terça-feira, 31 de julho de 2018

Guiné 61/74 - P18885: Álbum fotográfico de António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71) - Parte VII: As chaimites chegam a Bissau em 1971


Foto nº 42 > Chegada das Chaimites a Bissau [, as primeiras, V-200, para teste,  chegam em finais de 1970 e depois a partir de 1971 vão substitundo algumas das nossas obsoletas viaturas blindadas, mas revelam alguns problemas, a nível da blindagem e do armamento


Foto nº 43.>  Chaimites em Parada.


Foto nº 44 >  Chaimites evoluindo no estuário  Geba em Bissau. À esquerda, o edifício das Alfãndegas.


Foto nº 55 > AM [autometralhadora] Panhard, companheira insubstituível nas nossas colunas.

Fotos (e legendas): © António Ramalho (2018) . Todos os direitos reservados (Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)

1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do António Ramalho, ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas,  membro da Tabanca Grande, com o nº 757.

Sobre a construção e a operação deste veículo blindado nacional (,nomeadamente nos últimos anos da guerra do ultramar / guerra colonial), há um trabalho de referência, do investigador português Pedro Manuel Monteiro ("Berliet, Chaimite e UMM - Os Grandes Veículos Militares Nacionais",
 edição: Contra a Corrente, abril de 2018, 168 pp.).

Sobre as Chaimites no TO da Guiné, ver também o testemunho do ex-major de cavalaria João Luíz Mendes Paulo, autor de "Elefante Dundum – Missão, testemunho e reconhecimento” (edição de autor, 2006).
__________

Nota do editor:

2 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Excerto de: Machado, Miguel Silva (2009). Chaimite V-200 Parte I.

http://www.operacional.pt/chaimite-v-200-parte-i/


(...) Segundo nos relata o Major de Cavalaria João Luíz Mendes Paulo num interessantíssimo livro publicado em 2006 (...), esta estreia da Chaimite não correu do melhor modo. Testadas brevemente em Alcochete antes da partida, pressionados pela urgência das necessidades que se faziam sentir na Guiné, vários defeitos foram detectados nas viaturas, nomeadamente a nível do armamento.

Carlos de Sousa Azevedo, Alferes Miliciano de Cavalaria que se encontrava na Guiné – na mesma unidade de Mendes Paulo – e fora nomeado para frequentar o primeiro curso de Chaimite no Regimento de Cavalaria 7 – a primeira unidade do Exército que as recebeu – reforça as avaliações do Major: “As novas viaturas criaram-nos enormes expectativas dado o estado lamentável em que se encontrava o nosso material blindado na Guiné e ainda a sua escassez. A primeira decepção ocorreu com as metralhadoras HK 21. Não eram claramente as armas para aquele tipo de suporte. Concebidas para operar com bipé, «ao alto», mesmo com o adaptador que havia sido criado, havia problemas.”

Note-se aliás que o próprio Donas-Bôtto aconselhou o uso de outras metralhadoras que não as HK21 e tanto assim foi que o primeiro manual elaborado pela BRAVIA para a V-200 previa diversos tipos de metralhadora de torre, mas não a HK21.

Os problemas encontrados e que tinham resolução lá se foram tentando ultrapassar e as viaturas permaneceram em serviço na Guiné até à Independência. (...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Excerto de: Machado, Miguel Silva (2009). Chaimite V-200 Parte I.

http://www.operacional.pt/chaimite-v-200-parte-i/

(...)Emboscadas na Guiné

As Chaimites na Guiné, empregues sobretudo em escoltas em itinerários foram alvo de várias emboscadas e algumas com consequência fatais para os ocupantes. Além da referida no livro “Elefante Dundum” em Março de 1974 (e por nós no “Jornal do Exército”), já antes em 1972 a “V-400” foi atingida e de seguida evacuada para Portugal e em 1973 outra V-200 foi atacada e chegou mesmo a ser perfurada pelas munições do inimigo. Todas estas situações foram objecto de relatórios detalhados sobre o comportamento das viaturas e, ao contrário do que Donas-Botto refere em vários documentos, as conclusões não foram muito abonatórios para ambas.

Quanto a esta viatura com o canhão, continua Carlos Azevedo, “era na realidade melhor que a Chaimite mas também não a tivemos lá muito tempo. Ainda foi empregue em algumas missões – foi usada na reacção a uma emboscada com sucesso – mas em breve regressou à BRAVIA. Apesar disso ficou-nos a sensação que a arma quando abria fogo destabilizava a viatura e dificultava a precisão do tiro.” (...)