1. Comentário do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma,
1964/66) publicado no P20744 de 18 de Março de 2020:
Correspondo ao alto evento cultural, útil e proveitoso (das feijoadas, bacalhau, tripas, rojões, cabrito, cabra velha, sável, lampreia e enguias), promoção "em bando" pelos camaradas "bandalhos", culminada com a romaria ao Castro de Mozinho, e à sua viral provocação ao "corno-vírus" (nuance fonética popular), enriquecendo-a com apontamento referido à sua pré-história.
Os Romanos, uns colonialistas, gananciosos e exploradores, vieram encontrar os pré-portugueses do território de Penafiel a habitar em "bandos" os cumes dos montes, em "tabancas" amuralhadas, para melhor vigilância e defesa do IN, homem ou bicho mau, classificaram esses "bandalhos" de bárbaros e o sua urbanização de castrum (castro).
Eles adoravam o sol, viviam da caça e da pesca e ocupavam o seu longo tempo no jogo da malha, em folguedos ou no ócio, o trabalho excluído. E assentaram arraial, a nomadizar nele.
Roma carecia de minérios e de cereais, o homem e o burro só valem se trabalharem, caíram na asneira de forçar os "bandalhos" à sua organização e ao trabalho (as "bárbaras" tinham outras valências...) e eles viraram "terroristas", em pequenos bandos e os romanos a "lerpar" por tudo o que era montanha.
Os militares romanos pertenciam todos ao QP, não havia milicianos (o posto de Cabo Miliciano foi criatividade do Exército Português, para nos exigir serviço de sargento e de oficial ao custo do pré de praças), nem sabiam nem estavam dispostos a combater na montanha, a "ir para o mato".
E os Romanos demoraram quase dois séculos a empurrar os pré-portugueses das montanhas para os vales, para os conseguir controlar e fazer deles mineiros e "servos da gleba" - estratégia que recriaremos na Guiné, com os "aldeamentos". (Prosperaremos no negócio da escravatura africana, por termos descoberto e expandido o seu "mercado" mas, sobretudo, por termos sido escravos muito antes deles...).
Sei o nome do fundador deste "bando", o camarada Jorge Portojo In Memoriam, quiçá inspirado na "loiça" das Caldas, sei o nome do fundador do "bando" LG&C da Guiné, inspirado nos dinossauros ou na aguardente da Lourinhã?) e espero que aqueles bandalhos me ensinem o nome do comandante romano, não foi o que os levou em bando à taina da lampreiada e sável, mas foi que os levou em em bando a Mozinho. O que andou pela minha terra era general e patrício, descendente do deus Juno, o Senado de Roma atribuiu-lhe o título de O Galaico, chamava-se Decimus Junius Brutus e o dicionário adoptou este sobrenome para este qualificar certos indivíduos e suas atitudes.
Da da vossa parte, não o merecerei nem como indivíduo nem por este escrito.
Estimados camaradas, na esteira do fundador do bando LG&C, rezo para que o "corno-vírus" (nuance fonética popular) não tenha correspondido à vossa provocação, alojando-se no vosso bando, na esperança de não a rezar, por causa e consequências dele.
Manuel Luís Lomba
____________
Nota do editor
Último poste da série de 14 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20651: (Ex)citações (363); em dia de namorados, qual é a morna mais romântica de todos os tempos ? Segundo o "Expresso das Ilhas", é "A Força de Cretceu", a força do amor, poema do grande poeta da Brava, Eugénio Tavares, que nasceu (1867) e morreu (1930) em Nova Sintra
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 19 de março de 2020
Guiné 61/74 - P20749: (In)citações (145): Guerra e Vírus (Paulo Salgado, ex-Alf Mil Op Esp)
1. Mensagem do nosso camarada Paulo Salgado, [ex-Alf Mil Op Esp, CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72), autor do livro (, o mais recente,) "Milando ou Andanças por África" (Torre de Moncorvo: Lema d'Origem,
2019); africanista no sentido nobre do termo; Administrador Hospitalar
reformado, com um vasto currículo, que inclui a Guiné-Bissau e Angola
Caros Amigos e Editores do nosso blogue,
A vossa saúde.
Que todos sejamos cumpridores.
Um abraço e um texto, abaixo.
Paulo Salgado
********************
Camaradas do Blogue:
A guerra… o que é a guerra? O que fazem homens e mulheres durante a guerra? Quem é o inimigo?
Se fizermos uma retrospectiva histórica, desde a Antiguidade até aos nosso dias, que guerras foram travadas? E por quem foram travadas?
A lista é incomensurável. Se os camaradas se derem ao trabalho de ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_guerras, verificarão quão brutal é o homem!
Desde a Suméria até aos nossos dias… quantas guerras… Ou acreditamos que os homens são naturalmente bons, como defendiam Thomas Morus e Rousseau, por exemplo, e acharem que o homem nasce livre e bom… ou é naturalmente mau. Homo lupus homini [, o homem, lobo do homem].
Eu gostaria de acreditar na primeira premissa, mas as circunstâncias tornam-no, ao homem, invejoso, ganancioso, imoral, como contrapôs Voltaire; na verdade, a humanidade não funciona como um relógio certinho… a que Deus não está, infelizmente, atento, como defendia Spinoza. E Aldous Huxley afirmava o seguinte: que os homens não aprendem com a História e que esta é a mais importante de todas as lições que a História tem para ensinar…
Apesar de tudo, nas guerras sabia-se, (quando havia confronto directo), ou imaginava-se saber (quando havia guerrilha) onde estava o inimigo. Agora, onde está o inimigo do homem? O inimigo de todos os homens em todos os quadrantes? Ele é invisível, e pode estar ao nosso lado.
Agora os homens estão do mesmo lado. Vamos combatê-lo com as armas que temos na mão: comportamentos saudáveis, normas que nos são referidas e/ou impostas.
Eis – penso – uma guerra que se ganhará sem lanças, sem morteiros, sem canhões, sem fiats, sem napalm…
Assim, almejaremos a vitória contra o COVID-19.
Um abraço, companheiros.
Paulo Salgado
[Para saber mais, vejam o sítio da Direcção Geral de Saúde]
____________
Nota do editor
Último poste da série de 15 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20734: (In)citações (145): "Gosto da Guiné - Bissau e Tenho Orgulho de o Dizer": vídeo do Zeca Romão, de Vila Real de Stº António, Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863 (Teixeira Pinto) e CCAÇ 16 (Bachile, 1971/73)
Caros Amigos e Editores do nosso blogue,
A vossa saúde.
Que todos sejamos cumpridores.
Um abraço e um texto, abaixo.
Paulo Salgado
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Camaradas do Blogue:
A guerra… o que é a guerra? O que fazem homens e mulheres durante a guerra? Quem é o inimigo?
Se fizermos uma retrospectiva histórica, desde a Antiguidade até aos nosso dias, que guerras foram travadas? E por quem foram travadas?
A lista é incomensurável. Se os camaradas se derem ao trabalho de ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_guerras, verificarão quão brutal é o homem!
Desde a Suméria até aos nossos dias… quantas guerras… Ou acreditamos que os homens são naturalmente bons, como defendiam Thomas Morus e Rousseau, por exemplo, e acharem que o homem nasce livre e bom… ou é naturalmente mau. Homo lupus homini [, o homem, lobo do homem].
Eu gostaria de acreditar na primeira premissa, mas as circunstâncias tornam-no, ao homem, invejoso, ganancioso, imoral, como contrapôs Voltaire; na verdade, a humanidade não funciona como um relógio certinho… a que Deus não está, infelizmente, atento, como defendia Spinoza. E Aldous Huxley afirmava o seguinte: que os homens não aprendem com a História e que esta é a mais importante de todas as lições que a História tem para ensinar…
Apesar de tudo, nas guerras sabia-se, (quando havia confronto directo), ou imaginava-se saber (quando havia guerrilha) onde estava o inimigo. Agora, onde está o inimigo do homem? O inimigo de todos os homens em todos os quadrantes? Ele é invisível, e pode estar ao nosso lado.
Agora os homens estão do mesmo lado. Vamos combatê-lo com as armas que temos na mão: comportamentos saudáveis, normas que nos são referidas e/ou impostas.
Eis – penso – uma guerra que se ganhará sem lanças, sem morteiros, sem canhões, sem fiats, sem napalm…
Assim, almejaremos a vitória contra o COVID-19.
Um abraço, companheiros.
Paulo Salgado
[Para saber mais, vejam o sítio da Direcção Geral de Saúde]
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Nota do editor
Último poste da série de 15 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20734: (In)citações (145): "Gosto da Guiné - Bissau e Tenho Orgulho de o Dizer": vídeo do Zeca Romão, de Vila Real de Stº António, Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863 (Teixeira Pinto) e CCAÇ 16 (Bachile, 1971/73)
Guiné 61/74 - P20748: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (117): A COVID-19 não passará!... Pois, cantemos a vida, a alegria, o amor... "Aimons le vin"... Amemos o vinho, o amor e as mulheres: canção tradicional, Normandia, França, interpretada pelo Coro Municipal da Lourinhã (maestro: Carlos Pedro Alves)
Vídeo (2' 42'') > Alojado no You Tube > Luís Graça
Lourinhã > GEAL - Museu da Lourinhã > 8 de março de 2020, 15h > Atuação do Coro Municipal da Lourinhã (maestro: Carlos Pedro Alves), no âmbito da Exposição Temporária Descentralizada "Arte Sacra Local". Canção "Aimons le vin", cancioneiro popular francês, Normandia. Vídeo: Luís Graça (2020)
Aimons le vin
(Música tradicional popular,
Normandia, França)
C’est en passant de Paris, la Rochelle (bis)
J’ai rencontré trois jolies demoiselles.
Aimons le vin...
Aimons le vin et l’amour et les filles.
Aimons le vin...
J’ai rencontré trois jolies demoiselles (bis)
J’ai pas choisi, mais j’ai pris la plus belle.
Aimons le vin...
Je l’ai monté derrière moi sur ma selle.
Je lui demande: Êtes vous mariée ?
Mariée ou pas, ce n’est pas votre affaire.
J’ai trois enfants, ils ont chacun leur père.
Le premier du curée, le second du vicaire
Et le troisième, c’est du clerc de notaire...
Fonte: Partitions de chansons: Aimons le vin...
(com a devida vénia)
Amemos o vinho...
(cancioneiro popular francês, Normandia)
Vindo de Paris, em La Rochelle (bis),
Eu encontrei três belas raparigas.
Amemos o vinho...
Refrão:
Amemos o vinho, o amor e as mulheres.
Amemos o vinho.
Eu encontrei três belas raparigas (bis)
Não escolhi, mas peguei na mais bela.
Amemos o vinho...
Pu-la, atrás de mim, na minha sela.
Perguntei-lhe: És casada ?
Casada ou não, não é da tua conta.
Tenho três filhos, cada um de seu pai:
O primeiro é do abade, o segundo, do vigário.
E o terceiro, do ajudante de notário.
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Nota do editor:
Último poste da série > 17 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20743: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (114): A COVID-19 não passará!... Até maio ou junho, camaradas! (Constantino Ferreira, MSC - World Cruise, Austrália, Sidney, 16/3/2020)
quarta-feira, 18 de março de 2020
Guiné 61/74 - P20747: Memória dos lugares (406): Visita ao Campo do Tarrafal na Ilha de Santiago, Cabo Verde, em 2018 (Hélder Valério de Sousa, ex-Fur Mil TRMS TSF)
1. Mensagem do nosso camarada Hélder Valério de Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), com data de hoje, 15 de Março de 2020:
Caros amigos
Os artigos sobre Cabo Verde e o Campo do Tarrafal[1], posteriormente também hipocritamente chamado de “Chão Bom”, tiveram algum efeito nas minhas emoções.
De tal modo que pensei em escrever alguma coisa sobre isso mas não me atrevi a fazê-lo sem antes proporcionar algum distanciamento.
Ora bem, já será conhecido por aqui no Blogue que o meu pai [, Ângelo de Sousa Ferreira, 1921-2001 ,ex -1º Cabo n.º 816/42/5 da 4ª Companhia do 1º Batalhão de Infantaria do R.I. 23, São Vicente, Cabo Verde, 1943/44, foto à esquerda] fez parte das forças expedicionárias que procuraram afirmar a soberania em Cabo Verde aquando do conflito designado por II Grande Guerra Mundial, nos inícios dos anos 40 do século passado.
Dessa permanência lá, na Ilha de São Vicente, chegavam-me por vezes alguns relatos, algumas referências, algumas recordações dele, quando se dispunha a falar sobre isso ou quando se viam as fotos. E as “fomes”, e as doenças e as alusões ao “Campo da Morte Lenta”, apareceram de forma natural e acabaram por ficar gravadas na minha memória. Relacionamento meu com Cabo Verde só por os aviões que utilizei nas férias tocarem o solo da Ilha do Sal nas suas idas para a Guiné.
No entanto, em finais de Julho de 2018, integrado numa delegação da minha Ordem profissional, participei em eventos ocorridos na Ilha de Santiago (aquela, onde, segundo uma canção, “tem corpinho de algodão, saia de chita com cordão…”.
O evento correu bem, a estadia também, gostei muito de lá ter estado, ainda experimentei a temperatura da água do mar, mas como não estava de férias não tive muito tempo para fazer visitas.
Apesar disso ainda fui pela “primeira vez” à Ribeira Grande e, como não podia deixar de ser e para cumprir os versos da conhecida canção da Cesária Évora, “um passeio sabe, fui dentro dum reservado” (já que fui, com outros, numa carrinha “reservada”). Visita interessante à primeira capital do arquipélago com algumas histórias/informações curiosas, de que ressalto a placa comemorativa e evocativa da passagem do Padre António Vieira pelo local (foto 1), mas não é dela que quero dar conta.
Estando lá, em Cabo Verde, na Ilha de Santiago, não me sentiria bem se não conseguisse visitar o Campo do Tarrafal (“Chão Bom”…) e prestar a minha silenciosa homenagem aos que por lá pereceram e sofreram. E assim foi.
Uma viagem relativamente longa e difícil dada a orografia do terreno, por boas estradas, com toda a aparência de construção recente, fruto de, salvo erro, apoios da União Europeia, com passagem por Somada (ou Assomada, terra do pai de Amílcar Cabral, segundo disseram) (Foto 2), onde foi feita uma paragem e se aproveitou para visitar o mercado local e comprar mangos e outras coisas.
Visitar o mercado local e comprar mangos e outras coisas (Foto 3).
Antes de se ir visitar o Campo da ignomínia fomos almoçar em local sobranceiro à praia. Areia fina, limpa, mar calmo (Foto 4).
Na visita ao Campo o primeiro impacto é logo a entrada do mesmo. Não é uma imagem estranha. Construção concebida segundo a “moda da época” e por isso faz lembrar o que será muito conhecido na entrada de Auschwitz, sem a famosa frase e à dimensão portuguesa, mas com o torreão e uma linha ferroviária que atravessa, prossegue depois sobre o fosso que separa a vedação externa e a mais interior e entra depois então no espaço do Campo (Fotos 5, 6 e 7).
Lá dentro sente-se (senti) o peso do passado, com as “barracas” para os presos (com a configuração da utilização mais “recente”, com construções para utilizadores distintos: angolanos, guineenses e outros (Foto 8).
Vi, como como não poderia deixar de ser, o que disseram ser a ”entrada” para a tristemente célebre “frigideira”, vi a sua versão mais “moderna”, a “holandinha” (Fotos 9, 10 e 11) e impressionou-me particularmente a leitura de algumas frases bem ilustrativas do modo de vida, do dia-a-dia naqueles espaços (Fotos 12, 13, 14 e 15).
No regresso à Cidade da Praia passámos por um conjunto de instalações de envergadura (residências para estudantes, complexo hoteleiro e outras realizações) em construção pela “solidariedade chinesa” e deparei com uma estátua de Amílcar Cabral (Foto 16) que ilustra o contraste da atitude que existe em Cabo Verde para com o “pai da Pátria” com o que se houve dizer que se passa (ou passava) na Guiné.
Em resumo, a visita a Cabo Verde, mais propriamente à capital Praia, foi muito interessante e gratificante. Seja lá o dinheiro de quem for a verdade é que estão a fazer coisas acertadas e úteis. A visita ao Tarrafal deixa sempre, pelo menos a quem não for insensível aos dramas de outros, uma tristeza interior somente compensada pela certeza de que apesar desses miseráveis comportamentos o género humano afinal foi capaz de derrotar a barbárie.
Abraços
Hélder S.
____________
Notas do editor
[1] - Vd. postes de:
7 de março de 2020 Guiné 61/74 - P20708: (D)o outro lado do combate (58): memórias do militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano, funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970, afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte V (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
5 de março de 2020 >
Guiné 61/74 - P20705: (D)o outro lado do combate (57): memórias do
militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano,
funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela
PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em
1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo
preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970,
afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte IV (Carlos
de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
3 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20701: (D)o outro lado do combate (56): memórias do militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano, funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970, afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte III (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
2 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20698: (D)o outro lado do combate (55): memórias do militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano, funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970, afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte II (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
29 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20695: (D)o outro lado do combate (54): memórias do militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano, funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970, afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte I (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
Último poste da série de 17 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20742: Memória dos lugares (405): Cacela, a fadista Lucinda Cordeiro e o grupo "Cantar de Amigos", num vídeo do Zeca Romão (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73)
Caros amigos
Os artigos sobre Cabo Verde e o Campo do Tarrafal[1], posteriormente também hipocritamente chamado de “Chão Bom”, tiveram algum efeito nas minhas emoções.
De tal modo que pensei em escrever alguma coisa sobre isso mas não me atrevi a fazê-lo sem antes proporcionar algum distanciamento.
Ora bem, já será conhecido por aqui no Blogue que o meu pai [, Ângelo de Sousa Ferreira, 1921-2001 ,ex -1º Cabo n.º 816/42/5 da 4ª Companhia do 1º Batalhão de Infantaria do R.I. 23, São Vicente, Cabo Verde, 1943/44, foto à esquerda] fez parte das forças expedicionárias que procuraram afirmar a soberania em Cabo Verde aquando do conflito designado por II Grande Guerra Mundial, nos inícios dos anos 40 do século passado.
Dessa permanência lá, na Ilha de São Vicente, chegavam-me por vezes alguns relatos, algumas referências, algumas recordações dele, quando se dispunha a falar sobre isso ou quando se viam as fotos. E as “fomes”, e as doenças e as alusões ao “Campo da Morte Lenta”, apareceram de forma natural e acabaram por ficar gravadas na minha memória. Relacionamento meu com Cabo Verde só por os aviões que utilizei nas férias tocarem o solo da Ilha do Sal nas suas idas para a Guiné.
No entanto, em finais de Julho de 2018, integrado numa delegação da minha Ordem profissional, participei em eventos ocorridos na Ilha de Santiago (aquela, onde, segundo uma canção, “tem corpinho de algodão, saia de chita com cordão…”.
O evento correu bem, a estadia também, gostei muito de lá ter estado, ainda experimentei a temperatura da água do mar, mas como não estava de férias não tive muito tempo para fazer visitas.
Apesar disso ainda fui pela “primeira vez” à Ribeira Grande e, como não podia deixar de ser e para cumprir os versos da conhecida canção da Cesária Évora, “um passeio sabe, fui dentro dum reservado” (já que fui, com outros, numa carrinha “reservada”). Visita interessante à primeira capital do arquipélago com algumas histórias/informações curiosas, de que ressalto a placa comemorativa e evocativa da passagem do Padre António Vieira pelo local (foto 1), mas não é dela que quero dar conta.
Foto 1
Estando lá, em Cabo Verde, na Ilha de Santiago, não me sentiria bem se não conseguisse visitar o Campo do Tarrafal (“Chão Bom”…) e prestar a minha silenciosa homenagem aos que por lá pereceram e sofreram. E assim foi.
Uma viagem relativamente longa e difícil dada a orografia do terreno, por boas estradas, com toda a aparência de construção recente, fruto de, salvo erro, apoios da União Europeia, com passagem por Somada (ou Assomada, terra do pai de Amílcar Cabral, segundo disseram) (Foto 2), onde foi feita uma paragem e se aproveitou para visitar o mercado local e comprar mangos e outras coisas.
Foto 2
Visitar o mercado local e comprar mangos e outras coisas (Foto 3).
Foto 3
Antes de se ir visitar o Campo da ignomínia fomos almoçar em local sobranceiro à praia. Areia fina, limpa, mar calmo (Foto 4).
Foto 4
Na visita ao Campo o primeiro impacto é logo a entrada do mesmo. Não é uma imagem estranha. Construção concebida segundo a “moda da época” e por isso faz lembrar o que será muito conhecido na entrada de Auschwitz, sem a famosa frase e à dimensão portuguesa, mas com o torreão e uma linha ferroviária que atravessa, prossegue depois sobre o fosso que separa a vedação externa e a mais interior e entra depois então no espaço do Campo (Fotos 5, 6 e 7).
Foto 5
Foto 6
Foto 7
Lá dentro sente-se (senti) o peso do passado, com as “barracas” para os presos (com a configuração da utilização mais “recente”, com construções para utilizadores distintos: angolanos, guineenses e outros (Foto 8).
Foto 8
Vi, como como não poderia deixar de ser, o que disseram ser a ”entrada” para a tristemente célebre “frigideira”, vi a sua versão mais “moderna”, a “holandinha” (Fotos 9, 10 e 11) e impressionou-me particularmente a leitura de algumas frases bem ilustrativas do modo de vida, do dia-a-dia naqueles espaços (Fotos 12, 13, 14 e 15).
Foto 9
Foto 10
Foto 11
Foto 12
Foto 13
Foto 14
Foto 15
No regresso à Cidade da Praia passámos por um conjunto de instalações de envergadura (residências para estudantes, complexo hoteleiro e outras realizações) em construção pela “solidariedade chinesa” e deparei com uma estátua de Amílcar Cabral (Foto 16) que ilustra o contraste da atitude que existe em Cabo Verde para com o “pai da Pátria” com o que se houve dizer que se passa (ou passava) na Guiné.
Foto 16
Em resumo, a visita a Cabo Verde, mais propriamente à capital Praia, foi muito interessante e gratificante. Seja lá o dinheiro de quem for a verdade é que estão a fazer coisas acertadas e úteis. A visita ao Tarrafal deixa sempre, pelo menos a quem não for insensível aos dramas de outros, uma tristeza interior somente compensada pela certeza de que apesar desses miseráveis comportamentos o género humano afinal foi capaz de derrotar a barbárie.
Abraços
Hélder S.
____________
Notas do editor
[1] - Vd. postes de:
7 de março de 2020 Guiné 61/74 - P20708: (D)o outro lado do combate (58): memórias do militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano, funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970, afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte V (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
3 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20701: (D)o outro lado do combate (56): memórias do militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano, funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970, afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte III (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
2 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20698: (D)o outro lado do combate (55): memórias do militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano, funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970, afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte II (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
29 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20695: (D)o outro lado do combate (54): memórias do militante do PAIGC , Inácio Soares de Carvalho, cabo-verdiano, funcionário do BNU - Banco Nacional Ultramarino, em Bissau, detido pela PIDE em 1962, em seguida deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na Ilha das Galinhas... Liberto em 1967, é de novo preso em 1972 e 1973... Regressa à sua terra natal, em finais de 1970, afastando-se da vida política ativa... Morreu em 1994 - Parte I (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, CV)
Último poste da série de 17 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20742: Memória dos lugares (405): Cacela, a fadista Lucinda Cordeiro e o grupo "Cantar de Amigos", num vídeo do Zeca Romão (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73)
Guiné 61/74 - P20746: Antropologia (38): Guiné Portuguesa, breve notícia sobre alguns dos seus usos, costumes…, pelo Cónego Marcelino Marques de Barros (2) (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 12 de Março de 2019:
Queridos amigos,
Não é de mais recordar que o cónego Marcelino Marques de Barros pode ser encarado como uma primeira glória científica da Guiné: por ser guineense de origem, por ter exercido o múnus de Vigário-Geral, pela sua aturada pesquisa no campo da etnografia, da etnolinguística, da antropologia, por ter deixado uma miniatura de dicionário português-crioulo. Nas últimas décadas, incluindo mesmo o período colonial, procedeu-se a um levantamento de lendas, provérbios, canções, mas curiosamente quem foi o pioneiro desse levantamento tem o nome de Marcelino Marques de Barros.
Muito beneficiaria a cultura luso-guineense da edição integral de todo o seu trabalho, ele não foi um cabouqueiro amador, acresce que tinha uma escrita culta e uma clara devoção à terra que o viu nascer.
Um abraço do
Mário
Guiné Portuguesa, breve notícia sobre alguns dos seus usos, costumes… (2)
Beja Santos
O Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 3.ª Série – Nº 12, 1882, publicou um artigo do Vigário-Geral da Guiné, Marcelino Marques de Barros, porventura o primeiro grande intelectual guineense, com o título “Guiné Portuguesa ou breve notícia sobre alguns dos seus usos, costumes, línguas e origens dos seus povos”. Marcelino Marques de Barros tem sido alvo de alguns ensaios, deplora-se que o conjunto da sua obra não tenha tido a republicação que se justifica, ele foi etnolinguístico e explorou, com os seus conhecimentos, a dimensão antropológica, como um verdadeiro pioneiro.
O Cónego Marcelino não seria certamente detentor de informações exatas quanto à topografia guineense, o seu trabalho data de quatro anos antes da Convenção Luso-Francesa mas o que refere é inteiramente impossível, quanto a números. Ele escreve: “O domínio português nesta parte ocidental de África estende-se a 62 mil quilómetros quadrados, isto é, acha-se reduzido a pouco mais da quinta parte da antiga Senegâmbia Portuguesa. A sua população deve ser muito mais de 2,5 milhões, isto é, a quinta parte da população da Senegâmbia, que é seguramente de 14 milhões. Os rios mais importantes que retalham o continente são: Casamansa, S. Domingos ou Farim, Geba, Rio Grande, Tambalé ou Nalú e o Rio Nuno. E junto à embocadura destes rios temos o arquipélago dos Bijagós todo inteiro”. Bem curiosa a sua observação sobre a extensão da Senegâmbia, parece desconhecer que a presença portuguesa era quase epidémica, circunscrita a zonas do litoral, neste tempo o posto mais avançado era Geba, não distante de Bafatá.
Refere-se à topografia e depois faz um inventário de alguns dados etnográficos a que já se fez referência, como seja a saudação, os pactos e juramentos, a hospitalidade, o roubo, as correrias e abordou-se a epigamia, poligamia e poliandria. Há aqui dados curiosos que ele evoca: “Entre Bijagós, a mulher faz casa por suas mãos e recolhe o homem da sua preferência. Uma Balanta pode ter mil amantes, e querendo passar uma temporada previne o marido, dizendo: “Vou a uma entrevista”, e sem mais cerimónias abandona-o por muitos dias; mas ao regressar a casa é mal recebida, e pode mesmo ser castigada pelo marido se se apresenta com as mãos vazias. É de estilo trazer sempre alguma coisa: um balaio de arroz, uma cabra ou uma cabaça de leite”.
Falando do aborto e infanticídio, refere que os gémeos, os albinos e os partos monstruosos são, em geral, expostos nas florestas à voracidade das feras e das aves de rapina. Os Felupes, principalmente, constituem uma exceção, quanto aos gémeos, que consideram como um prodígio de fecundidade, com que os pais muito se engrandecem. Acerca da aleitação, observa: “As mães exageram tanto o dever de aleitar os seus filhos que não é raro encontrar rapazes de três a quatro anos que para toda a parte vão, tudo comem e tudo sabem, divertirem-se com os seios da mãe, como se ainda andassem ao colo”.
Não menos curioso é o que ele escreve sobre a circuncisão: “Em toda a Senegâmbia, é opinião minha, ninguém considera a circuncisão debaixo de um aspecto religioso; um Balanta pode ser circuncisado sem que por isso se considere islamita ou judeu; um Grumete pode ser circuncisado sem que para esse facto se considere pagão ou renegado. A circuncisão, pois, não é mais do que um manto sagrado, que envolve uma sociedade secreta, universal, terrível e admiravelmente constituída, com os seus sinais e com os seus símbolos, e aonde as raças, as cores, as religiões e as hierarquias desaparecem completamente. As festas da circuncisão são as mais aparatosas que se conhecem, e nelas se notam certos usos estranhos e singulares. Não há nada, enfim, mais interessante e mais curioso no estudo dos usos e costumes africanos do que essa cerimónia a que chamam fanado, insignificante na aparência, e que, contudo, é a origem das feições políticas das nações e a fonte dos heroísmos, de grande virtude e de atentados enormes. Ali se aprendem línguas para sempre desconhecidas do vulgo; ali se cortam as excrescências físicas e morais do homem; é ainda ali onde se entra no conhecimento de um nome semelhante ao Jeová dos hebreus, para não ser pronunciado senão uma ou duas vezes na vida. Eu provarei, em outro escrito mais desenvolvido, tudo o que venho de expor neste e noutros capítulos. Os Bijagós são os únicos que se não circuncisam”.
Falando de costumes, ele escolhe os agrícolas e os guerreiros, sobre os agrícolas diz o seguinte: “Enquanto que toda a terra é insuficiente para as ambições de um Balanta e de um Felupe, o Beafada, pelo temor de ser tido na conta de feiticeiro, não cultiva as suas terras mais do que o limitado no quadrado da distância em que tombou a sua enxadinha, arremessada com toda a força. Enquanto entre Bijagós os homens passam o tempo a fisgar peixe à beira-mar ou nos bosques a beber vinho de palmeira, as mulheres lavram as terras, semeiam e recolhem o mantimento para sustentar o marido e os filhos. E enquanto, finalmente, os Felupes e Fulas engordam os seus animais com arroz e milho, de que estão cheias as suas tulhas, os Cassangas, e não poucas vezes tribos Beafadas morrem de fome aos centos por ano".
Quanto aos costumes guerreiros, é esta a sua leitura: “As declarações de guerra são sempre feitas pelas tribos que reconhecem a sua superioridade numérica: uns, como os Futa-Fulas, só combatem com o fim de acharem nos despojos das povoações destruídas ou sujeitas, os meios de subsistência. Alguns combatem sempre em campo aberto, tais como os Felupes e os Futa-Fulas; os Papéis só ocultos por trás das árvores ou espalhados pelas moitas fazem uso das suas armas. O Balanta afronta as balas com uma espada em punho, e os Futa-Fulas disparam um chuveiro de flechas envenenadas nas grandes batalhas. E a cabeça do inimigo, separada do tronco, é o maior troféu que um guerreiro pode alcançar nos combates”. Estima que a antropofagia está radicada da Guiné quando escreve: “Os Felupes de Bote e Sélek são os últimos povos que há vinte anos perderam o hábito de devorar os seus semelhantes”. E procede a uma síntese do que são as doenças da região: “Algumas enfermidades há, muito vulgares na Europa, tais como a gota e a hidrofobia, que são desconhecidas nestes países; e algumas, ao contrário, são muito vulgares, como a elefantíase, a oftalmia, a hemicrania (tipo de cefaleia), a alienação mental e a misteriosa pedra escrófula, como lhe chamam vulgarmente, mal do sono”.
O Cónego Marcelino, percebe-se facilmente, sente-se fascinado com um conjunto de aspetos religiosos, e desenvolve o tema a partir das cerimónias fúnebres. Os tais selvagens de que fala só morrem em resultado de feitiços de um pobre diabo, sendo o cadáver metido numa tumba negra e levado aos ombros de quatro hércules, ao som de umas ladainhas. Como as cerimónias do enterramento podem demorar vários dias, para que a corrupção não incomode os vivos alimentam uma fumarada por baixo da barraca sobre a qual assentam o pobre morto. “E a minha pena recusa descrever os nauseabundos processos a quem sujeitam o cadáver. Por toda a parte se encontram sítios destinados para os enterramentos; porém, tribos há que enterram dentro de casa e por debaixo da cama dos vivos: é o costume dos Bijagós e Nalus. De duas maneiras, geralmente, cavam os gentios as suas sepulturas: horizontal e vertical. Uns sepultam os seus mortos como nós sepultamos os nossos, os Papéis e os Mandingas, por exemplo, outros no fundo da galeria horizontal, tais como os Felupes e os Beafadas. Quase todos os gentios envolvem os seus finados em panos e esteiras, e os mouros colocam os seus mortos sobre o lado direito com o rosto para o Oriente”.
OBS: - Recomenda-se vivamente a consulta dos seus elementos biográficos no site:
https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/4878/1/LS_S2_04_JoaoDVicente.pdf
(continua)
____________
Nota do editor
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Guiné 61/74 - P20745: Ser solidário (229): Projecto Kassumai e homenagem ao cap Luís Rei Vilar (1941-1970), em Susana, 50 anos depois da sua morte (Duarte, Manuel e Miguel Rei Vilar)
Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Susana > 18 de fevereiro de 2020 > Os irmãos Rei Vilar, com a população local, em dia de homenagem ao cap cav Luís Rei Vilar (1941-1970), ex-comandante da CCAV 2538 (Susana, 1969/71), morto em combate em 18/2/1970, no decurso da Op Selva Viva-
Fotos (e legenda): © Duarte Vilar (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem que nos chega, do Duarte Vilar, amigo e condiscípulo do nosso editor Luís Graça, irmão do saudoso cap cav Luís Rei Vilar (
Data: 17 mar 2020 11h45
Assunto: Viagem a Suzana, fevereiro de 2020
Meu caro Luís
A teu pedido e com muito prazer envio texto e algumas fotos para o blogue.
A nossa viagem foi muito boa e a tempo de nos safarmos dos últimos e nefastos acontecimentos na Guiné-Bissau. Eu saí a 26 e os meus irmão a 28 de Fevereiro.
Um abraço grande e com muita amizade
Duarte Vilar
2. FAZER A MEMÓRIA ÚTIL > Homenagem ao nosso irmão, Capitão Luis Filipe Rei Vilar
por Duarte, Manuel e Miguel Rei Vilar
Há cerca de 3 anos e meio, um de nós recebeu um email. Um email de um enfermeiro que andava em terras felupes – em Suzana na Guiné Bissau - fazendo um estudo sobre questões de saúde.
Não nos conhecia nem nunca tinha ouvido falar de nós ou do nosso irmão Luís. Mas ao entrevistar os “homens grandes” de Suzana ouviu várias referências sobre um tal “capitão Vilar” de quem os felupes falavam, com uma boa recordação.
O enfermeiro Luís Costa teve curiosidade em conhecer o personagem referido, ”googlou” e através deste blogue, “Luís Graça & Camaradas da Guiné”, chegou até nós, dizendo que tínhamos um património em comum com os felupes de Suzana: as memórias boas de um homem bom – o capitão Vilar – caído no contexto de uma operação militar perto de Suzana.
De facto, já conhecíamos os felupes há 47 anos porque o nosso irmão Luís nos tinha falado deles com entusiasmo, quando passou uns dias de férias antes de partir de vez.
Falou da sua famosa saudação kassumai e da resposta kassumai keb. Falou das tradições guerreiras dos felupes e da luta felupe. Trouxe consigo para nossa casa e para a nossa mesa um felupe – António Blata – um dos guias da companhia de cavalaria que comandava. Mostrou-nos as fotos de Suzana e dos felupes de Suzana que, quando o nosso irmão morreu, mesmo sem os conhecer, ficaram, para sempre, nas nossas memórias.
Por isso, depois do email, em Janeiro de 2017 fizemos as malas e fomos, os 3 irmãos, visitar os felupes de Suzana e as memórias que guardavam do capitão Vilar.
À chegada, fomos recebidos pelas crianças e pelos professores das escolas de Suzana. Abraçámos os filhos do Blata e reunimos com os homens grandes. E ouvimos então muitas histórias da boca dos felupes confirmando que, para além das preocupações militares, o nosso irmão se preocupava genuinamente com a vida dos felupes de Suzana. Soubemos que as crianças eram todos os dias recolhidas e levadas de volta às tabancas para ir à escola, que comiam sopa no aquartelamento e, por isso, eram chamados de “sopitos”.
Vimos também que a escola que tinha sido construída durante o tempo de comando do nosso irmão, apesar de estar em mau estado, continuava a funcionar como jardim de infância.
Decidimos então iniciar um projeto de apadrinhamento das crianças de Suzana, até porque os felupes de Suzana não se fizeram rogados e nos pediram apoio porque, como todos sabemos, não faltam problemas nem necessidades na Guiné Bissau. E assim nasceu o Projeto Kassumai, uma associação que reúne amigos e familiares nossos que contribuem mensalmente para a escolinha de Suzana.
Desde essa altura foram realizados, com o apoio do Projeto Kassumai, diversos melhoramentos. Mudou-se o telhado e o chão. Construíram-se sanitários e fossa séptica respetiva, pintou-se a escola, colocaram-se portas novas, fez-se uma vedação e telheiros, compraram-se carteiras e algum material escolar. Iremos apoiar agora, juntamente com a comunidade, o pagamento das educadoras da escola.
Em 18 de Fevereiro de 2020 passaram-se exatamente 50 anos sobre a morte do nosso irmão Luís nas areias do Cassuh e, nesse contexto, 12 padrinhos e madrinhas do Projeto Kassumai fomos a Suzana.
Fomos de novo recebidos com danças e cantares. Reencontrámo-nos com os “homens grandes “e as “mulheres grandes “de Suzana e novas ideias surgiram dando continuidade ao trabalho iniciado há 3 anos. E, em reconhecimento á memória do nosso irmão, as autoridades decidiram dar o seu nome à escola renovada – Escola Capitão Luis Filipe Rei Vilar.
Foi uma cerimónia emotiva e, antes de descerrar a placa com o novo nome da escola, as crianças felupes de Suzana cantaram uma canção de homenagem aos combatentes caídos na guerra de libertação, recordando assim os dois lados na guerra.
Tudo acontece por acaso, ou nada acontece por acaso.
O Luís Graça recordou uma vez que, para além das leituras históricas e políticas da guerra colonial, existem as inúmeras histórias pessoais de quem combateu, de quem esteve lá, de quem não esteve lá, de quem viu gente morrer de perto, e de quem perdeu familiares seus.
Esta história faz parte do segundo tipo de leituras.
O certo é que os felupes de Suzana, e a família Rei Vilar partilham mesmo a memória do nosso irmão Luís, Capitão Vilar para os felupes de Suzana.
E desta partilha nasceu um pequeno exemplo de como, a memória de alguém que partiu há 50 anos, pode ser transformada utilmente em amizade e solidariedade entre os povos.
18 de Fevereiro de 2020
Duarte Rei Vilar
Manuel Rei Vilar
Miguel Rei Vilar
_____________
Nota do editor:
Último poste da série > 10 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20719: Ser solidário (228): Consignação de 0,5% do IRS à Associação "Afectos com Letras"...levando mais esperança e educação às meninas guineenses
Um abraço grande e com muita amizade
Duarte Vilar
2. FAZER A MEMÓRIA ÚTIL > Homenagem ao nosso irmão, Capitão Luis Filipe Rei Vilar
por Duarte, Manuel e Miguel Rei Vilar
Há cerca de 3 anos e meio, um de nós recebeu um email. Um email de um enfermeiro que andava em terras felupes – em Suzana na Guiné Bissau - fazendo um estudo sobre questões de saúde.
Não nos conhecia nem nunca tinha ouvido falar de nós ou do nosso irmão Luís. Mas ao entrevistar os “homens grandes” de Suzana ouviu várias referências sobre um tal “capitão Vilar” de quem os felupes falavam, com uma boa recordação.
O enfermeiro Luís Costa teve curiosidade em conhecer o personagem referido, ”googlou” e através deste blogue, “Luís Graça & Camaradas da Guiné”, chegou até nós, dizendo que tínhamos um património em comum com os felupes de Suzana: as memórias boas de um homem bom – o capitão Vilar – caído no contexto de uma operação militar perto de Suzana.
De facto, já conhecíamos os felupes há 47 anos porque o nosso irmão Luís nos tinha falado deles com entusiasmo, quando passou uns dias de férias antes de partir de vez.
Falou da sua famosa saudação kassumai e da resposta kassumai keb. Falou das tradições guerreiras dos felupes e da luta felupe. Trouxe consigo para nossa casa e para a nossa mesa um felupe – António Blata – um dos guias da companhia de cavalaria que comandava. Mostrou-nos as fotos de Suzana e dos felupes de Suzana que, quando o nosso irmão morreu, mesmo sem os conhecer, ficaram, para sempre, nas nossas memórias.
Por isso, depois do email, em Janeiro de 2017 fizemos as malas e fomos, os 3 irmãos, visitar os felupes de Suzana e as memórias que guardavam do capitão Vilar.
À chegada, fomos recebidos pelas crianças e pelos professores das escolas de Suzana. Abraçámos os filhos do Blata e reunimos com os homens grandes. E ouvimos então muitas histórias da boca dos felupes confirmando que, para além das preocupações militares, o nosso irmão se preocupava genuinamente com a vida dos felupes de Suzana. Soubemos que as crianças eram todos os dias recolhidas e levadas de volta às tabancas para ir à escola, que comiam sopa no aquartelamento e, por isso, eram chamados de “sopitos”.
Vimos também que a escola que tinha sido construída durante o tempo de comando do nosso irmão, apesar de estar em mau estado, continuava a funcionar como jardim de infância.
Decidimos então iniciar um projeto de apadrinhamento das crianças de Suzana, até porque os felupes de Suzana não se fizeram rogados e nos pediram apoio porque, como todos sabemos, não faltam problemas nem necessidades na Guiné Bissau. E assim nasceu o Projeto Kassumai, uma associação que reúne amigos e familiares nossos que contribuem mensalmente para a escolinha de Suzana.
Desde essa altura foram realizados, com o apoio do Projeto Kassumai, diversos melhoramentos. Mudou-se o telhado e o chão. Construíram-se sanitários e fossa séptica respetiva, pintou-se a escola, colocaram-se portas novas, fez-se uma vedação e telheiros, compraram-se carteiras e algum material escolar. Iremos apoiar agora, juntamente com a comunidade, o pagamento das educadoras da escola.
Em 18 de Fevereiro de 2020 passaram-se exatamente 50 anos sobre a morte do nosso irmão Luís nas areias do Cassuh e, nesse contexto, 12 padrinhos e madrinhas do Projeto Kassumai fomos a Suzana.
Fomos de novo recebidos com danças e cantares. Reencontrámo-nos com os “homens grandes “e as “mulheres grandes “de Suzana e novas ideias surgiram dando continuidade ao trabalho iniciado há 3 anos. E, em reconhecimento á memória do nosso irmão, as autoridades decidiram dar o seu nome à escola renovada – Escola Capitão Luis Filipe Rei Vilar.
Foi uma cerimónia emotiva e, antes de descerrar a placa com o novo nome da escola, as crianças felupes de Suzana cantaram uma canção de homenagem aos combatentes caídos na guerra de libertação, recordando assim os dois lados na guerra.
Da esquerda para a direita, Manuel, Miguel e Duarte Rei Vilar |
Tudo acontece por acaso, ou nada acontece por acaso.
O Luís Graça recordou uma vez que, para além das leituras históricas e políticas da guerra colonial, existem as inúmeras histórias pessoais de quem combateu, de quem esteve lá, de quem não esteve lá, de quem viu gente morrer de perto, e de quem perdeu familiares seus.
Esta história faz parte do segundo tipo de leituras.
O certo é que os felupes de Suzana, e a família Rei Vilar partilham mesmo a memória do nosso irmão Luís, Capitão Vilar para os felupes de Suzana.
E desta partilha nasceu um pequeno exemplo de como, a memória de alguém que partiu há 50 anos, pode ser transformada utilmente em amizade e solidariedade entre os povos.
18 de Fevereiro de 2020
Duarte Rei Vilar
Manuel Rei Vilar
Miguel Rei Vilar
_____________
Nota do editor:
Último poste da série > 10 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20719: Ser solidário (228): Consignação de 0,5% do IRS à Associação "Afectos com Letras"...levando mais esperança e educação às meninas guineenses
Guiné 61/74 - P20744: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (1): "Op Lampreia", levada a efeito no passado dia 12 de Fevereiro de 2020, pelo "Bando do Café Progresso - das Caldas à Guiné", em Penafiel
1. Em mensagem do dia 18 de Março de 2020, o nosso
camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART
1913, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá,
1967/69), enviou-nos a primeira Boa memória da sua paz, neste caso da "Op Lampreia", levada a efeito no passado dia 12 de Fevereiro de 2020, pelo "Bando do Café Progresso - das Caldas à Guiné", em Penafiel.
BOAS MEMÓRIAS DA MINHA PAZ
1 - Op Lampreia
Há mais de onze anos que o pequeno grupo de ex-combatentes auto-denominado “Bando do Café Progresso - das Caldas à Guiné”, reúne, em convívio, todas as segundas quartas-feiras de cada mês.
Inicialmente, reunia na “Sede”, mas logo diversificou a iniciativa e avançou para oportunas deslocações/visitas, na procura de boa gastronomia, boas paisagens e bons conhecimentos da nossa história.
Sempre bem complementado por agradáveis e excelentes convívios.
O grande mentor desta iniciativa foi o falecido e saudoso Jorge Portojo, Homem muito ligado às belas imagens e interessantes histórias da sua cidade do Porto, bem como de toda a região nortenha.
Desde então, são já largas dezenas de eventos, bem aproveitados e bem vividos, sempre em ambiente de camaradagem excelente.Comemos as fartas feijoadas, o bacalhau à maneira, as tripas, os rojões, o cozido, o cabrito, a cabra velha, o sável, a lampreia, as enguias e tudo o que mais que possa ser apreciado da nossa patriótica e caseira gastronomia.
Claro que há programas que muito gostamos de repetir. E para que se tornem mais atractivos, enriquecemo-los com outras actividades sócio-culturais diferentes. Desta forma, vamo-nos entretendo saudavelmente, gozando os derradeiros tempos desta “comissão terrena”, com alegria, amizade e óptimo ambiente.
Desta vez, a 12 de Fevereiro, fomos à lampreia e ao sável lá para os lados de Rio de Moinhos, onde nos presenteou com a sua simpatia, o anfitrião José Manuel Cancela.
O ponto de encontro e de partida para estas deslocações costuma ser junto ao Estádio do Dragão. Não é por imposição do “Papa” nem por ordem do nosso “Presidente Vitalício”. Nem todos somos da mesma “religião” (há um ou dois infiéis, um “boavistoso” e outro da “cruz de Cristo”), mas esse lugar tornou-se no mais central e mais funcional para as nossas deslocações para “Além-Minho” e arredores.
A saída para Penafiel estava marcada para as 11H00, mas fomos interceptados por jornalistas da TVE que queriam saber a opinião do nosso Bando sobre a possível candidatura de San Iker Casillas à presidência da Federação Espanhola de Futebol. Todos manifestámos amor e a admiração pelo nosso Grande Casillas e aproveitámos para lhe desejar que, nessa nova função, sirva também de exemplo aos “maiores” do nosso futebol.
Em Rio de Moinhos, enquanto esperávamos outros camaradas, aproveitámos para disfrutar da deslumbrante paisagem, a partir da Capela de Nª Sª dos Remédios.
Tirada a foto de grupo, mesmo com as ausências do costume, entrámos para o Restaurante Do Paço. Como sempre, cada um senta-se onde quer ou se sente melhor. Também como vem sendo hábito, inicia-se a comezaina com as tradicionais entradas, para sossegar o apetite. A lampreia estava espectacular. O sável também. Apesar de ainda ser um pouco cedo para a dita (e mais cara!), comemos em abundância.
Após o almoço, partimos para Galegos a fim de visitarmos o Castro do Monte Mozinho, onde fomos honrados com a presença da Drª. Rosário Marques, que nos guiou e nos ilustrou com uma fascinante aula de História e Arqueologia.
https://www.youtube.com/watch?v=B13tRp-uV24
O Castro do Monte Mozinho já era habitado há cerca de 1000 anos quando por aqui apareceram os Romanos. Estes fizeram agrupar ali gentes dos vários castros vizinhos, dando início a uma romanização por mais de 600 anos.
O Castro estende-se por uma vasta extensão, ainda longe de ser totalmente explorada. Nesta foto vê-se uma campa com ossadas.
Não existem indícios que mostrem ter havido guerras ou revoltas durante esse período romano .
Digamos que estamos aqui perante a avenida principal que nos levaria à acrópole/praça/recinto central, ponto de encontro e de maior defesa.
Ao castro tradicional de casas de palha, arredondadas, foram se juntando, ordenadamente, as casas romanas em formato rectangular e, supostamente, cobertas com telha.
A Drª. Rosário Marques, Técnica da Câmara Municipal de Penafiel, deu-nos uma excelente aula de história e arqueologia.
Há 70 anos alguém encontrou um pote com 1500 moedas do Sec.V, o que despertou uma ambiciosa procura de mais achados valiosos. Assim se deu início à descoberta deste conjunto monumental de grande interesse arqueológico.
Fala-se que ali, na parte mais alta, havia uma grande estátua de um chefe guerreiro nortenho do tempo da era castreja (que não é o que figura acima com boina). Perguntámos se ele poderia ter alguma ligação com o tal Pinto da Costa, mas não obtivemos confirmação. De assinalar a reacção imediata de desagrado da parte de um "infiel", possivelmente mais ligado aos tempos da ocupação mourisca.
Nas óptimas instalações de apoio ao Castro Mozinho, recebemos imensa informação de grande interesse.
O Presidente do Bando esteve muito activo nos pedidos de esclarecimento e não só.
Foi, também, explicado que, quando as populações se foram afastando do castro, deslocando-se para junto de terras de melhor cultivo e maiores rendimentos, alguns indígenas se fixaram em Boelhe, junto à margem direita do Rio Tâmega e se tornaram famosos na criação e roubo de cabritos.
José Ferreira
(Silva da Cart 1689)
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BOAS MEMÓRIAS DA MINHA PAZ
1 - Op Lampreia
Há mais de onze anos que o pequeno grupo de ex-combatentes auto-denominado “Bando do Café Progresso - das Caldas à Guiné”, reúne, em convívio, todas as segundas quartas-feiras de cada mês.
Inicialmente, reunia na “Sede”, mas logo diversificou a iniciativa e avançou para oportunas deslocações/visitas, na procura de boa gastronomia, boas paisagens e bons conhecimentos da nossa história.
Sempre bem complementado por agradáveis e excelentes convívios.
O grande mentor desta iniciativa foi o falecido e saudoso Jorge Portojo, Homem muito ligado às belas imagens e interessantes histórias da sua cidade do Porto, bem como de toda a região nortenha.
Desde então, são já largas dezenas de eventos, bem aproveitados e bem vividos, sempre em ambiente de camaradagem excelente.Comemos as fartas feijoadas, o bacalhau à maneira, as tripas, os rojões, o cozido, o cabrito, a cabra velha, o sável, a lampreia, as enguias e tudo o que mais que possa ser apreciado da nossa patriótica e caseira gastronomia.
Claro que há programas que muito gostamos de repetir. E para que se tornem mais atractivos, enriquecemo-los com outras actividades sócio-culturais diferentes. Desta forma, vamo-nos entretendo saudavelmente, gozando os derradeiros tempos desta “comissão terrena”, com alegria, amizade e óptimo ambiente.
Desta vez, a 12 de Fevereiro, fomos à lampreia e ao sável lá para os lados de Rio de Moinhos, onde nos presenteou com a sua simpatia, o anfitrião José Manuel Cancela.
O ponto de encontro e de partida para estas deslocações costuma ser junto ao Estádio do Dragão. Não é por imposição do “Papa” nem por ordem do nosso “Presidente Vitalício”. Nem todos somos da mesma “religião” (há um ou dois infiéis, um “boavistoso” e outro da “cruz de Cristo”), mas esse lugar tornou-se no mais central e mais funcional para as nossas deslocações para “Além-Minho” e arredores.
A saída para Penafiel estava marcada para as 11H00, mas fomos interceptados por jornalistas da TVE que queriam saber a opinião do nosso Bando sobre a possível candidatura de San Iker Casillas à presidência da Federação Espanhola de Futebol. Todos manifestámos amor e a admiração pelo nosso Grande Casillas e aproveitámos para lhe desejar que, nessa nova função, sirva também de exemplo aos “maiores” do nosso futebol.
Em Rio de Moinhos, enquanto esperávamos outros camaradas, aproveitámos para disfrutar da deslumbrante paisagem, a partir da Capela de Nª Sª dos Remédios.
Tirada a foto de grupo, mesmo com as ausências do costume, entrámos para o Restaurante Do Paço. Como sempre, cada um senta-se onde quer ou se sente melhor. Também como vem sendo hábito, inicia-se a comezaina com as tradicionais entradas, para sossegar o apetite. A lampreia estava espectacular. O sável também. Apesar de ainda ser um pouco cedo para a dita (e mais cara!), comemos em abundância.
Após o almoço, partimos para Galegos a fim de visitarmos o Castro do Monte Mozinho, onde fomos honrados com a presença da Drª. Rosário Marques, que nos guiou e nos ilustrou com uma fascinante aula de História e Arqueologia.
https://www.youtube.com/watch?v=B13tRp-uV24
O Castro do Monte Mozinho já era habitado há cerca de 1000 anos quando por aqui apareceram os Romanos. Estes fizeram agrupar ali gentes dos vários castros vizinhos, dando início a uma romanização por mais de 600 anos.
O Castro estende-se por uma vasta extensão, ainda longe de ser totalmente explorada. Nesta foto vê-se uma campa com ossadas.
Não existem indícios que mostrem ter havido guerras ou revoltas durante esse período romano .
Digamos que estamos aqui perante a avenida principal que nos levaria à acrópole/praça/recinto central, ponto de encontro e de maior defesa.
Ao castro tradicional de casas de palha, arredondadas, foram se juntando, ordenadamente, as casas romanas em formato rectangular e, supostamente, cobertas com telha.
A Drª. Rosário Marques, Técnica da Câmara Municipal de Penafiel, deu-nos uma excelente aula de história e arqueologia.
Há 70 anos alguém encontrou um pote com 1500 moedas do Sec.V, o que despertou uma ambiciosa procura de mais achados valiosos. Assim se deu início à descoberta deste conjunto monumental de grande interesse arqueológico.
Fala-se que ali, na parte mais alta, havia uma grande estátua de um chefe guerreiro nortenho do tempo da era castreja (que não é o que figura acima com boina). Perguntámos se ele poderia ter alguma ligação com o tal Pinto da Costa, mas não obtivemos confirmação. De assinalar a reacção imediata de desagrado da parte de um "infiel", possivelmente mais ligado aos tempos da ocupação mourisca.
Nas óptimas instalações de apoio ao Castro Mozinho, recebemos imensa informação de grande interesse.
O Presidente do Bando esteve muito activo nos pedidos de esclarecimento e não só.
Foi, também, explicado que, quando as populações se foram afastando do castro, deslocando-se para junto de terras de melhor cultivo e maiores rendimentos, alguns indígenas se fixaram em Boelhe, junto à margem direita do Rio Tâmega e se tornaram famosos na criação e roubo de cabritos.
José Ferreira
(Silva da Cart 1689)
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terça-feira, 17 de março de 2020
Guiné 61/74 - P20743: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (116): A COVID-19 não passará!... Até maio ou junho, camaradas! (Constantino Ferreira, MSC - World Cruise, Austrália, Sidney, 16/3/2020)
MSC - Magnífica > Cruzeiro de Volta ao Mundo > Austrália > Sidney > 16 de março de 2020 > Cortesia da página do faceboook de Constantino Ferreira
[, Constantino Ferreira d'Alva foi fur mil art da CART 2521 (Aldeia Formosa, Nhala e Mampatá, 1969/71); trabalhou 30 anos na TAP, como tripulante de cabine; é nosso grã-tabanqueiro desde 16 de fevereiro de 2016.]
[, Constantino Ferreira d'Alva foi fur mil art da CART 2521 (Aldeia Formosa, Nhala e Mampatá, 1969/71); trabalhou 30 anos na TAP, como tripulante de cabine; é nosso grã-tabanqueiro desde 16 de fevereiro de 2016.]
1. Mensagem, no Facebook do Constantino Ferreira, que está na Austrália, a bordo do MSC- Magnífica, em cruzerio de volta ao mundo, juntamente com outros portugueses, incluindo o António Graça de Abreu
Obrigado, Luís, pelas boas palavras escritas com fé e determinação! (*)
Ainda estamos atracados no Cais de Sydney, mas só saíram uma centena de pessoas, esta manhã directamente para o aeroporto, com a obrigação de saírem nos voos de hoje !
Hau Yuan e o António. Foto: arquivo do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné |
Mas procuramos manter o nosso bom humor !
Com muito gosto, nos iremos encontrar em Maio ou Junho !
Tenho pena de me ter descuidado de “escrever” na nosso blogue, na Tabanca Grande. (**)
E vai um abraço!
2. Mensagens do nosso editor Luís Graça:
Confiança no capitão que vos há de levar a bom porto. Mas sejam proativos e nada de pânico. Vejam o que se passou noutros cruzeiros que estiveram de quarentena. Juntem os portugueses e animem-se. Nós também estamos trancados em casa para evitar o aumento exponencial de infetados. Ânimo!
3. Resposta do Constantino Ferreira:
Estamos a organizar e a criar um grupo de comunicação com todos os portugueses a bordo: “Tugas a bordo do MSC-World Cruise” !
Obrigado, pelo incentivo ao bom humor !
Abraços
Obrigado, pelo incentivo ao bom humor !
Abraços
4. Cruzeiro de volta ao mundo: diário de bordo (Constantino Ferreira)
Entrámos na Baía de Sidney pelas seis horas da manhã. Tivemos que aguardar cerca de duas horas, para avançar e fundear frente á Opera Hause e da ponte de ferro em arco por cima, também chamada de ponte cabide.
São os dois símbolos emblemáticos da cidade, mas devemos acrescentar-lhe um terceiro “ícone”, que é a moderna Sky Tower, de Sydney!
O nosso primeiro olhar, na aproximação, ao navegarmos já na Baía, é realmente esta silhueta inconfundível. Ficamos deslumbrados ao fixar esta silhueta inconfundível.
Estamos aqui ancorados com as próprias âncoras do navio, desde as 8 horas da manhã. Mas pelas 18 joras, já teremos local de acostagem, no Cais dos Cruzeiros. Logo que saia o navio, que está nessa posição, vai o nosso MSC-Magnifica ocupar esse lugar para poder ser abastecido de tudo o que necessita, fundamentalmente alimentos para os cerca de 3.000 passageiros e tripulantes.
São os dois símbolos emblemáticos da cidade, mas devemos acrescentar-lhe um terceiro “ícone”, que é a moderna Sky Tower, de Sydney!
O nosso primeiro olhar, na aproximação, ao navegarmos já na Baía, é realmente esta silhueta inconfundível. Ficamos deslumbrados ao fixar esta silhueta inconfundível.
Estamos aqui ancorados com as próprias âncoras do navio, desde as 8 horas da manhã. Mas pelas 18 joras, já teremos local de acostagem, no Cais dos Cruzeiros. Logo que saia o navio, que está nessa posição, vai o nosso MSC-Magnifica ocupar esse lugar para poder ser abastecido de tudo o que necessita, fundamentalmente alimentos para os cerca de 3.000 passageiros e tripulantes.
Quanto á combustível, já foi abastecido aqui no meio da Baía, por um minipetroleiro que aqui se encostou durante seis horas, para reabastecer cerca de 14 toneladas de fiel, para os seus cinco geradores elétricos de bordo. Toda a restante maquinaria de bordo funciona a electricidade produzida ir estes geradores, inclusive os quatro motores elétricos de propulsão para vante e para ré. Assim como os três motores laterais á ré e os dois de vante.
Esta manhã, pelas 8 Horas, a maioria das pessoas estava nos nos três convés superiores, para ver a a aproximação até ao meio da Baía.
Agora pelas seis da tarde vai ser o mesmo, milhares de pessoas de câmaras fotográficas e telemóveis na mão, para registar imagens únicas, na vida de cada um!
Como já são 17Horas, interrompo aqui esta crónica, vou tomar um chá com dois ou três scones e, vou para o convés superior, para assistir a esta manobra de atracar ao Cais de Cruzeiros e, certamente tirar mais umas fotos para aqui publicar ainda hoje.
Acabei de tirar mais umas fotografias, que já acrescentei ás anteriores, inevitavelmente ao edifício da Ópera, á ponte do arco por cima e á silhueta dos prédios, com a Sky Tower.
Como a mudança do navio para o Cais dos Cruzeiros está demorada e, o dia de amanhã também vai ser a bordo, exceção feita aos passageiros que voluntariamente querem abandonar o navio, que vão sair amanhã, “escoltados” diretamente para o aeroporto, já com os respectivos voos marcados, alguns poucos para Xangai - China, mas a maioria dos sessenta, irão em voos para a Europa, por sua vontade e conta própria.
A tarde está a escurecer, mas o Sol quando rompe por de traz das nuvens, cria um efeito de raios de luz raramente visto, criando uma beleza misteriosa na silhueta desta cidade belíssima.
Amanhã irei enviar estas fotos.
(Reproduzido com a devida vénia)
5. Mensagem de incentivo para os nossos dois grã-tabanqueiros, Constantino Ferreira e António Graça de Abreu:
Bom dia, Constantino e António. Vocês são homens com vasta experiência de viagens pelo mundo. E tu, Constantino, como tripulante de bordo na TAP, sabes bem como é viver em espaços confinados. Aprendeste a lidar com o leque variado de comportamentos humanos dos viajantes aéreos, desde os fumadores compulsivos aos claustrofóbicos... Num avião, são algumas horas de viagem, mais ou menos suportáveis. Num navio, que é um autêntica cidade flutuante, e nas atuais circunstâncias, em que vocês estão a fazer a vossa tão sonhada volta ao mundo em cento e tal dias (, mas agora. com severas restrições devido à situação emergente da pandemia de COVID-19 , provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), mais difícil manter, individualmente e em grupo, a serenidade, a presença de espírito, o bom humor...
Há seguramente frustração e medo do que possa vir a acontecer,,,. As emoções vão estar mais à flor da pele...Em todo o caso, vocês estão em segurança, mesmo longe de casa... A vossa casa agora é (ou continua a ser) o MSC Magnífica... Como foi, para ti, Constantino, Aldeia Formosa,em 1969/71...São duas situações-limite. Aproveita-as.
Esta não se vai repetir. Aproveita para ir escrevendo e fotografando. E comunicando com nós, que também estamos em quarentena social...No final teremos um livro de um camarada da Tabanca Grande que fez a volta ao mundo e, contrariamente ao "tuga" Fernão Magalhães (que tinha um "escriba", mas "sem rede"...), foi contando. dia a dia, aos amigos as peripécias da viagem...
Ofereço-me, desde já, para te escrever o prefácio...Até lá, até ao vosso regresso, com saúde e em segurança, aumentem a vossa resiliência, apoiem.se uns aos outros, não desanimem, tirem partido das circunstâncias... No séc XVI ir à India e voltar eram quase dois anos... Como dizia o provérbio antigo: "À Índia mais vão do que tornam"...Só gente "louca", como nós... Bem diziam os espanhóis, desconfiados dos "vizinhos": "Portugueses, pocos. pero...locos"!...
Um chicoração para vocês três, Elsa, Constantino e António. E também para a esposa do António que vos deixou, na Austrália, para dar um salto à sua China... que está a sair, ao que parece e felizmente, de uma grande provação: foi lá que tudo começou....
MSC - Magnífica > Cruzeiro de Volta ao Mundo > Austrália > Taiti > Papeete > 6 de março de 2020 > Foto de grupo: da esquerda para a direita, Hai Yuan, António Graça de Abreu, um casal português, o Constantino Ferreira e a Elsa, tapada pelo rosto da guia local, aqui em primeiro plano). Cortesia da página do faceboook de Constantino Ferreira.
[, Constantino Ferreira d'Alva foi fur mil art da CART 2521 (Aldeia Formosa, Nhala e Mampatá, 1969/71); trabalhou 30 anos na TAP, como tripulante de cabine; é nosso grã-tabanqueiro desde 16 de fevereiro de 2016.]
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Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 16 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20739: O que é feito de ti, camarada ? (10): António Graça de Abreu e Constantino Ferreira d' Alva, a bordo do MSC Magnifica... Estão impedidos de desembarcar, em Hobart, capital da Tasmânia, e nos restantes portos da Austrália, devido à pandemia de Coronavírus COVID 19... Estão a um mês e meio de regressar a casa.
(...) Um alfabravo fraterno e emocionado para ti, Constantino, e para o António, e respetivas esposas!... Que regressem a casa com saúde e em segurança... Por aqui estamos a "aguentar o barco", mas já se grita às janelas das nossas ruas: "Viva o SNS!", "O Covid 19 não passará!"... Haveremos de beber um copo, os três, em maio ou junho, na próximo almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, quando este pesadelo acabar para todos nós!.. Vai escrevendo e mantendo o teu bom humor! (...)
Vd. também poste anterior > 16 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20738: O que é feito de ti, camarada ? (8): António Graça de Abreu e Constantino Ferreira D'Alva, andam a fazer a volta ao mundo num cruzeiro, no MSC Magnifica... E ainda falta metade do percurso, com o cenário da pandemia de coronavírus COVID 19 na linha do horizonte mais próximo... Boa continuação da viagem e melhor regresso a casa!
MSC - Magnífica > Cruzeiro de Volta ao Mundo > Austrália > Taiti > Papeete > 6 de março de 2020 > Foto de grupo: da esquerda para a direita, Hai Yuan, António Graça de Abreu, um casal português, o Constantino Ferreira e a Elsa, tapada pelo rosto da guia local, aqui em primeiro plano). Cortesia da página do faceboook de Constantino Ferreira.
[, Constantino Ferreira d'Alva foi fur mil art da CART 2521 (Aldeia Formosa, Nhala e Mampatá, 1969/71); trabalhou 30 anos na TAP, como tripulante de cabine; é nosso grã-tabanqueiro desde 16 de fevereiro de 2016.]
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Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 16 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20739: O que é feito de ti, camarada ? (10): António Graça de Abreu e Constantino Ferreira d' Alva, a bordo do MSC Magnifica... Estão impedidos de desembarcar, em Hobart, capital da Tasmânia, e nos restantes portos da Austrália, devido à pandemia de Coronavírus COVID 19... Estão a um mês e meio de regressar a casa.
(...) Um alfabravo fraterno e emocionado para ti, Constantino, e para o António, e respetivas esposas!... Que regressem a casa com saúde e em segurança... Por aqui estamos a "aguentar o barco", mas já se grita às janelas das nossas ruas: "Viva o SNS!", "O Covid 19 não passará!"... Haveremos de beber um copo, os três, em maio ou junho, na próximo almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, quando este pesadelo acabar para todos nós!.. Vai escrevendo e mantendo o teu bom humor! (...)
Vd. também poste anterior > 16 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20738: O que é feito de ti, camarada ? (8): António Graça de Abreu e Constantino Ferreira D'Alva, andam a fazer a volta ao mundo num cruzeiro, no MSC Magnifica... E ainda falta metade do percurso, com o cenário da pandemia de coronavírus COVID 19 na linha do horizonte mais próximo... Boa continuação da viagem e melhor regresso a casa!
(**) Último poste da 12 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20727: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (113): A Sorte Protege os Audazes, mas não... do novo coronavírus COVID-19.
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