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sábado, 16 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24661: Os nossos seres, saberes e lazeres (590): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (120): Oh Bruxelles, tu ne me quittes pas! (11) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 23 de Junho de 2023:

Queridos amigos,
É dia de festa, uma terna e fraterna amizade de quatro décadas acenou-me com um programa que meteu quatro museus, o calcorrear por Namur, sair da cidade aí uns 20 km e fazer uns 8 a 10 a desfrutar a beleza do rio Meuse e o belo património edificado nas suas margens. Segue-se um ágape, um festim de coisas muito boas, até ao remate final de variedades de chocolate belga com uma tisana de frutos do bosque, a gozar da paisagem da floresta em S. Marc, a 4 km de Namur, depois metido no carro e despejado na gare ferroviária até Bruxelas. Dia muito feliz, amanhã é o infortúnio da partida, mas ainda tenho umas coisas para vos contar, Namur tem muito que se lhe diga.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (120):
Oh Bruxelles, tu ne me quittes pas! (11)


Mário Beja Santos

Não foi impunemente que recebi instruções para tomar o comboio das 9h na gare central de Bruxelas, havia um extenso programa à minha espera. Chegada festiva, com beijinhos e abraços e prontamente parte-se para o primeiro objetivo operacional, les Bateliers, no centro da velha cidade, bem perto da catedral. Les Bateliers acolhem duas instituições museológicas de Namur, um Museu Arqueológico e um Museu de Artes Decorativas, bem como dois jardins dos quais um ao gosto francês. O Museu Arqueológico de Namur está implantado numa antiga escola dos barqueiros (bateliers). O belo edifício do Museu de Artes Decorativas é a antiga residência particular dos condes de Groesbeeck e marqueses de Croix, é um edifício do século XVIII classificado como património excecional da Valónia. Esta “ilha cultural” aparece associada a outras instituições como o Museu Félicien Rops e os jardins públicos e a casa da poesia.

O Museu de Artes Decorativas, que continua num processo de remodelação, reveste-se de grande interesse, tanto pela sua arquitetura interior como exterior como pela diversidade das coleções que alberga, testemunho dos estilos e gostos desde o século XVII ao século XIX. O processo de conservação e valorização não fica atrás, há um esforço bem visível para criar a atmosfera própria de um palácio nobre do Século das Luzes, graças à sinergia entre o património e o edifício.

O palácio fpi construído para residência do conde Alexandre-François de Groesbeeck, obedece a três regras fundamentais da arquitetura do século XVIII (respeito pela intimidade, procura de uma nova funcionalidade para os espaços de receção pública e vida social e interesse pelo mundo exterior), regras que se podem resumir na expressão: o prazer da vida e a procura do prazer.

Destaca-se o admirável uso da luz, graças a um sistema de pátios interiores e também a sua difusão a partir da cúpula para corredores através das galerias envidraçadas. A disposição das janelas na fachada das traseiras e a sequência de jardins é a marca de abertura ao exterior, cria-se uma comunicação entre a vida da rua e o universo fechado dos jardins.

Duas notas. A primeira tem a ver com a decoração interior, que é magnífica; a superfície mural está decorada com painéis de madeira com molduras simples e geometrias, usa os elementos da tapeçaria, painéis de couro, umbrais das portas decoradas com elementos de cenas grandes, motivos florais e mitológicos. A segunda, prende-se com o facto de o Museu Arqueológico ter dado lugar a uma exposição, para mim de total aprendizagem sobre os Merovíngios que deixaram marca neste local. Achei por bem registar alguns desses elementos de uma civilização sobre a qual pendia o preconceito de ter sido insignificante e até bárbara, estamos hoje na posse de elementos que levam a admitir o contrário, a sempre exaltada civilização Carolíngia teve o seu berço na obra Merovíngia, como aqui se revela dos achados arqueológicos que deixaram nesta região. Também se mostram dois mapas para dar a localização dos merovíngios e a partilha que houve dos diferentes reinos. Espero que apreciem esta primeira visita, quem me conduz olha permanentemente para o relógio, diz que ainda há mais três exposições a visitar, partiremos de Les Batiliers para o Museu de Arte Antiga para visitar a exposição Esculturas de Vanguarda… no século XVI. Prometo pôr a pratos limpos o que vi e as exposições que se seguiram, amigos, amigos, negócios à parte, primeiro temos que nos fartar neste caldeirão cultural, se tiveres fome comes uma banana e um pequeno chocolate, depois de pedalares por estes quatro museus percorrerás um bom troço de Meuse, depois é que terás pitéu, e pela noitinha serás metido no comboio com destino a Bruxelas. Foi um dia e peras.


Entrada de les Bateliers, Museu de Artes Decorativas e Arte Merovingia, Namur
Fachada das traseiras do palácio e jardim de gosto à francesa
Reconstituição da mesa de jantar da família do conde
Trenó dos condes de Groesbeeck-de Croix, madeira, ferro e veludo, século XVIII. Ao fundo, um par de bota de postilhão, condutor de correio em besta montada.
Lareira do palácio
Mesa de jogos de diversão
Salamandra de sala
Pormenor de parede com motivo de jogos populares em cima de andas
Pormenores de vestuário de dama do século XIX
Pormenores de um escritório do século XIX
A mancha castanha permite visualizar o território da civilização Merovingia, que precedeu a civilização Carolingia, séculos VI e VII
A partilha do Reino dos Francos
Informação sobre a ourivesaria Merovingia
Peças de vidro merovíngias
Moedas do tempo merovíngio
Reconstituição da cozinha do palácio
Pormenor da cozinha

(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24637: Os nossos seres, saberes e lazeres (589): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (119): Oh Bruxelles, tu ne me quittes pas! (10) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P24660: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (12): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte IX: Bissau, c. fevereiro/abril de 1970


Foto nº 1


Foto n º 2


Foto n º 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9


Foto nº 10


Foto nº 11

Guiné > Bissau > c, fevereiro / abril  de 1970

Fotos (e legenda): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do belíssimo álbum do Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1904 e BCAÇ 2852) (*).

[Foto atual, à direita, do Jaime Machado, que reside em Senhora da Hora, Matosinhos; sua avó paterna era moçambicana; mantém com a Guiné-Bissau uma forte relação afetiva e de solidariedade, através do Lions Clube; voltou à Guine-Bissau em 2010]


2. Comentário do editor:

Não temos legenda para as fotos, esperamos que os nossos leitores contribuam com algumnas dicas... As fotos de Bissau devem ter sido tiradas entre fevereiro e abril de 1970.

Aqui ficam, da nossa lavra, as legendas destas preciosas fotos:

  • fotos nº 1,  2 e 3: zona portuária de Bissau (foto nº 1: porto-cais; foto nº 2: cais do Pijiguiti) e avenida marginal (foto nº 3);
  • foto nº 4: fortaleza  da Amura, entrada principal virada para sul (zona portuária);:
  • foto nº 5: jardim no exterior da  fortaleza da Amura, ao fundo, o edifício da Alfãndega;
  • foto nº 6: avenida principal, av da República (hoje, Av Amílcar Cabral), que ia da Praça do Império até à zona portuária (repare-se no pormenor do polício de trânsito no oexercício das suas funções de sinaleiro):
  • fotos nº 7 e 8: praça do Império, monumento ao "esforço da raça" e palácio do governador (autoria: Gabinete de Urbanização Colonial / Arquitetos João António Aguiar e José Manuel Galardo Zilhão, 1945);
  • fotos nºs 9 e 10: piscina da messe de oficiais do QG - Quartel General, em Santa Luzia;
  • foto nº 11:  Messe de oficiais de Bissau, em Santa Luzia, também conhecido  como "Clube Militar", o  famoso "Biafra" (se não nos enganamos.,..);
  • foto nº 12: "djubi" de Bissau, pequeno comerciante ambulante,
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Guiné 51/74 - P24659: As nossas geografias emocionais (6): o mergulho do astro-rei na praia de Faro (Eduardo Estrela, ex-fur mil at inf, CCAÇ 2592/CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71)



Praia de Faro > 14 de serembro de 2023 > Pòr do sol

Fotos (e legendas): © Humbero Rosa / Eduardo Estrela (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]



1. Mensagem do nosso amigo e camarada Eduardo Estrela (ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71; vive em Cacela Velha, a jóia da Ria Formosa (foto à esquerda):

Data . quinta, 14/09, 22:03
Assunto - O mergulho do astro-rei

Caro amigo e camarada!

Acabei há meia hora de ser presenteado com estas belas fotografias feitas por um companheiro, nosso contemporâneo. nas agruras da Guiné,  mais exactamente o Humberto Rosa,  ex-fur mil atirador de infantaria.

Como sabe que tenho estado por Cacela, não quis deixar de me proporcionar o pôr do sol de hoje na praia de Faro.

Tal como o mar da tua terra , cujas belezas tens mostrado no blogue, o mar do Algarve e o mergulho do astro rei nas suas águas também é muito bonito.

Calculava que tinhas que fazer trabalho de casa relativamente as fotos da piscina Farim. Pelo facto, o meu obrigado.

Continuação das tuas melhoras, boa vindima e abraço fraterno.

Eduardo Estrela

2. Comentário do editor LG: 

Obrigado, a ti e ao Humberto Rosa, pela partilha. Para ser nosso contemporàneo, deve tratar-se do ex-fur mil at inf da CCAÇ 2587 que foi connosco  no T/T Niassa, em 24 de maio de 1969. Eu era da CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12) , e tu  da CCAÇ 2592 /futura CCAÇ 14). Bate certo ? 

Não temos ninguém dessa companhia, que esteve em Mansoa, Jugudul e Porto Gole (1969/71). Convida-o, em meu nome,  a integrar a nossa Tabanca Grande. Sei que tem fotos da Guiné. Abraço para ambos. LG

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24658: In Memoriam (485): Fernando da Silva Costa (1951-2018), ex-fur mil trms da CCS/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa 1973/74)... Faleceu em 2018

 

Fonte; Página do Facebook do BCAÇ 4513, postagem de 4 de setembro de 2021


Guiáo do BCAÇ 4513/72 (Aldeia Formosa, 1973/74)


1. Por um mero acaso soubemos que Fernando Costa (ou Fernando da Silva da Costa), ex-fur mil trms da CCS/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa 1973/74) faleceu já em 2018m ainda antes da pandemia de Covid-19. A informação é da página do Facebook, do batalhão.

É triste sabê-lo só agora, cinco anos depois...Ele havia entrado para o nosso blogue em 25/10/2009 (*). Tem 18 referências. Morava em Lisboa.

Foi ele que nos deu a notícia do 1º encontro do pessoal do batalhão, nma Mealhada, em 8 de dezembro de 2009. Já não se viam desde setembro de 1974. E foi  um èxito o encontro, juntqando mais de uma centena de participanmtes, entre camaradas e familiares (**)

O Fernando deixou no blogue algumas memórias do seu batalhão e de Aldeia Formosa, incluindo a transferència das instalações do quartel para o PAIGc, que iremos refrescar dentro em breve.

Já há tínhamos prometido publicar este singelo In Memoriam (***). O Fernando náo ficará sepultado na vala comum do esquecimentpo. Passará a figuar na lista daqueles que "da lei da morte já se foram libertando"... C0om ee, são já 139 (15,8% do totaldos membros registados da Tabanca Grande).

 Era, de resto, um camarada muito estimado entre  os seus camarasa das da CCS/BCAÇ 4513/72. Saibamos honrar a sua memória.(Presumimos que ele tenha nascido por volta de 1951.)

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Notas do editor:



(**) Último post3e da série > 9 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24635: In Memoriam (484): Carlos Alberto Rodrigues Cruz (26/05/1941 - 07/09/2023), ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió e Cachil, 1964/66)

Guiné 61/74 – P24657: Memórias de Gabú (José Saúde) (100): Os homens do volante. A minha singela homenagem aos condutores. (José Saúde)


1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos mais uma mensagem rebuscada nas suas memórias.


As minhas memórias de Gabu

 Os homens do volante

A minha singela homenagem aos condutores

 A linha do tempo

Camaradas,

É no recanto das memórias que revejo que a linha do tempo existente dentro de nós, acumula inesquecíveis recordações e que nos dizem, em surdina, que fomos outrora singelos observadores do mundo, quiçá enlouquecido, que girava à nossa volta. O entusiamo dos nossos plenos 20, 21, 22 e 23 anos, crescia a uma velocidade alucinante em corpos que deambulavam por horizontes literalmente inolvidáveis, todavia, existia em cada um o tremendo sobressalto que a guerra de além-mar se apresentava como real.

E é nessa mesmíssima linha do tempo que caminho rumo a encruzilhadas, mas onde os trilhos armadilhados da Guiné se acrescentam a outros instantes da vida em que a alegria se cruzou com a tristeza.

Neste contexto, ouso afirmar que somos, e sempre o seremos, eternos seres humanos que combatemos numa guerra que, numa sensibilidade simplesmente verídica, conhecemos as mais distintas especialidades do exército português num conflito armado que deixou marcas.

E se é verdade que cada combatente terá feito o seu melhor no ramo para o qual foi então especializado, não deixa de ser também verdadeiro que todos fomos aguerridos guerreiros num palco onde ainda hoje proliferam as mais variadas lembranças em mentes que, felizmente, ainda se preservam ativas. Porém, aos camaradas que já partiram que descansem em paz, sendo que as suas memórias ficarão exatamente salvaguardadas.  

Falei no meu último texto sobre o saudoso enfermeiro Dinis, da minha companhia, dedico, agora, a minha singela homenagem aos nossos condutores. Não importava a natureza do fardamento que envergavam, nem tão-pouco o trilho por onde a sua viatura rodava, rodavam num caminho no qual o momento seguinte era uma incerteza.

Todos tinham a noção de que uma mina anticarro poderia, eventualmente, despoletar ao longo do seu percurso. As picadas apresentavam-se como cruéis, sendo por isso um dado adquirido a importância daqueles que, à frente às viaturas, lá iam picando cuidadosamente o terreno, mas com o devido cuidado.  

Para eles, os condutores em particular, fica expresso o texto que a seguir subscrevo e que faz parte do meu livro, o nono dos 11 já editados, – “UM RANGER NA GUERRA COLONIAL GUINÉ-BISSAU 1973/1974” , da Editora Colibri, Lisboa.

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A “perícia” dos condutores enviados para a guerra na Guiné

Os homens do volante 

A coluna segue o seu destino com os cuidados redobrados dos condutores  

Somos, na generalidade, conhecedores do empenho que os condutores impunham numa especialidade à qual se dedicavam desinteressadamente. Sabemos o quão importante foram os conhecimentos adquiridos ao longo de uma singular aprendizagem que lhes proporcionou um contacto real com o universo da condução. Fizeram tudo o que esteve ao seu alcance, isto na minha singela opinião, obviamente. Cumpriram com os seus deveres e não viraram a cara à luta, não obstante as tormentas que o rebentar de uma mina obstinasse o seu querer e naturalmente dos camaradas.

Percebi, nessa altura, que a universalidade da especialidade não era comum a todos e distribuíam-se consoante as necessidades ou a sorte que lhes coube na roda da aventura. Razão esta que me leva a viajar num tempo sem tempo e citar especificamente a honorabilidade de camaradas que conheceram, por dentro, os teores de uma guerra que nos fora deliberadamente bárbara. Padeceram com condições adversas e suportaram as agruras impostas por uma peleja que não dava folgas.

Visualizar a sua despretensiosa ação pela mais recôndita picada numa Guiné a ferro e fogo, sabendo de antemão que as minas anticarro eram comuns, os condutores foram camaradas que não viravam a cara à luta e lá partiam para mais uma coluna, ou para as frequentes visitas a tabancas quando o momento passava por mais uma jornada em que a chamada “psicó” ditava ordem.

É evidente que façamos uma justa destrinça entre as colunas de reabastecimentos e de transporte de pessoal, onde normalmente se utilizavam as Berliet, por vezes intercaladas com Unimog, mas sendo este último veículo usado nas idas às tabancas onde íamos distribuir os aplaudidos “mezinhos” para uma população de todo carente e que vivia isolada na mata a contas com as duas frentes de guerra.

Creio que será de bom senso não desvirtuarmos uma veracidade bem patente que se prende com o facto de uma certa inexperiência evidenciada por alguns dos condutores nos seus inícios das comissões. Aliás, pressuponho que a dita e amadurecida experiência era adquirida com o decorrer das comissões onde um melhor conhecimento do terreno ganhava estatuto.

Uma coluna que transportava pessoal civil e viaturas particulares na região de Gabu

Conheci situações em que o medo se apoderou do meu então jovem corpinho. Vamos aos comentários das ditas ocorrências: uma delas aconteceu numa das visitações a tabancas localizadas na zona de Gabu. Seguia no Unimog da frente, ao lado do condutor, quando numa picada estreita o “ás” do volante deixou a “máquina de assalto” entrar pelo capim fora, sendo que a malta se viu às aranhas para ultrapassar o incidente deparado. Houve umas pequenas mazelas e restou um tremendo susto. Depois fez-se o reconhecimento que a ocasião impunha e o Unimog lá prosseguiu rumo ao seu destino.

Este curto texto visa, essencialmente, abordar o tema que enaltece a bravura comum de camaradas de uma especialidade, condução, que conheceu, em paralelo, momentos de horror.  

Não sei e nem tão-pouco vou lançar achas para uma fogueira alvitrando o número de condutores que terão perdido a vida na Guiné por via de emboscadas ou de minas rebentadas pelos rodados dos veículos por eles conduzidos. 

Eu, a comandar uma coluna na estrada entre Nova Lamego e Bafatá. Ao meu lado esquerdo, em calções, o condutor da Berliet 

Com leigo de uma matéria que não domino, deixo, porém, o repto aos camaradas para que possamos ter uma ideia desse infortúnio, sabendo nós que o número exato das mortes na guerra guineense jamais será real.

Os algarismos conhecidos são, pelos vistos, virtuais.

Um abraço, camaradas 
José Saúde 
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

4 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24620: Memórias de Gabú (José Saúde) (99): Recordando o saudoso enfermeiro Dinis (José Saúde)

Guiné 61/74 - P24656: Agenda cultural (837): O nosso grã-tabanqueiro João Graça, violino (ex-Melech Mechaya) acompanha hoje, no "Passos Manuel", Porto, às 21h30, o músico anglo-indiano Will Samson (que vai tocar temas do seu último disco, "Harp Swells")


Cartaz do espectáculo muscial de Will Samson, hoje, às 21h30, no Porto, no"Pass os Manuel", clube noturno e de dança, sítio de referência da noiote do Porto  (Rua Passos Manuel, 137, 4000-382 Porto,  (ao Coliseu).

Ver aqui mapa. Duração: 70 m | Entrada: preço, 12,5 €. | Telefone: 22 205 8351


1. Breve apresentação do músico (que será acompanhado por João Graça, ex-Melech Mechaya, violino, membro da nossa Tabanca Grande);

Desde a edição do disco de estreia Balance em 2012 (com produção de Nils Frahm), que o músico e compositor anglo-indiano Will Samson (baseado em Portugal há mais de um ano) tem criado um catálogo recheado de texturas delicadas e imersivas que exploram os espaços entre a música ambiente, a eletrónica e até mesmo a folk.

Agora, Will Samson, prepara-se para editar um disco de uma toada mais ambiental e totalmente instrumental. A data de edição é o dia 8 de setembro. A editora,  a 12k (fundada pelo músico Taylor Deupree). E o nome do disco Harp Swells.


Com parentes nascidos entre o Chile e Bengali Oeste (que mais tarde se conheceram no Quénia) é certo que Will Samson tem mantido uma certa inquietação no que diz respeito ao seu lado artístico e pessoal. 

Nascido em Oxford, emigrou ainda criança com os pais para a Austrália onde viveu por 10 anos até regressar ao Reino Unido. Pouco mais de uma década após o seu regresso, Will Samson, inicia então o seu périplo por outras cidades como Berlim, Brighton, Lisboa, Bruxelas, Bristol e finalmente, Almada. 

É fácil compreendermos o porquê da sua música focar muitas vezes o sentimento de pertença e procura de identidade.


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Nota do editor:

Último poste da série > 29 de junho de  2023 > Guiné 61/74 - P24440: Agenda cultural (836): Palestra "50 anos Debaixo d´Àgua", por António Mário Leitão, e apresentação do seu livro "Aprendiz de Mágico" (2022), no CPAS - Centro Português de Actividades Subaquáticas, Rua Alto do Duque, 45, Lisboa, 6ª feira, 30/6/2023, às 21h30

Guiné 61/74 - P24655: Facebook...ando (35): A "morança" do pessoal do 19º Pel Art (obus 14), em Buba, onde se comia o melhor petisco da região, búzios de cebolada (António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 45613/72, Bula, 1973/74)

 

Guiné > Região de Quínara > Buba > 1ª C/BCAQÇ 4513/72 (BubA, 1973/74)  e 19º Pel Art > A morança do pessoal da artilharia (obus 14)

 Fotos (e legenda): © António Alves da Cruz (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Foto publicada, em 22 de agosto de 2023, às 17h15 no facebook da Tabanca Grande Luís Graça Legenda do António Alves da Cruz, nosso grã-tabanqueiro, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/73): 

"Buba, 1973:  a tabanca do pessoal de artilharia, onde se comia o melhor petisco da zona, búzios de cebolada".

E eu comento: 

"Bolas, e não há uma foto desse petisco ?!...Adoro salada de búzios do mar... O que eu não sabia é que o rio Grande de Buba (com uma das mais lindas paisagens da Guiné) também tinha búzios. Sei que tinha bom peixe, que era pescado no tempo do cap inf Filipe Ferreira Lopes, cmdt da CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852, "Incendiários" (Buba, 1971/73)...E devia haver mais molúsculos, como ostras, e marisco,  como o camarão..."

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Nota do editor:

Último poste da série > 1 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24607: Facebook...ando (34): José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74): primeiro aerograma que escreveu à namorada, em 27/6/1972: fui almoçar num bar perto do Cumeré, paguei 70$00 e fiquei cheio de fome...

Vd. poste de 15 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24654: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (7): Quartel e tabanca de Buba, e rio Grande de Buba

Guiné 61/74 - P24654: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (7): Quartel e tabanca de Buba, e rio Grande de Buba

Foto nº 15

Foto nº 17A

Foto nº 17

Foto nº 16

Foto nº 18

Foto nº 20

Foto nº 21


Foto nº 12


Foto nº 13

Foto nº 14

Foto nº 14A


Foto nº 23


Foto nº 21A


Foto nº 22

Foto nº 22A


Foto nº 15


Foto nº 24

Guiné > Região de Quínara > Buba > 1ª C/BCAQÇ 4513/72 (Bula, 1973/74) > As fotos vão dispostas, não pela numeração, mas pela afinidade temática.

Fotos (e legendas): © António Alves da Cruz (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do álbum do António Alves da Cruz (ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 45113/72, Buba, 1973/74), que tem 12 referências n0 nosso blogue. O descritor Buba tem 376 referências.


António Alves da Cruz, ex-fur mil, 
1ª C/BCAÇ 45113/72 (Buba, 1973/74)
  

Estamos a seguir, tanto quanto possível, a ordem cronológica da comissão de serviço na Guiné da 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Bula, 1973/74), e que o álbum fotográfico do nosso camarada António Alves da Cruz procura ilustrar:

(i) partida do BCaç 4513/72: embarque em 16mar73; desembarque em 22mar73;

(ii) IAO no CIM de Bolama, em abril de 1973: 

(iii) a 1ª Comp, após o treino operacional no subsector de Buba com a CCaç 3398, sob orientação do BCaç 3852, passou a reforçar a actividade daquela subunidade no esforço realizado de contrapenetração no referido subsector e depois integrada no seu batalhão, na função de intervenção que lhe foi atribuída, tendo-se instalado, a partir de 17mai73, em Mampatá;

(iv) em 15ag073, rendendo a CCaç 3398, assumiu a responsabilidade do subsector de Buba, mantendo-se integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão;

(v) em 4set74, após a desactivação e entrega do aquartelamento ao PAIGC, recolheu a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Anexo - Fotos de Buba: quartel, tabanca e rio grande de Buba (reproduzidas acima; numeração e legendas do autor):

Legendas:

f 12- Tabanca de Buba
f 13- Tabanca de Buba
f 14- Tabanca de Buba
f 15- Início do alcatroamento da estrada Buba - Aldeia Formosa
f 16- Rio de Buba
f 17- Valas e obus 14
f 18- Rio Buba maré vazia
f 19- Barcos de pesca
f 20- Maré vazia, o tarrafo
f 21- Lembrar os nossos camaradas do pelotão de morteiros 2138
f 22- O meu quarto
f 23- Saída da coluna para Nhala
f 24 - Viaturas destruídas
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Nota do editor:

Último poste da série > 12 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24643: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (6): Instalaçóes do quartel de Buba

Guiné 61/74 - P24653: Notas de leitura (1616): "Guiné-Bissau: Um Caso de Democratização Difícil (1998-2008)", por Álvaro Nóbrega; Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa, 2015 (2) (Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Novembro de 2021:

Queridos amigos,
Publicada em finais de 2015, este trabalho de Álvaro Nóbrega facilita-nos, pela abrangência do estudo, a tomar o pulso à realidade política e social da Guiné-Bissau através da sua complexidade sociocultural, como emergiram as elites, como houve um processo etiológico durante a chamada luta de libertação que acabou por desaparecer dando lugar a formas por vezes amalgamadas de gente de diferentes partidos, até com formação superior, com valores tradicionais, vive-se a perene tensão entre os políticos e os militares, estes às vezes também se juntam para fazerem negócios que dão pelo nome de exportação de madeiras exóticas, tráfico de armas ou narcotráfico. Álvaro Nóbrega compulsa com rigor estes elementos do Estado, disseca a orgânica das elites e expõe os diferentes aspetos que têm vindo a contribuir para dificultar a construção de uma democracia na Guiné-Bissau. É um livro de referência, facilita o debate para entender e procurar superar as disfuncionalidades de um Estado a quem chamam de frágil ou falhado.

Um abraço do
Mário



Uma soberba investigação sobre uma Guiné-Bissau que viveu a guerra civil, dilacerante (2)

Mário Beja Santos

Álvaro Nóbrega, Doutor em Ciências Sociais e professor universitário, é autor de uma obra de referência "A Luta pelo Poder na Guiné-Bissau" (2003), e na sequência desse primoroso trabalho produziu Guiné-Bissau: "Um caso de democratização difícil (1998-2008)", Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa, 2015. Este ensaio, de leitura obrigatória, desvela o itinerário ziguezagueante das instituições democráticas e pluralistas na Guiné-Bissau; o investigador reflete a fundo sobre as condições do nascimento do Estado, após uma prolongada luta armada de libertação nacional, elenca sobre as fragilidades, os erros, a vertigem dos cargos, o nepotismo, a tentação tribal, a Nação firme, mas o Estado volátil; enfim, importa esclarecer se faz vencimento aludirmos a um Estado frágil ou falhado ou supor que haverá outros itinerários, que seguramente requerem imensa coragem, a trilhar para consolidar a democracia e o respeito pelas instituições.

Já se passou em revista o nascimento do Estado independente, subsequente a um período de luta, e revelaram-se equívocos e falhas em todo o processo da transição entre um Estado monopartidário para uma democracia pluralista. Agora Álvaro Nóbrega procura saber quem é a elite política da Guiné-Bissau, quem se pauta por princípios da modernidade e quem mantém valores tradicionais. E ajustadamente lembra-nos que o último estudo sério data do período colonial, intitulou-se Mudança sociocultural na Guiné Portuguesa, e foi o seu autor José Manuel de Braga Dias, 1974. Recorda os autores que estudaram o processo histórico da formação das elites, como os princípios por que se regia Cabral foram rapidamente pervertidos e voltaram a ganhar peso a ligação ao chão, a ligação patrilinear ao clã, a utilização de linguagem ofensiva para quem tem família fora da Guiné, invetivando-se a origem sírio-libanesa, cabo-verdiana ou são-tomense.

Como escreve:
“O Movimento Reajustador de 1980 espoletou uma reação popular e hostil aos mestiços, levando a que muita gente da praça, crioula portanto, fosse à procura da sua genealogia de referências étnicas que porventura já estavam algo esquecidas e as recuperasse. Outras optaram contrariados pelo exílio, dando início a um movimento migratória crioulo ou não-crioulo para o exterior. A crioulidade é expansiva e integra indivíduos sem quaisquer ligações biológicas europeias, cabo-verdianas, levantinas e até goesas. Tornaram-se eles próprios gente da praça, sendo vistos como brancos (por se considerar terem adotado os seus costumes) quando visitam as aldeias dos seus pais e avós. A este grupo pertencem, também, alguns islamizados que, pela educação de matriz portuguesa, alcançaram cargos administrativos importantes ainda no período colonial”.

O peso crioulo vai até aos bairros periféricos e aqui a elite moderna interseta-se com as tradicionais. Mas há um momento determinante que mudou a abrangência e a forma das elites: a chegada de novos grupos por via eleitoral. O conflito político-militar iniciado em 7 de junho de 1998 trouxe exacerbamento étnico, começou a falar-se do aparelho de Estado dominado pelos Balantas, do seu conflito permanente com os Mandingas, ganharam influência as elites religiosas, com as mudanças constantes de governos cresceu o apetite pela distribuição de lugares governamentais, lutas internas dentro dos próprios núcleos da elite governante, os interesses grupais, a avidez pela ascensão ao mando e controlo da ajuda internacional ou de fazer parte de um qualquer projeto prometedor de exportações ou até ligação ao negócio de armas ou droga, foi ganhando projeção. O autor não deixa de chamar a atenção para a presença feminina em atividades que ajudam a complementar o rendimento familiar e não deixa de ser curioso analisar os quadros que ele apresenta de distribuição dos deputados por profissão e partido, tendo também em conta a ligação ao funcionalismo público, o nível de escolaridade, onde estudaram, a pertença étnica.

Outra matéria que Nóbrega equaciona é a legitimidade histórica tradicional, isto é, as práticas políticas modernas precisam de se legitimar, em muitos casos, no primado das tradições, e dá exemplos que têm a ver com a retoma do fanado.

O peso político dos militares ganha expressão com o conflito político-militar iniciado em 1998, até aí Nino Vieira tinha mão de ferro sobre a conduta militar, sabia pagar lealdades e distribuir mordomias, isto para sublinhar que não havia uma separação efetiva entre a política e as armas.

A figura da Junta Militar espevitou violências, ressentimentos, descontentamentos, ajustes de contas, rivalidades, servir-se da tropa para conduzir negócios mais do que duvidosos: o abate ilegal de madeiras exóticas, o tráfico de armas, o narcotráfico. Estas Forças Armadas representam um pesado encargo que impediu, impede e impedirá qualquer saúde orçamental. Atenda-se ao que o autor escreve num livro publicado em 2015:
“É um exército de 1869 oficiais (42%), 1218 sargentos (27%) e 1371 soldados. Esta é a razão pela qual o Chefe da Missão Europeia de Apoio à Reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau, entretanto suspensa, declarou que a pirâmide invertida deveria ser normalizada, reduzindo o número anormal de oficiais e suboficiais fazendo aumentar o número de soldados. O problema é de natureza patrimonial. Como os salários são melhores em postos mais altos, há muita pressão dos homens para serem promovidos. A fim de os manter satisfeitos, de assegurar a sua lealdade e incumprimento das obrigações de parentesco, os chefes militares, que não estão condicionados ao controlo civil, são facilmente tentados a dar promoções. Soma-se a este problema a situação não resolvida pelos combatentes da Liberdade da Pátria”.

Todas as iniciativas para reduzir o número de efetivos não têm sucesso, cada vez que há um conflito reintegram-se militares desmobilizados juntamente com novas laivas de combatentes, a resistência dos militares à desmobilização tem a ver com uma vida civil que pouco lhes oferece, sentem que perdem estatuto social e rendimento. E igualmente o autor lembra que contrariamente à maioria dos funcionários públicos cujos salários são pagos com meses e meses de atraso, os salários militares são uma questão mais delicada.

Outro aspeto que se pode considerar relevante para as dificuldades da construção democrática na Guiné-Bissau tem a ver com o papel político das Forças Armadas, aí estão os golpes de Estado para o evidenciar. E o autor desdobra-se em exemplos: em 1999, Ansumane Mané vetou a candidatura de Saturnino da Costa para presidente do PAIGC, proibindo-o de participar no congresso; em 2004 o general Veríssimo Seabra vetou Aristides Gomes para Ministro da Defesa ou dos Negócios Estrangeiros; em 2007, Tagma Na Wai vetou a nomeação de Baciro Dabó para conselheiro presidencial, depois de ter pressionado para a sua exoneração de Ministro da Administração Interna.

São tudo menos pacíficas as relações entre políticos e militares. Atenda-se ao que escreve Nóbrega:
“O respeito pelo guerreiro, o sistema de recompensas e punições, as promoções e as depurações ajudaram a conter os descontentes, até ao dia 7 de junho de 1998. Os amadores, como diria Sori Djaló, passaram a profissionais e o poder político passou a estar refém de umas Forças Armadas que se autonomizaram. O sistema baseia-se na desconfiança e a nomeação de chefias militares próximas, bem como a incorporação de mancebos pertencentes à etnia governante, esta procura minimizar riscos, mas não os eliminam, daí a importância dos serviços de segurança, que vigiam militares e civis, e do sistema de defesa paralelo assente em forças paramilitares com capacidade de combate”. Tudo somado, temos um poder fraco que não controla o poder militar, dele é refém, o único poder temido é o externo. “Os militares estão conscientes de que há algures um limite que, se ultrapassado, pode acarretar a punição da comunidade internacional. É esse o único limite que temem”.

Vejamos agora o presidencialismo e a personalização do poder.


(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 11 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24641: Notas de leitura (1615): "Guiné-Bissau: Um Caso de Democratização Difícil (1998-2008)", por Álvaro Nóbrega; Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa, 2015 (1) (Beja Santos)

Guiné 61/74 - P24652: Parabéns a você (2205): Manuel José Ribeiro Agostinho, ex-Soldado Radiotelegrafista da CCS/QG/CTIG (Bissau, 1968/70)

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Nota do editor

Último poste da série de 11 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24640: Parabéns a você (2204): Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72)