1. Mensagem, com data de 20 de Novembro de 2009, do nosso camarada Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp, CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas), Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa) (1971/73):
Caros camarigos (Camaradas+Amigos) editores e caro António Matos,
Em todo este assunto do Lobo Antunes, (que eu já tinha deixado morrer, mas que renasce agora com o texto do António Matos, inserido no poste P5301), tentei ser o mais cordato possível e os editores bem o sabem.
Não posso deixar no entanto de salientar como me parece diferente o tratamento dado neste espaço a afirmações indignas, repito indignas, por parte de alguém que esteve na guerra do Ultramar, apenas porque é um escritor de nomeada, um intelectual de méritos firmados, uma figura de topo da nossa cultura.
É que nada disso ameniza as palavras que disse, e, António Matos, envolvem os ex-Combatentes, quer tu queiras quer não, e não dão boa imagem das Forças Armadas Portuguesas, pois não se refere a um homem ou dois, mas um Batalhão inteiro, que se pode extrapolar para o teatro de operações de Angola, porque a decisão de mudar um Batalhão para sítios “mais calmos” não depende do Batalhão mas do Estado Maior da Região Militar, pelo que logicamente, a prática seria universal, pelo menos em Angola, o que se sabe não corresponde à verdade.
E se as afirmações são uma figura de estilo, então são pobres e desonestas, e lembro que recentemente porque alguém escreveu que “saltava” de dentro do rio, qual rambo, para matar o IN, aqui neste espaço se fez o gozo necessário no qual eu colaborei também um pouco.
Ou quando um jornalista escreveu umas coisas quaisquer todos lhe caíram em cima e muito bem.
Não devo nada a Lobo Antunes, considero-o uma pessoa de bem e uma figura importante das nossas letras, mas isso não lhe dá o direito de dizer o que disse, ou o que lhe vem à cabeça no momento.
Quanto a ti, caro António Matos, escreves então esta frase:
«Caro Mexia Alves, receio que este texto te possa criar algum descontentamento mas crê que não é essa a intenção. Era só o que faltava!»
Não me causa descontentamento, mas causa-me estupefacção pelas palavras que usas e não é a primeira vez que o fazes, não comigo, mas com outros.
Escreves tu:
«Querer comparar os dois tipos de afirmações será por demais intolerante, descabido e ignorante!»
Não só me chamas intolerante, como me achas descabido, e pelos vistos ignorante!
Olha meu caro, até serei ignorante mas sou com certeza uma pessoa educada e nunca utilizaria tais adjectivos numa polémica qualquer para classificar a intervenção daquele com quem troco opiniões.
Quanto ao resto, tu tens a tua opinião e eu tenho a minha.
Respeito a tua e tu deves respeitar a minha, discutindo-as se quisermos, mas nunca te colocando num pedestal de superioridade que não te reconheço.
Ah, e não estou zangado nem um pouco, e quem me conhece sabe que não estou: Era o que mais faltava!
Aviso desde já que para mim esta polémica, que nunca o foi, acaba aqui e agora.
Um abraço camarigo para ti, António Matos, e para todos,
Joaquim M. Alves,
Alf Mil Op Esp/RANGER da CART 3492
___________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
19 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5301: Controvérsias (55): Era só o que faltava. (António Matos)
8 comentários:
Caro Mexia Alves,
tem toda a razão no insurgimento.
Repare, todavia, que está neste momento a discutir a opinião avulsa de um camarada acerca de textos e contextos que se permitiu interpretar - nada disso, ou disto, tem a ver com as ptetices do tal escritor e com as considerações retóricas que aqui vão surgindo acerca dele ou da sua obra. O homem invente e (d)escreve como lhe dá na santa cabecinha, como tentei indiciar com as referências e informações que aqui deixei, concretas, acerca 'daquela guerra'.
Permiti-me acrescentar e reitero agora, que estamos apenas a promover o escriba e o seu livreco.
S.Nogueira
Camaradas,
Tenho andado com as leituras atrasadas, mas estas picardias resultam do post 5283, onde acabo de deixar um comentário.
Ainda me parece pertinente.
Tenhamos calma. Não deixemos que o entusiasmo impulsivo nos tolha a visão clara.
Porque o problema é esse: quem tem uma visão clara sobre a frase de um autor consagrado?
Abraços fraternos
José Dinis
Acho que o nosso camarada médico e ilustre escritor Lobo Antunes não merece ser pomo de discórdia entre nós, neste tom. E se fôssemos todos beber um copo e avançar para outras operações de retorno ao passado?...
Um abraço
Por respeito a todos que por aqui passam e deixam o seu comentário, não poderia furtar-me a esta pequena intervenção sob pena de demonstrar uma grande arrogância que refuto categoricamente.
Caro Mexia Alves, os nossos pontos de vista estão expostos e devidamente defendidos.
Quanto a isso, portanto, também considero o assunto arrumado.
Referes-te, no entanto, neste teu post, ao P5301 da minha autoria.
Não retiro ( não por mera teimosia mas por convicção ) qualquer palavra daquele meu texto, mas talvez a leitura do comentário que coloquei ao P5309 dê uma pequena clarificação e contextualização às palavras que então escolhi.
Se assim as interpretares, fico satisfeito pois a nossa discussão, considero-a muito boa pela dinâmica que assumiu, pelas ganas que originou e pela possibilidade de exprimirmos as nossas ideias sem bajulações a quem quer que fosse.
Se com estas palavras, alguém considerasse uma qualquer tentativa de branqueamento do que anteriormente foi dito, então não tinham percebido nada e teria gasto o meu latim em vão.
Recebe um abraço com o convite de tomarmos um café na primeira oportunidade que nos surja seja em terras de D.Dinis ou de Amália Rodrigues do,
António Matos
Caro António Matos
Fui ler atentamente aquilo que escreveste, e referes no teu comentário, e com certeza por defeito meu, não consigo mudar a interpretação que dei da primeira vez e das outras que li, não só esse comentário, mas também o teu texto.
Mas eu vivo os meus dias para o futuro, aprendendo com o passado e por isso mesmo faço sempre, (ou pelo menos tento), fazer a paz com o que já passou.
Por isso mesmo retribuo e aceito o teu abraço com o convite para o café, seja lá em que terra for da nossa Lusitânia.
Joaquim Mexia Alves
Amigos e camaradas:
As palavras são tramadas. Âs vezes podem ferir e até matar. Vou ser, por isso, muito cauteloso. Não devemos ter medo do confonto. Quando for caso disso, devemos e podemos discordar uns dos outros. Mal seria se o nosso blogue enveredasse pelo chamado "pensamento único"... Já lhe chamaram tudo, da esquerda à direito, o que, no mínimo, é salutar...
Mas acho que há um limite à gestão das nossas controvérsias, que é quando se mete pelo meio a questão da honra. Expressões como "Era só o que me faltava!" pode ter um um "efeito devastador" nas nossas comunicações...
Dois camaradas, como o António Matos e o Joaquim Mexia Alves, dois bons camaradas que eu conheço pessoalmente, homens de bem, de grande honestidade intelectual, naturalmente com personalidades e idiossincrasias diferentes, com estilos de comunicação diferentes, evidenciam, no entanto, um defeito comum: não se conhecem pessoalmente, nunca se encontraram, na Guiné ou aqui, nunca beberam um copo juntos... Se isso já tivesse acontecido - no nosso último encontro, por exemplo -, a famigerada expressão "Era só que me faltava!", teria ficado no tinteiro - quer eu dizer, no teclado do computador - e a gente não estava aqui hoje a lamentar os estragos, directos ou colaterais, que provocou... Mesmo que tivesse aparecido em letra de forma, só poderia provocar um sorriso, não isento de cumplicidade... Essa é a diferença entre duas pessoas que são camaradas, e são capazes de expor com elevação (e até com piada, ironia, humor...) os seus pontos de vista, mesmo contraditórios ou antagónicos...
Também aceito beber um copo com os dois, quando a oportunidade surgir, desde que não seja numa leitaria...
Oh Luís, essa da leitaria faz-me lembrar o "Páteo das Cantigas", quando o Ribeirinho, salvo o erro, diz para o Vasco Santana:
Isto é a Leitaria Estrela d'Alva, não é a Vinharia Estrela d'Alva.
E nós tinhamos falado em café, e não em copos!
Mas está bem, eu faço um esforço e lá beberei um copito!!!
Abraço camarigo para todos
Finalmente,e felizmente,um ambiente....desanuviado! Talvez seja apropriada pequena gargalhada inocente,pelo que sugiro,em regresso momentário ao nosso anterior "aprofundar linguístico" de como certas palavras suecas soam aos ouvidos de pobres lusitanos como eu.(ver comentários no poste P-5245). Em compromisso entre "café e copo",porque nao virem beber um vodcka á província mais ao sul da Suecia,conhecida pelas suas especialidades em vodcka? O nome da província é:-SKÅNE.(nao soa,em sueco,a..."sacana",como pode aparentar,mas sim "se côna"!Desde já as minhas sinceras desculpas por esta aparente linguagem de caserna,ás criancinhas,senhoras,e aos camaradas mais sensíveis das tropas especiais referidas pelo Sr.Gen.A.B.,mas limito-me a pronunciar,correctamente,o nome da dita província.E,nao é que o nome comercial do tal vodcka local é mesmo Skåne! Bem vindos a esta leitaria "Estrela d'Alva" de compromisso. Um abraco AMIGO do José Belo.
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