domingo, 12 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26380: Ser solidário (277): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (11): Início da parte operativa do projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa e visita a um projecto agrícola comunitário a cerca de 80 km a sul da cidade de Gabú (Renato Brito)

1. Mensagem datada de 9 de Janeiro de 2025, de Renato Brito, voluntário, que na Guiné-Bissau integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa, trazendo até nós mais uma Cartolina, a número 11.

Boa tarde Carlos Vinhal,
Venho por este meio dar-lhe notícia de mais um bilhete-postal. Desta feita o regresso à Guiné-Bissau para dar início à parte operativa do projecto de construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa.
Nesta viagem, pretende-se visitar juntamente com um pequeno grupo da aldeia, um projecto agrícola comunitário a cerca de 80 km a sul da cidade de Gabú. Este projecto envolve 9 aldeias situadas no Parque Natural do Boé.

Este vídeo apresenta uma síntese do projecto:
https://www.youtube.com/watch?v=1vpEar6ISJA

Também, neste Parque Natural trabalha uma associação que tem por objectivo proteger a população de chimpanzés no seu habitat natural:
https://www.daridibo.org/

Ainda, a narrativa de uma interessante expedição ao rio Corubal que atravessa este território:
Corubal 2022 – The last wild river in West Africa
https://www.vigilife.org/en/vigilife-corubal-2022-en/

Dos meandros da internet duas referências:
1- Documentários “Nô Raça” - Série de 14 programas que explora as origens, os locais e as tradições de 13 etnias guineenses.
Lista dos 13 episódios:
https://www.rtp.pt/programa/episodios/tv/p39325/1

2 - Guia das aves comuns da Guiné-Bissau
Download disponível aqui:
https://monte-ace.pt/site/GuiaAves-PNTC_WEB.pdf

Cumprimentos,
Renato


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Notas do editor

Vd. post de 25 de setembro de 2024 > Guiné 61/74 - P25981: Ser solidário (274): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (10): O mel da Guiné-Bissau (Renato Brito)

Último post da série de 9 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26247: Ser solidário (276): A Associação Anghilau ("criança", em língua felupe), fundada pelos irmãos mais novos, Manuel, Miguel e Duarte, do cap cav Luís Rei Vilar (Cascais, 1941 - Susana, 1970), tem nova página na Net

sábado, 11 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26379: Convívios (1013): 59.º Almoço/Convívio comemorativo dos 15 anos de existência da Magnífica Tabanca da Linha, a levar a efeito próximo dia 23 de Janeiro de 2025, em Algés


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Nota do editor

Último post da série de 10 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26372: Convívios (1012): 101.º Convívo da Tabanca do Centro, a levar a efeito no próximo dia 31 de Janeiro, coincidente com a comemoração do 15.º aniversário desta Tabanca

Guiné 61/74 - P26378: Os nossos seres, saberes e lazeres (662): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (187): From Southeast to the North of England; and back to London (6) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 5 de Setembro de 2024:

Queridos amigos,
Se a memória não me atraiçoa, a primeira vez que por aqui passarinhei chovia a cântaros, bátegas ininterruptas, felizmente que se trouxera farnel onde não faltava o obrigatório termo com chá bem quentinho, scones e fruta. Reduziu-se a visita às termas romanas, jurei a mim mesmo que quando houvesse uma oportunidade, uma promessa de céu aberto, aqui regressaria para uma visita mais espraiada. Tem-se sorte quando se viaja em grupo com gente cordata com quem é possível previamente delinear a itinerância, correu tudo muitíssimo bem para o tempo disponível, não desmerecendo nas chamadas visitas de médico viu-se por fora o que justificadamente se devia ver por dentro, e razão tinha a menina do turismo em propôr uma visita de 3 dias. Fica para a próxima, como diz o outro a viagem nunca acaba, quem pode acabar é o viajante no limite da idade ou por falta de curiosidade.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (187):
From Southeast to the North of England; and back to London – 6


Mário Beja Santos

Pouco mais de 80 km separa Faringdon, no condado de Oxford, de Bath, no Somerset, uma viagem com muitos prados, florestas e pequenas povoações. Aonde quer que chegue, a primeira preocupação é pedir a papelada turística, não que desconfie do Michelin, mas há eventos que possam suscitar interesse. Fiquei de beiço caído em frente do teatro Ustinov (presumo que o nome é uma homenagem ao grande ator Peter Ustinov), anunciava num cartaz uma das mais belas peças para barítono ou tenor com acompanhamento de piano, de Schubert, Viagem de Inverno, para meu desconsolo não era espetáculo para aquele dia. A menina do turismo, sem mais nem menos, depois de me dar as boas-vindas, sugeriu uma estadia de 3 dias, não se esqueça dos belos edifícios georgianos, não se esqueça que há um belo museu maçónico, impõe-se uma visita ao teatro real, não é só a cidade e os seus monumentos, experimente fazer a viagem no velho comboio no vale do rio Avon, experimente ir a Chippenhaim, também tem muito para ver… Não me descosi, agradeci a lembrança, de papelada na mão avancei para o centro, não é a primeira vez que venho a Bath, é cidade opulenta, a igreja abacial é mais bela por fora do que por dentro, a estrutura do Circus e do Royal Crescent é de cortar o fôlego, Património da Humanidade, as termas, provenientes da presença romana na Britânia, deixam qualquer um de nós impressionado, tal como os jardins dentro e circundando Bath, não esquecendo que se pode à volta da maravilhosa Pulteney Bridge. Como o tempo é escasso, nem pensar em visitar o interior dos espaços onde viveram Mary Shelley, a autora do livro Frankenstein, e Jane Austen. E procuro não perder mais tempo em divagações inúteis, amanhã tudo mudará, serão 2 dias completos em Londres, mas agora quero viver o presente, Bath é mais do que aprazível.

Teatro Ustinov, fiquei de monco caído, Wintereisse, de Schubert, não é para hoje
Bath Abbey, uma referência do gótico inglês, uma torre impressionante, há que subir 212 degraus, ali se pode ver a cidade por toda a volta
Na mesma rua, o acesso às termas romanas, multidões para entrar
Bem procurei o nome desta belíssima peça que ornamenta a praça, contígua à catedral, não encontrei, fico-me pela boa impressão do labor desta pedra
Um pormenor da Bath Abbey, deixei-me levar pela imaginação de que aquela torre gigantesca chegava às nuvens
Bath é local de vilegiatura para gente endinheirada, disposta a pagar conforto em hotéis de indiscutível imponência. Este é um exemplo entre muitos
Aqui me deixei ficar especado em Pulteney Bridge, há todas as razões e mais uma para que quem aqui arriba queira demorar o olhar na ponte e no rio, ocorreu-me pensar em algo que tem as suas parecenças, a Ponte Vecchio, a mais famosa de Florença, enfim, não passou de uma reminiscência, talvez descabelada
Aqui vos deixo a prova provada sobre a beleza destes jardins, bem sugeriu a menina do turismo que não seria fastidioso um programa de 3 dias para desfrutar de tanta beleza
A grandiosidade arquitetónica de Bath, reside em primeiro lugar nesta pedra amarelada, utilizada em dois espaços icónicos, primeiro o Circus, de que se mostra um pormenor, é uma praça circular com quatro quarteirões simétricos, as casas alinhadas, tudo estilo georgiano, em curvas e contracurvas, é um prazer aqui circundar antes de subir para um outro espaço icónico, o Royal Crescent.
Estas árvores gigantescas davam uma sombra agradável naquele princípio de tarde tão ensolarado
É a marca mais opulenta de Bath, por isso tentei reter a enormidade do espaço em quatro imagens, a UNESCO foi sensível a este conjunto de arquitetónico que abrange o Circus, o Royal Crescent e a Pulteney Bridge, está tudo no reconhecimento de Património da Humanidade e, separadamente, as termas romanas
Já estou a contar os minutos sobrantes, é a fachada da casa de Mary Shelley, a criadora de Frankenstein, dizem-me que vale a pena visitar a casa para conhecer melhor o génio desta mulher
Não sei se se justifica fazer um comentário ao talentoso aproveitamento de uma cabine telefónica que alguém com engenho e arte transformou em radioso mobiliário urbano
E despeço-me de Bath frente à casa onde viveu Jane Austen entre 1801 a 1808, creio que escreveu aqui duas das suas obras, visitar o seu centro permite uma imersão no génio desta escritora do período da Regência. Bath recorda-a graças ao festival Jane Austen, que se realiza em setembro. Agora é regressar à base e pela manhazinha cedo encaminhar-me para Londres, aceitando todos os imprevistos que a antiga capital do império britânico oferece.

(continua)

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Nota do editor

Vd. post de 28 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26321: Os nossos seres, saberes e lazeres (660): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (185): From Southeast to the North of England; and back to London (5) (Mário Beja Santos)

Último post da série de 4 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26346: Os nossos seres, saberes e lazeres (661): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (186): O que é próprio do traço vivo é ser justo e trair. Trai o que desconhece (Júlio Pomar dixit) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P26377: Humor de caserna (94): "Ó meu alferes, telefone à minha mulher e diga-lhe que morri a pensar nela!" ... Ou para o que davam as sezões!... (Alberto Branquinho, "Cambança Final", 2013)

Alberto Branquinho (n. 1944, Vila Foz Coa), advogado e escritor, a viver em Lisboa desde 1970; ex-alf mil, CART 1689 / BART 1913, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), tem 140 referências no nosso blogue; é autor das notáveis séries "Contraponto" e "Não venho falar de mim,,, nem do meu umbigo".

Tem, pelo menos, 8 títulos publicados, desde 2005 a 2023.

Não foi apenas um grande operacional, como oficial miliciano, numa companhia como a CART 1689, a quem foi atribuída a Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, em julho de 1967, como também é um dos melhores cronistas desta guerra, no género do humor picaresco.

 Para além do toque sempre subtil de humanidade, que ele sabe dar às suas histórias, é um mestre no uso da ironia fina. Numa escala de a 1 a 5, dou 4,5 pontos a este genial microconto: em escassa página e meia,  ele descreve magistralmente, numa só pincelada, o clássico quadro clínico das "sezões" (*) que nos apanharam a todos, no mato, e faz um retrato-robô, a corpo inteiro, do soldado português que tanto é bravo na guerra como é um pinga-amor, piegas, emocionalmemnte frágil, trágico-cómico, quando agarrado à cama de uma improvisada enfermaria do mato, chamando pela mãe ou pela mulher quando pensa que vai morrer... (LG)


"Ó meu alferes, telefone à minha mulher e diga-lhe que morri a pensar nela!" ... Ou para o que davam as sezões!

por Alberto Branquinho



− Ó meu alferes, o Angelino quer falar consigo.

O Angelino era um rapaz franzino, mediador de conflitos, sempre a tentar conciliar mesmo aquilo que parecia inconciliável. Mas, para tentar conciliar os desavindos,  não utlizava linguagem contida, cuidada. Pelo contrário, as suas tentativas  para conciliar as partes em confronto passavam por uma linguagem agressiva, insultando, até, os que estivessem a quezilar.

Estava, agora,  prostrado na cama, naquela espécie de enfermaria, que tinha uma porta de ligação para o quarto do furriel e do cabo, enfermeiros. Estava com paludismo. Era a sua primeira experiência.

Depois dos picos de febre, na área dos quarenta graus, vómitos, diarreia, tonturas, que o faziam gritar "Ai, que vou morrer!",  vinham os arrepios e estremeções que abanavam a cama como se estivesse a haver um terramoto.  A seguir, ficava de tal modo prostrado que parecia morto. Era aquela sensação de fim de mundo, apocalíptica, instalada na cabeça.

Quando recuperava da prostração e sentia que as tonturas iam regressar, agarrava-se aos ferros da cama para evitar ser arrastado, de novo, no rodopio infernal, que só existia dentro da sua cabeça. Regressavam, então, os vómitos.

Porque estava a demorar mais do que o habitual, o furriel enfermeiro estava preocupado e desejava, do fundo da alma, que houvesse um médico.

Depois de quatro (ou cinco?) dias de cama, começou, finalmente, a recuperar, a reter líquidos, a comer sopa. Parecia estar a estabilizar, mas sentia-se prostrado, sem forças. O furriel comunicou, então, ao capitão que o Angelino estava a melhorar e não seria necessário transportá-lo para a sede do Batalhão [BART 1913, Catió, S3]

Foi já nesse estado que o Angelino ouviu dizer que o alferes Abreu  iria nesse dia na Dornier [DO-27] para Bissau, para passar férias na Metrópole.

− Meu alferes, o Angelino quer falar consigo. 

O alferes mandou parar o Unimog à porta da "enfermaria". Saltou do carro, entrou e demorou uns segundos a adaptar-se à luz interior. Sentou-se na cama.

− Então, pá, isso está melhor ?!

As mãos do Angelino procuraram as do alferes, enquanto no rosto, macilento, barbudo, corriam duas lágrimas.

− Ó meu alferes, telefone à minha mulher e diga-lhe que morri a pensar nela. Para este número.

O alferes não telefonou. O Angelino não morreu. Quando o alferes regressou, o Angelino, envergonhado, evitava encontrar-se com ele. 

In: Fonte: Excertos de Alberto Branquinho  - "Paludismo". In: Cambança final: Guiné, guerra colonial:  contos.  Lisboa,Vírgula,  2013, pp. 193/194.  (***)


(Título,  revisão / fixação de texto, itálicos: LG)  (Com a devida vénia ao autor e à  editora) 

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Notas do editor LG:

(*) A forma sezões é [feminino plural de sezão].

sezão (se·zão)
nome feminino

1. [Medicina] Acesso de febre, intermitente ou periódica, precedido de frio e de calafrios. (Mais usado no plural.)

2. [Medicina] Doença infecciosa causada por parasitas do sangue do género Plasmodium, transmitida ao homem pelo mosquito anófele. (Mais usado no plural.) = IMPALUDISMO, MALÁRIA, PALUDISMO

"sezões", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2025, https://dicionario.priberam.org/sez%C3%B5es.

(**) Último poste da série > 10 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26369: Humor de caserna (93): o guardador das vacas do Enxalé que violou... a bezerrinha do furriel enfermeiro (João Crisóstomo, ex.afl mil, CCAÇ 1439, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67)

(***) Alguns dos "microcontos" do autor, aqui publicados recentemente nesta série:

12 de setembro de 2024 > Guiné 61/74 - P25936: Humor de caserna (74): " O "Biró-lista", atirador de... morteiro (Alberto, Branquinho, "Cambança final", 2013, pp. 105-107)

22 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25866: Humor de caserna (70): um "tuga"... (de)composto, ou uma estória pícara num almoço fula (Alberto Branquinho, autor de "Cambança final", 2013)

27 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25689: Humor de caserna (68): Passa-palavra, furriel Canhão à frente! (Alberto Branquinho)

17 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25652: Humor de caserna (67): O Spínola teria-se-ia desmanchado a rir, se fosse vivo, e tivesse lido esta história do cabo Abel, contada aqui, em versão condensada, pelo nosso Alberto Branquinho

13 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25636: Humor de caserna (66): Fidju di bó... ou a língua afiada das mulheres guineenses (Alberto Branquinho)

Guiné 61/74 - P26376: O nosso blogue em números (105): estamos mais pobres: perdemos em 2024 mais 9 membros da Tabanca Grande (74 nos últimos 6 anos)

1. Continuando a fazer o balanço (bloguístico) de 2024 (*)... 

Foram 9 (nove) os amigos e camaradas da Guiné, membros da nossa Tabanca Grande, que se despediram da Terra da Alegria, ao longo do ano de 2024.  Ficam em campa rasa, metaforicamente falando, à sombra do nosso poilão.  Guardemos deles e delas as nossas melhores memórias. 

  • A. Marques Lopes (1944-2024) | 
  • Aurélio Trindade (1933-2024) | 
  • Elisabete Silva (1945-2024) | 
  • Florimundo Rocha (c.1950-2024) | 
  • Humberto Trigo de Bordalo Xavier (1935-2024) | 
  • Joaquim Sequeira (1944-2024) | 
  • José Manuel Amaral Soares (1945-2024) 
  • Luiz Fonseca (1949-2024) | 
  • Regina Gouveia (1945-2024) |




A.Marques Lopes (1944-2024)







Elisabete Sillva (1945-2024)





Florimundo Rocha (1950-2024)




Humberto Trigo de Bordalo Xavier (1942-2024).


Joaquim Nunes Sequeira (1944-2024)


Luiz Fonseca (1949-2024)


Regina Gouveia (1945-2024)


2. Nos últimos seis anos, de 2019 a 2024, perdemos 74 membros da Tabanca (25 só em 2021, em plena pandemia), número assim discriminado por anos (**):

2024 =  9
2023 = 13
2022 = 12
2021 = 25
2020 =   9
2019 =   3

Subtotal = 74, que representam 49.3% do total (n=150) dos falecidos desde o início do blogue. Infelizmente este número deve pecar por defeito. Há membros da Tabanca Grande que há muitos anos não fazem "prova de vida".

Os 150 falecidos (de que temos conhecimento) representam 16,7% do nosso total de membros (registados) da Tabanca Grande (n=896).


2. É uma dor de alma ter de listar de novo os nomes dos nossos amigos e camaradas que nos deixaram só nestes últimos seis anos... Aqui vão os restantes (2o23-2019):

  • António Cunha (Tony) (c.1950 -c. 2022) (só soubemos em 2023)
  • António Eduardo Ferreira (1950 - 2023)
  • Armando Tavares da Silva (1939-2023)
  • Carlos Alberto Cruz (1941-2023)
  • Carronda Rodrigues (1948-2023)
  • Cunha Ribeiro (1936-2023)
  • Fernando Costa (1951-2018)(*)
  • Fernando Magro (1936 - 2023)
  • José António Paradela (1937-2023)
  • José Carlos Suleimane Baldé (c.1951-2022) (só soubemos em 2023)
  • José Marcelino Sousa (1949 - 2023)
  • Manuel Gonçalves (Nela (1946-2019 (só soubemos em 2023)
  • Nuno Rubim (1938 - 2023)
  • Zélia Neno (1953 - 2023)

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  • Alcídio Marinho (1940-2021)
  • Aniceto Rodrigues da Silva (1947-2021)
  • Carlos Azeredo (1930-2021)
  • Carlos Domingos Gomes (Cadogo Pai) (1929-2021)
  • Celestino Bandeira (1946-2021)
  • Cláudio Ferreira (1950-2021)
  • Cristina Allen (1943-2021)
  • Cristóvão de Aguiar (1940-2021)
  • João Cupido (1936-2021)
  • João Diniz (1941-2021)
  • Joaquim da Silva Correia (1946-2021)
  • José Eduardo Oliveira (JERO) (1940-2021)
  • José Manuel Dinis (1948-2021)
  • José Martins Rosado Piça (1933-2021)
  • José Pardete Ferreira (1941-2021)
  • Leopoldo Amado (1960-2021)
  • Mamadu Camará (c. 1940-2021)
  • Manuel Amaral Campos (1945-2021)
  • Marcelino da Mata (1940-2021)
  • Otelo Saraiva de Carvalho (1936-2021)
  • Paulo Fragoso (c.1947-2021)
  • Queta Baldé (1943-2021)
  • Renato Monteiro (1946-2021)
  • Torcato Mendonça (1944-2021)
  • Victor Barata (1951-2021)

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  • Domingos Fernandes (1946-2020)
  • Eduardo Jorge Ferreira (1952-2019)
  •  Fernando Franco (1951-2020)
  •  Isabel Levezinho (1953-2020)
  • José Barreto Pires (1945-2020)
  • José Ceitil (1947-2020)
  •  José Maria da Silva Valente (1946-2020)
  •  Libório Tavares (Padre) (1933-2020)
  • Lúcio Vieira (1943-2020)
  • Luís Rosa (1939-2020)
  • Raul Albino (1945-2020)

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  • Carlos Marques dos Santos (1943-2019)
  • Jorge Rosales (1939-2019)
  • Mário Gualter Pinto (1945-2019)
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3 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25030: In Memoriam: Os 14 membros da Tabanca Grande falecidos em 2023 (ou cuja notícia da morte só foi sabida por nós em 2023)

10 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23970: O nosso blogue em números (85): Em 2022, tivemos 12 "baixas mortais" e outras tantas entradas para a Tabanca Grande (dos quais 3 a título póstumo)... Somos agora 867 grã-tabanqueiros, dos quais 129 já falecidos (c. 15%)

4 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22875: O nosso blogue em números (73): em 2021, tivemos 25 "baixas mortais" e 31 novos membros da Tabanca Grande (dos quais 13 a título póstumo)... Somos agora, entre vivos e mortos, 855 grã-tabanqueiros

10 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21754: O nosso blogue em números (70): em 2019 e 2020, entraram 40 novos membros para a Tabanca Grande: somos agora um total de 824 (dos quais 10% já faleceram)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26375: Pensamento do dia (28): "A gente, afinal, só se ri do mal que não faz mal a ninguém, nem a nós nem aos outros"... (Luís Graça)


1. Comentário ao poste P26369 (*):


Bom, João, não se pode dizer que é "humor... negro", porque a expressão (pelo menos, até há pouco tempo) é ou era "politicamente incorreta"... nem muito menos "humor... branco", para mais na tua "nova terra prometida", os "United States of America" (USA)... Seríamos logo apodados de racistas ou supremacistas...

Mas se a sentinela do Enxalé viu, é porque viu. É pressuposto a sentinela ver tudo, para lá e para cá do arame farpado... 

Portanto, a "tua" história só pode ser verdadeira e de resto tu estavas lá, entre as testemunhas (não por teres visto o "ato em si", mas por teres ouvido contar a cena e observado depois a reação do enfermeiro)...

Na época (c. 1965/67) não havia drones, por isso os nossos postes de vigia, no Enxalé,  estavam acima das nossas cabeças bem como do arame farpado. 

Algumas sentinelas tinham alucinações à noite (em Bambadinca um básico viu uma manada de elefantes ao pé do arame farpado, no meu tempo)...Não terá sido o caso do teu sentinela, que, pelo que contas,  era "de olho vivo", não lhe escapava nada ..
Mas essa "cena",  digamos,  de tipo "porno bizarro", e que ajudou a matar o tédio da tua sentinela,  não é coisa assim tão invulgar como isso, na vastidão dos nossos campos ou ou nos exíguos espaços dos nossos apartamentos... 

O comportamento sexual do "homo sapiens sapiens" (que é, antes de mais, um "bicho", um animal, primata, territorial, social e sexualmente promíscuo)...e qualquer que seja o seu fenótipo, tem uma amplitude maior que o espectro do arco-íris, as paleta do pintor, ou a imaginação do contador de "estórias"...

As parafilias, incluindo as zoofilias, são um catálogo quase infindável... E a internet está cheia de vídeos de zoofilias (pornográficas), em que os pobres  animais são vítimas de exploração sexual... (Mas, também é verdade, nunca vi os respeitáveis e púdicos partidos dos animais indignarem-se publicamente contra contra esta e outras violações dos direitos dos animais.)

Mas, abreviando... Esta "cena" diz muito sobre o "teatro do absurdo" que era aquela p*ta de guerra, bem como sobre a "miséria" do nosso quotidiano, nos Enxalés da Guiné... 

De facto, o que é que um gajo podia fazer entre duas "saídas para o mato" ou duas "colunas logísticas" até à vilória mais próxima (para se ir abastecer) ?... Nada, não havia programas de tempos livres, distrações, centros comerciais, restaurantes, cinemas, e coisas dessas... 

Então como se matava o tempo durante dois anos ? (Ainda por cima só havia duas estações, intermináveis, a da chuva e a do tempo seco, e a noite começava cedo como o caraças!)...

O leque de escolhas do combatente era muito limitado: dormir (mal), comer (porcamente), beber (muito, havendo cerveja e uisque), "jogar à lerpa", dar uns chutos na bola, escavar mais o buraco, ler e escrever aerogramas, contar anedotas (parvas), ir a Bissá comprar vacas, apanhar um "esquentamento"  (por causa de uma "cambalhota) ou uma "bilharziose" (por um simples mergulho  no rio ou travessia de uma bolanha),  e pouco mais... (E o pouco mais podia ser, por exemplo, uma minazinha A/P ou A/C, ou uma "bailarina" ou uma roquetada...).

Alguns de nós estavam à beira da loucura: a sorte da tropa é que não havia psiquiatras, e os loucos já viviam enterrados nos seus manicómios (do Enxalé a Missirá, de Mansambo a Guileje, de Jumbembém a Gadamael, do Xime a Canquelifa, etc., sem esquecer o manicómio maior que era Bissau, onde estavam os loucos mais famosos...).

João, no Enxalé, hoje estaríamos todos agarrados aos telemóveis (como estão, dizem os "mentideros" das redes sociais, os desgraçados dos soldados norte-coreanos arrebanhados para a guerra da Ucrânia, a devorar, pobres diabos, filmes pornográficos e a "tocar pívias" entre duas barragens de artilharia...).

Felizmente, João, que hoje aquele tipo de guerra, a do nosso tempo,  de guerrilha e contra-guerrilha ("subversiva e contrassubversiva", diziam os nossos "man...jores"), do toca-e -foge- senão - eu-mato-te, não mais é possível, de um lado e do outro... 

O pobre do Amílcar Cabral, se tivesse nascido setenta anos mais tarde, não ganharia coisa nenhuma, apenas a fama de ter chegado tarde demais à Guiné... Ou nem o Spínola, para se poder cobrir de "honra e glória"...

A Guiné está cada vez mais desflorestada... E com os satélites, os drones, os robôs, a inteligência artificial, o laser, etc., não há mais "heróis do ultramar" nem muito menos "combatentes da liberdade da Pátria"... 

Além disso, João, no nosso tempo havia a 5ª Rep, o Café Bento, onde, de um lado e do outro, se propalavam as pequenas grandes mentiras daquela guerra... Hoje tens uma gigantesca 5ª Rep, à escala mundial, globalizada, a trabalhar para os multimultimilionários que são os donos disto tudo...

João, começo a ter saudades das piedosas mentirolas do Café Bento... E até desses grandes dois grandes atores de opereta que eram o Cabral e o Spinola...

Mas valha-nos, ao menos, o humor de caserna!... Da "nossa caserna"....Saibamos cultivá-lo até ao fim dos nossos dias, sinal de que os nossos neurónios ainda não estão em curto-circuito...

Obrigado, mano, por este pequena preciosidade, que te ocorreu quando ias a caminho do teu ginásio, lá no teu "bairro" de Queens, em Nova Iorque... Não és só tu a rir-te sozinho com "cenas caricatas" (e afinal tão humanas) como estas, a do "dono" da bezerrinha atrás do patife do "djubi" violador... (Quiçá de bisturi em punho, já que o homem era o "barbeiro-sangrador" da companhia: eis um detalhe picaresco com que podes enriquecer a próxima versão desta "estória"...).

Às vezes também me apanho, a mim próprio, a rir sozinho de cenas destas (caricatas, estúpidas, humanas, inofensivas, inocentes, pícaras, deliciosas): a gente, afinal, só se ri do mal que não faz mal a ninguém, nem a nós nem aos outros)...

O nosso "humor de caserna baseia-se assim no velho princípio do "Primum non nocere" da medicina hipocrática (em primeir... Trocando por miúdos, pode- se dizer mal, mas não fazer mal... Nos tempos de correm, de atropelos á liberdade, há muita gente a confundir maledicência com maleficência ...

 (**)

Luís Graça
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Notas do editor:

Guiné 61/74 - P26374: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (32): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte VII: O adeus a Bissau


Foto nº 19 >  O último adeus a Bissau



Foto nº 20 > Já no Atlàntico, em mar alto... O Virgílio Teixeira, ao centro, nesta foto de grupo



Foto nº 12 > Um contratempo: uma lancha da Marinmha vem buscar um militar a bordo...


Foto nº 13 > Uma hora depois, o militar regressa, na mesma lancha da Marinha...






Foto nº 14, 14A e 14B > Partida do Uíge, vista de Bissau Velho


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


1. Texto de Virgílio Teixeira (Continuação) (*)


Agora e depois de ver todo o filme da nossa partida de Bissau, vou comentar algumas fotos e cenas (*)

 
Parte I  -  A nossa partida, Bissau, 4 ago69

Continuando, na saída de Bissau, já estamos dentro do navio e por volta das 12 horas, quando se preparava o apito de partida, aparece uma lancha da qual tirei foto (Foto nº 12). Vieram uns capangas e levaram um aferes miliciano para o QG!... Um alferes cujo nome oculto.

Passadas menos de uma hora lá vem a mesma lancha com o dito, que entrou no Uíge sem nada dizer. Está retratado noutra foto (Foto nº 13(.

Eu sei a história, mas peço desculpa de não a contar, são regras básicas. Esta cena era impensável de acontecer. Mas aconteceu. Um navio com 700 homens a bordo, esperou uma hora para que um militar fosse a terra resolver alguma coisa que estava mal resolvida...

Dentro do Uíge já presentia que algo iria acontecer, pois esse companheiro e já amigo do Porto do tempo de escola, passou a manhã toda virado para mim e perguntava: "E se nos vêm buscar? ".

Muitissimas vezes, até que lhe perguntava porquê, sem respostas. E insistia sempre no plural, eu disse que "a mim ninguém me vem buscar!",,,

Continuando a viagem.


Foto nº 16 > O heli do Spínola,
 sobrevoando o T/T Uíge

Às 13 horas o navio Uige de T/T apita porque vai zarpar, começa a abandonar Bissau, a cidade a ficar mais longe (Foto nº 14), o heli do Spinola  a sobrevoar o navio (Foto nº 16), acompanhado com um bombardeiro T6 para protecção e mais o helicanhão. Várias fotografias anexas.

Tudo está retratado em fotos, que são a minha última despedida daquela terra.

Na primeira refeição a bordo, com o balouçar do navio, tive de correr, pois toda a comida foi borda fora. 
A primeira e única vez, nunca mais me lembrei disso. Era o meu baptismo de cruzeiro.

Em relação às fotos impensáveis, "todos ao molho e fé em Deus" (**), o que vim a saber depois, e agora parece que tem lógica depois das observações pertinentes do Luí e Valdemar, vendo agora melhor e com alta resolução e aumento, percebe-se que o pessoal nas lanchas anda atrapalhado com as malas e afins.

O pessoal do meu Batalhão depois da entrega das instalações em S.Domingos ao novo Batalhão que foi render o nosso, foi para Cacheu onde estiveram uns dias. Na viagem na LDG foi chuva toda a noite, e por isso acho que andam a ver se ainda alguma coisa resta em estado normal.

Eu não vim nessa viagem, já estava em Bissau, e nessa noite em que as nossas tropas faziam as deslocações no Rio Cacheu, eu já estava bem instalado em camarotes individuais , jantar de luxo, bar aberto e música de piano, e o jogo para quem gostava.

Tomamos todas as refeições nos 7 dias (3 a 9 de agosto de 1969) na mesa do comissário de bordo, Eduardo António de Ayala Monteiro. Éramos 6 e ao meu lado tinha o major José Manuel Barros Adão que comandava a força expedicionária rumo a suas casas. Era o comandante do BCAÇ 1932.

Embarcaram no Sal e outro sítio de Cabo Verde , e depois em Bissau as seguintes personagens.

- 1ª classe 47 pax
- 2ª classe 105 pax
- 3ª classe 539 pax

Total 691 militares e algumas famílias .

Ainda sobre algumas dúvidas, neste embarque veio do BCAÇ 1933 a CCS, a CC1790 e CCAÇ 1791. Quanto à CCAÇ 1792 nunca esteve juntamente com o seu comando. Foi para a Guiné um mês depois e veio um mês mais tarde.

Do BCAÇ 1932, vinha a CCS e algumas companhias que nunca soube quais eram.

Durante a viagem foi só apanhar sol (Fotos nº 19 e 20), à noite no terraço ver o mar e estrelas, enquanto que a maioria passava o tempo na jogatina, coisa que nunca pratiquei por não saber, nem me puxar.

Mas, ainda tinha um frete pela frente, nas 6 noites com o pessoal a bordo. Ao terceiro dia ou quarto, fui escalado para Oficial de dia no Uíge. Tanta malta para fazer esse serviço e porque me calhou a mim? Não foi fácil, pois além dos trabalhos normais, que todos conhecem, tinha de assistir às refeiçoes a bordo, pequeno almoço, almoço e jantar.


Foto nº 21 > Um navio (petroleiro)
 rumo ao sul

Ao almoço acontece o impensável. Um levantamento de rancho! Já tinha essa experiência quando nos Adidos em Brá acontece-me o mesmo, mas com o pessoal todo marado e eram centenas. Consegui resolver.
Neste caso e apelando à compreensão dos militares, que isso só iria me prejudicar e eles nada ganhavam com essa greve. Muitos soldados e cabos da minha CCS, com quem tinha laços de amizade e convívio, nas jantaradas que se organizaram ao longo da comissão, as coisas acalmaram e já pude ir dormir descansado.

Só pensava se aquilo corresse para o torto, 
teria de fazer relatórios e não sei que mais, e só me ia complicar a minha chegada e passagem à disponibiidade. Tudo acabou em bem, felizmente.

No quinto ou sexto dia, no alto mar esgotei a última foto dos rolos numa imagem de outro barco a navegar rumo a Sul. Para onde? (Foto nº 21).

Teria tanta foto para tirar se tivesse mais rolos mas esgotei com tudo, incluindo um a preto e branco, nem para a chegada tive a oportunidade de fazer uma fotos.

Fica para a próxima expedição.
 


Foto nº 31 > T/T Uíge: 5 ago 69 > Jantar
à mesa do comandante; o Virgílio, ao fundo, de óculos,
do lado direito

Parte II - O jantar de despedida do  dia 8 de agosto de 1969(**)


Um jantar excecional com farda a rigor, a surpresa da noite foi a entrada de vários funcionários de mesa, com as bandejas e o Peru assado à Condestável, com velas e outrascoisas, dançavam enquanto desciam rumo às mesas. Não dá para esquecer. Nunca tinha andado de cruzeiros ou barcos desta dimensão, era o meu baptismo, imperdoável.

Com musica, a Sinfonia nº 9 de Gelinka e Schubert. (**)

Depois os copos no bar e para quem queria havia musica para dançar se houvesse companhia feminina, e havia algumas senhoras.

Na noite do dia 9 de agosto de 1969 foi jantar normal, e dia 10 às 8h da manhã já se via o Cais de Alcântara e Lisboa. (ou Rocha do Conde de Obidos?)

As cerimónias e tudo o resto que a grande maioria já sabe. Eu até gosto disto, militarista.

Eu tinha à espera a minha namorada (minha mulher ainda), minha irmã e marido que a acompanharam, ela afinal tinha apenas 21 anos.

O nosso Tesoureiro tinha a mulher e filho de 2 anos à espera, e combinamos os 4 almoçar a um Restaurante que visitei sempre que ia apanhar avião para a Guiné.

Em 19set67, quando o avião militar DC6 não levantou voo e fiquei numa pensão (na Ajuda ou Anjos, julgo eu, desaguava em Almirante Torres) apanhava o eléctrico e depois de manhã cedo peguei um Taxi para Figo Maduro).

Mais tarde, nas primeiras férias, quando regressei em inícios de julho de 68;

Depois e finalmente, no final das ultimas férias em abril de 69.

Voltaria mais tarde, quando iniciei as minhas viagens para a Guiné Bissau, 4 no total.

O Restaurante Escorial , na Rua das Portas de Santo Antão, mais duas lojas acima do famoso Gambrinus, onde num jantar do dia 10 de agosto 99, data da minha chegada em 69, encontrei o nosso "Marocas", Mário Soares e familia (mulher, filho e filha).

O Escorial era já nesse tempo um restaurante de Luxo, almoçamos em 10 de agosto 69 os quatro, e mais a criança de dois anos e tal, filho do Tesoureiro. Eu comi sempre Bacalhau
assado na brasa com os respectivos acompanhamentos, o vinho nessa altura devia ser Verde Branco , mas não de lembro e finalmente uma conta sempre de respeito.

De seguida fomos de táxi para Tomar, a tropa foi de comboio e chegamos ao mesmo tempo.

Feito o espólio, recebemos a massa, e uma guia de marcha com data da peluda para o dia quatro de setembro, dia em que passei oficiosamente à disponibiidade.

No dia 11 de agosto já andava à procura do meu carro, na época os Mini 1000.  E ainda nesse mês já tinha ido ao chapeiro arranjar o carro com uma pequena batida. 

A 11 de março de 1971, tinha a minha filha, a primeira, 7 dias e já tive o acidente que marcou o fim do MINI. 

(Revisão / fixação de texto, seleção e reedição das fotos: LG)

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(**) Vd-. poste de 25 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26309: Os nossos regressos (42): Vim com o meu batalhão em 4/8/1969 no T/T Uíge (Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)