quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21318: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (1): Bacari, o caçador furtivo



Guião do BART 6520/72 (Tite,  1972/74). 
Coleção: Carlos Coutinho
(com a devida vénia...)


Carlos Barros, ex-fur mil at art, 
2ª C/BART 6520/72 (1972/74).
"Os Mais de Nova Sintra"

1. Vamos dar início à publicação de algumas "pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra", série da autoria  do novo membro da Tabanca Grande, Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª CART / BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74).

 O nosso camarada é professor aposentado e  um  apaixonado pela  sua terra natal, Esposende, em cuja vida comunitária continua a participar proativamente. (*)


Bacari, o caçador furtivo

por Carlos Barros


O Bart 6520/72, o nosso Batalhão de Artilharia, já tinha 18 meses de Comissão e o tão ansiado regresso à Metrópole, estava cada vez mais próximo. Havia um redobrado cuidado nas saídas para o mato e no cumprimento das normas de segurança ao destacamento de Nova Sintra, guarnecido pela 2ª Companhia. 

O arame farpado era constantemente vigiado assim como qualquer acesso ao destacamento porque o inimigo era astuto e conhecia bem o terreno.

Numa tardinha, na despedida do astro-rei, o vigia a um dos postos viu um vulto no meio de capim à espreita e foi dado o alarme porque poderia ser um guerrilheiro do PAIGC. Via-se a cabeça a mover-se entre as ressequidas ervas do capim e o soldado avisou:

 Quem está aí, levante os braços e entregue-se! 

O militar poderia ter disparado mas teve o bom senso de tomar as devidas cautelas e com a arma G3 em posição de fogo apontou ao “fantasma”…

Ouve-se um grito:

− Não dispare , não dispare, sou o Bacari!

O Bacari era um elemento da povoação nativa que andava sempre à caça e, muitas vezes de noite, não avisava os militares de Nova Sintra, o que punha em risco a Companhia.

Felizmente, o desfecho não foi trágico mas poderia ter sido e este amigo foi avisado para nunca mais sair de noite para caçar, o que cumpriu até ao final da Comissão [, ou seja, até 17 de julho de 1974].

Ao amigo Bacari, nesta noite, tinha-lhe saído a sorte grande…

Nova Sintra,  1974

____________

Nota do editor:

2 comentários:

Anónimo disse...


Então, e as fotos misteriosas, onde param?!... Se calhar, levou-tas o Bacari, deixando-te apenas as legendas (da próxima, não há contemplações, leva mesmo um tiro).
Não sei se sabes, a partir de agora, já somos, pelo menos, quatro elementos de Esposende na Tabanca Grande: tu, eu próprio, o Fernando Cepa e o Albino Silva. Daqui a nada, temos votos que dão para correr com o djarga & cª., que bem precisados estão de descansar. Entretanto, vai mandando umas fotografias e mais umas coisitas interessantes, que é para disfarçar. ok?!...
Um grande abraço,
Mário Migueis

Anónimo disse...

Carlos Barros (por email)

02/09/2020, 22:35«
para mim

Boa noite amigo:

Junto envio mais algumas Histórias /Estórias todas reais narradas
com o meu próprio "estilo literário"... Das muitas que possuo.

Um abraço
CMLB
Ex-Furriel Barros