Foto nº 13 > Capa do álbum da minha saudosa mãe, "Honra e Glória"
Foto nº 14 > A foto da ordem, a farda nº 1, emprestada...
Foto nº 15 > Eu e o famoso e afamado Pechincha, do meu pelotão, o 3º, CART 2497 / CART 11 (1969/70); era fur mil op esp, e desenhador na vida civil...
Foto nº 16 > Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CART 2497 / CART 11 (1969/70) > O Abílio Duarte na messe, em Nova Lamego, decorada pelo Pechincha, lendo a revista brasileira "O Cruzeiro"...
Foto nº 17 > Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CART 2497 / CART 11 (1969/70) > Uma parelha de Fiat G-91 na pista de Nova Lamego
Foto nº 18 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > CART 2497 / CART 11 (1969/70) >1969 > Praia de Contuboel, no rio Geba
Fotos nº 19 e 19A> Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CART 2497 / CART 11 (1969/70) > Vista aérea de Piche... Pormenor do espaldão do obus, valas e abrigosSão visíveis, para além das instalações do perssoal e o perímetro de valas que circundavam o aquartelamento.
(...) Era um quartel novo, com razoáveis instalações para a CCS e para mais duas companhias operacionais. Tinha água canalizada e gerador elétrico. As instalações do quartel incluíam trincheiras, base de fogos do morteiro 81, três peças 11,4 e as habituais casernas, messe, cozinha e posto de socorros, tudo rodeado por arame farpado, com a respetiva Porta de Armas" (...) (Mendes Paulo, maj cav, 1932-2006)...
Foto nº 20 > Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Nova Lamego ou Piche (?) > CART 2497 / CART 11 (1969/70) > Corte de cabelo, do soldado que, para mim, era um mistério: pessoa muito recatada, os outros obedeciam-lhe, sem qualquer dúvida; muito calmo, dialogante, julgo agora que ele era um líder religioso.
Foto nº 21 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Setor L6 (Pirada) > Paunca > CART 2479 / CART 11 ( 1969/70) > Cerimónia do Ramadão de 1970 em Paunca. Nesse ano o Ramadão começou a 31 de outubro e terminou a 30 de novembro.
Foto nº 22 > Guiné > Zona leste > Região de Gabu > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > Algures > Uma aldeia atacada e destruída pelo IN...
Foto nº 23 > Guiné > Zona Leste > s/l > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > Algures no Corubal... Foto do 3º Pelotão: ao centro, Abílio Duarte bebe água...
Foi dada instrução militar, em Contuboel, donde se formaram duas Companhias de Fulas [CART 11 e CCAÇ 12] e um Pelotão de Mandingas, que foi depois enviado para a Zona de Bambadinca e Xime.
A nossa Companhia era comandada, pelo cap mil Analido Aniceto Pinto [já falecido, trabalhou na Petrogal, com o Tony Levezinho, por exemplo], que muito considero, pois alinhou sempre.
Depois da Formação e Juramento de Bandeira em Bissau, fomos colocados no Leste da Guiné como força de Intervenção subordinada ao Com-Chefe, e depois ao COP 5 de Bafatá.
Durante 14 meses de Operações Militares de toda a espécie, Nomadizações, Colunas, Emboscadas, Segurança na Fronteira com o Senegal, Apoio Logístico no conflito de Buruntuma (Fronteira com a Guiné-Conakri) e Apoio no Deslocamento de Rebeldes de Nova Lamego até à Fronteira com a Guiné, para o Golpe de Estado contra Sekou Touré [, Op Mar Verde], tudo foi feito com dignidade e honra" (...).
Fotos nº 24 e 24A > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > "Eu, dentro do possível, fazendo psico"...
Foto nº 25 > Guiné > Zona Leste > Regiáo de Gabu > Paunca> CART 2479 / CART 11 (1969/70) > "Refrescando-me no SPA de Paunca"... [O depósito de água é um bidão de gasolina da SACOR, Bissau]
Foto nº 26 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca> CART 2479 / CART 11 (1969/70) > A nossa cozinha...
Foto nº 27 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca> CART 2479 / CART 11 (1969/70) > Na suite do Ali Babá em Gabu (Nova Lamego).
Foto nº 28 > Moita, Praia do Rosário > 13 de maio de 2023 > CART 2479 / CART 11, "Os Lacraus", 1969/70 > Convívio > Um grupo de resistentes... O primeiro da esquerda para a direita, na primeira fila (sentados): eu, Abílio Duarte, o Pais de Sousa, o Manuel Macias, o Alf Martins e um camarada condutor, que agora não recordo o seu nome. De pé, e também da esquerda para a direita: o Pechincha, o Silva, o Reina, o Saraiva, o Artur Dias e o Cândido Cunha.
Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Segunda (e última) parte de uma seleção das fotos (*) do Abílio Duarte, ex-fur mil art MA, CART 2479 (mais tarde CART 11 e finalmente, já depois do regresso à Metrópole do Duarte, CCAÇ 11), "Os Lacraus" (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70).
Faz parte da Tabanca Grande desde 27/8/2010. Tem cerca de 7 dezenas de referências no blogue. Esteve no CTIG de fevereiro de 1969 e a dezembro de 1970.
Na CART 2479/CART 11 havia vários militares equipados com máquinas fotográficas além do Abílio Duarte, o ex-fur mil Cândido Cunha, o ex-1º ccabi trms Pais (já falecido) e o ex-alf mil Pina Cabral (também já falecido). Infelizmenmte destes quatro nomes, só o Abílio é membro da nossa Tabanca Grande.
Bancário reformado, residente na Amadora, o Abílio Duarte continua a fazer alguma fotografia, nomeadamenmte por ocasião dos convívios anuais dos "Lacraus". As fotos agora selecionadas são provenientes dos postes abaixo identificados (**)
2. Sobre a primeira máquina fotográfica Canon que comprou a bordo do T/T Timor, escreveu ele:
(...) Entrando na tertúlia das máquinas fotográficas, não quero deixar de deixar algumas palavras sobre a minha CANON.
Comprei-a a bordo do navio que nos levou à Guiné, o "Timor", e que me acompanhou em toda a comissão, tendo ido muitas vezes para o mato.
Foi a minha 1.ª câmara, que me despertou muito para a actividade de fotógrafo, e com ela tirei centenas de fotos e slides. Aprendi o que era abertura vs velocidade, grandes planos, campo de profundidade, etc.
Era uma máquina bastante resistente e tinha um bom estojo, que a salvou de muitas quedas, e apanhou bastantes chuvadas. Tive-a até bastante tempo depois de regressar, mas um dia caiu e já não teve conserto, para tristeza minha. (...)
Uma coisa que estranhei, quando estava na Guiné, é que quando mandava slides para revelar, para a Alemanha, nunca me desapareceu nenhum rolo, o que na altura me deixava bastante satisfeito. (...)
3. Comentário do editor LG (ao poste P15886):
(...) Abílio, então ouve lá: não sabes se as fotos "etnográficas" são de Piche, Contuboel, Nova Lamego ou Paunca...? Sei que passaste por muitos sítios, mas, vá lá, faz um esforço de memória...
(...) Abílio, então ouve lá: não sabes se as fotos "etnográficas" são de Piche, Contuboel, Nova Lamego ou Paunca...? Sei que passaste por muitos sítios, mas, vá lá, faz um esforço de memória...
Eu sei que, quando a gente mandava a uma foto à família, não tinha a preocupação de mandar uma legenda completa... Uma foto era apenas uma forma de "prova de vida"... Se tivesse algum "exotismo", melhor... "Eu e bajudinha", "eu e o homem grande", "eu, junto ao rio Geba, a pensar no rio da minha aldeia"... E "já só faltam 600 dias para vos beijar e abraçar!"... O que eram 600 dias na vida de um homem, mobilizado para defender as costas dos grandes senhores do império?!...
Para a família, a milhares de quilómetros de distância, fazia alguma diferença que a gente tivesse em Paunca ou Piche?!... Coitados dos nossos pais, irmãos e amigos, eles sabiam lá onde ficavam esses lugarejos do fim do mundo!... Eles sabiam lá onde ficava a Guiné, a não ser que ficava a cinco dias de viagem por barco!... E que havia mosquitos, crocodilos e "turras"...
Tirando eles, os nossos pais, irmãos e amigos íntimos, quem dos restantes 10 milhões de portugueses se preocupavam connosco!?... Só quem tinha filhos ou irmãos ou amigos íntimos na Guiné, no ultramar, na guerra!... (...)
Para a família, a milhares de quilómetros de distância, fazia alguma diferença que a gente tivesse em Paunca ou Piche?!... Coitados dos nossos pais, irmãos e amigos, eles sabiam lá onde ficavam esses lugarejos do fim do mundo!... Eles sabiam lá onde ficava a Guiné, a não ser que ficava a cinco dias de viagem por barco!... E que havia mosquitos, crocodilos e "turras"...
Tirando eles, os nossos pais, irmãos e amigos íntimos, quem dos restantes 10 milhões de portugueses se preocupavam connosco!?... Só quem tinha filhos ou irmãos ou amigos íntimos na Guiné, no ultramar, na guerra!... (...)
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 18 de agosto de 2023 > Guiné 61/74 - P24563: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (2): Abílio Duarte, ex-fur mil art, CART 2479 / CART 11, “Os Lacraus” (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70( - Parte I
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 18 de agosto de 2023 > Guiné 61/74 - P24563: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (2): Abílio Duarte, ex-fur mil art, CART 2479 / CART 11, “Os Lacraus” (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70( - Parte I
17 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24321: Facebook...ando (28): Convívio anual da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) em que apareceu, pela primeira vez, o Pechincha, que já não via desde 1969 (Abílio Duarte)
12 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P15968: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte IV: saudades de Contuboel
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28 de março de 2016> Guiné 63/74 - P15910: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte III
16 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15862: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte I
14 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13399: Efemérides (164): O Ramadão de 1970 em Paunca (Abílio Duarte, ex-fur mil art, CART 2479 / CART 11, Os Lacraus, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70)
2 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12380: O que é que a malta lia, nas horas vagas (2): a revista brasileira, ilustrada, "O Cruzeiro" (Abílio Duarte, ex-fur mil art da CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70)
12 comentários:
"Èramos meninos de sua mãe"... Vejam-se as nossas caras antes e depois...
Abílio, devess ter mais material em "stock"...É uma pena alguns dos teus "slides" terenm sido mal digitalizados...Há alguns que ficarm muito "azulados"... Julgo que podes fazer uma nova digitalização, recupoeerando as cores originais...E sem grand4es custos. Um abraço, com saudades de Contuboel. Luís
Deliciosa,essa foto com o puto... E a piada da legenda...Todos fazíamos "psico", não chegava era à metrópole. ...
Como lisboetas, eu nem tanto, mas nem se notava os vincos da escorregadela na tábua, e o Duarte andávamos muitas vezes juntos, e grande parte das fotografias a ele próprio são tiradas por mim. Julgo que a da messe é uma delas.
Há muito poucas fotos tiradas em operações, ninguém se lembraria de levar ou nem sequer haver máquina.
Lembro-me daquela foto tirada no mato, o meu Pelotão também foi naquela Operação e eu estou numa imagem na distribuição de rações de combate.
Havia a moda dos slides com belas fotografias que ficaram por ser reveladas para papel. O Duarte tinha um slide extraordinário dum fim de tarde quente e poeirento em Canquelifá, ao vê-lo só falta ouvir algumas palavras em panjadinca que com este calor de agora até isso estamos a sentir.
Uma rectificação, uma das máquinas de fotografias existentes era do 1º. Cabo Pais de transmissões, já falecido, e não fur.mil Pais de Sousa mecânico.
Na bela fotografia do Duarte com uma criança ao colo, parece ser una menina (brincos e roncos) nas nossas acções de psico 'por uma Guiné melhor', talvez na pequena tabanca de Fasse (Paúnca).
Esta menina devia ter sido uma bonita bajuda e agora mais de cinquenta anos deve ser uma bela avó que está numa fotografia ao colo de um tuga nos tempos da guerra.
Saúde da boa
Valdemar Queiroz
Ora bem, também me quero pronunciar sobre este conjunto de fotos.
Trata-se de algo que, mesmo sem querer, "mexe" connosco, quero dizer, comigo.
Apreciei todo o conjunto mas, especialmente, as que mostram o Pechincha e a foto nº 19 com a vista parcial do aquartelamento de Piche.
As do Pechincha, a primeira, de fatinho aprumado e gravatinha, por ser a imagem que dele tinha (e tenho), já que foi assim que o encontrei em Bissau, que dormi no quarto dele (e de mais dois amigos meus conterrâneos), e que já relatei dois ou três apontamentos em que interagi com ele.
A outra, a do convívio dos "Lacraus" no "Rosarinho" (como por aqui se lhe referem), de Maio deste ano (se tivesse tido possibilidade teria feito uma visita...) onde se vêm os "Lacraus de hoje" e que me dá então a certeza do Pechincha, que gostaria de rever, se encontrar vivo e aparentemente bem. Também lá está o Manuel Macias, que muito prezo e que (re)conheço dos convívios que se vão fazendo. Tenho pena de não ver o Valdemar mas esse, por motivos conhecidos, não tem "saudinha da boa" para poder comparecer.
Quanto à foto 19, com vista parcial do aquartelamento de Piche, deu-me a nostalgia ao ver a "casinha" onde vivi por 6 meses.
Hélder Sousa
Obrigado, Valdemar, já fiz a necessária correção, Pais, 1º cabo trms (falecido), e não Pais, fur mil trns...
Quanto à malta levar máquina a tiracolo, para o mato, "armado em fotocine", é verdade, não era muito habitual... Os páras tinham essa preocupação, para "documentarr os roncos"... A "tropa macaca", não- Na CCAª 12, o ex-fur mil Arlindo T. Roda tem algumas belas fotos tiradas no mato, em operações... A seu tempo iremos fazer um ou mais postes sobre o nosso Tê Roda, o grande fotõgrafo da CCAÇ 12, a par do Humberto Reis(ambos são memnbros da Tabanca Grande).
Espero que este fim de verão (com muito calor e "cacimbo", aqui para os meus lados), não te moleste muito... Luís
Obrigado Luís, tenho aguentado com os estores corridos evitando entrada da claridade sequer.
As tuas melhoras, que para esses lados são bem precisos uns ossos a valer.
Abraço
Valdemar Queiroz
Caros amigos,
Se algum dia tivesse que falar ou escrever sobre uma determinada tipologia ou classe do soldado português que nós admirávamos, esse seria o dos Furrieis, não porque os tivesse conhecido ou convivido de perto, mas porque, no ambiente que conhecemos, na altura, no seio de uma companhia de quadrícula, eles se destacavam por certas características (juventude, empatia, boa disposição, garbo militar, sobriedade, entre outros) que os faziam parecer distintos e, certamente, mais simpáticos que o resto da Malta, era como se tivessem sido especialmente escolhidos a dedo.
É verdade que não se pode generalizar, mas era a impressão com que, na altura, nós ficávamos e, assim como no futebol todos queriam ser o Eusébio e do Benfica, também o Furriel era o nosso modelo preferencial nos momentos das brincadeiras a imitar os adultos.
Em contrapartida, ninguém queria fazer o papel do velho e "rabugento" Sargento da companhia cuja figura se situava nas antípodas dos Furríeis. Se calhar era o resultado dos conflitos próprios inerentes às suas funções no seio das corporações que fazia com que não fosse muito apreciado dos restantes soldados da companhia.
No entanto, ainda me lembro da parte de uma canção que as bajudas da minha terra, mais discretas e criativas, inventaram para fazer eco destas imagens recriadas a partir das observações sobre os soldados metropolitanos, mostrando o quão a nossa comunidade apreciava os nossos jovens e irrequietos soldados portugueses durante a guerra na Guiné (traduzido da língua fula):
"O Capitão bem que pode ser o chefão cá do sítio, mas é o Furriel que me dá a picadela (injecção) no sitio".
Confesso que, ainda hoje, não consigo vislumbrar o significado desta estrofe da canção, mas nunca mais desapareceram do meu espírito as vozes ritmadas das meninas a cantar nas nascentes e lagoas, enquanto batiam com toda a sua força os pesados camuflados nas pedras de lavar a roupa, tendo como fundo o espaço verde e límpido da nossa bolanha no rio Suncujuma, em Fajonquito.
Mas, colocando a parte o imaginário infantil que nos habitava, na altura, os meus verdadeiros amigos eram os condutores e mecánicos auto entre os quais fiz amizades que perduraram no tempo. Infelizmente, pela lei da vida, estão a partir pouco a pouco para a outra dimensão. No ano passado partiu o Elsa, (Oliveira) que, pela primeira vez na vida me entregou o volante do seu Unimog para uma experiência única inesquecível. Assim, também, apetece dizer que " Os Furríeis podem ser os mais garbosos, mas quem me trazia as sobras eram os da Ferrugem".
Com um abraço amigo,
Cherno Baldé
Caro amigo Cherno,
O "furriel" Vinhal agradece a tua apreciação sobre a sua classe.
Dizes muito bem, os nossos homens da "ferrugem" eram diferentes para melhor. Lembro-me de o pequeno Salifo, cuja mãe tinha sido morta num golpe de mão a uma tabanca "inimiga", ter sido trazido para o quartel e ficar ao cuidado dos nossos mecânicos. Dormia nas suas instalações e eram eles que também lhe proporcionavam roupa e comida, além de lhe ensinarem português em troca de ele ensinar crioulo. Era muito pequenino, teria uns 5 anos.
Às vezes era nosso convidado na messe, onde lhe dávamos-lhe lições de "etiqueta", ensinando-o a comer com talheres, o que para ele era muito difícil. De vez em quando, fazíamos de conta, olhávamos para o lado para ele comer como lhe dava mais jeito, com as suas mãozitas.
Um dia o avô, que vivia na tabanca, exigiu o menino de volta o que foi para nós um desgosto. Mas compreendemos.
Pessoalmente, não convivi muito com a população de Mansabá, apesar dos 22 meses de quadrícula, primeiro por me sentir um "invasor" e me achar porventura mal recebido; segundo porque tinha muito trabalho no quartel, além da actividade operacional e terceiro ser pouco sociável, fruto talvez do facto de ser filho único e estar habituado a estar só e a não sentir necessidade de conversar.
No entanto, nos momentos de contacto social, fui sempre cortês e respeitador para com aquelas pessoas que eram diferentes de mim porque eram diferentes os seus usos e costumes. Não sendo os africanos, nem mais nem menos do que nós europeus, porque carga de água haviam de ser "convertidos" ao cristianismo?
Grande abraço
Carlos Vinhal
Tens razão Cherno Baldé, os Furriéis milicianos eram uns bacanas.
Poderia haver um ou outro palerma mais a maioria eram uns gajos porreiros.
Repara como o ex-Furriel miliciano Abílio Duarte pega ao colo a criança-bebé, repara no seu braço esquerdo que a envolve, a segura com todo o cuidado para não cair e aconchegando ao mesmo tempo para não chorar com xiu sorridente para não a assustar.
Esta fotografia é uma obra d'arte, repare-se no braço que segura a menina.
Como não sabemos a patente do militar fotografado podemos catalogá-la :
"Furriel com um bebé ao colo".
Julgo que a fotografia foi tirada pelo Furriel mil. Cunha que era do Pelotão do Abílio Duarte.
Saúde da boa
Valdemar Queiroz
Cherno Baldé, Carlos Vinhal e Valdemar Silva!!
Subscrevo por inteiro os vossos comentários mas retenho o do Carlos que diz...." Aquelas pessoas que eram diferentes de mim por serem diferentes os seus usos e costumes ".
Em suma, a sua cultura que era tão ou mais valiosa do que a nossa.
Os Fur.mil. tinham que gramar com os seus superiores e ouvir e conciliar os seus subordinados.
Para além de que duma forma menos direta contribuíram para que o 25
de Abril fosse em 1974 e não em data posterior.
Abraço fraterno
Eduardo Estrela
Querem história mais linda do que a do nosso camarada e amigo Manuel Joaquim, ex-fur mil armas pesadas inf da CCAÇ 1419 (Bissau, Bissorã e Mansabá, 1965/67), hoje professor do ensino básico reformado, que trouxe para a sua casa e educou, como padrinho, o "nosso minino Adilan", o Zé Manel, o José Manuel Sarrico Cunté...
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/12/guine-6374-p15500-decaras-26-os-homens.html
Mais do que ser furriel, sargento, aferes ou capitão, miliciano ou do quadro, é(era) a formação humana e moral de cada um de nõs que conta(va)... no trato com a população da Guiné... E, claro, a liderança, a orientação superior, o exemplo que vem de cima...
Eu posso dizer que, no geral, tive orgulho nos camaradas que me couberam em sorte (praças, graduados, especialistas, europeus e africanos). Claro, como em todos os rebanhos, há sempre uma "ovelha ranhosa"...
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