Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > Fotos, sem legenda, do álbum do ex-Fur Mil Carlos Marques dos Santos, o primeiro represente desta companhia a figurar na lista dos membros da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia, em 2005)... Recorde-se que Mansambo, entre Bambadinca e Xitole, era um aquartelamento construído de raíz, tal como Gandembel, pelos bravos da CART 2339.
Fotos: © Carlos Marques Santos (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Meu caro Torcato:
Tu podes e sabes dar valor ao esforço que tanto vocês (Mansambo, Xitole, Saltinho) como nós (a CCAÇ 12, os Pel Caç Nat, os Pel Rec Daimler...) tínhamos de despender para levar a bianda e o material de guerra, a partir de Bambadinca para as vossas unidades de quadrícula...
Gostava de poder saber quanto consumia o ventre da guerra na zona leste que no meu tempo estava dividido em 5 sectores: Bambadinca, Bafatá, Geba, Galomaro e Nova Lamego, se não erro. Grosso modo, a cada sector correspondia um batalhão (4 companhias) mais umas tantas subunidades (companhias independentes, pelotões de morteiros, pelotões de artilharia, pelotões de reconhecimento, pelotões de caçadores nativos, etc.)... A partir do eixo Xime-Bambadinca abastecia-se todo o leste, muitos milhares de homens, muito mais bocas (se incluirmos os familiares dos nossos camaradas guineenses, das milícias, dos guias e picadores, tec.)
Infelizmente não tenho grandes fotos das colunas logísticas no tempo das chuvas... Vou repescar as tuas fotos falantes...
Gostava que aparecessem vaguemestres e malta da intendência para falar da carga que a gente levava... e que às vezes ficava, alguma, pelo caminho... por causas das minas,. atascanços, destruição das viaturas e... alguns roubos.
Quantas caixas de cerveja, por exemplo, levávamos para a CART 2339, a tua companhia, em Mansambo ?... Essas coisas não sei... Sei que cada militar tinha direito a 24$50 por dia para comer... Duzentas bocas eram 5 contos, por dia, 150 por mês... Muita guita...
2. Comentário de Torcato Mendonça:
Meu Caro:
Há, de certeza, fotos de buracos de minas e do estado da picada. Aparecem GMC e Unimog. Não sei onde estão. Melhor estão nos álbuns, slides e, se digitalizadas, no Disco Externo e em teu poder.
O ninho de metralhadora não seria na Ponte do Pulom ??
Galomaro no meu tempo não era Sector. Devido ao abandono da margem direita do Corubal (Boé etc.), essa zona foi reforçada, logicamente. Eu trabalhei lá ,COP 7, dependente da CCAÇ 2405, Sector L1.
Escreves tu: Essas coisas não sei... Sei que cada militar tinha direito a 24$50 por dia para comer... Duzentas bocas eram 5 contos, por dia, 150 por mês... Muita guita... Não entres aí. É terreno com mais buracos ou minas e armadilhas do que as picadas de que estamos a falar....
Cá, na Metrópole havia custos diferentes para: Cães, Oficiais, Sargentos e Praças....
Fico-me... AB do T
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Nota de L.G.:
3 comentários:
Meu caro camarada da zona leste, de Bambadinca e de Mansambo, meu camarigo Torcato, meu "mais velho" José:
Está dito que no nosso blogue não há questões "tabu". Por que razão não haveríamos de falar de (ou evocar ou apenas aludir) a alegada "contabilidade criativa" dos nossos quarteleiros, dos nossos vaguemestres, dos nossos primeiros, dos nossos intendentes, dos nossos capitães, dos nossos majores e por aí acima?
Podemos falar de tudo, questionar tudo... COM ELEVAÇÃO!... COM SERENIDADE!...COM OBJECTIVIDADE... SEM (RES)SENTIMENTO... SEM MEDO DE REPRESÁLIAS... COM HUMOR... Como temos, de resto, feito aqui no nosso blogue... que nunca foi nem é nem nunca será... tribunal da inquisição, de contas, de guerra, dos direitos do homem, ou equivalente...
NÃO JULGAMOS NEM EXECUTAMOS ninguém... Mas temos uma enorme curiosidade em saber, conhecer, especular, questionar, mexer, bisbilhotar... justamente porque somos animais primatas sociais... E CAMARIGOS!
Eu sei que não podemos olhar para o passado... SEM EMOÇÃO... Mas também é verdade que nenhum de nós ERA O QUE É HOJE... Falo do Fur Mil Apont Armas Pesadas Inf, Henriques, da CCAÇ 12, como alguém que poderia ter sido um "alter ego"... 40 anos depois não somos mais os mesmos... O Benjamim Durães costuma dizer de mim, com graça (ou repetir comigo): Aqui, o Luís Graça, que foi o Henriques noutra encarnação...
Eu próprio me rio, às vezes com um sorriso amarelo, quando hoje leio o meu "diário de um tuga"...
O único, que eu saiba, que teve a coragem de publicar o seu diário, daquela época, sem truques nem cosméticas, sem falso pudor, sem auto-censura, foi o António Graça de Abreu... Eu tiro-lhe o chapéu por isso...
E tiro também o chapéu a todos os camarigos que se expõem no blogue, através das suas "fotos falantes"... As fotos dessa época, essas,não podem ser retocadas... Por exemplo, as tuas, meu velho...
Camarigo, amanhã é Natal, e precisamos de ganhar forças para os duros combates que aí vêm, em 2011... Espero que hoje faça sol na Cova da Beira, no teu Fundão... Para que, para o ano, possamos comer (e exportar) as melhores cerejas do mundo...
Até lá espero que esse coração(zinho) de gigante onde bate um Viriato, se porte bem... Luís
Carlos Marques:
Fui repescar velhas fotos tuas... Com saudade... A tua estância de férias, em Mansambo, não era melhor nem pior do que muitas outras outras espalhadas pelo CTIG... Sei que tinhas muito orgulho nela, porque era tudo "auto-construção"... Mas julgo que a tua "suite" ainda hoje era capaz de fazer inveja a muita gente... É pena as fotos não terem legenda... Por exemplo, as tuas "amigas", como é que se chamavam ? E de que terra eram?...
Meu caro Luís Graça
Não sei das fotos das minas e picadas.Navegam por aí espalhadas.Nem temo tive de ir ver.
O velho é o José, o outro com os seus cinquenta, velho não.
Tabu era perfume espanhol vendido em feiras e romarias do Alentejo... Gostava muito de amanuenses, quarteleiros e outro eiros...e, pela minha vida fora, assim foi. Agora falar de artigos daqueles, bem ou mal não sei. Refiro-me evidentemente ao acondicionamento, má refrigeração e certamente, não com o actual rigor de uma asae, podia ainda levantar algum bruá...é pródigo este local em bruá..quanto custava um andar ou melhor apartamento? Vê, camarigo, os gastos de uma guerra daquelas.Terrível.
Outros mais dentro do tema e assunto, dele certamente falarão. Gente valente em letras e números, em gastos e desgastos...um operacional?Não!
Esse assina,quase de cruz o papel...
Eu, o eu que por lá andou, depois de reciclado para a vida civil, desapareceu por décadas. Claro que daqueles tempos se lembrava. De quando em vez, de quando em vez. O eu, esse eu que lá esteve regressou num almoço vinte anos depois. Já não era o tal eu. Voltou dez ou quinze depois, assim como, sem nada dizer, se despedir.
Um dia mandaram-no ler, não esse eu, o outro e foi sendo um e outro, um e outro.Lendo e escrevendo. Difícil, por vezes dolorosa...a regressão.
Ficam os eus aquietados nesta fria Cova e melhor acondicionados que os géneros alimentares de outrora...um andar T2, T3 ou T4...hoje é em euros...
O Diário desapareceu, ficaram agendas com breves notas...e outras claro.
Para o Natal é um salto de pardal...2011? vai uma comissãozinha...
só mais uma...agora???
AB T
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