Imagens do lançamento do Diário da Guiné, do Mário Beja Santos
1. Mensagem do Albano Costa, a quem agradecemos o trabalho e a arte
Caros amigos,
Escolhi estas fotos entre algumas mais para o Briote e o Vinhal, já que o Luís ainda vem com os hábitos africanos e já não está habituado aos hábitos europeus.
As fotos que tenho para enviar para os colegas da tabanca grande vou seleccioná-las e prometo que as vou fazer chegar ao seu destino.
São (...) fotos, agora escolham ou então metam todas, o Beja Santos merece.
Um abraço,
Albano Costa
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A Tertúlia na Sociedade de Geografia de Lisboa. Em primeiro plano à direita, o Jorge Cabral, o Henrique Matos e o Mexia Alves, todos bons conhecedores das Terras dos Soncó e do Pel. Caç. Nat. 52.
O Mário cumprimenta o Embaixador da Guiné-Bissau.
O Dr. Constantino Lopes da Costa, rodeado pela Eduarda, mulher do Albano e pelo Galissá.
A mesa com o Mário Beja Santos (que não escondia estar a viver um dia muito feliz), o General Lemos Pires, o Embaixador da Guiné-Bissau, Dr. Constantino Lopes da Costa, o Mário de Carvalho e a responsável pela Editora.
A Korá nas mãos do Galissá. Na primeira fila, o Hélder de Sousa, o António Santos, o Mário, o Marques Lopes, o Carlos Cardoso, o Rui A. Ferreira e o Coronel Diamantino Gertrudes da Silva. Nas outras filas, o Fernando Franco, o Carlos Marques dos Santos, o Fernando Chapouto...A imagem é música. Pena é não a podermos levar aos Camaradas que não puderam estar presentes.
Enquanto o Galissá dava explicações de Korá, o Beja Santos dedicava o seu Diário da Guiné ao Henrique Matos, o 1º Comandante do Pel Caç Nat. 52.
Na bicha de pirilau, chegou a vez do João Parreira
Já quase no final, o reencontro do Mário Beja Santos com o Cor Cunha Ribeiro, seu antigo Comandante.
___________
2. Mensagem do Joaquim Mexia Alves, que com a licença dele, subscrevemos.
Caro Mário Beja Santos
Foi linda a festa, pá!...
Foi lindo o convivio, (não falemos do bacalhau!), foi linda a conversa, foi lindo o riso, foi lindo a visita à Sociedade de Geografia, foram lindos os "discursos", foi lindo o som da Guiné, foi linda a tua emoção, foram lindas as cervejas que ainda bebi a matar saudades, ah, e o livro é lindo!
Não vale a pena dizer mais nada, porque não há mais palavras para dizer o que vai no coração.
Ah, e senti um grande orgulho em ter sido Comandante do 52!
(...).
Mário, mais uma vez parabéns e um grande abraço do
Joaquim Mexia Alves
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sábado, 8 de março de 2008
sexta-feira, 7 de março de 2008
Guiné 63/74 - P2616: O Simpósio de Guiledge na RTP África. (Virgínio Briote)
Chegam-nos notícias e imagens do Simpósio.
O agradecimento ao Rui Fernandes pelo envio da mensagem que nos dá conta que o Simpósio de Guiledge foi relatado na RTP África.
Repórter África de 2008.03.03 nesta página http://ww1.rtp.pt/multimedia/?tvprog=10184&idpod=12164 (aos 10,38')
__________
O regresso a Guiledge
Trinta e cinco anos depois, ex-combatentes reencontraram-se. Combateram em lados opostos num dos cenários mais violentos da Guerra na Guiné.
Tudo o que se passou faz parte do passado, mas faz parte da história, afirmou para a câmara Dauda Dabó, ex-combatente do PAIGC.
Entre muita gente, conseguimos ver o Coronel Coutinho e Lima, o José Teixeira, o Comandante Pedro Lauret e o Coronel Nuno Rubim.
O agradecimento ao Rui Fernandes pelo envio da mensagem que nos dá conta que o Simpósio de Guiledge foi relatado na RTP África.
Repórter África de 2008.03.03 nesta página http://ww1.rtp.pt/multimedia/?tvprog=10184&idpod=12164 (aos 10,38')
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O regresso a Guiledge
Trinta e cinco anos depois, ex-combatentes reencontraram-se. Combateram em lados opostos num dos cenários mais violentos da Guerra na Guiné.
Tudo o que se passou faz parte do passado, mas faz parte da história, afirmou para a câmara Dauda Dabó, ex-combatente do PAIGC.
Entre muita gente, conseguimos ver o Coronel Coutinho e Lima, o José Teixeira, o Comandante Pedro Lauret e o Coronel Nuno Rubim.
quinta-feira, 6 de março de 2008
Guiné 63/74 - P2615: Bibliografia (24): Lançamento do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos (Virgínio Briote)
Lançamento do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos
1. Mensagem que o Fernando Santos e Oliveira, o nosso homem de um Cachil que parece nunca ter existido, nos enviou há tempos:
Não vou estar, fisicamente, na “abertura” Oficial e solene do teu livro. Mas quero, com esta antecedência, deixar dito que estou muito grato pela força que tiveste em escrevê-lo; eu também serei beneficiário particular da parte da História (real ou ficcionada, ou ambas) que ali descreverás.
1. Mensagem que o Fernando Santos e Oliveira, o nosso homem de um Cachil que parece nunca ter existido, nos enviou há tempos:
Não vou estar, fisicamente, na “abertura” Oficial e solene do teu livro. Mas quero, com esta antecedência, deixar dito que estou muito grato pela força que tiveste em escrevê-lo; eu também serei beneficiário particular da parte da História (real ou ficcionada, ou ambas) que ali descreverás.
De qualquer modo, há por lá sempre o dedo da inspiração sofrida (que o não foi) pela vivência na proximidade e envolvimento na Guerra.
A todos os que de uma forma ou de outra (não sei o mail do Henrique Monteiro) contigo deram a colaboração para a afirmação que já é real, estendo a minha capa, para que, contigo, possam caminhar em Honra merecida.
Sabe, eu sou dos “velhos de 64” a quem a vida já deu muito; mas também sei que ainda existem muitos de nós, “escondidos e envergonhados” que bem poderiam, igualmente, contribuir para um conhecimento mais próximo da realidade do impacto, ou primeiro choque, que todos tivemos com o início da Guerra.
Acho que já estou divagando…
Mereces as maiores felicidades neste Lançamento. Isso, é o que importa agora.
Saudações amigas, do
Santos Oliveira
2. A nossa resposta ao Fernando e a todos os que não puderam estar presentes:
Caro Fernando,
Estou a chegar a casa da sessão de lançamento do livro do Mário Beja Santos. Foi uma cerimónia bonita. Quase cinquenta Camaradas que todos nós vamos conhecendo dia a dia melhor e algumas, poucas, Mulheres sem nome como bem comentou o João Tunes.
Acho que já estou divagando…
Mereces as maiores felicidades neste Lançamento. Isso, é o que importa agora.
Saudações amigas, do
Santos Oliveira
2. A nossa resposta ao Fernando e a todos os que não puderam estar presentes:
Caro Fernando,
Estou a chegar a casa da sessão de lançamento do livro do Mário Beja Santos. Foi uma cerimónia bonita. Quase cinquenta Camaradas que todos nós vamos conhecendo dia a dia melhor e algumas, poucas, Mulheres sem nome como bem comentou o João Tunes.
Sem contarmos, apresentou-se para almoçar o General Pezarat Correia, isto para falar de Oficiais-Generais. Porque estiveram Camaradas com que não contávamos, como também não esperávamos as palavras, escassas, do António Graça de Abreu, o feliz autor do excelente relato documental dos últimos anos da nossa presença naquelas terras, o Diário da Guiné, Lama, Sangue e Água Pura.
Depois, sabes como é, o pessoal atrasou-se quase uma hora para a visita guiada à Sociedade de Geografia. Mas fomos bem conduzidos a ver o primeiro padrão espetado por Diogo Cão algures nas margens de um dos grandes rios da Guiné. E a tumba que guardou anos e anos na Índia os ossos do Afonso de Albuquerque. E outro padrão português na foz do rio Zaire.
O bacalhau do almoço não estava muito famoso, aliás julgo que defrontámos um sucedâneo do dito, como costuma dizer o Quitério, o grão-mestre das mesas deste país. Assim, tivemos que meter águas num Solmar que, aproveite-se para dizer, já viu melhores dias.
Regressados à Sociedade, entrámos para a sala do lançamento do livro.
Regressados à Sociedade, entrámos para a sala do lançamento do livro.
Aproveitando a presença e a disponibilidade do Coronel Gertrudes da Silva cedemos-lhe a palavra com muito gosto. Abriu o nosso Camarada Rui Alexandrino Ferreira que fez a apresentação do orador.
O tema que o Coronel começou a abordar tratava da Guerra da Guiné no contexto da Guerra Colonial. Um trabalho interessante que merecia outro destaque, com tempo mais adequado. E para ser discutido com a Tertúlia. Infelizmente, começa a escassear-nos o tempo para escutarmos a memória viva dos que estiveram na primeira linha dos acontecimentos.
Com o tempo a correr contra nós, atrasados já mais de uma hora, o Beja Santos pediu ao Galissá para ir afinando a Korá. Com mais ou menos volume regulado à mão no sintetizador, ia-nos abrindo o apetite para sonoridades tão familiares.
Galissá.Quando demos por ela, a sala a deitar por fora, vimos o Beja Santos a assinar o livro a um espectador e quando deixámos de olhar para o lado, tínhamos uma fila de mais de 10 pessoas. Uma hora ou mais foi quanto nos custou pôr ordem na ordem de trabalhos. Para trás já tinha ficado a discussão sobre os assuntos do nosso blogue, só faltava agora também ficar para outras horas a apresentação oficial do livro do Mário...
A custo, começou o General Lemos Pires a apresentação do diário de um alferes em terras dos Soncó. Discretamente, apareceram na sala o Embaixador da Guiné e o General Garcia dos Santos. Sem lugar na mesa para o Embaixador, sentámo-lo, discretamente também. Posta a organização ao corrente, logo se arranjou lugar para o Ilustre convidado. Que, diga-se, é um Guineense como nós conhecemos no nosso tempo. Simpático, simples, que nem os sete anos no Tarrafal modificaram. Por mim falo, fiquei com pena de não ter sido mais habilidoso, podia ter aproveitado para puxar pelas memórias daquela vida.
Seguiu-se o Mário de Carvalho, escritor de obras muito lidas. Discurso com a marca do Mário da Carvalho, voz bem sincronizada diminuída por uma sala sem grandes condições acústicas.
O Mário Beja Santos fechou a sessão, oferecendo à Sociedade de Geografia dois (?) aerogramas da correspondência que teve o privilégio de manter com o Almirante Teixeira da Mota, o Ilustre estudioso das gentes e dos rios da Guiné.
E tenho dito, já passa das onze da noite. Amanhã seguem as fotos que o Albano Costa, de Guidage e de Guifões, foi fazendo da sessão. Um abraço,
vb
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Notas:
1. Presente também a Susana e o Filipe do projecto Ignara. Um projecto que deve merecer toda a nossa atenção e apoio e que prometemos acompanhar.
2. Os vinhos para o almoço, foram oferecidos e transportados para a Casa do Alentejo pelo José Manuel Lopes e outro Camarada que esteve em Mampatá, a quem peço desculpa por não ter retido o nome. De qualidade superior, o tinto servido (Quinta Srª da Graça, 5030-429, S. João de Lobrigos, Douro. Tels.: 916 651 639 / 916 651 640. Mail: quinta.graca@mail.pt) merecia outro bacalhau. O José Manuel Lopes encarregou-me de fazer a entrega ao Luís Graça de uma garrafa de Vinho Fino Velho, da Quinta da Srª da Graça, Reserva Particular.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Guiné 63/74 - P2614: Bibliografia (23): Lançamento do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos (Virgínio Briote)
Lançamento do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos
Amanhã, 6 de Março, na Sociedade de Geografia de Lisboa
O mérito do Diário é, em grande parte, pessoal, devido não só ao grande talento do Mário, mas também à sua enorme capacidade de trabalho e à sua persistência. Desde há um ano a esta parte que o Mário levou a peito este tremendo desafio que foi reconstituir as suas vivências e as suas memórias do Cuor, da sua querida Missirá, dos seus homens do Pel Caç Nat 52, das suas milícias (Missirá e Finete), da sua grande família do Cuor, dos Soncó aos Mané, sem esquecer Bambadinca e a sua ambiência, os camaradas milicianos com quem conviveu e fez operações.
Palavras do Luís Graça, o nosso fundador e mentor do blogue, que a certa altura acrescenta:
Eu sou testemunha, insuspeita, de que o Mário trabalhou de maneira sistemática, disciplinada, quase obsessiva.Como nos bons velhos tempos, em que ele era o verdadeiro senhor do Cuor, o nosso Tigre de Missirá (…).
O Mário está de parabéns, mas também todos nós que, de uma maneira ou de outra, temos alimentado (com as nossas histórias, apontamentos, comentários, fotografias, mapas, relatórios) essa torrente, esse macaréu de emoções, sentimentos e imagens que dão vida, cor, consistência, humanidade e dramatismo aos mais de meia centena de episódios já escritos, semana a semana, pelo Beja Santos.
O Mário será o autor mas nós, todos nós, temos lá as nossas dedadas...(…). O que me orgulha é que este blogue está uma alforge de talentos, de gente que sabe contar estórias, e é dotada de grande sensibilidade e humanidade, e muitos deles escrevendo só com um dedo.
__________
1. Almoço: Presenças confirmadas
1. Henrique Matos
2. A. Marques Lopes
3. António Graça de Abreu
4/5. António Santos e Esposa
6. Delfim Rodrigues
7. Mário Fitas
8. Rui A. Ferreira
9. Raul Albino
10/11. Carlos Vinhal e Esposa
12/13. Albano Costa e Esposa
14/15. Carlos Marques dos Santos e Mulher Teresa M. Santos
16. Hélder Pereira
17. Júlio Pinto
18. José Monteiro
19. José Manuel Bastos
20. Filipe Ribeiro
21. Mário Beja Santos
22. Fernando Chapouto
23. Manuel Chamusca
24. José Aurélio Martins
25. Carlos Murta
26. Manuel Paes (?) e Sousa
27. Carronda Rodrigues
28. Marinho
29. Heitor Gouveia
30. V. Briote
31. Custódio Castro
32. Carlos Santos
33. João Parreira
34. Diamantino Gertrudes da Silva
35. Alfredo Carvalho Rodrigues
36. Fernando Franco
37. Jorge Cabral
38. Carlos Américo Cardoso
39. José Manuel Lopes
40. José Pedro Rosa
41. José Manuel Viegas
42. J. Mexia Alves
43. António Ferronha
44. Mamadú Alfa Baldé
45. Maria Irene F. Briote
46. Helder Sousa
47. Constantino Neves
2. Programa:
13h00: Almoço na Casa do Alentejo
14h30: Visita guiada à Sociedade de Geografia de Lisboa
16h00: Reunião dos Camaradas presentes na Sociedade de Geografia
18h00: Espectáculo de korá, por Braima Galissa
18h30: Apresentação do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos.
Preside à sessão o Senhor Embaixador da República da Guine-Bissau, Dr. Constantino Lopes da Costa. Intervenções de Mário Beja Santos, Mário de Carvalho e General Lemos Pires.
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Amanhã, 6 de Março, na Sociedade de Geografia de Lisboa
O mérito do Diário é, em grande parte, pessoal, devido não só ao grande talento do Mário, mas também à sua enorme capacidade de trabalho e à sua persistência. Desde há um ano a esta parte que o Mário levou a peito este tremendo desafio que foi reconstituir as suas vivências e as suas memórias do Cuor, da sua querida Missirá, dos seus homens do Pel Caç Nat 52, das suas milícias (Missirá e Finete), da sua grande família do Cuor, dos Soncó aos Mané, sem esquecer Bambadinca e a sua ambiência, os camaradas milicianos com quem conviveu e fez operações.
Palavras do Luís Graça, o nosso fundador e mentor do blogue, que a certa altura acrescenta:
Eu sou testemunha, insuspeita, de que o Mário trabalhou de maneira sistemática, disciplinada, quase obsessiva.Como nos bons velhos tempos, em que ele era o verdadeiro senhor do Cuor, o nosso Tigre de Missirá (…).
O Mário está de parabéns, mas também todos nós que, de uma maneira ou de outra, temos alimentado (com as nossas histórias, apontamentos, comentários, fotografias, mapas, relatórios) essa torrente, esse macaréu de emoções, sentimentos e imagens que dão vida, cor, consistência, humanidade e dramatismo aos mais de meia centena de episódios já escritos, semana a semana, pelo Beja Santos.
O Mário será o autor mas nós, todos nós, temos lá as nossas dedadas...(…). O que me orgulha é que este blogue está uma alforge de talentos, de gente que sabe contar estórias, e é dotada de grande sensibilidade e humanidade, e muitos deles escrevendo só com um dedo.
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1. Almoço: Presenças confirmadas
1. Henrique Matos
2. A. Marques Lopes
3. António Graça de Abreu
4/5. António Santos e Esposa
6. Delfim Rodrigues
7. Mário Fitas
8. Rui A. Ferreira
9. Raul Albino
10/11. Carlos Vinhal e Esposa
12/13. Albano Costa e Esposa
14/15. Carlos Marques dos Santos e Mulher Teresa M. Santos
16. Hélder Pereira
17. Júlio Pinto
18. José Monteiro
19. José Manuel Bastos
20. Filipe Ribeiro
21. Mário Beja Santos
22. Fernando Chapouto
23. Manuel Chamusca
24. José Aurélio Martins
25. Carlos Murta
26. Manuel Paes (?) e Sousa
27. Carronda Rodrigues
28. Marinho
29. Heitor Gouveia
30. V. Briote
31. Custódio Castro
32. Carlos Santos
33. João Parreira
34. Diamantino Gertrudes da Silva
35. Alfredo Carvalho Rodrigues
36. Fernando Franco
37. Jorge Cabral
38. Carlos Américo Cardoso
39. José Manuel Lopes
40. José Pedro Rosa
41. José Manuel Viegas
42. J. Mexia Alves
43. António Ferronha
44. Mamadú Alfa Baldé
45. Maria Irene F. Briote
46. Helder Sousa
47. Constantino Neves
2. Programa:
13h00: Almoço na Casa do Alentejo
14h30: Visita guiada à Sociedade de Geografia de Lisboa
16h00: Reunião dos Camaradas presentes na Sociedade de Geografia
18h00: Espectáculo de korá, por Braima Galissa
18h30: Apresentação do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos.
Preside à sessão o Senhor Embaixador da República da Guine-Bissau, Dr. Constantino Lopes da Costa. Intervenções de Mário Beja Santos, Mário de Carvalho e General Lemos Pires.
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Guiné 63/74 - P2613: Notícias do Simpósio de Guileje.(Virgínio Briote)
A Guiné vista do ar. O Cacheu e as bolanhas, paisagens de uma beleza que, na altura em que lá estivemos, nem sempre as conseguíamos ver. Com a devida vénia ao Carlos Silva, também presente nesta romagem à Guiné e às suas gentes.
Uma mensagem muito breve do Luís Graça
A nossa Guiné
Amigos e Camaradas co-editores, CV e VB:
Vou hoje fazer a minha apresentação...
Não vos tenho ligado nenhuma. Chego tarde e nem sempre apanho rede. Bissau vive às escuras. No hotel há luz e rede sem fios...
Vou ver se amanhã mando alguma coisa para o blogue...
Faço votos para que o dia de amanhã, seis, corra bem, aos dois e ao restante pessoal, e especial ao nosso Beja Santos.
Vai ser um grande dia, Mário!... Passei por Mato Cão e Finete, vindo do sul (Guileje/Jemberem).
Bambadinca deixou-me deprimido... Mas as grandes bolanhas trazem-nos a nostalgia do passado.
O fim de semana no sul foi fantástico. O Pepito e os amigos são impecáveis e de uma grande hospitalidade.
O Simpósio está a correr muito bem...
O Nino esteve na inauguração e cumprimentou alguns de nós.
O embaixador português limitou-se a ler uma mensagem do Ministro da Defesa.... Há cada burocrata .... Nem uma palavra para os compatriotas!...
Já fiz 3 gigas de fotos e filmes, até ontem...
Um abraço a todos.
Luís
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Nota de vb para o Luís Graça:
Uma mensagem muito breve do Luís Graça
A nossa Guiné
Amigos e Camaradas co-editores, CV e VB:
Vou hoje fazer a minha apresentação...
Não vos tenho ligado nenhuma. Chego tarde e nem sempre apanho rede. Bissau vive às escuras. No hotel há luz e rede sem fios...
Vou ver se amanhã mando alguma coisa para o blogue...
Faço votos para que o dia de amanhã, seis, corra bem, aos dois e ao restante pessoal, e especial ao nosso Beja Santos.
Vai ser um grande dia, Mário!... Passei por Mato Cão e Finete, vindo do sul (Guileje/Jemberem).
Bambadinca deixou-me deprimido... Mas as grandes bolanhas trazem-nos a nostalgia do passado.
O fim de semana no sul foi fantástico. O Pepito e os amigos são impecáveis e de uma grande hospitalidade.
O Simpósio está a correr muito bem...
O Nino esteve na inauguração e cumprimentou alguns de nós.
O embaixador português limitou-se a ler uma mensagem do Ministro da Defesa.... Há cada burocrata .... Nem uma palavra para os compatriotas!...
Já fiz 3 gigas de fotos e filmes, até ontem...
Um abraço a todos.
Luís
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Nota de vb para o Luís Graça:
Do que tenho conhecimento (os Camaradas da Tertúlia não têm dado referências) o Simpósio está a passar praticamente despercebido em Portugal. Televisões, rádios, jornais (excepto uma página de ontem do J. Marques do Correio da Manhã), têm ignorado o acontecimento. O que é uma pena, dada a importância da oficialização da Paz entre os ex-Combatentes, que a outra, a política há muito que está feita, felizmente.
E se não forem os participantes a dar notícias do Simpósio...
Dá um grande abraço a essa gente ( não sei se posso dizer mais de duzentos abraços, espero que sim), ao Pepito e aos seus ajudantes do Simpósio, ao Nuno Rubim e aos Camaradas da Tertúlia por essa magnífica Reunião de Concórdia e de Paz.
terça-feira, 4 de março de 2008
Guiné 63/74 - P2612: Estórias cabralianas (33): Quatro Madrinhas de Guerra (Jorge Cabral)
A Madrinha de Guerra, a Professora e o Alferes Inconveniente
Madrinhas de Guerra? Pois também herdei uma.
Uma não, quatro. Emprestado ao Pelotão, havia um Cabo velhinho, o Carvalho, que se correspondia com catorze. A bem dizer não fazia mais nada. Logo pela manhã, montava a banca e escrevia, escrevia…
Acabada a comissão, Carvalho distribuiu as madrinhas. Das quatro que me calharam, três duraram pouco, o que não me admirou. Para cada uma, inventara uma estória, assumindo diferentes personagens e construindo cenários, nos quais a realidade da guerra surgia transmutada, mais parecendo um antigo romance de cavalaria.
Uma porém aguentou. Muito jovem, interna num Colégio alentejano, confessou que quando não percebia o que eu queria dizer, perguntava à Professora de Português.
Foi da Professora que recebi uma queixa, endereçada ao senhor Comandante, S.P.M. 5358, denunciando a falta de pudor do correspondente.
Que havia sucedido? Na altura, logo após a visita do Amoroso Bando das Quatro (1), uns violentos ardores urinários atingiram metade do Pelotão, deixando-me preocupado, até porque o médico do Batalhão, o Drácula, castigava quem se apresentasse sofrendo daqueles males.
Talvez por essa preocupação e não sei a que propósito, tinha inserido na missiva a expressão “onírica gonorreia”.
Respondi à Professora, dando-lhe toda a razão, o atrevido já fora castigado. “Calcule Senhora Professora que a dita deixou de ser onírica, e agora é bem real!”.
O certo é que deixei de ter Madrinha de Guerra!
Mas acreditem ou não, quando passo na Cidade alentejana, onde ela estudava, sinto sempre os tais ardores…
Stress literário pós- venéreo?
Jorge Cabral
(1) Já relatada no Blogue.
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(1) Vd. lista das estórias até agora publicadas
20 de Abril de 2007 > Guiné 63/7 4- P1682: Estórias cabralianas (1): A mulher do Major e o castigo do Alferes (Jorge Cabral)
Quando de Missirá me deslocava a Bambadinca, seguia sempre a mesma rotina. Primeiro visitava o Bar do Soldado, até porque aí tinha que liquidar as despesas alcoólicas efectuadas pelo meu Soldado Ocamari Nanque, que se encontrava preso. (...)
23 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1688: Estórias cabralianas (2): O rally turra (Jorge Cabral)Numa tarde de tédio convenci o motorista da viatura existente em Missirá, um humilde Unimog, a dar um passeio. Pretendia visitar o Enxalé, seguindo pela estrada de Mato Cão, pela qual não passava qualquer veículo há muito tempo. (...)
23 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1689: Estórias cabralianas (3): O básico apaixonado (Jorge Cabral)
O Pel Caç Nat 63 esteve quase sempre em Destacamentos. Comigo em Fá e Missirá. Antes no Saltinho, e depois no Mato Cão. Para os Destacamentos eram mandados os especialistas que a CCS [do Batalhão sediado em Bambadinca] não queria. Assim, tive maqueiros que não podiam ver sangue, motoristas epilépticos e até um apontador de morteiros cego de um olho. Tudo boa rapaziada, aliás! (...)
18 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLVIII: Estórias cabralianas (4): o Jagudi de Barcelos.
Dos quatro Comandantes de Bambadinca que conheci, apenas o Polidoro Monteiro me mereceu consideração. Dos outros nem vou dizer o nome, e de dois a imagem que guardo é patética . Assim, no rescaldo do ataque ao Batalhão, lembro o primeiro, à noite, de G-3 em bandoleira, pedir-nos:- Se houver ataque, acordem-me (...).
23 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXV: Estórias cabralianas (5): Numa mão a espingarda, na outra...
Penso que, já em 1971, apareceu no Batalhão [de Bambadinca], um Alferes de secretariado, corrido de Bissau, por via de uns dinheiros. Chegou acompanhado de uma dama, sobre a qual corriam os mais variados boatos. Dizia-se, calculem, que ela tinha sido uma prenda de aniversário ao Alferes, enviada pelo pai, milionário do Porto. (...)
13 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXIV: Estórias cabralianas (6): SEXA o CACO em Missirá Poucos dias faltavam para o Natal, e a tarde estava quente. Todo nu no meu abrigo, fazia a sesta, quando sou despertado por enorme algazarra misturada com os ruídos do helicóptero.-Alfero, Alfero, é Spínola! - gritam os meus soldados (...).
17 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXXIX: Estórias cabralianas (7): Alfero poi catota noba Finda a comissão, calculem (!), fui louvado. O Despacho do Exmo. Comandante do CAOP Dois referia, entre outros elogios, a minha “habilidade para lidar com a tropa africana e populações”, a qual me havia “granjeado grande prestígio”. Esquecido, porém, foi o essencial – evitei a dezenas de Bajudas o repúdio matrimonial e a consequente devolução do preço. Essa tão meritória actividade, sim, teria merecido, não um simples louvor, mas uma medalha (...).
13 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCC: Estórias cabralianas (8): Fá Mandinga no Conde Redondo ou o meu Amigo Travesti
Na década de 80, dava aulas nocturnas numa Escola na Duque de Loulé e costumava descer a Avenida para tomar o Metro. Eis que uma noite, me vejo perseguido por um Travesti que me grita:- Meu Alferes! Meu Alferes! Alferes Cabral!... Tomado de terror homofóbico parei, negando conhecer a criatura, de longas pernas e fartíssimos seios. (...)
20 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXVII: Estórias cabralianas (9): Má chegada, pior partida Com destino à Guerra, viajei no Alfredo da Silva, quase um cacilheiro, durante doze dias. Em primeira classe, sete oficiais e uma dona puta em pré-reforma habitavam um ambiente de opereta, jantando de gravata, com a estafada dama na mesa do comando. Depois havia a valsa… Cheirava a mofo, a decadência, ao fim do Império (...).
3 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P836: Estórias cabralianas (10): O soldado Nanque, meu assessor feiticeiro
Desde que cheguei, e durante o primeiro ano, o Pel Caç Nat 63, foi pluriétnico. Mandingas, Fulas, Balantas, Manjacos, Bigajós, estavam representados. Pluriétnico e plurirreligioso, com um Manjaco, Pastor Evangélico, um Marabú Mandinga Senegalês, vários adoradores de muitos Irãs, e até alguns crentes na Senhora de Fátima, vivendo todos em Paz ecuménica, sob a batuta do Alferes agnóstico com tendências panteístas, que pensava que nada o podia surpreender (...).
4 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P936: Estórias cabralianas (11): a atribulada iniciação sexual do Soldado Casto
À noite, após o jantar, nós os nove brancos do Destacamento, continuávamos à mesa, conversando. Falávamos de tudo, mas principalmente de sexo, mascarando a nossa inexperiência, com o relato de extraordinárias aventuras que assegurávamos ter vivido. O nosso motorista havia até desenhado num caderno as várias posições, indagando de cada um:- E esta, já experimentaram? (...)
20 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P974: Estórias cabralianas (12): A lavadeira, o sobretudo e uma carta de amor
No dia seguinte a ter ocupado Fá Mandinga, apresentaram-se no quartel as lavadeiras, cinco ou seis bajudas, todas alegres e simpáticas. Uma, Modji Daaba, chamou-me logo a atenção pelo seu porte e beleza. Bonita de cara e perfeita de corpo, possuía um ar nobre e altivo que me cativou. Imediatamente a contratei como minha lavadeira exclusiva, tendo acordado uma remuneração superior na esperança de algumas tarefas suplementares… (Periquito, ainda não sabia, que com as bajudas mandingas era praticamente impossível ir além de algumas carícias peitorais…). (...)
28 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1128: Estórias cabralianas (13): A Micá ou o stresse aviário (Jorge Cabral)
Terminada a especialidade de Atirador de Artilharia, permaneci como aspirante, em Vendas Novas, na respectiva Escola Prática. Aí me atribuíram variadas funções, Justiça, Acção Psicológica e Cultural, Revista Literária, etc, etc, pelo que quase nunca fiz nada. Quando me procuravam num lado, estava sempre no outro…Na Justiça, creio que apenas dei andamento a um processo, enviando uma deprecada para Angola, a perguntar se o Furriel Patacas possuía três mãos. (...).
24 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1313: Estórias cabralianas (14): Missirá: o apanhado do alferes que deitou fogo ao quartel (Jorge Cabral)
Julgo que aconteceu em Março [de 1971]. O dia decorrera em Alegria. Chegara a Missirá uma arca frigorífica a petróleo, oferta do Movimento Nacional Feminino, e cedo começaram as libações.Seriam três ou quatro da manhã, sou abruptamente despertado. Tiros (?). Rebentamentos (?). Fogo! Saio do abrigo nu, e deparo com meio quartel a arder.Ataque nunca podia ser! O Tigre [Beja Santos] já estava na Metrópole, Missirá era agora um oásis de paz, vigorando um tácito pacto de não-agressão (...).
14 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1344: Estórias cabralianas (15): Hortelão e talhante: a frustração do Amaral (Jorge Cabral)
Chamavam-lhe, os africanos, o furriel Barril, não sei se pela sua compleição física, se por via da fama e do proveito que ganhara como bebedor quotidiano e calmo. Estou a vê-lo ao serão, bebendo à colher, com paciência e estilo, enquanto o alferes declamava, e o maqueiro Alpiarça escrevia a uma das dezenas das madrinhas de guerra. (...)
14 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1369: Estórias cabralianas (16): As bagas afrodisíacas do Sambaro e o estoicismo do Sousa
Aos Domingos vestíamo-nos à paisana e dávamos longos passeios à volta da parada, imaginando praças, avenidas, ruas, adros de igreja e até estações de comboio. Depois entrávamos na Cantina e invariavelmente pedíamos 'Um fino e tremoços' (...).
10 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1419: Estórias cabralianas (17): Tirem-me daqui, quero andar de comboio (Jorge Cabral)
Creio que foi em Fevereiro de 1971, que em Missirá, recebi a ordem de Bissau – um dos furriéis passava a ser Professor, com dispensa de toda e qualquer actividade operacional. Ponderada a situação, optei pelo Amaral , cujo porte rechonchudo e as maçãs do rosto vermelhuscas, lhe davam um ar prazenteiro e bonacheirão, nada condizente com as funções de comandante de secção combatente (...).
26 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1463: Estórias cabralianas (18): O Dia de São Mamadu (Jorge Cabral)
Entre os dez militares metropolitanos do Destacamento de Missirá, apenas o Alferes era do Sul e de Lisboa – um rapaz de Alvalade, passeante da Praça de Londres e frequentador do Vává. Todos os outros, furriéis, cabos, e adidos especialistas, vinham do Norte ou das Beiras. (...).
18 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1534: Estórias cabralianas (19): O Zé Maria, o Filho, Madina/Belel e um tal Alferes Fanfarrão (Jorge Cabral)
Bambadinca era então para o Alferes, feito nharro de Tabanca, a Cidade. Para lá ir, fazia a barba, aprumava o seu único camuflado apresentável, munia-se de alguns pesos e, acima de tudo, preparava o relim verbal sobre ficcionadas aventuras operacionais, que iriam impressionar o Comandante. Antes de entrar no Quartel, habituara-se a abancar no Gambrinus local, o tasco do Zé Maria, bebendo, petiscando e conversando. Um dia encontrou o Senhor Zé Maria, muito preocupado. O filho adolescente que estudava em Lisboa, ia chumbar. (...)
20 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1679: Estórias cabralianas (20): Banquetes de Missirá: Porco turra e Vaca náufraga (Jorge Cabral)
Em Missirá comíamos, praticamente todos os dias, arroz acompanhado ora de pé de porco, ora de atum ou cavala, com muito pão e sempre altas doses do insípido vinho quarteleiro, o qual, segundo se dizia, era cortado com cânfora, para diminuir os ímpetos...
24 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1696: Estórias cabralianas (21): O Amoroso Bando das Quatro em Missirá (Jorge Cabral)
Nos Destacamentos em que vivi, todos eram bem recebidos, à boa maneira da gente da Guiné, cuja cativante hospitalidade foi muitas vezes confundida com subserviência ou portuguesismo. Djilas, batoteiros profissionais, artesãos, doentes, feiticeiros, alcoviteiros, parentes dos soldados, visitavam o aquartelamento e às vezes ali permaneciam, fazendo negócios, combinando casamentos, tratando-se ou tratando, ou simplesmente descansando. Desconfio mesmo que alguns guerrilheiros terão passado férias em Missirá (...)
12 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1752: Estórias cabralianas (22): Alfa, o fula alfacinha (Jorge Cabral)
No final do ano de 1970, apresentou-se em Missirá um soldado fula – chamemos-lhe Alfa – vindo da prisão de Bissau, onde cumprira pesada pena. Razão da punição – ausência ilegítima durante cento e oitenta dias, quando após intervenção cirúrgica no Hospital Militar Principal, desaparecera em Lisboa. Impecavelmente fardado, com blusão e tudo, usava uma vistosa popa e farfalhudas patilhas, conservando sempre um palito dependurado ao canto da boca. Falava um calão lisboeta e aparentava ser um verdadeiro rufia alfacinha.(...)
5 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1816: Estórias cabralianas (23): Areia fina ou as conversas de Missirá (Jorge Cabral)
Conheci muito bem o Alferes que esteve em Missirá nos anos de 1970 e 1971. Diziam que estava apanhado, mas penso que não. Era mesmo assim. Quem com ele privou em Mafra e Vendas Novas certamente o recorda, declamando na Tapada: No alto da Vela / Fui Sentinela / de coisa nenhuma / Quem hei-de guardar / Quem irei matar… (...).
19 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1857: Estórias cabralianas (24): O meu momento de glória (Jorge Cabral)
Manga de ronco, Pessoal! Spínola veio a Fá, visitar os Comandos Africanos e praticamente toda a população das Tabancas vizinhas compareceu. Homens e Mulheres Grandes, belas Bajudas, e muitas, muitas crianças. A Pátria, pois então… E uma Guiné melhor. O Caco entusiasmou-se. Tanto, que optou por ir de viatura para Bambadinca. E lá partiu em coluna, comandada pelo Capitão João Bacar Djaló (...).
29 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1900: Estórias cabralianas (25): Dois amores de guerra e uma declaração: Não sou pai dos 'piquinos Alferos Cabral' (Jorge Cabral)
E o Amor, existiu? Não falo de mulheres grandes a partir catota, nem de bajudas a partir punho, e muito menos das rápidas e alcoolizadas visitas às casas de prazer, para... mudar o óleo. Amor mesmo, paixão, dele para ela, dela para ele. Difícil, raro, mas aconteceu. Contaram-me que uma bajuda que tivera um filho do Furriel X, o seguiu até Bissau, e na hora da partida do navio entrou na água com o bebé, tendo morrido ambos…
27 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2135: Estórias cabralianas (26): Guerra escatológica: o turra Boris Vian (Jorge Cabral)
Fá Mandinga fora sede de Batalhão e de Companhia, possuindo muitas e boas instalações. Chegados em Julho de 1969, optámos por ocupar apenas dois edifícios. Quanto aos restantes, convenci o Pelotão, que o respectivo acesso estava minado, razão porque só eu lá poderia entrar. É que vislumbrara duas belas e isoladas vivendas, as quais intimamente destinara a uso próprio. Uma serviria para encontros amorosos. Na outra, utilizaria a casa de banho, lendo e meditando... E assim se passou (...).
22 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2204: Estórias cabralianas (27): Turra desenfiado encontra Alferes entornado (Jorge Cabral)
Já é noite cerrada e o Alferes de Missirá continua em Bambadinca. Numa mão o copo, na outra, o pingalim, encostado ao balcão do Bar, declama. Trata-se do longo poema de Jacques Prévert, “L’orgue de Barbarie” (2). É interrompido, engana-se, esquece-se, volta atrás, mas não desiste. Moi je joue du piano / Disait un / Moi je joue du violon / Disait l’autre (...).
14 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2350: Estórias cabralianas (28): O Hipopótamo, as Formigas e o Prisioneiro (Jorge Cabral)
Nem me lembro qual o Periquito que se apresentou naquele dia em Fá. Mas sei que ao anoitecer, saiu, equipado e armado, cumprindo a minha ordem. Objectivo: caçar um hipopótamo (...).
16 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2354: Estórias cabralianas (29): A Festa do Corpinho ou... feliz o tuga entre as bajudas, mandingas e balantas (Jorge Cabral)
Porque estamos no Natal, recordas o teu de 1969 e um ataque a Bissaque. Eu passei o meu em Fá, e dias antes, noite dentro, quando já o comemorava por antecipação, acorri a defender a Tabanca de Bissaque, guiado pelo Marinho.Este era um velho, seco e pequenino, guardião das instalações de Fá, desde os anos 50(...).
21 de Dezembro de 2007 >. Guiné 63/74 - P2369: Estórias cabralianas (30): Um Natal em Novembro (Jorge Cabral)
Amanheceu igual, só mais um dia em Missirá. Para o Mato Cão, vai o Alferes, uma secção, e o maqueiro Alpiarça. É lá chegar, esperar, ver o barco e voltar. Não há tempo para o sonho – do outro lado nem Gaia, nem Almada…Já estamos de regresso, ouvimos restolhar. Vem aí gente. Neste lugar só podem ser os turras. Claro que, como sempre, o Alferes empunha apenas o seu pingalim e, em vez do camuflado, enverga camisa branca e calções de banho (...).
28 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2386: Estórias cabralianas (31): As milagrosas termas de Missirá (Jorge Cabral)
A fim de prevenir abusos, a segurança à Fonte, no banho das bajudas, pertencia em exclusivo ao Alferes, o qual nos primeiros tempos guardou uma prudente distância, depois foi-se aproximando e acabou no meio delas, esfregador e esfregado com sabão vegetal, após o que branqueava os dentes com areia. Diziam que aquela água possuía propriedades terapêuticas, curando todos os males de pele, não havendo lica que lhe resistisse (...).
10 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2426: Estórias cabralianas (32): Nanque, o investigador (Jorge Cabral)
O Alferes era calmo. Afável, prazenteiro, nunca se irritava. Naquela tarde porém explodiu. É que constatou que as valas estavam a ser utilizadas como retretes.
(2) Vd. postes de:
9 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1161: O nosso Major Eléctrico, 2º comandante do BCAÇ 2852 (Beja Santos)
15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1076: O álbum das glórias (Beja Santos) (4): eu e o coronel Cunha Ribeiro, o nosso 'major eléctrico'
Nota de L.G.: (...) "Major do BCAÇ 2852 [Bambadinca, 1968/70]. Substituiu em Setembro de 1969 o major Viriato Amílcar Pires da Silva, transferido por motivos disciplinares. Foi vítima de acidente grave com um jipe. Era mais conhecido, na caserna - e nomeadamente pela malta da CCAÇ 12 - como o 'major eléctrico', devido à sua energia" (...).
É hoje Coronel, na reforma. Seu nome completo, Ângelo Augusto da Cunha Ribeiro. Já compareceu a alguns convívios do pessoal do BCAÇ 2852.
Madrinhas de Guerra? Pois também herdei uma.
Uma não, quatro. Emprestado ao Pelotão, havia um Cabo velhinho, o Carvalho, que se correspondia com catorze. A bem dizer não fazia mais nada. Logo pela manhã, montava a banca e escrevia, escrevia…
Acabada a comissão, Carvalho distribuiu as madrinhas. Das quatro que me calharam, três duraram pouco, o que não me admirou. Para cada uma, inventara uma estória, assumindo diferentes personagens e construindo cenários, nos quais a realidade da guerra surgia transmutada, mais parecendo um antigo romance de cavalaria.
Uma porém aguentou. Muito jovem, interna num Colégio alentejano, confessou que quando não percebia o que eu queria dizer, perguntava à Professora de Português.
Foi da Professora que recebi uma queixa, endereçada ao senhor Comandante, S.P.M. 5358, denunciando a falta de pudor do correspondente.
Que havia sucedido? Na altura, logo após a visita do Amoroso Bando das Quatro (1), uns violentos ardores urinários atingiram metade do Pelotão, deixando-me preocupado, até porque o médico do Batalhão, o Drácula, castigava quem se apresentasse sofrendo daqueles males.
Talvez por essa preocupação e não sei a que propósito, tinha inserido na missiva a expressão “onírica gonorreia”.
Respondi à Professora, dando-lhe toda a razão, o atrevido já fora castigado. “Calcule Senhora Professora que a dita deixou de ser onírica, e agora é bem real!”.
O certo é que deixei de ter Madrinha de Guerra!
Mas acreditem ou não, quando passo na Cidade alentejana, onde ela estudava, sinto sempre os tais ardores…
Stress literário pós- venéreo?
Jorge Cabral
(1) Já relatada no Blogue.
__________
(1) Vd. lista das estórias até agora publicadas
20 de Abril de 2007 > Guiné 63/7 4- P1682: Estórias cabralianas (1): A mulher do Major e o castigo do Alferes (Jorge Cabral)
Quando de Missirá me deslocava a Bambadinca, seguia sempre a mesma rotina. Primeiro visitava o Bar do Soldado, até porque aí tinha que liquidar as despesas alcoólicas efectuadas pelo meu Soldado Ocamari Nanque, que se encontrava preso. (...)
23 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1688: Estórias cabralianas (2): O rally turra (Jorge Cabral)Numa tarde de tédio convenci o motorista da viatura existente em Missirá, um humilde Unimog, a dar um passeio. Pretendia visitar o Enxalé, seguindo pela estrada de Mato Cão, pela qual não passava qualquer veículo há muito tempo. (...)
23 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1689: Estórias cabralianas (3): O básico apaixonado (Jorge Cabral)
O Pel Caç Nat 63 esteve quase sempre em Destacamentos. Comigo em Fá e Missirá. Antes no Saltinho, e depois no Mato Cão. Para os Destacamentos eram mandados os especialistas que a CCS [do Batalhão sediado em Bambadinca] não queria. Assim, tive maqueiros que não podiam ver sangue, motoristas epilépticos e até um apontador de morteiros cego de um olho. Tudo boa rapaziada, aliás! (...)
18 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLVIII: Estórias cabralianas (4): o Jagudi de Barcelos.
Dos quatro Comandantes de Bambadinca que conheci, apenas o Polidoro Monteiro me mereceu consideração. Dos outros nem vou dizer o nome, e de dois a imagem que guardo é patética . Assim, no rescaldo do ataque ao Batalhão, lembro o primeiro, à noite, de G-3 em bandoleira, pedir-nos:- Se houver ataque, acordem-me (...).
23 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXV: Estórias cabralianas (5): Numa mão a espingarda, na outra...
Penso que, já em 1971, apareceu no Batalhão [de Bambadinca], um Alferes de secretariado, corrido de Bissau, por via de uns dinheiros. Chegou acompanhado de uma dama, sobre a qual corriam os mais variados boatos. Dizia-se, calculem, que ela tinha sido uma prenda de aniversário ao Alferes, enviada pelo pai, milionário do Porto. (...)
13 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXIV: Estórias cabralianas (6): SEXA o CACO em Missirá Poucos dias faltavam para o Natal, e a tarde estava quente. Todo nu no meu abrigo, fazia a sesta, quando sou despertado por enorme algazarra misturada com os ruídos do helicóptero.-Alfero, Alfero, é Spínola! - gritam os meus soldados (...).
17 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXXIX: Estórias cabralianas (7): Alfero poi catota noba Finda a comissão, calculem (!), fui louvado. O Despacho do Exmo. Comandante do CAOP Dois referia, entre outros elogios, a minha “habilidade para lidar com a tropa africana e populações”, a qual me havia “granjeado grande prestígio”. Esquecido, porém, foi o essencial – evitei a dezenas de Bajudas o repúdio matrimonial e a consequente devolução do preço. Essa tão meritória actividade, sim, teria merecido, não um simples louvor, mas uma medalha (...).
13 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCC: Estórias cabralianas (8): Fá Mandinga no Conde Redondo ou o meu Amigo Travesti
Na década de 80, dava aulas nocturnas numa Escola na Duque de Loulé e costumava descer a Avenida para tomar o Metro. Eis que uma noite, me vejo perseguido por um Travesti que me grita:- Meu Alferes! Meu Alferes! Alferes Cabral!... Tomado de terror homofóbico parei, negando conhecer a criatura, de longas pernas e fartíssimos seios. (...)
20 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXVII: Estórias cabralianas (9): Má chegada, pior partida Com destino à Guerra, viajei no Alfredo da Silva, quase um cacilheiro, durante doze dias. Em primeira classe, sete oficiais e uma dona puta em pré-reforma habitavam um ambiente de opereta, jantando de gravata, com a estafada dama na mesa do comando. Depois havia a valsa… Cheirava a mofo, a decadência, ao fim do Império (...).
3 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P836: Estórias cabralianas (10): O soldado Nanque, meu assessor feiticeiro
Desde que cheguei, e durante o primeiro ano, o Pel Caç Nat 63, foi pluriétnico. Mandingas, Fulas, Balantas, Manjacos, Bigajós, estavam representados. Pluriétnico e plurirreligioso, com um Manjaco, Pastor Evangélico, um Marabú Mandinga Senegalês, vários adoradores de muitos Irãs, e até alguns crentes na Senhora de Fátima, vivendo todos em Paz ecuménica, sob a batuta do Alferes agnóstico com tendências panteístas, que pensava que nada o podia surpreender (...).
4 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P936: Estórias cabralianas (11): a atribulada iniciação sexual do Soldado Casto
À noite, após o jantar, nós os nove brancos do Destacamento, continuávamos à mesa, conversando. Falávamos de tudo, mas principalmente de sexo, mascarando a nossa inexperiência, com o relato de extraordinárias aventuras que assegurávamos ter vivido. O nosso motorista havia até desenhado num caderno as várias posições, indagando de cada um:- E esta, já experimentaram? (...)
20 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P974: Estórias cabralianas (12): A lavadeira, o sobretudo e uma carta de amor
No dia seguinte a ter ocupado Fá Mandinga, apresentaram-se no quartel as lavadeiras, cinco ou seis bajudas, todas alegres e simpáticas. Uma, Modji Daaba, chamou-me logo a atenção pelo seu porte e beleza. Bonita de cara e perfeita de corpo, possuía um ar nobre e altivo que me cativou. Imediatamente a contratei como minha lavadeira exclusiva, tendo acordado uma remuneração superior na esperança de algumas tarefas suplementares… (Periquito, ainda não sabia, que com as bajudas mandingas era praticamente impossível ir além de algumas carícias peitorais…). (...)
28 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1128: Estórias cabralianas (13): A Micá ou o stresse aviário (Jorge Cabral)
Terminada a especialidade de Atirador de Artilharia, permaneci como aspirante, em Vendas Novas, na respectiva Escola Prática. Aí me atribuíram variadas funções, Justiça, Acção Psicológica e Cultural, Revista Literária, etc, etc, pelo que quase nunca fiz nada. Quando me procuravam num lado, estava sempre no outro…Na Justiça, creio que apenas dei andamento a um processo, enviando uma deprecada para Angola, a perguntar se o Furriel Patacas possuía três mãos. (...).
24 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1313: Estórias cabralianas (14): Missirá: o apanhado do alferes que deitou fogo ao quartel (Jorge Cabral)
Julgo que aconteceu em Março [de 1971]. O dia decorrera em Alegria. Chegara a Missirá uma arca frigorífica a petróleo, oferta do Movimento Nacional Feminino, e cedo começaram as libações.Seriam três ou quatro da manhã, sou abruptamente despertado. Tiros (?). Rebentamentos (?). Fogo! Saio do abrigo nu, e deparo com meio quartel a arder.Ataque nunca podia ser! O Tigre [Beja Santos] já estava na Metrópole, Missirá era agora um oásis de paz, vigorando um tácito pacto de não-agressão (...).
14 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1344: Estórias cabralianas (15): Hortelão e talhante: a frustração do Amaral (Jorge Cabral)
Chamavam-lhe, os africanos, o furriel Barril, não sei se pela sua compleição física, se por via da fama e do proveito que ganhara como bebedor quotidiano e calmo. Estou a vê-lo ao serão, bebendo à colher, com paciência e estilo, enquanto o alferes declamava, e o maqueiro Alpiarça escrevia a uma das dezenas das madrinhas de guerra. (...)
14 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1369: Estórias cabralianas (16): As bagas afrodisíacas do Sambaro e o estoicismo do Sousa
Aos Domingos vestíamo-nos à paisana e dávamos longos passeios à volta da parada, imaginando praças, avenidas, ruas, adros de igreja e até estações de comboio. Depois entrávamos na Cantina e invariavelmente pedíamos 'Um fino e tremoços' (...).
10 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1419: Estórias cabralianas (17): Tirem-me daqui, quero andar de comboio (Jorge Cabral)
Creio que foi em Fevereiro de 1971, que em Missirá, recebi a ordem de Bissau – um dos furriéis passava a ser Professor, com dispensa de toda e qualquer actividade operacional. Ponderada a situação, optei pelo Amaral , cujo porte rechonchudo e as maçãs do rosto vermelhuscas, lhe davam um ar prazenteiro e bonacheirão, nada condizente com as funções de comandante de secção combatente (...).
26 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1463: Estórias cabralianas (18): O Dia de São Mamadu (Jorge Cabral)
Entre os dez militares metropolitanos do Destacamento de Missirá, apenas o Alferes era do Sul e de Lisboa – um rapaz de Alvalade, passeante da Praça de Londres e frequentador do Vává. Todos os outros, furriéis, cabos, e adidos especialistas, vinham do Norte ou das Beiras. (...).
18 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1534: Estórias cabralianas (19): O Zé Maria, o Filho, Madina/Belel e um tal Alferes Fanfarrão (Jorge Cabral)
Bambadinca era então para o Alferes, feito nharro de Tabanca, a Cidade. Para lá ir, fazia a barba, aprumava o seu único camuflado apresentável, munia-se de alguns pesos e, acima de tudo, preparava o relim verbal sobre ficcionadas aventuras operacionais, que iriam impressionar o Comandante. Antes de entrar no Quartel, habituara-se a abancar no Gambrinus local, o tasco do Zé Maria, bebendo, petiscando e conversando. Um dia encontrou o Senhor Zé Maria, muito preocupado. O filho adolescente que estudava em Lisboa, ia chumbar. (...)
20 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1679: Estórias cabralianas (20): Banquetes de Missirá: Porco turra e Vaca náufraga (Jorge Cabral)
Em Missirá comíamos, praticamente todos os dias, arroz acompanhado ora de pé de porco, ora de atum ou cavala, com muito pão e sempre altas doses do insípido vinho quarteleiro, o qual, segundo se dizia, era cortado com cânfora, para diminuir os ímpetos...
24 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1696: Estórias cabralianas (21): O Amoroso Bando das Quatro em Missirá (Jorge Cabral)
Nos Destacamentos em que vivi, todos eram bem recebidos, à boa maneira da gente da Guiné, cuja cativante hospitalidade foi muitas vezes confundida com subserviência ou portuguesismo. Djilas, batoteiros profissionais, artesãos, doentes, feiticeiros, alcoviteiros, parentes dos soldados, visitavam o aquartelamento e às vezes ali permaneciam, fazendo negócios, combinando casamentos, tratando-se ou tratando, ou simplesmente descansando. Desconfio mesmo que alguns guerrilheiros terão passado férias em Missirá (...)
12 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1752: Estórias cabralianas (22): Alfa, o fula alfacinha (Jorge Cabral)
No final do ano de 1970, apresentou-se em Missirá um soldado fula – chamemos-lhe Alfa – vindo da prisão de Bissau, onde cumprira pesada pena. Razão da punição – ausência ilegítima durante cento e oitenta dias, quando após intervenção cirúrgica no Hospital Militar Principal, desaparecera em Lisboa. Impecavelmente fardado, com blusão e tudo, usava uma vistosa popa e farfalhudas patilhas, conservando sempre um palito dependurado ao canto da boca. Falava um calão lisboeta e aparentava ser um verdadeiro rufia alfacinha.(...)
5 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1816: Estórias cabralianas (23): Areia fina ou as conversas de Missirá (Jorge Cabral)
Conheci muito bem o Alferes que esteve em Missirá nos anos de 1970 e 1971. Diziam que estava apanhado, mas penso que não. Era mesmo assim. Quem com ele privou em Mafra e Vendas Novas certamente o recorda, declamando na Tapada: No alto da Vela / Fui Sentinela / de coisa nenhuma / Quem hei-de guardar / Quem irei matar… (...).
19 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1857: Estórias cabralianas (24): O meu momento de glória (Jorge Cabral)
Manga de ronco, Pessoal! Spínola veio a Fá, visitar os Comandos Africanos e praticamente toda a população das Tabancas vizinhas compareceu. Homens e Mulheres Grandes, belas Bajudas, e muitas, muitas crianças. A Pátria, pois então… E uma Guiné melhor. O Caco entusiasmou-se. Tanto, que optou por ir de viatura para Bambadinca. E lá partiu em coluna, comandada pelo Capitão João Bacar Djaló (...).
29 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1900: Estórias cabralianas (25): Dois amores de guerra e uma declaração: Não sou pai dos 'piquinos Alferos Cabral' (Jorge Cabral)
E o Amor, existiu? Não falo de mulheres grandes a partir catota, nem de bajudas a partir punho, e muito menos das rápidas e alcoolizadas visitas às casas de prazer, para... mudar o óleo. Amor mesmo, paixão, dele para ela, dela para ele. Difícil, raro, mas aconteceu. Contaram-me que uma bajuda que tivera um filho do Furriel X, o seguiu até Bissau, e na hora da partida do navio entrou na água com o bebé, tendo morrido ambos…
27 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2135: Estórias cabralianas (26): Guerra escatológica: o turra Boris Vian (Jorge Cabral)
Fá Mandinga fora sede de Batalhão e de Companhia, possuindo muitas e boas instalações. Chegados em Julho de 1969, optámos por ocupar apenas dois edifícios. Quanto aos restantes, convenci o Pelotão, que o respectivo acesso estava minado, razão porque só eu lá poderia entrar. É que vislumbrara duas belas e isoladas vivendas, as quais intimamente destinara a uso próprio. Uma serviria para encontros amorosos. Na outra, utilizaria a casa de banho, lendo e meditando... E assim se passou (...).
22 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2204: Estórias cabralianas (27): Turra desenfiado encontra Alferes entornado (Jorge Cabral)
Já é noite cerrada e o Alferes de Missirá continua em Bambadinca. Numa mão o copo, na outra, o pingalim, encostado ao balcão do Bar, declama. Trata-se do longo poema de Jacques Prévert, “L’orgue de Barbarie” (2). É interrompido, engana-se, esquece-se, volta atrás, mas não desiste. Moi je joue du piano / Disait un / Moi je joue du violon / Disait l’autre (...).
14 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2350: Estórias cabralianas (28): O Hipopótamo, as Formigas e o Prisioneiro (Jorge Cabral)
Nem me lembro qual o Periquito que se apresentou naquele dia em Fá. Mas sei que ao anoitecer, saiu, equipado e armado, cumprindo a minha ordem. Objectivo: caçar um hipopótamo (...).
16 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2354: Estórias cabralianas (29): A Festa do Corpinho ou... feliz o tuga entre as bajudas, mandingas e balantas (Jorge Cabral)
Porque estamos no Natal, recordas o teu de 1969 e um ataque a Bissaque. Eu passei o meu em Fá, e dias antes, noite dentro, quando já o comemorava por antecipação, acorri a defender a Tabanca de Bissaque, guiado pelo Marinho.Este era um velho, seco e pequenino, guardião das instalações de Fá, desde os anos 50(...).
21 de Dezembro de 2007 >. Guiné 63/74 - P2369: Estórias cabralianas (30): Um Natal em Novembro (Jorge Cabral)
Amanheceu igual, só mais um dia em Missirá. Para o Mato Cão, vai o Alferes, uma secção, e o maqueiro Alpiarça. É lá chegar, esperar, ver o barco e voltar. Não há tempo para o sonho – do outro lado nem Gaia, nem Almada…Já estamos de regresso, ouvimos restolhar. Vem aí gente. Neste lugar só podem ser os turras. Claro que, como sempre, o Alferes empunha apenas o seu pingalim e, em vez do camuflado, enverga camisa branca e calções de banho (...).
28 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2386: Estórias cabralianas (31): As milagrosas termas de Missirá (Jorge Cabral)
A fim de prevenir abusos, a segurança à Fonte, no banho das bajudas, pertencia em exclusivo ao Alferes, o qual nos primeiros tempos guardou uma prudente distância, depois foi-se aproximando e acabou no meio delas, esfregador e esfregado com sabão vegetal, após o que branqueava os dentes com areia. Diziam que aquela água possuía propriedades terapêuticas, curando todos os males de pele, não havendo lica que lhe resistisse (...).
10 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2426: Estórias cabralianas (32): Nanque, o investigador (Jorge Cabral)
O Alferes era calmo. Afável, prazenteiro, nunca se irritava. Naquela tarde porém explodiu. É que constatou que as valas estavam a ser utilizadas como retretes.
(2) Vd. postes de:
9 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1161: O nosso Major Eléctrico, 2º comandante do BCAÇ 2852 (Beja Santos)
15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1076: O álbum das glórias (Beja Santos) (4): eu e o coronel Cunha Ribeiro, o nosso 'major eléctrico'
Nota de L.G.: (...) "Major do BCAÇ 2852 [Bambadinca, 1968/70]. Substituiu em Setembro de 1969 o major Viriato Amílcar Pires da Silva, transferido por motivos disciplinares. Foi vítima de acidente grave com um jipe. Era mais conhecido, na caserna - e nomeadamente pela malta da CCAÇ 12 - como o 'major eléctrico', devido à sua energia" (...).
É hoje Coronel, na reforma. Seu nome completo, Ângelo Augusto da Cunha Ribeiro. Já compareceu a alguns convívios do pessoal do BCAÇ 2852.
Guiné 63/74 - P2611: Bibliografia (22): O Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos, na Imprensa. (Virgínio Briote)
O Lançamento do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos na Comunicação Social
Assim, entre outras entrevistas, vai estar na Antena 1 e na Antena 2 (RDP), com emissão a partir do noticiário das 8 horas de amanhã e a ser repetida ao longo do dia.
E, amanhã ainda na Antena 1, Francisco José Viegas vai ter o Mário em estúdio.
segunda-feira, 3 de março de 2008
Guiné 63/74 - P2610: Bibliografia (21): Lançamento do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos (Virgínio Briote)
Lançamento do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos
6 de Março, 5ª Feira, na Sociedade de Geografia de Lisboa
Da revista do Círculo de Leitores. Enviado por Abreu dos Santos.
1. Henrique Matos
13h00: Almoço na Casa do Alentejo
6 de Março, 5ª Feira, na Sociedade de Geografia de Lisboa
Da revista do Círculo de Leitores. Enviado por Abreu dos Santos.
Almoço: Presenças confirmadas
1. Henrique Matos
2. A. Marques Lopes
3. António Graça de Abreu
4/5. António Santos e Esposa
6. Delfim Rodrigues
7. Mário Fitas
8. Rui A. Ferreira
9. Raul Albino
10/11. Carlos Vinhal e Esposa
12/13. Albano Costa e Esposa
14/15. Carlos Marques dos Santos e Mulher Teresa M. Santos
16. Hélder Pereira
17. Júlio Pinto
18. José Monteiro
19. José Manuel Bastos
20. Filipe Ribeiro
21. Mário Beja Santos
22. Fernando Chapouto
23. Manuel Chamusca
24. José Aurélio Martins
25. Carlos Murta
26. Manuel Paes (?) e Sousa
27. Carronda Rodrigues
28. Marinho
29. Heitor Gouveia
30. V. Briote
31. Custódio Castro
32. Carlos Santos
33. João Parreira
34. Diamantino Gertrudes da Silva
35. Alfredo Carvalho Rodrigues
36. Fernando Franco
37. Jorge Cabral
38. Carlos Américo Cardoso
39. José Manuel Lopes
40. José Pedro Rosa
41. José Manuel Viegas
42. J. Mexia Alves
43. António Ferronha
44. Mamadú Alfa Baldé
45. Maria Irene F. Briote
Programa:
13h00: Almoço na Casa do Alentejo
14h30: Visita guiada à Sociedade de Geografia de Lisboa
16h00: Reunião dos Camaradas presentes na Sociedade de Geografia
18h00: Espectáculo de korá, por Braima Galissa
18h30: Apresentação do Diário da Guiné, 1968-1969: Na Terra dos Soncó, do Mário Beja Santos: Preside à sessão o Senhor Embaixador da República da Guine-Bissau, Dr. Constantino Lopes da Costa. Intervenções de Mário Beja Santos, Mário de Carvalho e General Lemos Pires.
__________
Guiné 63/74 - P2609: Convívios (41): 2º Pelotão da 3ª Companhia do COM, 1º turno, Jan 66: Mafra, EPI, 27 de Abril de 2008 (A. Marques Lopes)
1. Mensagem do nosso Camarada A. Marques Lopes:
Caros camaradas:
Agradeço que publiquem este apelo que, creio, não está desfasado do blogue. Penso que muitos da lista abaixo o consultarão. E é o seguinte:
No dia 27 de Abril próximo o 2° Pelotão da 3.ª Companhia do Curso de Oficiais Milicianos do 1.º turno/Janeiro de 1966 vai juntar-se em Mafra na EPI - Escola Prática de Infantaria. São eles:
-Adolfo de Jesus Rodrigues Bexiga
-Alfredo Manuel Ribeiro Parreira
-Aníbal António Dias Tapadinhas
-Augusto Jorge de Melo Felix
-António Alves Pereira
-Anfômo Manuel M. Cardoso
-António Manuel Marques Lopes
-Armando Simões Ferreira
-Carlos Alberto da Costa Fonseca de Sousa
-Eduardo Cristóvão Gil de Oliveira
-João Filipe Pilar Baptista
-Joaquim Benevenuto Carreiras
-Jorge Emídio G. Raposo Magalhães
-José Augusto de Azevedo e Silva
-José Francisco Rosa
-José Henrique de Carvalho Gonçalves
-José Joaquim Relvas Realinho
-José Manuel da Conceição Lopes Azevedo
-José Nuno Firmo Botelho de Andrade
-Manuel Arnaldo dos Santos Silva
-Mariano João Alves Pimenta
-Mário Ferreira Lopes Pereira
-Miguel Leitão Xavier Chagas
-Nelson Jorge Santos Godinho Parreira
-Orlando de Melo Cardoso Rodrigues
-Pedro José de Gusmão Calheiros
-Pedro Melo Santos Lima
-Rui António dos Santos Silva e Cunha
-Rui Manuel Duarte Baptista
-Fernando Mário Pereira Rodrigues Pais
Notas:
- Falta o Herculano de Carvalho, que foi comando na Guiné, infelizmente já falecido.
- Estará presente o nosso instrutor, o Ten Chung-Su-Sing, agora Coronel Comando na reserva.
Vão os nomes dos elementos porque não há contacto de todos e, como disse, creio que muitos consultarão este blogue. Será um domingo todo preenchido, entre as 10 e as 17 horas, com visitas à EPI, e descerramento de uma lápide alusiva ao acontecimento, visita ao Palácio Nacional de Mafra, seguido de almoço na Tapada Real (pratos de caça), culminando com visita à respectiva fauna/flora, em comboio apropriado para o efeito.
Os contactos podem ser feitos para:
- José Manuel Lopes Azevedo (965009913)
- A. Marques Lopes (938013725)
Abraço,
A. Marques Lopes
__________
Fixação de texto: vb
Caros camaradas:
Agradeço que publiquem este apelo que, creio, não está desfasado do blogue. Penso que muitos da lista abaixo o consultarão. E é o seguinte:
No dia 27 de Abril próximo o 2° Pelotão da 3.ª Companhia do Curso de Oficiais Milicianos do 1.º turno/Janeiro de 1966 vai juntar-se em Mafra na EPI - Escola Prática de Infantaria. São eles:
-Adolfo de Jesus Rodrigues Bexiga
-Alfredo Manuel Ribeiro Parreira
-Aníbal António Dias Tapadinhas
-Augusto Jorge de Melo Felix
-António Alves Pereira
-Anfômo Manuel M. Cardoso
-António Manuel Marques Lopes
-Armando Simões Ferreira
-Carlos Alberto da Costa Fonseca de Sousa
-Eduardo Cristóvão Gil de Oliveira
-João Filipe Pilar Baptista
-Joaquim Benevenuto Carreiras
-Jorge Emídio G. Raposo Magalhães
-José Augusto de Azevedo e Silva
-José Francisco Rosa
-José Henrique de Carvalho Gonçalves
-José Joaquim Relvas Realinho
-José Manuel da Conceição Lopes Azevedo
-José Nuno Firmo Botelho de Andrade
-Manuel Arnaldo dos Santos Silva
-Mariano João Alves Pimenta
-Mário Ferreira Lopes Pereira
-Miguel Leitão Xavier Chagas
-Nelson Jorge Santos Godinho Parreira
-Orlando de Melo Cardoso Rodrigues
-Pedro José de Gusmão Calheiros
-Pedro Melo Santos Lima
-Rui António dos Santos Silva e Cunha
-Rui Manuel Duarte Baptista
-Fernando Mário Pereira Rodrigues Pais
Notas:
- Falta o Herculano de Carvalho, que foi comando na Guiné, infelizmente já falecido.
- Estará presente o nosso instrutor, o Ten Chung-Su-Sing, agora Coronel Comando na reserva.
Vão os nomes dos elementos porque não há contacto de todos e, como disse, creio que muitos consultarão este blogue. Será um domingo todo preenchido, entre as 10 e as 17 horas, com visitas à EPI, e descerramento de uma lápide alusiva ao acontecimento, visita ao Palácio Nacional de Mafra, seguido de almoço na Tapada Real (pratos de caça), culminando com visita à respectiva fauna/flora, em comboio apropriado para o efeito.
Os contactos podem ser feitos para:
- José Manuel Lopes Azevedo (965009913)
- A. Marques Lopes (938013725)
Abraço,
A. Marques Lopes
__________
Fixação de texto: vb
Guiné 63/74 - P2608: Poemário do José Manuel (1): Salancaur, 1973: Pior que o inimigo é a rotina...
1. Nova série onde serão publicados, com regularidade, os poemas do José Manuel (ou José Manuel Lopes), ex-Fur Mil Op Esp, CART 6250, Mampatá, 1972/74 (1). Poema sem título, enviado em 29 de Fevereiro de 2008.
Pior
que o inimigo
é a rotina
quando os olhos já não vêem
quando o corpo já não sente
quando já se não recorda
o nosso último abraço
e a arma se tornou
um apêndice do braço
pior
é quando nos esquecemos
dos afagos e carícias
que uma mão pode fazer
da mensagem e melodia
que uma canção pode conter
pior
que as chagas nas virilhas
ou o aço a entrar no corpo
são os delírios sem sentido
e o procurar esquecer
as pessoas mais queridas
pior
é o despertar
do mal que há em nós
e é preciso pensar
e é preciso parar
e é preciso sentir
que ainda estamos a tempo
josema
Salancaur
Março 1973
______________
Nota de L.G.:
(1) Vd. poste de 27 de Fevereiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2585: Blogpoesia (8): Viagem sem regresso (José Manuel, Fur Mil Op Esp, CART 6250, Mampatá, 1972/74)
Pior
que o inimigo
é a rotina
quando os olhos já não vêem
quando o corpo já não sente
quando já se não recorda
o nosso último abraço
e a arma se tornou
um apêndice do braço
pior
é quando nos esquecemos
dos afagos e carícias
que uma mão pode fazer
da mensagem e melodia
que uma canção pode conter
pior
que as chagas nas virilhas
ou o aço a entrar no corpo
são os delírios sem sentido
e o procurar esquecer
as pessoas mais queridas
pior
é o despertar
do mal que há em nós
e é preciso pensar
e é preciso parar
e é preciso sentir
que ainda estamos a tempo
josema
Salancaur
Março 1973
______________
Nota de L.G.:
(1) Vd. poste de 27 de Fevereiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2585: Blogpoesia (8): Viagem sem regresso (José Manuel, Fur Mil Op Esp, CART 6250, Mampatá, 1972/74)
Guiné 63/74 - P2607: In Memoriam (3): Camacho Costa morreu há cinco anos (Torcato Mendonça)
1. Mensagem do Torcato Mendonça (ex-Alf Mil, CART 2339, Mambambo, 1968/69):
Meus Caros Editores
Ontem foi homenageado um Amigo meu. Foi combatente na Guiné. Faleceu, vítima de cancro do pulmão, há cinco anos. Parece ontem e estes óculos são uma… ou eu envelheço rapidamente. Melhor…o oxigénio repara os óculos…não queria chatear mas um dia falaram aqui em homens que combateram ou se piraram da Guiné. Este não foi guerreiro e certamente não desejava isso. Mas certamente foi útil naquele País…
Recuperei parte de um escrito antigo.
Um abraço,
Torcato Mendonça
__________
2. Combatente na Guiné
por Torcato Mendonça
Serviu aquela Terra, as suas Gentes e, principalmente, as Nossas Tropas mais pela palavra, pelo acto cultural do que pela arma. Provavelmente, mesmo sendo militar, nunca deu um tiro. Mas foi um Combatente, mais um que serviu a Pátria na Província da Guiné.
Conto, voltando à infância longínqua de dois sexagenários. Recordemos então:
Era um miúdo franzino, cabelo liso, despenteado, esvoaçando ao vento e de pele morena. Aparecia sempre pelas férias escolares. Não sei ao certo quando nos conhecemos ou nos vimos pela primeira vez. De muito tenra idade certamente, numas férias escolares, mesmo antes de termos entrado nessas lides. A sua mãe era professora, leccionava na zona de Lisboa mas voltava sempre, nas férias, à sua terra natal, também a dele e a minha por adopção.
Brincávamos com os outros miúdos da nossa idade, aos ninhos e à passarada, no rio em fuga aos progenitores e a vários jogos, apelidados hoje de tradicionais. Crescemos cimentando a amizade que só os miúdos, com a sua sã convivência, conseguem. Fomos para a escola e mais tarde para o colégio, mantendo o grupo unido.
Ele, lá longe, fazia o mesmo percurso, escola, talvez o liceu, o colégio e, se bem me lembro, como os estudos não tinham os resultados desejados pelos pais, foi até Tomar – colégio mais apertado…. As férias continuavam a ser tempo de união, de brincadeiras, de conversas, de outras vivências e convivências, próprias de jovens que, sem darem por isso, foram crescendo.
Ele era diferente. Não só pelo cabelo liso, despenteado e desalinhado. Ele também o era. Mais sensível, mais dado a leituras, escrita, música, poesia e já o teatro. Alegre, de sorriso e piada fácil, preocupava-se mais com o seu sonho, o seu modo de estar e amar a vida do que com os estudos impostos. Conversávamos longamente.
– Lê isto que eu escrevi ou escuta este poema.
Um dia apareceu com uma máquina de filmar… outro sonho. Começamos a contactar menos devido áà roda da vida. Eu num lado, ele no mundo do espectáculo ou da escrita. Teatro, jornalismo e outras deambulações. Víamo-nos, de quando em vez por Lisboa… que saudade e que recordações…
Chegou o dia, aquele dia, a que aos homens da minha geração era posto ponto e vírgula, senão mesmo ponto final. Tempos de humilhação, de desrespeito pela nossa cidadania.
Fui cumprir o serviço militar. Ele foi depois.
Um dia o encontro dramático, ainda hoje arrepiante. Ambos tínhamos ido para a Guiné.
Regressávamos de uma operação, cansados, fartos e com o Geba ali perto. Como vinha á frente informaram-me:
- Cuidado, pois há periquitos a fazer segurança.
Passa palavra, olhos mais abertos. Mais á frente faz-se o encontro. Não pára, só olha e descomprime um pouco.
Vindo do mato a voz de alguém a dizer o meu nome. Olho nessa direcção. Direito a mim, corre um militar com um banana na mão. Olho e não acredito. Estupidamente pergunto:
- Zé, que fazes aqui?
Ele abraça-me, olha-me com as lágrimas a escorrerem-lhe pela face magra. Aperto-o pelos ombros. Não sei se disse algo a tentar reconfortar.
Não era lugar para o Zé Manuel. Combinamos encontrarmo-nos em Bambadinca. Assim o fizemos e o Zé Manel contou-me a sua vida no Xitole ou Saltinho (2406?, não sei).
Mostrou-me as mãos com calos e sinais de bolhas. Aquilo não era para ele nem para nenhum de nós. Só que eu e outros fazíamos a nossa guerra e já tínhamos muito tempo de mato.
Falei com o Capitão dele. A resposta foi, se bem me lembro, esse poltrão nem cavar sabe, isto não é o teatro.
- Nem eu sei cavar, meu Capitão.
Curiosamente, em futuros encontros, o meu relacionamento com este Capitão foi bom. Compreendi-o. Não gostava de Teatro… Abreviemos.
Pouco tempo depois o Zé estava em Bissau. Perdeu-se, um soldado ou cabo atirador ou telegrafista mas a Rádio em Bissau [, o PFA - Programa das Forças Armadas, ] ganhou um radialista. E não só. E não só.
Eu há cinco anos, como passa depressa o tempo, perdi mais um amigo de infância.
Foi ontem homenageado, pela estação de televisão onde mais trabalhava. Assisti. Ouvi as palavras habituais mas ainda bem que o recordaram. Merecia. Hoje alinhei estas palavras pela saudade que sinto, dele e de outros desse tempo que, desta vida, partiram.
Descansa em Paz, meu querido José Manuel Camacho Costa.
__________
José Camacho Costa (n. Odemira, 8 de Junho de 1946 - m. Lisboa, 1 de Março de 2003), actor português.
(i) Era licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa;
(ii) Foi crítico de cinema entre 1973 e 1978;
(iii) Mas foi ao teatro, principalmente à comédia portuguesa que mais se dedicou: entre 1976 e 2000 participou em mais de vinte produções dos teatros do Parque Mayer;
(iv) Trabalhou também com os Artistas Unidos onde foi dirigido por Jorge Silva Melo;
(v) Com mais de dez participações no cinema, em filmes como Manhã Submersa de Lauro António, Saudades para Dona Genciana de Eduardo Geada, O Testamento do senhor Napumoceno da Silva Araújo de Francisco Manso ou Ilhéu da Contenda de Leão Lopes;
(vi) Popularizou-se com a sua presença regular nas principais séries televisivas de humor portuguesas, como Os Malucos do Riso de Marecos Duarte (SIC);
(vii) O papel mais conhecido e mais cómico foi o Lelo cuja etnia era cigana, também o mestre André, mendigo, alentejano entre outras personagens;
(viii) Morreu a 1 de Março de 2003, vítima de um cancro pulmonar.
Foi sem dúvida uma grande perda para o humor nacional e sempre sera recordado por todos nós.Não há nimguém como ele.
em Wikipedia (com a devida vénia)...
__________
Fixação de texto: vb
Vd. postes anteriores desta série, In Memoriam:
31 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1805: In memoriam (1): Adeus, Zé Neto (1929-2007) (José Martins, Humberto Reis, Luís Graça, Virgínio Briote e outros)
6 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2033: In Memoriam (2): O saudoso Amaral da horta e dos presuntos de Missirá (Jorge Cabral / António Branquinho)
Meus Caros Editores
Ontem foi homenageado um Amigo meu. Foi combatente na Guiné. Faleceu, vítima de cancro do pulmão, há cinco anos. Parece ontem e estes óculos são uma… ou eu envelheço rapidamente. Melhor…o oxigénio repara os óculos…não queria chatear mas um dia falaram aqui em homens que combateram ou se piraram da Guiné. Este não foi guerreiro e certamente não desejava isso. Mas certamente foi útil naquele País…
Recuperei parte de um escrito antigo.
Um abraço,
Torcato Mendonça
__________
2. Combatente na Guiné
por Torcato Mendonça
Serviu aquela Terra, as suas Gentes e, principalmente, as Nossas Tropas mais pela palavra, pelo acto cultural do que pela arma. Provavelmente, mesmo sendo militar, nunca deu um tiro. Mas foi um Combatente, mais um que serviu a Pátria na Província da Guiné.
Conto, voltando à infância longínqua de dois sexagenários. Recordemos então:
Era um miúdo franzino, cabelo liso, despenteado, esvoaçando ao vento e de pele morena. Aparecia sempre pelas férias escolares. Não sei ao certo quando nos conhecemos ou nos vimos pela primeira vez. De muito tenra idade certamente, numas férias escolares, mesmo antes de termos entrado nessas lides. A sua mãe era professora, leccionava na zona de Lisboa mas voltava sempre, nas férias, à sua terra natal, também a dele e a minha por adopção.
Brincávamos com os outros miúdos da nossa idade, aos ninhos e à passarada, no rio em fuga aos progenitores e a vários jogos, apelidados hoje de tradicionais. Crescemos cimentando a amizade que só os miúdos, com a sua sã convivência, conseguem. Fomos para a escola e mais tarde para o colégio, mantendo o grupo unido.
Ele, lá longe, fazia o mesmo percurso, escola, talvez o liceu, o colégio e, se bem me lembro, como os estudos não tinham os resultados desejados pelos pais, foi até Tomar – colégio mais apertado…. As férias continuavam a ser tempo de união, de brincadeiras, de conversas, de outras vivências e convivências, próprias de jovens que, sem darem por isso, foram crescendo.
Ele era diferente. Não só pelo cabelo liso, despenteado e desalinhado. Ele também o era. Mais sensível, mais dado a leituras, escrita, música, poesia e já o teatro. Alegre, de sorriso e piada fácil, preocupava-se mais com o seu sonho, o seu modo de estar e amar a vida do que com os estudos impostos. Conversávamos longamente.
– Lê isto que eu escrevi ou escuta este poema.
Um dia apareceu com uma máquina de filmar… outro sonho. Começamos a contactar menos devido áà roda da vida. Eu num lado, ele no mundo do espectáculo ou da escrita. Teatro, jornalismo e outras deambulações. Víamo-nos, de quando em vez por Lisboa… que saudade e que recordações…
Chegou o dia, aquele dia, a que aos homens da minha geração era posto ponto e vírgula, senão mesmo ponto final. Tempos de humilhação, de desrespeito pela nossa cidadania.
Fui cumprir o serviço militar. Ele foi depois.
Um dia o encontro dramático, ainda hoje arrepiante. Ambos tínhamos ido para a Guiné.
Regressávamos de uma operação, cansados, fartos e com o Geba ali perto. Como vinha á frente informaram-me:
- Cuidado, pois há periquitos a fazer segurança.
Passa palavra, olhos mais abertos. Mais á frente faz-se o encontro. Não pára, só olha e descomprime um pouco.
Vindo do mato a voz de alguém a dizer o meu nome. Olho nessa direcção. Direito a mim, corre um militar com um banana na mão. Olho e não acredito. Estupidamente pergunto:
- Zé, que fazes aqui?
Ele abraça-me, olha-me com as lágrimas a escorrerem-lhe pela face magra. Aperto-o pelos ombros. Não sei se disse algo a tentar reconfortar.
Não era lugar para o Zé Manuel. Combinamos encontrarmo-nos em Bambadinca. Assim o fizemos e o Zé Manel contou-me a sua vida no Xitole ou Saltinho (2406?, não sei).
Mostrou-me as mãos com calos e sinais de bolhas. Aquilo não era para ele nem para nenhum de nós. Só que eu e outros fazíamos a nossa guerra e já tínhamos muito tempo de mato.
Falei com o Capitão dele. A resposta foi, se bem me lembro, esse poltrão nem cavar sabe, isto não é o teatro.
- Nem eu sei cavar, meu Capitão.
Curiosamente, em futuros encontros, o meu relacionamento com este Capitão foi bom. Compreendi-o. Não gostava de Teatro… Abreviemos.
Pouco tempo depois o Zé estava em Bissau. Perdeu-se, um soldado ou cabo atirador ou telegrafista mas a Rádio em Bissau [, o PFA - Programa das Forças Armadas, ] ganhou um radialista. E não só. E não só.
Eu há cinco anos, como passa depressa o tempo, perdi mais um amigo de infância.
Foi ontem homenageado, pela estação de televisão onde mais trabalhava. Assisti. Ouvi as palavras habituais mas ainda bem que o recordaram. Merecia. Hoje alinhei estas palavras pela saudade que sinto, dele e de outros desse tempo que, desta vida, partiram.
Descansa em Paz, meu querido José Manuel Camacho Costa.
__________
José Camacho Costa (n. Odemira, 8 de Junho de 1946 - m. Lisboa, 1 de Março de 2003), actor português.
(i) Era licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa;
(ii) Foi crítico de cinema entre 1973 e 1978;
(iii) Mas foi ao teatro, principalmente à comédia portuguesa que mais se dedicou: entre 1976 e 2000 participou em mais de vinte produções dos teatros do Parque Mayer;
(iv) Trabalhou também com os Artistas Unidos onde foi dirigido por Jorge Silva Melo;
(v) Com mais de dez participações no cinema, em filmes como Manhã Submersa de Lauro António, Saudades para Dona Genciana de Eduardo Geada, O Testamento do senhor Napumoceno da Silva Araújo de Francisco Manso ou Ilhéu da Contenda de Leão Lopes;
(vi) Popularizou-se com a sua presença regular nas principais séries televisivas de humor portuguesas, como Os Malucos do Riso de Marecos Duarte (SIC);
(vii) O papel mais conhecido e mais cómico foi o Lelo cuja etnia era cigana, também o mestre André, mendigo, alentejano entre outras personagens;
(viii) Morreu a 1 de Março de 2003, vítima de um cancro pulmonar.
Foi sem dúvida uma grande perda para o humor nacional e sempre sera recordado por todos nós.Não há nimguém como ele.
em Wikipedia (com a devida vénia)...
__________
Fixação de texto: vb
Vd. postes anteriores desta série, In Memoriam:
31 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1805: In memoriam (1): Adeus, Zé Neto (1929-2007) (José Martins, Humberto Reis, Luís Graça, Virgínio Briote e outros)
6 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2033: In Memoriam (2): O saudoso Amaral da horta e dos presuntos de Missirá (Jorge Cabral / António Branquinho)
Guiné 63/74 - P2606: Estórias de Juvenal Amado (5): Uma estória de amor
Juvenal Amado
Ex-1.º Cabo Condutor
CCS/BCAÇ 3872
Galomaro
1972/74
1. Mensagem de Juvenal Amado de 22 de Fevereiro de 2008
Caros camaradas
Esta é uma pequena estória passada numa das minhas permanências no destacamento do Saltinho.
Penso estar recordado do mais importante. Em todo o caso os camaradas do Saltinho que se lembrem deste episódio, peço, enviem-me o parecer.
Um abraço
Juvenal Amado
Guiné > Zona Leste > Sector L5 (Galomaro) > Saltinho > 1972 > Vista aérea do Rio Corubal, da ponte e do aquartelamento do Saltinho
Foto: © Álvaro Basto (2007). Direitos reservados
2. O Homem Grande, a Bajuda e o Fuzileiro
Uma estória de amor
O Saltinho ficava isolado na época das chuvas, chegando a haver rotura nos mantimentos alimentares.
Quando se chegava à situação de nem haver arroz, era grave.
Esta, era uma dessas ocasiões e a única solução era a Aldeia Formosa nos dispensar alguns géneros.
Assim, deslocámo-nos alguns quilómetros para uma zona onde o Rio Corubal podia ser atravessado por canoas.
Chegámos à beira do rio, montou-se segurança e aguardámos que a travessia se concretizasse.
Lá vinham os barcos com a nossa bianda, mas também vinham a bordo várias mulheres.
A travessia não estava a ser pacífica. Entre as mulheres notava-se alguma agitação. Com o aproximar dos barcos, também vozes e choro se começou a tornar audível.
As canoas encostaram à margem, descarregou-se os sacos de bianda ao som de choro de uma jovem, talvez com quinze ou dezasseis anos. As mulheres mais velhas, talvez umas quatro, ralhavam e seguravam a bajuda, que de forma alguma queria desembarcar e muito menos subir para a minha Berliet.
Nós, os soldados, assistíamos sem podermos intervir, pois aquele caso era quase assunto de Estado.
A bajuda vinha para casar, com o Homem Grande da Tabanca de Campala. Homem muito importante das relações (quando tinha que ser) do General Spínola.
Quando os soldados souberam o que se passava, logo ficaram do lado da jovem - O filho da p. do velho!
Chegados ao destacamento, logo a jovem foi empurrada para a tabanca e para o seu destino, em que se tornaria a décima mulher do Homem Grande.
Tinha deixado o grande amor da vida dela, um jovem fuzileiro nativo, em Aldeia Formosa. Estava inconsolável.
A noite chega rápido naquelas paragens.
Ao amanhecer, com a chegada de helicóptero que foi directo à aldeia, viemos a saber do sucedido.
O noivo, na noite de núpcias, entendeu mesmo contra vontade da noiva, exercer os seus direitos de macho. A noiva após ter esgotado por todas as formas, evitar que ele lhe tocasse, resolveu o assunto, pegando no pau do pilão e partindo uma perna ao marido.
O desditoso foi evacuado mais rápido, do que se fosse um soldado ferido em combate.
A acção psicológica assim mandava.
A jovem foi presa debaixo de uma árvore, com as mãos e pernas presas. Ia ser vergastada e ficaria presa mais de trinta dias.
Logo começou uma romaria de soldados que lhe levavam toda a espécie de guloseimas. Fantas, latas de conserva, doce e pão.
Enfim, gerou-se uma onda de solidariedade, que levou a que a pena não fosse cumprida.
Os pais da noiva terão devolvido o dote que o Homem Grande tinha pago por ela.
Ela voltou para Aldeia Formosa, com o coração a sair-lhe do peito. Lá estava um certo fuzileiro, que de certo não esperaria um final tão feliz.
Não fosse a coragem dela...
Juvenal Amado
_____________
Nota dos editores
(1) Vd. último post da série de 23 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2575: Estórias do Juvenal Amado (4): A pequena e adorável Mariama que eu conheci no reordenamento de Bengacia (Juvenal Amado)
domingo, 2 de março de 2008
Guiné 63/74 - P2605: Blogues da nossa Guerra (II). (Virgínio Briote)
Para conhecimento da Tertúlia
1. Mensagem do FÓRUM IGNARA#GUERRA COLONIAL:
Caro Virgínio Briote
(...)
É nossa intenção divulgar, o mais possível, este projecto.
Se tiver conhecimento de outros blogs onde possamos constar, muito lhe agradeço que nos informe.
Se locais houver onde acha que seria interessante apresentar os nossos espectáculos, também lhe agradeço que nos dê nota.
Convido-o, desde já, para estar presente nas apresentações já agendadas. A saber:
Estreia:
Dia 12 de Abril, no Núcleo de Sintra da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, às 21h30.
Outras Apresentações:
Dia 21 de Abril, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, às 18h.
Dia 28 de Abril, na Universidade Nova de Lisboa, às 18h30.
Dia 10 de Maio, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.
Remeto, em anexo, os nossos objectivos gerais (*). Gostaria de ouvir o seu comentário.
Mais gostaria de incluir o seu nome como um dos participantes do Fórum. Que lhe parece?
Sem mais, subscrevo-me atenciosamente
Paulo Campos dos Reis
PS.- Procuramos, com alguma urgência, para as apresentações, slides ou filmagens em Super 8 acerca do tema. Conhece alguém que nos possa valer?
__________
logo do teatromosca
Companhia de teatro profissional sedeada no concelho de Sintra, fundada em 1999.
http://teatromosca.com.sapo.pt/
(*) Objectivos gerais de IGNARA#GUERRA COLONIAL
A Guerra Colonial portuguesa é, hoje, 34 anos depois da Revolução de Abril que lhe pôs termo, um tema enguiçado.
Historiadores, sociólogos, ensaístas, professores universitários, jornalistas, ex-combatentes, filhos de ex-combatentes são unânimes em considerar que, por diversos factores - entre os quais a paupérrima edição de estudos de história colonial portuguesa, a insipiência dos programas curriculares escolares, ou a simples ausência de mediatização do tema (salvo raríssimas excepções) -, a memória colectiva desse conflito dissolveu-se, depois de Abril, nas brumas de um esquecimento inadmissível.
Dissipar esse nevoeiro, que vem impedindo os portugueses de se conhecerem a si próprios (a sua história familiar, a do seu País) e aos africanos (que, definitivamente, precisamos "estranhar menos"), eis o fito de IGNARA# GUERRA COLONIAL.
Através de um "teatro documental" (não exclusivamente subsidiário, mas que procura filiação nos laboratórios de Erwin Piscator - e o "Teatro Político" -, Bertolt Brech - e o "Verfremdungseffekt"-, ou, mais recentemente, de Moisés Kaufman - e sua teoria da "cópula entre forma e conteúdo"), o teatromosca (cujos elementos constituintes são, justamente, filhos de ex-combatentes) procura, colocando-se numa posição absolutamente apartidária (não apolítica, todavia), apresentar este delicado e controverso "trabalho de casa".
Acompanha e enforma este projecto aquilo a que designamos como FÓRUM IGNARA#GUERRA COLONIAL, que compreende o encontro de diversos parceiros/indivíduos, comprometidos com a pesquisa, análise, discussão, criação e apresentação de conteúdos artísticos afins ao tema aduzido (com edição de resultados on-line, já a funcionar no endereço electrónico http://projectoignara.blogspot.com/).
Se houvesse que estabelecer aquilo a que genericamente se designa "público alvo" com relação às diversas apresentações de IGNARA#GUERRA COLONIAL, seria fácil fazê-lo: todos os portugueses - e serão quase todos - que, ainda hoje, possuem uma ligação vivida e ignara com a guerra colonial.
Traduz-se num ciclo de quatro espectáculos - três "leituras preparatórias" e um "espectáculo final"- que o teatromosca produzirá, no triénio 2007/8/9.
IGNARA#GUERRA COLONIAL por fases:
FAZER O TRABALHO DE CASA
A primeira apresentação pública de IGNARA respiga material de compêndios de história, documentos, ensaios, textos literários, notícias, entrevistas, material fotográfico, compondo uma espécie de antologia (necessariamente subjectiva) daquilo que consideramos "temas básicos e incontornáveis" sobre a guerra colonial, vista numa perspectiva de pós-memória, ou seja, o que, para nós, hoje, deve ser falado quando falamos de guerra colonial. A "desmemória", o (in)voluntário silêncio dos ex-combatentes, ou o caso do mediático massacre de Wiriyamu serão alguns dos temas em apreço.
O lado Africano
Revisitam-se os três países africanos- Angola, Guiné e Moçambique- onde eclodiram os diversos movimentos independentistas que se sublevaram contra o Estado Novo de Salazar e Caetano. Esta segunda apresentação pretende apresentar um retrato mais fiel dos africanos (e suas razões) que o regime fazia passar, muitas vezes (não ingenuamente), por singelos "terroristas". Recorre-se, novamente, à selecção de material de procedências diversas, nomeadamente a alguns títulos ou autores (sob a forma de entrevistas) da também escassa historiografia contemporânea das ex-colónias.
(em locais e datas a anunciar)
Conclusão
Do cruzamento do resultado destas duas apresentações (e discussão – em sede de Fórum de IGNARA#GUERRA COLONIAL - daí decorrente) resultará uma conclusão acerca das razões por que somos ignaros da guerra colonial (talvez que, mercê dessa socrática assunção, possa surgir o princípio do seu oposto: sermos cidadãos mais esclarecidos de um País reconciliado com o seu passado).
Esta terceira e última apresentação consistirá na leitura de uma comunicação do Fórum de IGNARA# GUERRA COLONIAL.
(em locais e datas a anunciar)
Participantes no Fórum de IGNARA#GUERRA COLONIAL:
Núcleo de Sintra da ADFA (Associação dos Deficientes das Forças Armadas)
Fernando Sousa (jornalista e dramaturgo)
Daniel Alves (historiador)
Filipe Araújo (actor)
Susana Gaspar (actriz)
Paulo Campos dos Reis (actor e encenador)
Mário Trigo (actor e encenador
__________
1 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2602: Blogues da nossa Guerra. (Virgínio Briote)
1. Mensagem do FÓRUM IGNARA#GUERRA COLONIAL:
Caro Virgínio Briote
(...)
É nossa intenção divulgar, o mais possível, este projecto.
Se tiver conhecimento de outros blogs onde possamos constar, muito lhe agradeço que nos informe.
Se locais houver onde acha que seria interessante apresentar os nossos espectáculos, também lhe agradeço que nos dê nota.
Convido-o, desde já, para estar presente nas apresentações já agendadas. A saber:
Estreia:
Dia 12 de Abril, no Núcleo de Sintra da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, às 21h30.
Outras Apresentações:
Dia 21 de Abril, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, às 18h.
Dia 28 de Abril, na Universidade Nova de Lisboa, às 18h30.
Dia 10 de Maio, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.
Remeto, em anexo, os nossos objectivos gerais (*). Gostaria de ouvir o seu comentário.
Mais gostaria de incluir o seu nome como um dos participantes do Fórum. Que lhe parece?
Sem mais, subscrevo-me atenciosamente
Paulo Campos dos Reis
PS.- Procuramos, com alguma urgência, para as apresentações, slides ou filmagens em Super 8 acerca do tema. Conhece alguém que nos possa valer?
__________
logo do teatromosca
Companhia de teatro profissional sedeada no concelho de Sintra, fundada em 1999.
http://teatromosca.com.sapo.pt/
(*) Objectivos gerais de IGNARA#GUERRA COLONIAL
A Guerra Colonial portuguesa é, hoje, 34 anos depois da Revolução de Abril que lhe pôs termo, um tema enguiçado.
Historiadores, sociólogos, ensaístas, professores universitários, jornalistas, ex-combatentes, filhos de ex-combatentes são unânimes em considerar que, por diversos factores - entre os quais a paupérrima edição de estudos de história colonial portuguesa, a insipiência dos programas curriculares escolares, ou a simples ausência de mediatização do tema (salvo raríssimas excepções) -, a memória colectiva desse conflito dissolveu-se, depois de Abril, nas brumas de um esquecimento inadmissível.
Dissipar esse nevoeiro, que vem impedindo os portugueses de se conhecerem a si próprios (a sua história familiar, a do seu País) e aos africanos (que, definitivamente, precisamos "estranhar menos"), eis o fito de IGNARA# GUERRA COLONIAL.
Através de um "teatro documental" (não exclusivamente subsidiário, mas que procura filiação nos laboratórios de Erwin Piscator - e o "Teatro Político" -, Bertolt Brech - e o "Verfremdungseffekt"-, ou, mais recentemente, de Moisés Kaufman - e sua teoria da "cópula entre forma e conteúdo"), o teatromosca (cujos elementos constituintes são, justamente, filhos de ex-combatentes) procura, colocando-se numa posição absolutamente apartidária (não apolítica, todavia), apresentar este delicado e controverso "trabalho de casa".
Acompanha e enforma este projecto aquilo a que designamos como FÓRUM IGNARA#GUERRA COLONIAL, que compreende o encontro de diversos parceiros/indivíduos, comprometidos com a pesquisa, análise, discussão, criação e apresentação de conteúdos artísticos afins ao tema aduzido (com edição de resultados on-line, já a funcionar no endereço electrónico http://projectoignara.blogspot.com/).
Se houvesse que estabelecer aquilo a que genericamente se designa "público alvo" com relação às diversas apresentações de IGNARA#GUERRA COLONIAL, seria fácil fazê-lo: todos os portugueses - e serão quase todos - que, ainda hoje, possuem uma ligação vivida e ignara com a guerra colonial.
Traduz-se num ciclo de quatro espectáculos - três "leituras preparatórias" e um "espectáculo final"- que o teatromosca produzirá, no triénio 2007/8/9.
IGNARA#GUERRA COLONIAL por fases:
FAZER O TRABALHO DE CASA
A primeira apresentação pública de IGNARA respiga material de compêndios de história, documentos, ensaios, textos literários, notícias, entrevistas, material fotográfico, compondo uma espécie de antologia (necessariamente subjectiva) daquilo que consideramos "temas básicos e incontornáveis" sobre a guerra colonial, vista numa perspectiva de pós-memória, ou seja, o que, para nós, hoje, deve ser falado quando falamos de guerra colonial. A "desmemória", o (in)voluntário silêncio dos ex-combatentes, ou o caso do mediático massacre de Wiriyamu serão alguns dos temas em apreço.
O lado Africano
Revisitam-se os três países africanos- Angola, Guiné e Moçambique- onde eclodiram os diversos movimentos independentistas que se sublevaram contra o Estado Novo de Salazar e Caetano. Esta segunda apresentação pretende apresentar um retrato mais fiel dos africanos (e suas razões) que o regime fazia passar, muitas vezes (não ingenuamente), por singelos "terroristas". Recorre-se, novamente, à selecção de material de procedências diversas, nomeadamente a alguns títulos ou autores (sob a forma de entrevistas) da também escassa historiografia contemporânea das ex-colónias.
(em locais e datas a anunciar)
Conclusão
Do cruzamento do resultado destas duas apresentações (e discussão – em sede de Fórum de IGNARA#GUERRA COLONIAL - daí decorrente) resultará uma conclusão acerca das razões por que somos ignaros da guerra colonial (talvez que, mercê dessa socrática assunção, possa surgir o princípio do seu oposto: sermos cidadãos mais esclarecidos de um País reconciliado com o seu passado).
Esta terceira e última apresentação consistirá na leitura de uma comunicação do Fórum de IGNARA# GUERRA COLONIAL.
(em locais e datas a anunciar)
Participantes no Fórum de IGNARA#GUERRA COLONIAL:
Núcleo de Sintra da ADFA (Associação dos Deficientes das Forças Armadas)
Fernando Sousa (jornalista e dramaturgo)
Daniel Alves (historiador)
Filipe Araújo (actor)
Susana Gaspar (actriz)
Paulo Campos dos Reis (actor e encenador)
Mário Trigo (actor e encenador
__________
1 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2602: Blogues da nossa Guerra. (Virgínio Briote)
Guiné 63/74 - P2604: Estórias do Zé Teixeira (27): Mama firme (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf)
José Teixeira,
ex-1.º Cabo Enfermeiro
CCAÇ 2381
Buba, Quebo, Mampatá e Empada ,
(1968/70)
1. Nesta estória, o nosso camarada José Teixeira conta como um jovem Enfermeiro Militar se deixou encantar por um escultural par de maminhas de uma mulher grande que mais parecia pertencer a uma bajuda.
Qual de nós não se entusiasmou a apreciar uma bajuda com mama firme ou desviou o olhar pudicamente, quando uma mulher grande que, não tendo o encanto da mocidade, impunha um natural pudor.
C.V.
2. Mama Firme
Por José Teixeira
Na chegada à Guiné, de imediato entrava no nosso vocabulário corrente algumas palavras e frases em crioulo, que creio jamais as esqueceremos. Bajuda, mama firma, mulher grande, parte catota, cá miste, gosse, gosse, kunversa giro, vianda, etc.
Depois em função do local onde nos instalávamos, outras surgiam, como djarama nani, oh curá-me, na pinda, etc.
Mama firme, saltava pela boca fora enquanto os olhos, comiam, se possível, os belos e carnudos seios que as bajudas naturalmente nos presenteavam.
Tão natural como a sede que sentíamos, elas andavam despidas da cinta para cima. Esta naturalidade sadia, que para quem estava habituado na cultura ocidental, a imaginá-los dentro de um saquinho, intocáveis, protegidos dos olhares curiosos por uma blusa ou camisola, tornava-se uma novidade gratificante ao olhar e aos sentidos mais profundos de um sensualismo contido por uma educação marcadamente religiosa.
Naturalmente, éramos impelidos a fazer o correspondente teste ou apalpação, ao qual as bajudas nem sempre se prestavam.
Eu não fugi à regra. Tinha uma vantagem acrescida em relação à maioria dos magalas. Eram elas que me procuravam na Enfermaria, à procura de mesinho para as suas maleitas: Fermero, cabeça ê na dê, parte quinino; bariga suma tambô, parte mesinho; minino ê na turse; a mim na tem doenza, etc, etc.
Para quem passou pela Guiné, não é necessário relembrar o quanto eram (e continuam a ser) belas, muitas das bajudas e até mulheres grandes, que connosco se cruzaram nos caminhos que em conjunto palmilhámos.
Logo nos primeiros dias de estadia em Ingoré, manhã cedo, fazia o rastreio do tipo di doenza dos nativos que se encontravam na fila à espera da sua vez para serem atendidos.
Deparo com uma jovem alta e esbelta bajuda, redondinha de cara, com uma expressão muito alegre, que cativava mesmo.
Estava despida da cinta para cima, como era uso e costume. Os seios avantajados completavam uma fisionomia, que atraía todos os olhares machos.
Como um bebé que acaba de descobrir a palavra mamã e não se cansa de repetir, eu balbuciei: - mama firme - e preparava-me para fazer o teste da apalpação para alimentar os meus instintos sensuais.
Levo um rápido - nega mesmo, a mim mudjer garandi - enquanto cruzava os braços sobre os seios e expressava um belo sorriso.
Pode lá ser! Uma bajuda tão bonita, já sem cabaço, pensei eu. E, insisti novamente animado pelo sorriso cativante. Obtenho a mesma resposta, mas não desarmo.
Então ela, aproveitando um momento em que aproximei a minha face, comprimiu um dos seios, esparranhando-me a cara com o seu leite, branco, cremoso e quente, que guardava para o seu bebé, para gáudio do mulherio presente que expressou uma sonora gargalhada colectiva.
Eu, de rabinho entre as pernas, retirei-me para dentro da enfermaria e fui limpar a cara a uma compressa.
Zé Teixeira
___________
Nota dos editores:
(1) Vd último post da série de 10 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2518: Estórias do Zé Teixeira (25): Estranho convite (José Teixeira)
Guiné 63/74 - P2603: Em busca de... (22): Companheiros da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887 (Guiné 1966/68) (François de Sousa)
1. Em 29 de Fevereiro de 2008, recebíamos a seguinte mensagem de François de Sousa
Boa noite
O meu pai não tem internet, por isso falo por ele.
Em 1966 esteve na Guiné-Bissau no pelotão (*) 1887 e na companhia (**) 1546.
Ele gostaria muito ter notícias dos companheiros que estiveram com ele.
Obrigada
2. Em 2 de Março de 2008 foi-lhe enviada a seguinte resposta
Caro François
Infelizmente na nossa Tertúlia não há nenhum companheiro do seu pai.
Na página do nosso camarada Jorge Santos em http://guerracolonial.home.sapo.pt, Convívios, Ponto de Encontro, também não há ninguém da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, unidade a que o seu pai pertencia, a pedir contactos.
Encontrei sim, pedidos de contactos de três ex-militares das CCAÇ 1549; 1550 e 1551, que pertenceram ao BCAÇ 1888, juntamente formado e embarcado para a Guiné com o Batalhão do seu pai.
Pode contactá-los na esperança de que algum deles conheça alguém de uma das Companhias do Batalhão 1887 onde o seu pai esteve integrado.
Eis os nomes e os respectivos contactos.
Da CCAÇ 1549 - Joaquim Peixeira - telefone fixo 219 832 478, telemóvel 962 930 530
Da CCAÇ 1550 - António Azevedo - Telemóvel 917 841 676
Da CCAÇ 1551 - Serafim - Telemóvel 918 936 842
Entretanto vou lançar um pedido pela nossa tertúlia, no sentido de encontrar alguém que os possa ajudar.
Um especial abraço para o seu pai, nosso camarada e para si os nossos melhores cumprimentos.
Carlos Vinhal
co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
3. E no mesmo dia foi lançado o apelo da ordem à Tertúlia
Caros camaradas e amigos
O nosso Livro de Visitas registou mais um pedido de um ex-camarada, que andando na diáspora perdeu o contacto com os seus ex-companheiros e agora quer reatá-lo.
Como se têm resolvido casos semelhantes, não há por aí alguém que possa dar uma ajuda a este amigo?
Ele pertenceu à CCAÇ 1546/BCAÇ 1887 que formou Batalhão no RI 1 e foi para a Guiné em 1966.
Um abraço para todos
Carlos Vinhal
4. Comentário de C.V.
Este apelo é extensivo a qualquer um dos nossos leitores, que são muitos, dizêmo-lo com alguma vaidade, que possam ter uma pista para ajudar este nosso camarada.
Quem puder e quiser ajudar, pode contactar directamente o François, deixar um comentário no post ou contactar-nos directamente.
______________
Notas de C.V.
(*) BCAÇ 1887
(**) CCAÇ 1546
Boa noite
O meu pai não tem internet, por isso falo por ele.
Em 1966 esteve na Guiné-Bissau no pelotão (*) 1887 e na companhia (**) 1546.
Ele gostaria muito ter notícias dos companheiros que estiveram com ele.
Obrigada
2. Em 2 de Março de 2008 foi-lhe enviada a seguinte resposta
Caro François
Infelizmente na nossa Tertúlia não há nenhum companheiro do seu pai.
Na página do nosso camarada Jorge Santos em http://guerracolonial.home.sapo.pt, Convívios, Ponto de Encontro, também não há ninguém da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, unidade a que o seu pai pertencia, a pedir contactos.
Encontrei sim, pedidos de contactos de três ex-militares das CCAÇ 1549; 1550 e 1551, que pertenceram ao BCAÇ 1888, juntamente formado e embarcado para a Guiné com o Batalhão do seu pai.
Pode contactá-los na esperança de que algum deles conheça alguém de uma das Companhias do Batalhão 1887 onde o seu pai esteve integrado.
Eis os nomes e os respectivos contactos.
Da CCAÇ 1549 - Joaquim Peixeira - telefone fixo 219 832 478, telemóvel 962 930 530
Da CCAÇ 1550 - António Azevedo - Telemóvel 917 841 676
Da CCAÇ 1551 - Serafim - Telemóvel 918 936 842
Entretanto vou lançar um pedido pela nossa tertúlia, no sentido de encontrar alguém que os possa ajudar.
Um especial abraço para o seu pai, nosso camarada e para si os nossos melhores cumprimentos.
Carlos Vinhal
co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
3. E no mesmo dia foi lançado o apelo da ordem à Tertúlia
Caros camaradas e amigos
O nosso Livro de Visitas registou mais um pedido de um ex-camarada, que andando na diáspora perdeu o contacto com os seus ex-companheiros e agora quer reatá-lo.
Como se têm resolvido casos semelhantes, não há por aí alguém que possa dar uma ajuda a este amigo?
Ele pertenceu à CCAÇ 1546/BCAÇ 1887 que formou Batalhão no RI 1 e foi para a Guiné em 1966.
Um abraço para todos
Carlos Vinhal
4. Comentário de C.V.
Este apelo é extensivo a qualquer um dos nossos leitores, que são muitos, dizêmo-lo com alguma vaidade, que possam ter uma pista para ajudar este nosso camarada.
Quem puder e quiser ajudar, pode contactar directamente o François, deixar um comentário no post ou contactar-nos directamente.
______________
Notas de C.V.
(*) BCAÇ 1887
(**) CCAÇ 1546
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