Foto: © José Ferreira Carneiro (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. O José Ferreira Carneiro faz hoje anos 72 anos. Nasceu no dia da festa de Nossa Senhora da Natividade do Castelinho, a 8 de setembro de 1948. O mais novo de 7 irmãos, 3 rapazes e 4 raparigas (das quais uma morreu, ainda criança), da Casa de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses-
Como todos os rapazes da sua geração, foi chamado a servir o país, durante a guerra do ultramar. Ele e o irmão mais velho, o António. Esteve em Angola. Foi 1º Cabo Transmissões de Infantaria, de rendição individual, numa companhia que guardava os cafezais lá região, no norte de Angola, perto de Negage e de Quitexe. Hoje, Camabatela, sede do município de Ambaca, pertence à província de Quanza Norte.
O Zé, o nosso "mano mais novo". nunca teve grandes saudades do seu tempo de tropa e de guerra. Recebia e escrevia muitas cartas e aerogramas, isso sim. Das que recebeu (dos manos, pais, cunhados, amigos, amigas ...) guardou-as todas, e arquivou-as, uma a uma, por autor e data... Só da irmã, Alice Carneiro, a "Chita", tem mais de 100, no seu arquivo.
Um so(r)neto de parabéns para o mano Zé
Já fez ontem
o mano Zé setenta e um
Aninhos, ele
qu’ era de todos o mais novo,
Dessa
família respeitada, que, p´ró povo,
Carneiro só
há um, o de Candoz mais nenhum.
Hoje faz
mais um, e merece um miminho,
Mesmo que
estejamos em plena pandemia,
Qu’ ele nasceu
noutro tempo de festa e romaria,
A da Senhora
da Natividade do Castelinho.
Querido Zé,
mesmo à distância social,
Que outra Senhora,
a má Covid, nos impõe,
Aceita o
nosso abraço fraternal.
Nas vindimas
juntos haveremos de estar,
E, na nossa
Candoz onde tudo se compõe,
Logo os
parabéns te prometemos cantar.
Alice e Alice, Tabanca da Lourinhã, 8/9/2020
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Nota do editor:
Último poste da série > 18 de agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21265: Manuscrito(s) (Luís Graça) (189): A Alice Carneiro, Rainha do Dia e Por um Dia...
2 comentários:
Passei uma vez por Camabatela (quando regressei à Metrópole no fim da minha comissão, em 1974) e a imagem que me ficou na memória não foi a de cafezais. Foi a de criação de gado bovino, confinado por vedações de arame farpado, em propriedades que se estendiam ao longo da estrada a caminho de Salazar (isto é nome que se dê a uma cidade?). É claro que também me lembro da grande e vistosa igreja da vila, que se «metia pelos olhos dentro».
Na minha aldeia chamam-se róclos, São óptimos, estes últimos dois anos houve muitos. Parabéns ao apanhador, por todos os motivos.
Francisco Baptista
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