terça-feira, 25 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6466: A minha CCAÇ 12 (2): De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (Luís Graça)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Fevereiro de 1970 >  Região do Xime >   1º  Grupo de Combate, comandado pelo Alf Mil Inf Op Esp Moreira, no decurso da Op Boga Destemida, uma operação sangrenta...  Foi uma subunidade de intervenção, duramente usada e abusada pelo comando dos BCAÇ 2852 (1968/70) e BART 2917 (1970/72)  (*)


Foto: © Arlindo T. Roda. Direitos reservados


Niassa > Navio misto (carga e passageiros), de 1 hélice, construído em 1955, na Bélgica, registado no Porto de Lisboa, e abatido em 1979. Dados técnicos: comprimento: mais de 151 metros; arqueação bruta: c. 10.742 toneladas; potência: 6.800 cavalos ; velocidade normal: 16,2 nós; alojamentos para 22 em primeira classe, 300 em classe turistica, no total de 322 passageiros; nº de tripulantes: 132; armador; Companhia Nacional de Navegação - Lisboa. Fonte: Navios Mercantes Portugueses (2004)

Sobre o Transporte marítimo de tropas para o Ultramar, pode ler-se no  Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra:

 "Em finais dos anos 50, depois de investimentos públicos de grande envergadura, a marinha mercante portuguesa teve o seu desenvolvimento máximo. Contava, nomeadamente, com 22 paquetes, no total de 167 mil toneladas. Entre eles estavam os quatro gigantes: Santa Maria, Vera Cruz, Príncipe Perfeito e Infante D. Henrique, com cerca de 30 000 toneladas cada, capazes de transportar mias de 1000 passageiros ou mais de 2000 soldados.

 "Muitos destes paquetes foram requisitados em diversas ocasiões para transporte de tropas, muito especialmente na fase inicial da guerra, e as restantes unidades da marinha mercante seriam essenciais para manter o esforço em África. Os paquetes mais requisitados na ligação a África foram o Vera Cruz, o Niassa, o Lima, o Império e o Uíje.

"O Niassa foi o primeiro paquete afretado como transporte de tropas e de material de guerra, por portaria de 4 de Março de 1961, mas seria o Vera Cruz a fazer mais viagens, chegando a realizar 13 num ano. Em 1961, efectuaram-se 19 travessias por nove paquetes em missão militar e o ritmo aumentou à medida que a força expedicionária em África crescia: em 1963, tinham-se efectuado 27 viagens por oito paquetes e, em 1967, 33 por nove. Até 1974, o mar era a grande via de ligação ao império, tendo mais de 90 por cento da carga e de 80 por cento do pessoal metropolitano empenhado na guerra sido transportado em navios" (Fonte: Centro de Documentação 25 de Abril).




Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector de Contuboel > Aquartelamento de Contuboel > Junho de 1969 > CCAÇ 2590/ CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71) > Os 1ºs Cabos Cripto Gabriel da Silva Gonçalves (à esquerda) e José António Damas Murta (à direita), junto ao abrigo de transmissões. Em Junho e Julho de 1969, foi administrada aos futuros soldados (guineenses) da CCAÇ 12 a instrução de especialidade bem como a IAO (LG).

Foto: © Gabriel Gonçalves (2008). Direitos reservados


1.  De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (**)...

Eis como era a máquina do Exército (burocrática e totalitária, como todas as máquinas dos Exércitos de todo o mundo) nos arrancou, meninos e moços, das nossas terras e nos levou para as bolanhas e matas da selvagem Guiné...

Muitos dos combatentes da "guerra do ultramar" passaram por este percurso, aqui descrito ou advinhado, e nomeadamente os que foram parar ao CTIG (Comando Territorial Independente da Guiné): Campo Militar de Santa Margarida, IAO, viagem nocturna, de comboio, pela linha da Beira Baixa até ao Cais da Rocha de Conde de Óbidos, embarque no Niassa, adeus pai, adeus mãe, adeus amigos e companheiros, adeus minha terra que vou para longe, Tejo meu, Madeira, mar encapelado dos Açores e das Canárias, vómitos e saudades, trópicos, África, Guiné, o insuportável mix calor e humidade de Bissau, a LDG Rio Geba acima, Xime, Bambadinca, Bafatá, Contuboel...

Vale a pena conservar alguns tiques da linguagem castrense da época... Algumas siglas já não as sei descodificar... Era ainda o país de Suas Excelências. E do respeitinho. Da lei e da ordem. O país do Deus, Pátria e Família. Das missas campais e das paradas militares. Do patriotismo (para mim, serôdio e decadente)...

Por muito estranho que pareça, era o nosso país, a nossa pátria, de há 40 anos... Em 3 de Agosto de 1968, Salazar  tinha caído da sua cadeira, depois de mandar o Spínola para a Guiné dois ou três meses antes. Em 27 de Setembro o seu antigo delfim, Marcelo Caetano,  vem substituí-lo na Presidência do Conselho de Ministros.

Em 1969 há ainda quem acredite, ao ler-se o Expresso, na "primavera marcelista"... Em Bambadinca, eu recebia o Comércio do Funchal... e creio que era o único da minha companhia, a par do capitão, que estava inscrito no recenseamento eleitoral, tendo votado nas fraudulentas eleições para a Assembleia Nacional em 26 de Outubro de 1969... Ou melhor: não sei se votei, se votei em branco ou se rasguei o boletim de voto... Creio que o candidato pelo círculo da Guiné era o Pinto Bull, acusado na época de ser um colaboraccionista... Morreu já em 2005, de certo modo injustiçado. Na época, acusei-o, apressadamente, de ser um Tchombé.


2. Mobilização para o CTI da Guiné (***)

Pela nota-circular nº 00864/PM-Pº 18/2590 da Secção de Administração e Mobilização de Pessoal da 1ª Repartição do Estado-Maior do Exército, de 14 de Fevereiro de 1969, era dada ordem para se proceder à mobilização da Companhia de Caçadores 2590, destinada a reforço do Comando Territorial Independente (CTI) da Guiné, e tendo como Unidade Mobilizadora o RI [Regimento de Infantaria] 15.

A mesma nota determinava que os quadros da CCAÇ 2590 seriam do origem metropolitana, sendo o restante pessoal fornecido pelo recrutamento da PU [Província Ultramarina](89 praças, das quais 11 cabos).

A apresentação do pessoal mobilizado pela Metrópole fez-se no Campo Militar de Santa Margarida, de 3 a 8 de Março de 1969. Tirada a Escola Preparatória de Quadros e a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional [IAO], os quadros da Companhia entravam de licença da NNAPU, de 31 de Março a 9 de Abril, ficando prontas para embarque a partir de 11.

A cerimónia de despedida realizou-se no átrio da Capela do CIM, com missa campal, bênção o e entrega dos guiões. O Comandante  [, Excelentíssimo, segundo a linguagem da época, ] do RI 15 proferiu a alocução de despedida às tropas expedicionárias. Imagino o que terá dito, mas já não tenho pachorra para reconstituir...

Tendo embarcado no Niassa a 24 de Maio, juntamente com outras Companhias independentes como a 2591 e 2592 [, futuras CCAÇ 13 e 14,], chegamos ao CTI da Guiné em 29, pelas 21 h, tendo desembarcado no dia seguinte de manhã.

A 31, no Depósito de Adidos, Sua Excia, o Comandante-Chefe das Forças Armadas, Brigadeiro António de Spínola, passa revista às tropas em parada e dirige-lhes palavras de boas-vindas.  Também já não me lembro do discurso, de circunstância, pronunciado naquela inconfundível voz de ventrícola do nosso Homem Grande (Reconhecê-la-ia até no inferno).

Colocados em Contuboel (Sector L2, Zona Leste, a norte de Bafatá, a meio caminho da fronteira norte),  a fim de darmos a segunda fase de instrução ao nosso pessoal africano, embarcamos em LDG [Lancha de Desembarque Grande] para o Xime, a 2 de Junho, tendo seguido depois em coluna auto até ao local destinado. Um dia de viagem, exaustivo, extenuante, com o primeiro grande banho de pó e de emoções: íamos descobrindo a Guiné profunda, da tensa viagem entre o Xime e Bambadinca, com a ponte do Rio Udunduma, recém-dinamitada e parcialmente destruída pela guerrilha, na mesma noite do ataque a Bambadinca (28 de Maio de 1969)...

Os quadros da CART 2479 [futura CART 11 e depois CCAÇ 11, a que pertenceu o meu amigo Renato Monteiro, o homem da piroga] já tinham dado, entretanto, a instrução básica àsas nossas praças africanas, de 12 de Março a 24 de Maio, em Contuboel.

A cerimónia do Juramento de Bandeira realizara-se em Bissau, a 26 de Abril, na presença do Comandante-Chefe (sempre Excelentíssimo). A instrução da especialidade teve início imediatamente a seguir à nossa chegada a Contuboel. Ao longo de um mês e meio, em plena época das chuvas, os nossos graduados aprenderam a conhecer os elementos dos seus futuros grupos de combate.

Integrada na "nova força africana", a futura CCAÇ 12 receberia a visita, durante a semana de tiro,  Brigadeiro António de Spínola que se inteirou pessoalmente do nível de instrução ministrada às nos­sas praças africanas.

Os exercícios finais da especialidade efectuaram-se de 6 a 12 de Julho, a 10 km ao norte de Contuboel. A 18 de Julho, finda a instrução, a CCAÇ 2590 [futura CCAÇ 12] é dada como operacional, sendo colocada em Bambadinca (Sector L1, Zona Leste).

3. A solicitude do Homem Grande

A presença de Spínola, brigadeiro, já com um ano de Guiné, na cerimónia de juramento da bandeira dos soldados da PU (província ultramarina) da Guiné não deixa de ser significativa do seu empenho pessoal no projecto de africanização ou, melhor, guineização da guerra. A futura CCAÇ 12 é uma das primeiras unidades da "nova força africana". Spínola visitar-nos-ia várias vezes, incluindo na nossa semana de campo, em Contuboel. Tal gesto tinha um especial significado para as nossas praças africanas e para alguns de nós, quadros metropolitanos.

Confesso que nunca simpatizei com a personagem. De resto, nunca o escondi. Digo-o, sem com isso querer escamotear ou ignorar o seu papel nas mudanças operadas em Portugal com o 25 de Abril de 1974, nem muito menos ofender os seus admiradores. Para todos os efeitos, é uma figura de referência nacional, e como tal a sua memória deve ser respeitada. Competirá aos historiadores definir o seu papel da nossa história.

Na época em que demos a instrução de especialidade às nossas tropas africanas (de Junho a meados de Julho de 1969), Contuboel era, ainda era, um oásis de paz. Lá ainda se podia brincar às guerras num raio de alguns quilómetros, no meio de uma vegetação luxuriante e de belíssimas tabancas mandingas.

Lembro-me de haver lá uma serração de um empresário português, o que indiciava abundância de madeiras exóticas. Ao longo dessas curtas e rápidas semanas aprendemos a conviver com os nossos soldados fulas (e alguns futa-fulas, dois mandingas e um mancanhe, num total de cerca de 100 homens). A maior parte não falava o português, o que dá uma ideia do grau ou do esforço penetração da nossa cultura, no leste da Guiné, depois de "cinco séculos de missão civilizadora"...).

4. Contuboel, far from the Vietnam

Nestas condições, a instrução de especialidade, como se deve imaginar, não foi nada famosa. Estávamos a milhares de quilómetros do nosso ponto de partida, o Campo Militar de Santa Margarida, onde, ainda me recordo, também brincámos às guerras, e fizemos os nosso roncos (no essencial, assalto aos acampamentos do IN a fingir, e pilhagem de tudo o que era bebível e comestível).

Em plena época das chuvas, ainda em fase de adaptação ao terrível clima da Guiné, hostil a qualquer tuga, em farda nº 3, espingarda automática G3 ao ombro e cartuchos de salva nos bolsos (à cautela, não fosse o diabo tecê-las, os graduados, metropolitanos, levavam alguns carregadores com bala real...)... Estão a imginar esta guerra-de-faz-se-conta ?

Era ainda a dolce vita da Guiné (como eu escreveria no meu diário), aqui e ali perturbada pelas histórias que a velhice nos contava, a nós periquitos, de Madina do Boé e de Guileje, "lá longe no sul" (sic)... A companhia de tugas aquartelada em Contuboel havia participado na dramática operação de retirada do campo fortificado de Madina do Boé, que custara a vida cerca de meia centena de militares portugueses, em finais de 1968; e também na grande Op Lança Afiada, que durante uma semana, em março de 1969, varrera todo o triângulo Bambadinca-Xime-Xitole até ao Rio Corubal (efectivos das NT: 1300 homens, cincoluindo carregadoers...).  Duas histórias já aqui contadas e recontadas...

A 18 de Julho de 1969 , a futura CCAÇ 12 (que, por enquanto, ainda era a CCAÇ 2590) é dada como operacional. Atendendo à origem étnico-geográfica das suas praças, por sugestão do Com-Chefe, ficamos radicados em chão fula, às ordens do Batalhão de Caçadores 2852 (1968/70), com sede em Bambadinca...

A 21 de Julho, menos de dois meses depois da nossa chegada à Guiné, quando ainda nem sequer tinham sido distribuídos os camuflados à nossa tropa africana, temos a nossa primeira "saída para o mato" (sic) , seguida do nosso "baptismo de fogo"...

De facto, em Madina Xaquili, temos o nosso primeiro ferido grave, evacuado para Bissau; e a 28, mais dois feridos graves, numa ataque nocturno àquela aldeia fula que será definitivamente abandonada pela sua população e, mais tarde (em Outubro), pelas NT.

Para três dos nossos soldados africanos, a guerra havia acabado, mal começara: ficarão definitivamente inoperacionais e/ou incapacitados, não sem que um deles tenha de passar, primeiro, por outro inferno, o do Hospital Militar da Estrela, em Lisboa...

Pergunto-me, com amargura, 40 anos depois: o que será feito de vocês, valentes soldados ? Tu, Sori Jau (3º Gr Combate, evacuado para o HM 241); tu, Braima Bá (inoperacional) e tu, Udi Baldé (evacuado para Lisboa e retornado a casa com 35% de incapacidade física), ambos do 2º Gr Comb ?

Madina Xaquili é uma história para contar noutro dia. Ficava perto de Dulombi, no sub-sector de Galomaro que, se não me engano, foi depois transformado em Sector L5 da Zona Leste. Contuboel fazia parte do sector L2.
_______________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 9 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCLXXXVIII: Violenta emboscada em L (Op Boga Destemida, CCAÇ 12, CART 2520 e Pel Caç Nat 63, em Gundagué Beafada, Fevereiro de 1970) (Luís Graça)

 (**) Vd.. primeiro poste da série > 21 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6447: A minha CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (1): Composição orgânica (Luís Graça)

(***) 23 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - LXXIV: A nossa mobilização para o CTI da Guiné (CCAÇ 12) (Luís Graça)  

10 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Luís Graça

No mesmo Barco e no mesmo dia, também eu parti rumo à Guiné, em 24 de Maio de 1969, como exprimi no” Poste 5640”, excerto que segue:
Em 24 de Maio 1969, por volta do meio-dia, deixo o Porto de Lisboa no N/M Niassa, rumo à Guiné. Foi emocionante e comovente, ver aquela moldura humana de familiares e amigos a despedirem-se. No cais, eram uns com lenços nas mãos a acenar, outros com lenços nos olhos, no nariz, na boca, outros deitavam as mãos à cabeça, enquanto outros apertavam a barriga, cada familiar e amigo expressava queixume e desespero com o sentimento de gesto diferenciado. Um quadro impressionante que me fez cogitar e questionei-me:

- Será, que é a atitude mais acertada, eu empenhar-me a defender a Pátria e a Bandeira neste caso?

- Será, que têm razão os que desertam, como fizeram alguns da minha terra?

Fiquei confuso, ao ver tanto rosto carregado de tristeza, fisionomias que transpiravam sofrimento e mágoa e, pensava:

- Não será esta expressão de dor uma manifestação de revolta colectiva amordaçada, e estão aqui os familiares a despedir-se dos seus ente queridos, como que a implorar, alertar e sensibilizar, os responsáveis do País, para ver o que estão a fazer à "mocidade"…?

- Se a minha família soubesse que eu estava de partida, também estariam aqui com este pranto? Estas e outras dúvidas apoderaram-se do meu pensamento…
Fiquei esmagado, senti-me qual neutrão, quando se dá a explosão da bomba atómica, insignificante!

Como era rendição individual, no barco, não tinha laços de proximidade com ninguém. Não havia conhecidos. Fui escalado para ficar responsável, por um grupo de dez homens para juntamente com dois, irmos buscar a alimentação à hora das refeições. Após a distribuição da mesma, cada um arranjava o melhor local onde podia comer, era no chão, nas escadas, onde houvesse um buraquinho, era a lei do desenrasca, mais parecíamos uns indigentes. Quanto a dormir e higiene, o mínimo que se podia dizer é que eram condições desumanas, era uma promiscuidade!

Um abraço

José Corceiro

Torcato Mendonca disse...

Luís Graça: não tenho tido, para com o blogue a atenção e o tempo que costumo e com agrado dispensar. Curioso um fulano fechar um livro definitivamente, fui fechando livros ao longo da vida e não mais os abri. Fiz excepção com a Guiné e o blogue. Li e como sempre gostei... gostei do poder de sintetize, das entrelinhas, é próprio da nossa geração,do ir dizendo tudo...o patriotismo. o Expresso, a primavera...e o P. Bull a deputado, o C.Chefe e o discurso inflamado, tremido com monóculo quase a cair - e não caía - a africanização da guerra e a língua...os five séculos de impérios e deboche. O V/baptismo de fogo em Madina. Creio já ter falado nisto e confirmas agora. "Trabalhava" com o meu Grupo para a 2405 de Galomaro- COP 7 com os Páras - e fui levar para o buraco de Madina Xaquili uma companhia africana. Eram vocês. Conhecíamos a zona,falamos com alguém vosso e regressamos com as viaturas pois havia um curso de água moroso a passar.Já noite estávamos em Galomaro. Tenho um nó na memória que não desatou bem: ou ouvi no regresso os rebentamentos e soube ao chegar a Galomaro ou foi no dia seguinte??? Não desata bem. Parece que ouvimos ainda no regresso. Época de chuvas, trovoadas, transmissões difíceis...mas o que prevíamos aconteceu e os olhares temerosos da população diziam-nos muito, com 18/19 meses de mato,puta de guerra. Naqueles meses a actividade IN era grande; de Mansambo a Cansamba era dia dia sim bernarda...giro e lá iamos cantando e rindo...li o comentário do J.Corceiro questões com pertinência...e agora? Bem agora estou a desgastar tempos e a sentir-me velho ou nostálgico? ou nada disso...Olha Camarada um AB do TM

Manuel Joaquim disse...

Oh Torcato, querer escrever "síntese" e sair "sintetize",para quem redige tão bem como tu,incomoda?!Deixa lá!
Respondo a este teu coment. para te agradecer o teres caracterizado este texto(poderia ser "os textos") do Luis Graça como eu gostaria de o fazer, se fosse capaz.
Também te quero dizer:- A tua referência ao baptismo de fogo da comp.ª do Luís é um relâmpago emocionante de camaradagem, de humanismo, de solidariedade, de irmandade que me fazem imaginar o quão grande deve ser o teu valor humano. Muito obrigado por saber que existes!
Um grande abraço
M.Joaquim

paulo santiago disse...

Gostei desta viagem marítima de
Santa Margarida,não conheço,até
Contubuel...está descrita com
emoção...
Luís, apenas uma correcção:em 1969,
não se podiam ler notícias da
"primavera marcelista" no"Expresso"
que saiu,pela 1ª vez, para as bancas, em Janeiro de 1973,talvez a
5 ou 6,sendo a impressão feita na
"Mirandela",onde julgo também ser
impresso o"Comércio do Funchal" e
o "Notícias da Amadora".

Abraço

Torcato Mendonca disse...

Oh Manuel Joaquim:vocês não deixam passar uma virgula...só que eu não sei quem é o Manuel Jacinto. As minhas desculpas e até gostava de saber. Um fulano escreve ao correr da tecla e revisão nicles. É que aterrei agora, novamente, no blogue e li o "escrito aberto" do J. M. Dinis (com s ou com z? a minha mãe assinava o nome dela com z e se escrevia...)a Antº Matos. Falavam de um AB. Diabo, digo para comigo, eu devo ter escrito no comentário ao post do Luís Graça AB. É que há AB e AB há cada uma...até, se não me engano, vislumbro alguma ironia no teu comentário. Um fulano vislumbra tanta coisa.Não sei, lastimo evidentemente, quem és meu caro Manuel Joaquim. Havia uma entrevistadora, figura conhecida deste rectângulo, que começava as suas entrevistas assim: - fulano diz-me quem és?É terrível...eu questiono-me,algumas vezes, quem és tu T...? E resposta?
Não um AB mas um abraço do Torcato

Luís Graça disse...

3 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4774: Tabanca Grande (167): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil Armas Pesadas da CCAÇ 1419, Bissorã e Mansabá (1965/67)


(...) Quero inscrever-me na Tabanca, mas ainda não sei bem utilizar esta coisa (mandar fotos p.ex.); estou mesmo no início.

Um info-excluído, ou quase, que está a tentar sair desta situação e dando os primeiros passos na net, encontra um blogue (Luis Graça & Camaradas da Guiné) e... que descoberta!

Já lá vão umas boas horas de emoção! Mas nunca é tarde, nem para aprender a manipular o computador nem para começar a participar nesta rede de emoções/recordações. (...)

(...) Fui professor do ensino básico (Escola Gago Coutinho/Amadora) e director da Escola Profissional de Recuperação do Património/Sintra . Estou aposentado e perto dos 68 anos (1/9). Sou sócio da 'Ajuda Amiga-Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento', muito ligada à Guiné. (...)

_________________

José: O nosso camarada Manuel Joaquim está ligado à ONG Ajuda Amiga, foi um dos seus co-fundadores... Tem, pelo menos, duas referências no nosso blogue...

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Manuel%20Joaquim

Jorge Narciso disse...

Caro Manuel Joaquim

O Luis não se importa que apanhe esta boleia.

Tal como tu referes num Post mais recente também eu já te tinha "topado" por aqui.
E aproveito para (te) deixar um abraço ao homem que apesar de pouco encorpado consegue albergar tão enorme "coração".

Até um dia destes companheirão.

Jorge Narciso

Manuel Joaquim disse...

Meus caros Luís Graça e Torcato:

Aproveito para me dirigir aos dois.

Ao Luís: obrigado por te teres adiantado na resposta ao Torcato sobre este "figurante", de nome Manuel Joaquim; pois é,tenho 2 ref.no blogue mas falta uma e logo à minha "pièce de résistance", passe o pretensiosismo,constante do P5358 de 27.8.2009 (Balanta Furtador). Mas tem acesso fácil clicando CCaç.1419.


E,agora,ao Torcato: podes crer que a minha chamada de atenção à "gralha" foi "uma coisa que me deu",talvez vício profissional ainda não diluído no tempo,para evitar que tal palavra ficasse num texto teu (reconheço a qualidade da tua escrita);que ficasse no texto sem que o autor desse por isso.Simples,só isto.
-Quem sou eu?
-Não vou glosar A.Garret(do Fr.Luís de Sousa). Apetece-me muitas vezes,respondendo a mim próprio, dizer NINGUÉM.Mas o Luís Graça ,sobre isso,já deu o sinal de partida. E nós,por aqui,continuaremos a descobrir-nos uns aos outros,assim o presumo e o espero.Olha,são 3 e meia da manhã e cá vou navegando...

Um grande abraço(para ambos)

Manuel Joaquim

Torcato Mendonca disse...

AO MANUEL JOAQUIM AO LUIS GRAÇA E A TODOS ODS TERTULIANOS.

QUE FIQUE EXPLICITO E AQUI ESCRITO COMO UMA ESCRITURA:

NÃO ME ABORRECI COM O REPARO DO ERRO COMETIDO.

RESPONDI E PERGUNTEI PORQUE,PELA MANEIRA COMO ERA TRATADO, NÃO SABENDO QUEM ERA GOSTAVA DE SABER.

SE FOSSE UMA CHAMADA DE ATENÇÃO DESCABIDA A UM AJUNTADOR DE LETRAS OU NADA DIZIA OU TENTAVA SABER E RESPONDER DE OUTRA FORMA. NÃO GOSTO, NÃO QUERO POLÉMICAS E MENOS AINDA TEMPESTADES EM COPOS DE ÁGUA.

NUNCA DESRESPEITEI OU FUI DESRESPEITADO POR UM CAMARADA AQUI.

COM TODA A ESTIMA A TODOS UM BOM DE MUITOS DIAS E UM ABRAÇO FRATERNO DO TORCATO

ps agora já sei quem és...a pergunta não era maliciosa e não escrevo...vou alinhando letras em bicha de pirilau...vou tomar o peq. almoço

Anónimo disse...

Paulo: É um anacronismo, tens razão... O Expresso vem depois...

Luis Graça