1 - Apesar de não ser Tertuliano, o nosso Camarada-de-armas Abreu dos Santos, (cumpriu a sua comissão em Angola), além de um grande estudioso da global catarse da nossa guerra em Àfrica, é um atento acompanhante da vida do nosso blogue, nomeada e directamente, aos relatos, estórias, factos e acontecimentos relacionados com a frente da Guiné.
2 - Assim, o Abreu dos Santos ao tomar conhecimento do poste P4485, com data de 09JUN2009, da autoria do Armandino Alves, que foi 1º Cabo Enf da CCAÇ 1589, onde se referiu a helis (?) avistados em Béli, tentou descobrir algo mais que pudesse complementar e reforçar a realidade da “visão” deste nosso Camarada, tendo-me enviado em 29JUN2009, o seguinte e-mail:
Estimados veteranos que andaram por matos e bolanhas da Guiné,
Retomando a m/msg do pretérito dia 9, e para ajuda de memória, anexo ilustrações das aeronaves referidas em comentário, no v/p4590, pelo veterano José Nunes (ex-1º Cabo Mec Elec BEng 447 1968-70).
Nesta oportunidade, reproduzo foto do antigo e-mail sobre o assunto do "helicóptero" (vd P2144 de 30SET2007).
Foto do heli: © Diamantino Pereira Monteiro (1967). Direitos reservados
Foto do bimotor: Autor desconhecido
Sobre este assunto e procurando mais informação o Abreu dos Santos, dirigiu em 03OUT2007 09, ao Arquivo Histórico, um e-mail solicitando eventuais comentários e, ou, documentos sobre esta matéria, tendo recebido a resposta a seguir reproduzida:
Assunto: Heli-apoio ao PAIGC - Ago67
Exmo. Sr. Abreu Santos,
Após consulta à documentação existente no Arquivo Histórico, nada consta sobre a captura do Helicóptero na Guiné no ano de 1967.
Mais informo que sobre a BA12 em Bissalanca temos muito pouca documentação.
Com os nossos melhores cumprimentos,
Arquivo Histórico da Força Aérea
"De quem ficam memórias soberanas"
Cumprimentos,
Abreu dos Santos
_________
Notas de M.R.:
(*) Permitam-me acrescentar que, pessoalmente, acho lamentável e incrível que no “Arquivo Histórico da Força Aérea”: “… sobre a BA12 em Bissalanca temos muito pouca documentação.” Também acredito, sinceramente, que o seu actual Director e restante pessoal é completamente alheio a este fenómeno.
(**) Vd. outros postes desta série em:
26 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4590: Controvérsias (21): O helicóptero do PAIGC, visto na zona do Cacheu pela 1ª vez na madrugada de 13/10/64 (António Bastos)
16 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4536: Memória dos lugares (31): Béli, CCAÇ. 1589 (1966/68) (Armandino Alves)
6 comentários:
Parabens por este exercicio de memória colectiva.
Camarada,são as mesmas fotos que tenho,só que no caso do avião a minha,foi tirada em Bissalanca e têm ao lado o velho Dakota.
Estranho que não apareça alguém de Aldeia Formosa pois consta que foi nesta pista que a aterragem se fez.
por mail irei pôr ao Sr. Abreu Santos outra questão pra ele investigar.
Cordiais Saudações.
José Nunes
!ºCabo Mec Elect.
Brá Beng447
68/70
Sim senhor, excelente trabalho de pesquisa, revelando metodologia e persistência.
Está de parabéns o Abreu dos Santos que nos facultou o seu trabalho e também o Blogue por ser capaz de canalizar este tipo de contributos.
Então, afinal, sempre houveram aparelhos dos do tipo apresentados?
E eu que ia jurar que "quase" tinham chamado alucinados aos camaradas que se referiram a eles?
E esta, hein?
Hélder S.
Boa noite Camaradas
è verdade sim senhor. Eu pus em dúvida a existência do heli inimigo. Não me ocorre se referi alucinações, mas duvidei sinceramente. Porque não fazia sentido voarem de noite, quando os nossos já não saíam.
E que sistema de navegação seria utilizado?
Pronto, esta já encaixei. Acho que tenho que pedir desculpas, quer ao Armandino Alves, quer aos restantes que se referiram ao aparelho.
Abraços fraternos
José Dinis
P.S.
Ainda me custa a crer.
Zé Dinis nem parece teu a razão porque voavam de noite? É simples estavam salvos de serem abatidos pela nossa força aérea que embora fraca, era muito superior á do inimigo.
Sabendo eles que da nossa parte não havia meios aéreos durante a noite, era só evitar sobrevoar os aquartelamentos.
Parece-me que isto é o mais primário que há.
Se cometi alguma gafe as minhas respeitosas e honrosas desculpas
Cumprimentos Colaço.
Ó Colaço,
Nem tudo o que parece é! - dito popular. Se por acaso pareci esperto, não serei assim tanto. Claro que não houve gafes entre nós. O que eu não estava à espera é que o heli sobrevoasse o nosso território sem ser caçado no radar.
E quanto à deslocação solenciosa, ainda tenho que a perceber melhor, na medida em que mun território tão pequeno e tão povoado por tropa, a brisa não o poderia proteger consecutivamente.
Admito que explorasse a noite enquanto a F.A. descansava. Mas teria que ser detectado uma vez.
As questões assim postas vêm levantar suspeitas sobre vários comportamentos e tratamento de informações - se as houve.
Um abraço
JD
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