As “MEMÓRIAS BOAS DA MINHA GUERRA”
estiveram na Feira do Livro de Lisboa, através do vol. III
Não, não foram feixes de vassouras de giesta feitas pela Ti’Alice de Labercos; não foi o carrego de cestos de vime, encastrados, feitos pelo Ti’Manel do Engenho; nem, tão pouco, foi a giga de nabos, couves, grelos ou de cebolas da T’ímilia do Canto, que chegou para vender na “Feira dos 10”, em Lourosa. Nada disso! Nem foram outros artigos do antigamente, fabricados na minha aldeia, à qual me sinto umbilicalmente ligado.
Foi outra coisa, outro produto rural, com origens idênticas que, desta vez, teve o condão de chegar mais longe. Imaginem! Chegou à Feira do Livro de Lisboa!
Como sabem, assumi escrever as “Memórias boas da minha guerra”. Não é mais que um rol de histórias vividas por mim durante o período da guerra do ultramar. Agora, ninguém quer saber dessa guerra maldita que nos marcou e que muito parece envergonhar os nossos governantes. Todavia, há uma particularidade inédita que vem dando algum realce às minhas histórias: - o facto de assinalarem "memórias boas… da guerra”.
Talvez por se tratar já do III volume, a Editora Chiado levou a obra à 89.ª Feira do Livro de Lisboa e “obrigou-me” a ir lá rabiscar uns autógrafos tipo imitação de verdadeiros escritores. E eu, para não chegar à Feira de mãos a abanar, lembrei-me de levar duas dúzias de garrafas de Porto Reserva, rotuladas com o cartaz do lançamento do III volume, que me haviam sobrado daquele evento.
E foi por isso que logo chegado à Feira, aos pavilhões da Chiado, aproveitei para abrir a primeira garrafa nos “bastidores” (quer dizer, nas traseiras…) e promover uns brindes (in)oportunos
com os camaradas que foram chegando. Levei copos azuis e outros vermelhos (não havia verdes), para que cada um pudesse brindar sem restrições ou inibições clubísticas.
Cinco Combatentes da Guiné: (Eu, Hélder Valério, Nelito, Branquinho e Carlos Silva. Na segunda posição, outro Combatente (Eugénio Alves) da guerra contra o fascismo (esteve em Caxias em 1972).
O Mestre Branquinho é um dos nossos. Vive lá em Lisboa mas nunca renega as suas origens nortenhas, as quais exibe orgulhosamente, como Bom Português. Desde o IV Curso de Rangers de Lamego (já lá vai mais de meio século!), que nos condenaria a fazer a guerra da Guiné (integrados na Cart 1689), que mantenho uma óptima relação com o nosso Alfero Branquinho (hoje, Escritor e Advogado).
Embora prejudicado pelo tempo ocupado pelo escritor que me antecedeu, mandaram-me sentar num cadeirão, ao lado de outro vazio que seria ocupado pelos interessados no meu livro. Eis-me devidamente instalado no Pavilhão A50 da Chiado Editora, 89.ª Feira do Livro de Lisboa, para iniciar a Sessão de Autógrafos.
O meu cunhado Eugénio Alves, que vive em Lisboa, esse sim, um Homem de Letras muito ligado ao jornalismo, fez questão de receber a primeira dedicatória. Porra! Foi preciso este acontecimento para que estes dois Crestumenses se encontrassem por “terras de São Sebastião da Pedreira”, onde foi colocada a maior bandeira de Portugal e um grande carago do João Cutileiro!
O Diniz é o Bandalho que nos representa na corte lisboeta. Amigo do peito, mantém ligação permanente às actividades do Bando.
Para além do agradecimento ao Diniz Faro, convém referir a simpatia que merecemos da funcionária Vânia. Infelizmente não é todos os dias que sentimos assim o calor dos nossos jovens.
Um abraço especial para o Melro Maior, Gondomarense Carlos Silva, que
embora a exercer advocacia em Lisboa, muito se tem dedicado no apoio à
Tabanca Amiga, aos Guineenses e à implantação do nosso Museu em Fânzeres
(Choupal dos Melros).
O Hélder veio de Setúbal para nos abraçar e mandar mais umas larachas acerca dos “morcões lá do norte”, nomeadamente contra os seguidores do nosso “Papa”.
Quando ele começa a dissertar justificações sobre os assuntos melindrosos da Capital do Império, especialmente daquelas trapacices da Catedral, mais me vale estar caladinho, feito morcão, à espera que o tempo "bire".
Benfiquista ferrenho, o Hélder recusou brindar com copo azul.
Brincalhão, o Helder veio a responder:
- Não foi bem "recusar"... havia alguma suspeita de que pudesse estar "armadilhado", com toupeiras ou coisa assim, ou então com algum produto para "virar gostos e opiniões" mas, disse que o vinho era muito bom! E, além disso, o "ferrenho" é só para os "ferrenhos" e enquistados portistas....
Uma dupla “à maneira”; um a rabiscar umas sentidas dedicatórias e o outro a fazer de repórter com uma máquina sorteada na farinha Amparo. Grande abraço ao nosso incansável e insubstituível Presidente vitalício, Jorge Teixeira, mais conhecido por Jotex.
O camarada Eduardo Amaral, vindo de Cascais, foi o que recebeu mais apoio da lindíssima funcionária Iurky, mesmo sem saber uma palavra de japonês.
Acusado de aparecer nas funções de “emplastro” e não a de tradutor, o camarada Hélder justificou:
- É verdade, o “emplastro” está "quase" em todas, mas neste caso eu tentava, apenas, explicar ao Eduardo que a japonesinha (de ascendência) era brasileira.
Tive também a oportunidade de conviver um pouco com a escritora de renome Adelaide Vilela. Com um currículo notável, esta portuguesa, a viver em Montreal, no Canadá, percorre o Mundo mostrando o que faz de bom da língua de Camões. Senti-me muito honrado com a sua atenção e simpatia.
Resta-me agradecer a toda a malta que me visitou e ajudou neste evento. Para além da agradável surpresa que senti no seu aparente sucesso, registo a camaradagem, a satisfação e a amizade que me envolveram.
José Ferreira (Silva da Cart 1689)
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Notas do editor
Vd. poste de 7 de junho de 2019 >
Guiné 61/74 - P19867: Agenda cultural (688): Convite do autor e da editora: dia 14 de junho, sexta-feira, às 20h00, no Espaço Chiado, Parque Eduardo Sétimo, Lisboa, 89ª Feira do Livro de Lisboa; Sessão de autógrafos: José Ferreira da Silva, "Memórias Boas da Minha Guerra", vol III
Último poste da série de 16 de junho de 2019 >
Guiné 61/74 - P19893: Agenda cultural (689): Lançamento do livro de Mário Leitão, "Heróis Limianos da Guerra do Ultramar", Museu da Farmácia, Lisboa, dia 17 de junho, às 18h30