Olá, o meu nome é Silvia Claudino, tenho 26 anos e sou a sobrinha que o primeiro-cabo José Antunes Claudino, da CCaç 2405, nunca conheceu.
O desastre de Cheche tirou a vida a muitos rapazes, incluindo a do meu tio, talvez por culpa de quem os mandou subir, talvez por culpa das águas, talvez por culpa do inimigo. O que é certo é que estes rapazes ainda tinham uma vida pela frente.
Leio constantemente relatos do que aconteceu, talvez para estar um pouco mais perto do meu tio, mas o que é certo é que nunca o vou conhecer, pelo menos não nesta vida. É-me impossível sequer tentar imaginar a dor e o desespero destes homens quando, devido à força da gravidade e do peso que traziam consigo, os puxavam cada vez mais para o fundo deste rio.
Infelizmente esta Guerra está cada vez mais esquecida nas escolas, na aprendizagem das crianças que muitas nem sabem porque é que a Guerra se deu. É como vivemos...
[ Revisão / fixação de texto / bold / título: L.G.]
_____________
Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 8 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2819: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (4): 1968-1973 (Fim) (A. Marques Lopes)
(...) José Antunes Claudino, 1.º Cabo / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Alcanhões, Santarém / Corpo não recuperado. (...)
(...) Sobre o desastre do Cheche, no Rio Corubal, no âmbito da Operação Mabecos Bravios, e sobre Madina do Boé, vd. os postes publicados no nosso blogue (1ª e 2ª série). Há ainda uma depoimento do Brigadeiro Hélio Felgas, a publicar em breve, e que nos chegou às mãos por intermédio do Paulo Raposo, ex-Alf Mil da CCAÇ 2405. (...)
O desastre de Cheche tirou a vida a muitos rapazes, incluindo a do meu tio, talvez por culpa de quem os mandou subir, talvez por culpa das águas, talvez por culpa do inimigo. O que é certo é que estes rapazes ainda tinham uma vida pela frente.
Leio constantemente relatos do que aconteceu, talvez para estar um pouco mais perto do meu tio, mas o que é certo é que nunca o vou conhecer, pelo menos não nesta vida. É-me impossível sequer tentar imaginar a dor e o desespero destes homens quando, devido à força da gravidade e do peso que traziam consigo, os puxavam cada vez mais para o fundo deste rio.
Infelizmente esta Guerra está cada vez mais esquecida nas escolas, na aprendizagem das crianças que muitas nem sabem porque é que a Guerra se deu. É como vivemos...
[ Revisão / fixação de texto / bold / título: L.G.]
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Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 8 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2819: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (4): 1968-1973 (Fim) (A. Marques Lopes)
(...) José Antunes Claudino, 1.º Cabo / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Alcanhões, Santarém / Corpo não recuperado. (...)
(...) Sobre o desastre do Cheche, no Rio Corubal, no âmbito da Operação Mabecos Bravios, e sobre Madina do Boé, vd. os postes publicados no nosso blogue (1ª e 2ª série). Há ainda uma depoimento do Brigadeiro Hélio Felgas, a publicar em breve, e que nos chegou às mãos por intermédio do Paulo Raposo, ex-Alf Mil da CCAÇ 2405. (...)
1 comentário:
Silvina Claudina,
Essa de fazer esquecer esta guerra, faz parte da tradição nacional que é "a memória curta".
Somos assim!
Há muita gente no país que nem gosta nada que se fale, como este blog faz, no teu tio, e numa geração inteira que teve um comportamento que vai marcar a história de Portugal por várias gerações futuras.
Antº Rosinha
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