Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Guiné 63/74 - P3558: As Boas-Festas da Nossa Tabanca Grande (1): Está na Hora (Santos Oliveira)
1. Mensagem de Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66: com data de 2 de Dezembro de 2008:
Assunto: Boas-Festas
Nesta época que se aproxima, a solidariedade interior parece acordar e dizer-nos, baixinho: ESTÁ NA HORA!
Pois é! Está na hora de recordarmos tudo o que de bom recebemos uns dos outros e de nos alegrarmos e partilharmos o que de melhor existe dentro de cada um de nós.
Para Vós, em particular, e para todos, os meus desejos de tudo quanto de excelente a vida tem para dar. O resto, as Festas, são a parte visível.
Ficar-vos-ia grato se fizessem chegar, estes meus Votos de Boas Festas, a toda a nossa Comunidade da TABANCA GRANDE.
Que tudo vá bem com todos Vós, meus Amigos.
Votos, do
Santos Oliveira
2. Comentário de CV
A equipa editorial agradece e retribui ao Santos Oliveira os votos formulados.
Aos restantes caríssimos tertulianos, aqui fica um repto para todos, para que enviem mensagens de Natal alguma imaginação para serem publicadas nesta série.
Lembro que há duas séries, Feliz Natal, Próspero Ano Novo, Adeus e até ao meu Regresso (*) e O Meu Natal no Mato (**), onde podem relatar os vossos Natais passados na Guiné.
Como acho que os Natais passados naquela terra de África, fossem no mato ou em Bissau, marcaram igualmente todos nós, cada um deve escolher a que melhor se adaptar a si.
_____________
Notas de CV
(*) Vd. último poste da série de 2 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1396: Feliz Natal, Próspero Ano Novo, Adeus e Até ao Meu Regresso (11): 1969, na Missão do Sono, em Bambadincazinho (Luís Graça)
(**) Vd. último poste da série de 24 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2379: O meu Natal no mato (12): Mansoa, 1971: Uma de caixão à cova... para esquecer o horror (Germano Santos)
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5 comentários:
Cada vez mais se desvirtua o espírito de Natal, quer transformando-o num verdadeiro poço de consumismo desmedido, quer mesmo pela antecipação das compras as quais, pasme-se, são feitas de mãos dadas com as crianças para que sejam elas mesmas a escolher as respectivas "surpresas" !
Longe vão os tempos em que, já depois, e ainda assim, desenganados pelo Pai Natal , nos reuníamos naquele misto de fraternidade familiar , e suspense pelas dádivas no sapatinho que miraculosamente apareciam aquando do regresso da missa do galo ….
É o sinal dos tempos no seu pior onde, após o desembrulhar de toda aquela quinquilharia , ficamos perplexos ao questioná-las no confronto com as desigualdades …
É o sinal dos tempos ao mandarmos um email substituto do telefonema pessoal , caloroso , amigo , cúmplice , solidário …
É o sinal dos tempos esta competitividade que não permite que sejamos considerados reactivos à iniciativa dos outros e queiramos demonstrar a nossa pró-actividade em tomar a dianteira …
É por tudo isso que aqui estou , desde já , a desejar-vos as Boas Festas Natalícias !
Aproveito para estender os votos a 2009 no sentido de que esse ano possa vir a ser diferente do que se lhe augura !
Abraços do,
António Matos
Agradece e retribui.
Colaço
Mero registo de curiosidade ou defesa própria do organismo em não se infectar com más recordações ou mesmo o tio Alzheimer a pôr as garras de fora, a verdade é que não relembro o mais ínfimo pormenor do Natal de 1971 !
Admito ter recebido na botifarra algum percutor para depois o instalar numa mina qualquer mas incomodou-me ter percebido da existência duma branca nas minhas memórias ...
Do de 1970, porém, relembro um fabuloso jantar de bacalhau cozido com todos, saboreado como um verdadeiro manjar dos deuses, em Bissau, a convite dum cunhado meu, furriel enfermeiro, que por sua vez tinha sido convidado para o repasto na casa dum sargento que se fazia acompanhar da mulher, numa noite muito quente, tendo como música de fundo uma flagelação a Tite.
Eu estava internado no hospital a tratar duma duodenite e devo ter conseguido desenfiar-me, não recordo os pormenores ...
António Matos
Camarada António Matos
Acabo de vir dar a minha passagem quase diária ao Blogue, li os teus Comentários, aprecio-os pelo que pretendem dizer e mesmo pelo que dizem, respeito-os, sinto um pouco do que sentes mas não a necessidade de tomar a dianteira no envio deste (ou doutros) Mails. Faço-o porque privilegio o Contacto telefónico que ao longo deste pequeno período é o possível, pelas condicionantes das Vidas de cada um.
Infelizmente não tenho a mobilidade e disponibilidades de tempo de estar com Camaradas e o seria impossível com todos. Faço-o, porque faço, porque já o fazia desde há muitos anos, uns 10, pelo menos, mas apenas estou no Blogue desde Nov/Dez do ano passado, o que veio perturbar, entenda-se, todo o sistema do comunicar caloroso , amigo , cúmplice , solidário … como preferirias e referes.
Entendo que a mensagem que fazes passar é a do consumismo/materialismo que, infelizmente, tendo tu plena razão, jamais, amigo, jamais foi por mim praticada tanto com a minha filha ,como com os meus netos.
Nestes quase 41 anos da minha filha, fui, sim, apelidado, pelos Companheiros, de duro conservador dos costumes ancestrais. Não havia o misterioso Pai Natal, mas estava presente, sempre, o PAI (eu) NO NATAL.
As questões culturais são sempre discutíveis e de respeitar.
As inovações pró-activas e tomar a dianteira no despertar duma época, só o podem ser se considerarmos o ditado que é usualmente praticado pelos Portugueses: "...tudo no último dia. Tudo na última hora".
Votos renovados de Boas Festas
Santos Oliveira
PS: Estas Festas são, maioritariamente, de Católicos. Eu não sou Católico. Respeito as Tradições mais profundas do meu Pais.
A todos os numerosos leitores do blog e dos correspondentes comentários, dum modo geral ;
Ao camarada Santos Oliveira muito em particular ;
Caríssimos,
Não sei se o engenho e a arte me serão favoráveis e me capacitam com a clarividência necessária para vir a terreiro esclarecer o meu raciocínio exposto como 1º comentário ao post do Santos Oliveira.
Deixem-me antes de mais apelar para aquela máxima de que cada leitor sua interpretação e se estes textos fossem considerados obras de arte, eu ficaria muito satisfeito que os meus proporcionassem uma total liberdade interpretativa .
Quer Picasso quer Salvador Dali se recusavam terminantemente a explicar os seus quadros para que, quem quer que fosse, interpretasse aquilo que via independentemente da ideia conceptual do autor.
Os nossos textos, porém, não assumem a dimensão das obras daqueles daí que se torne, de facto, útil algum polimento das arestas que possam ter molestado a sensibilidade de alguém.
Meu caro Santos Oliveira, pareceu-me que terias extrapolado demasiado à letra o que eu escrevi o que criou a necessidade de demonstrares que tinhas sentido alguma picardiazita da minha parte.
Do facto de o meu texto ter dado azo a isso, limito-me a apelar à tua grande generosidade e fazeres o favor de veres nele apenas, e tão só, uma constatação dos tempos modernos, aos quais sou obrigado, em parte, a condescender, pela inevitabilidade da harmonia.
Qualquer outra conclusão tornar-se-à extemporânea, no entanto, aqui ficam expressas as minhas desculpas pelo mal estar que te possa ter provocado.
Tenho-te como um grande bloguista e aprecio os teus dizeres.
Pela torrente documental com que dás vida a este sítio ( eu ainda ando por aqui há pouco tempo ) também te arriscas a uma ou outra apreciação menos correcta de alguém e se um dia essa fôr a minha situação, não terei pejo em te contactar pessoalmente para esclarecer o sentido da coisa e depois, se fôr caso para isso, transcrevemos para o blog.
Certo que tudo fiz no sentido do cabal esclarecimento do meu comentário, fico crente na tua compreensão.
Um abraço amigo,
António Matos
PS - depois de ler e de reler este meu comentário, assaltou-me a dúvida se teria interpretado bem o teu. Não te peço que mo expliques, claro, responde-me só se sim ou não, ok ?
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