos e ramos que quase não se vêem.
Pequim, 20 de Outubro de 1982
Seis horas da tarde no bar do hotel Yangjing. Espero o Tian Hu, meu aluno na Faculdade de Línguas Estrangeiras de Xangai, colega da Yu Ping. O rapaz vive aqui na capital e chega para, no edifício ao lado do hotel, o Dian Hua Dianbao Dalou, ou o seja, a Grande Central de Telefones e Comunicações, me ajudar na ligação telefónica para a Yu Ping, em Xangai, tudo falado em chinês para não levantar qualquer suspeita.
O Tian Hu tem 23 anos, é arguto e esperto, e tem sido uma espécie de hongniang, a “casamenteira” na China clássica que costuma mexer habilmente os cordelinhos dos enredos pré-matrimoniais rumo à concretização de casamentos difíceis.
Pequim, 22 de Outubro de 1982
A Yu Ping chegou para se despedir de mim, pelos atalhos, via Hefei e Tianjin.
Fui buscá-la às sete da manhã à estação dos caminhos-de-ferro de Pequim. A festa nos nossos olhos, corações em alvoroço e entrámos no trolley 106, no percurso até ao Dongwu Gongyuan, o Jardim Zoológico. Não fomos ver leões, nem pandas, nem elefantes, tomámos logo o autocarro 332 até ao Yiheyuan, o Palácio de Verão. Não fomos ver o lago nem os aposentos da imperatriz Ci Xi, avançámos logo para o autocarro 333 até Wofusi, o Templo do Buda Deitado. Não fomos visitar o Mestre, nem acender pauzinhos de incenso no pavilhão dourado. Trocámos tudo pela caminhada pelo Jardim Botânico, até ao Vale das Cerejeiras, já em Xiangshan, a Colina Perfumada. Passámos pela casa onde Cao Xueqin (1715-1763) viveu e morreu, deixando inacabado o manuscrito do Hong Lou Meng 红楼梦,
O Sonho do Pavilhão Vermelho, uma fabulosa história que cruza amores possíveis e impossíveis e é o mais famoso romance de toda a literatura chinesa. Mais acima, escondido na vegetação, fica o Templo das Nuvens Azuis, numa curiosa arquitectura sino-indiana. Não era altura para mais visitas. Perto, num pequeno bosque de bambus, está o pavilhão com o ataúde de cristal destinado ao corpo de Sun Yat-sen [1866-1925], pai da República Chinesa. Uma saudação e continuámos o caminho.
Estamos agora em pleno Vale das Cerejeiras, deitados num leito de urze e folhas secas, escondidos na vegetação, a meia encosta, entre árvores baixas e arbustos, ignorados, esquecidos, enlaçados, um homem de um reino distante e uma mulher de Xangai, dois num só, envoltos em faiscantes novelos de ternura, o céu azul por cobertor, a terra tépida por leito e almofada. Gostar até à loucura, a China-mulher nos meus braços, sob o meu corpo, eu dentro dela, ela toda em mim, espasmos sublimes, nuvens e chuva caindo docemente no verde ondulante de colinas perfumadas.
Macau, 31 de Outubro de 1982
Cheguei a Macau há uma semana, esta singular península que é, há vários séculos, refúgio dos missionários no Império do Meio, os portugueses da religião alheia que, por delitos que não cometiam, recebiam ordens para abandonar a China e aqui se acolhiam, à espera de melhores dias, melhores meses, melhores anos. Quase todos davam a volta às proibições e acabavam por regressar à terra chinesa.
A minha situação é semelhante. Fixaram-me um prazo limite para sair da China e aí vim eu, recambiado até Macau. Em Pequim, naquele aeroporto frio e triste, ao entrar no BAC 111 chinês para voar até Hong Kong, sofredor de desconcertos e angústias, os olhos permaneceram secos, mas as lágrimas corriam por dentro, e encharcavam tudo.
Macau, 6 de Novembro de 1982
Na quinta passagem por Macau, estou a fazer uma mãozinha de jornalismo num novo semanário, o “Tribuna de Macau”, dirigido pelo José Rocha Dinis que veio do “Diário de Notícias” e já me conhecia das crónicas, muitas, que tenho publicado no DN, como correspondente em Pequim. Para sobreviver, necessito absolutamente de ganhar umas patacas.
Tenho a sorte de ter também como amigo o Jorge Neto Valente a quem devo, até ao resto dos meus dias, um agradecimento vasto como o delta do rio das Pérolas. Cedeu-me, como das outras vezes em que vim a Macau, sem eu pagar um avo, o 4º. andar do apartamento no Pátio da Casa Forte, ali defronte da igreja de S. Lourenço, quase sempre vazio porque o Jorge o destina a contabilistas de Hong Kong que, de quando em vez, vêm a esta cidade para o ajudar a tratar de assuntos e negócios. Tenho um mini-lar em Macau, sobrevivo, vivo em busca de melhor vida.
Macau, 15 de Novembro de 1982
Migram as aves,
em busca do calor, do grão ou da frescura.
Assim também os homens,
em busca do ouro, do pão ou da ternura.[1]
Por isso:
Regresso ao meu amor Macau,
após mil falas, dez mil silêncios.
Na foz de um rio de pérolas,
a cidade cicia segredos, envolta em bruma.
Macau, 19 de Novembro de 1982
Apesar de muitos destroços portugueses e chineses coalhando as águas barrentas em volta de Aomen 澳门, a Porta da Baía, gosto muito de Macau, sinto-me bem neste burgo, único em toda a Ásia. Por norma sou bem recebido e não me sinto em terra estranha. Tenho vindo sempre sozinho, a partir das paragens chinesas e aqui, diante de tanta mulher bonita, agiganta-se a minha pena por não ter nenhuma. Tem sido a minha sina sínica. Creio que sei como amar bem uma mulher, como na minha ingenuidade me entrego e desejo partilhar tudo. E habituei-me a receber tão pouco… O que é que falha em mim, no que ao feminino diz respeito?
Espero supremos prazeres e viver com alegria, mas no fundo também sei que gosto de estar triste. Trata-se deste malfadado masoquismo afectivo que tanto compraz ao português puro, a começar pelo primeiro grande modelador da alma lusitana, o meu amigo Luís de Camões, continuado por outro enorme cultivador de paixões infelizes, Manuel Maria Barbosa du Bocage que em Macau, 1789, padecia igualmente de mal amar e de mal viver. Bocage que escrevia: “Camões, grande Camões, quão semelhante/ acho o teu fado ao meu.
E o meu fado também com parecenças com os maiores poetas, e eu, pobre vate coxo e inapto, com uma Dinamene lá longe, em Xangai. Eu, esquartejando-me pela China e por Macau, a viver pobremente da pena, do que escrevo e traduzo, e sempre tudo tão mal pago. Eu, rigorosamente como o Camões (ele em Moçambique) “a comer de amigos”, hoje o almoço pago pelo Joaquim Amaral, ontem o jantar pago pelo Rogério Beltrão Coelho. Eu, com setenta patacas no bolso.
______________
Nota do autor:
[1] Na tarde de 19 de Dezembro de 1999, no grande espectáculo comemorativo da transição de poderes, da devolução de Macau à China, que teve lugar no Centro Cultural de Macau, os alunos da Escola Portuguesa disseram poemas de Miguel Torga, Camilo Pessanha, António Manuel Couto Viana, Bai Juyi (por mim traduzido para português), António Gedeão, Eugénio de Andrade e, para meu completo espanto e surpresa, o primeiro poema declamado pelos jovens era este, da autoria de António Graça de Abreu, eu próprio.
[Fixação de texto e links; LG]
__________________
Nota do editor:
(*) Último poste da série > 20 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19700: Os nossos seres, saberes e lazeres (318): No condado de Oxford, a pretexto de um casamento em Fairford (1) (Mário Beja Santos)
Pequim, 22 de Outubro de 1982
A Yu Ping chegou para se despedir de mim, pelos atalhos, via Hefei e Tianjin.
Fui buscá-la às sete da manhã à estação dos caminhos-de-ferro de Pequim. A festa nos nossos olhos, corações em alvoroço e entrámos no trolley 106, no percurso até ao Dongwu Gongyuan, o Jardim Zoológico. Não fomos ver leões, nem pandas, nem elefantes, tomámos logo o autocarro 332 até ao Yiheyuan, o Palácio de Verão. Não fomos ver o lago nem os aposentos da imperatriz Ci Xi, avançámos logo para o autocarro 333 até Wofusi, o Templo do Buda Deitado. Não fomos visitar o Mestre, nem acender pauzinhos de incenso no pavilhão dourado. Trocámos tudo pela caminhada pelo Jardim Botânico, até ao Vale das Cerejeiras, já em Xiangshan, a Colina Perfumada. Passámos pela casa onde Cao Xueqin (1715-1763) viveu e morreu, deixando inacabado o manuscrito do Hong Lou Meng 红楼梦,
O Sonho do Pavilhão Vermelho, uma fabulosa história que cruza amores possíveis e impossíveis e é o mais famoso romance de toda a literatura chinesa. Mais acima, escondido na vegetação, fica o Templo das Nuvens Azuis, numa curiosa arquitectura sino-indiana. Não era altura para mais visitas. Perto, num pequeno bosque de bambus, está o pavilhão com o ataúde de cristal destinado ao corpo de Sun Yat-sen [1866-1925], pai da República Chinesa. Uma saudação e continuámos o caminho.
Estamos agora em pleno Vale das Cerejeiras, deitados num leito de urze e folhas secas, escondidos na vegetação, a meia encosta, entre árvores baixas e arbustos, ignorados, esquecidos, enlaçados, um homem de um reino distante e uma mulher de Xangai, dois num só, envoltos em faiscantes novelos de ternura, o céu azul por cobertor, a terra tépida por leito e almofada. Gostar até à loucura, a China-mulher nos meus braços, sob o meu corpo, eu dentro dela, ela toda em mim, espasmos sublimes, nuvens e chuva caindo docemente no verde ondulante de colinas perfumadas.
Macau, 31 de Outubro de 1982
Cheguei a Macau há uma semana, esta singular península que é, há vários séculos, refúgio dos missionários no Império do Meio, os portugueses da religião alheia que, por delitos que não cometiam, recebiam ordens para abandonar a China e aqui se acolhiam, à espera de melhores dias, melhores meses, melhores anos. Quase todos davam a volta às proibições e acabavam por regressar à terra chinesa.
A minha situação é semelhante. Fixaram-me um prazo limite para sair da China e aí vim eu, recambiado até Macau. Em Pequim, naquele aeroporto frio e triste, ao entrar no BAC 111 chinês para voar até Hong Kong, sofredor de desconcertos e angústias, os olhos permaneceram secos, mas as lágrimas corriam por dentro, e encharcavam tudo.
Macau, 6 de Novembro de 1982
Na quinta passagem por Macau, estou a fazer uma mãozinha de jornalismo num novo semanário, o “Tribuna de Macau”, dirigido pelo José Rocha Dinis que veio do “Diário de Notícias” e já me conhecia das crónicas, muitas, que tenho publicado no DN, como correspondente em Pequim. Para sobreviver, necessito absolutamente de ganhar umas patacas.
Tenho a sorte de ter também como amigo o Jorge Neto Valente a quem devo, até ao resto dos meus dias, um agradecimento vasto como o delta do rio das Pérolas. Cedeu-me, como das outras vezes em que vim a Macau, sem eu pagar um avo, o 4º. andar do apartamento no Pátio da Casa Forte, ali defronte da igreja de S. Lourenço, quase sempre vazio porque o Jorge o destina a contabilistas de Hong Kong que, de quando em vez, vêm a esta cidade para o ajudar a tratar de assuntos e negócios. Tenho um mini-lar em Macau, sobrevivo, vivo em busca de melhor vida.
Macau, 15 de Novembro de 1982
Migram as aves,
em busca do calor, do grão ou da frescura.
Assim também os homens,
em busca do ouro, do pão ou da ternura.[1]
Por isso:
Regresso ao meu amor Macau,
após mil falas, dez mil silêncios.
Na foz de um rio de pérolas,
a cidade cicia segredos, envolta em bruma.
Macau, 19 de Novembro de 1982
Apesar de muitos destroços portugueses e chineses coalhando as águas barrentas em volta de Aomen 澳门, a Porta da Baía, gosto muito de Macau, sinto-me bem neste burgo, único em toda a Ásia. Por norma sou bem recebido e não me sinto em terra estranha. Tenho vindo sempre sozinho, a partir das paragens chinesas e aqui, diante de tanta mulher bonita, agiganta-se a minha pena por não ter nenhuma. Tem sido a minha sina sínica. Creio que sei como amar bem uma mulher, como na minha ingenuidade me entrego e desejo partilhar tudo. E habituei-me a receber tão pouco… O que é que falha em mim, no que ao feminino diz respeito?
Espero supremos prazeres e viver com alegria, mas no fundo também sei que gosto de estar triste. Trata-se deste malfadado masoquismo afectivo que tanto compraz ao português puro, a começar pelo primeiro grande modelador da alma lusitana, o meu amigo Luís de Camões, continuado por outro enorme cultivador de paixões infelizes, Manuel Maria Barbosa du Bocage que em Macau, 1789, padecia igualmente de mal amar e de mal viver. Bocage que escrevia: “Camões, grande Camões, quão semelhante/ acho o teu fado ao meu.
E o meu fado também com parecenças com os maiores poetas, e eu, pobre vate coxo e inapto, com uma Dinamene lá longe, em Xangai. Eu, esquartejando-me pela China e por Macau, a viver pobremente da pena, do que escrevo e traduzo, e sempre tudo tão mal pago. Eu, rigorosamente como o Camões (ele em Moçambique) “a comer de amigos”, hoje o almoço pago pelo Joaquim Amaral, ontem o jantar pago pelo Rogério Beltrão Coelho. Eu, com setenta patacas no bolso.
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Nota do autor:
[1] Na tarde de 19 de Dezembro de 1999, no grande espectáculo comemorativo da transição de poderes, da devolução de Macau à China, que teve lugar no Centro Cultural de Macau, os alunos da Escola Portuguesa disseram poemas de Miguel Torga, Camilo Pessanha, António Manuel Couto Viana, Bai Juyi (por mim traduzido para português), António Gedeão, Eugénio de Andrade e, para meu completo espanto e surpresa, o primeiro poema declamado pelos jovens era este, da autoria de António Graça de Abreu, eu próprio.
[Fixação de texto e links; LG]
__________________
Nota do editor:
(*) Último poste da série > 20 de abril de 2019 > Guiné 61/74 - P19700: Os nossos seres, saberes e lazeres (318): No condado de Oxford, a pretexto de um casamento em Fairford (1) (Mário Beja Santos)
3 comentários:
Caro camarada Abreu:
Como conseguiste um cartão de identidade do CTIG?
Eu nos anos 67 a 69 não tinha, aliás não conheço nenhum oficial miliciano que os tenha.
Apenas tenho o de MAFRICA, e mesmo esse já não tem a foto original.
Julgo que esta medida deve ter sido implementada depois de eu vir embora.
Ou se tinha, não o tenho, o que é difícil. Mas também não sei como me identificava nos vários sítios por onde passei, nomeadamente no Clube de Oficiais de Santa Luzia, quando vinha a Bissau e ficava lá a dormir e comer. Teria de ter alguma coisa para mostrar quem era, talvez a Guia de Marcha do meu batalhão? Não me lembro.
Obrigado por um esclarecimento, pois se for caso disso, ainda sou capaz de lá ir buscá-lo, peço-o ao Presidente da Guiné Bissau...
Um abraço,
Virgilio Teixeira
Em 1972 tínhamos estes cartões para fazer no próprio CAOP 1; em Teixeira Pinto.
Quanto à tua outra dúvida, meu caro Virgílio, eu fui asp.of.mil. atirador de infantaria,mobibilizado para a Guiné na companhia 3460 que foi parar ao Cacheu, com o cap. mil. Morgado.Fiz a recruta e a especialidade na EPI,Mafra,
e tinha um problema no ombro direito, a ressaca de uma luxação crómio-clavicular a que fui operado quando desconjuntei o ombro todo num arraial de pancadaria em que me meti. Consegui passar aos serviços auxiliares e fui reclassificado em Secretariado, SP, Serviço de Pessoal, (nunca em SGE,Serviço Geral do Exército, isso era só para outro pessoal, vindo de sargento.)Fui desmobilizado e um ano depois, novamente mobilizado para a Guiné, para o CAOP 1. Era de facto chefe da secretaria do CAOP 1, mas como o trabalho era pouco, os majores e o coronel Rafael Durão que sabiam que eu era atirador de infantaria, de formação,iam-me dando outras pequenas tarefas na não muita logística do CAOP 1. E até acabei por ir parar a a Mansoa e a Cufar. Está tudo explicado, creio.
Abraço,
António Graça de Abreu
23 de abril de 2019 às 01:25
Está claríssimo como a água, a duvida suge, porque nos postes vem ex-alf mil SGE, o que não é, nem poderia ser, como eu expliquei, sei isso perfeitamente, como agora explicas.
Quanto aos cartões devem ser obra nova do nosso caco baldé!
Abraço, e tudo de bom
Virgilio Teixeira
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