1. Mais poste da série Patronos e Padroeiros das Armas do Exército Português, um trabalho de pesquisa do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil, Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70).
PATRONOS E PADROEIROS - V
SERVIÇO DE ADMINISTRAÇÃO MILITAR – RAINHA SANTA ISABEL
SERVIÇO DE ADMINISTRAÇÃO MILITAR – RAINHA SANTA ISABEL
Isabel de Aragão, nasceu em Saragoça, Reino de Aragão, em 1271, filha mais velha do rei Pedro III de Aragão e Constança da Sicília.
Na sua árvore genealógica, pelo lado materno, descende de Frederico II, Sacro Imperador Romano-Germânico, e Manfredo de Hohhenstauffen, rei da Sicília, e, além disso, uma sua tia materna foi Santa Isabel da Hungria, considerada santa pela Igreja Católica.
D. Dinis, que subiu ao trono em 1279, aos 19 anos de idade, enviou uma embaixada, constituída por João Velho, João Martins e Vasco Pires, a Aragão onde se encontravam embaixadas dos reis de França e de Inglaterra, com propostas matrimoniais para os respectivos príncipes herdeiros. A preferência recaiu sobre o monarca português.
Casaram, por procuração em 11 de Fevereiro de 1288. Deu entrada em Portugal, por Trancoso, em 26 de Junho seguinte, vila que foi acrescentada ao dote de Isabel, que constava das vilas de Abrantes, Óbidos, Alenquer, e Porto de Mós, os castelos de Vila Viçosa, Monforte, Sintra, Ourém, Feira, Gaia, Lamoso, Nóbrega, Santo Estêvão de Chaves, Monforte de Rio Livre, Portel e Montalegre, além das rendas em numerário das vilas de Leiria, Arruda, Torres Novas e Atouguia da Baleia. Também tinha os reguengos de Gondomar, Rebordões e Codões, além de uma quinta em Torres Vedras e da lezíria da Atalaia.
Deste casamento nasceram Constança (3 de Janeiro de 1290 - 18 de Novembro de 1313), que casou em 1302 com o rei Fernando IV de Castela, e Afonso (8 de Fevereiro de 1291 - 28 de Maio de 1357), sucessor do pai no trono de Portugal, com o título de D. Afonso IV.
D. Isabel evitou um confronto entre seu marido e rei de Portugal, D. Dinis, e seu filho D. Afonso, quando este sentiu que a sua sucessão podia estar em risco, dado que seu pai demonstrava ter por Afonso Sanches, seu filho bastardo, e lhe pretendeu dar combate em Alvalade em 1325.
D. Dinis morre nesse mesmo ano. D. Isabel, vestindo o habito da Ordem das Clarissas recolhe ao Convento de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, donde só saiu em 1366.
Foi nessa altura que D. Afonso IV, rei de Portugal, declara guerra ao seu sobrinho, o rei D. Afonso XI, filho da sua irmã Constança de Portugal, porque o rei castelhano tratava mal a esposa, D. Maria, filha do rei português.
D. Isabel, a rainha-mãe, deslocou-se para Estremoz, evitando, mais uma vez, pela sua intercessão. A paz só foi assinada em Sevilha no ano de 1339.
D. Isabel, veio a falecer em Estremoz, em 4 de Julho de 1336, vindo a ser sepultada em Coimbra no Convento de Santa Clara-a-Nova.
Sobre a Rainha Santa, como ficou conhecida, na Crónica dos Frades Menores de Frei Marcos de Lisboa de 1562 diz que “levava uma vez a Rainha santa moedas no regaço para dar aos pobres (...) Encontrando-a el-Rei lhe perguntou o que levava, (...) ela disse, levo aqui rosas. E rosas viu el-Rei não sendo tempo delas.”
A Rainha Santa Isabel de Portugal foi beatificada pela Igreja Católica em 1516, durante o pontificado do Papa Leão X e canonizada em 1625, pelo Papa Urbano VIII. Tem a sua festa Litúrgica no dia 4 de Julho.
Foi proclamado Padroeira do Serviço de Administração Militar por Portaria de 16 de Agosto de 1983 e Ordem do Exército n.º 3 (1.ª Série), de 31 de Março de 1984.
José Marcelino Martins – 24 de Novembro de 2009
[Organizado a partir de imagens e textos da Wikipédia]
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 29 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5371: Patronos e Padroeiros (José Martins) (4): Exército - Arma de Engenharia - Nossa Senhora da Conceição
5 comentários:
E em Monte Real existem os Paços da Rainha Santa, pois diz a tradição que D. Dinis mandou erguer estes Paços para estar mais perto e poder supervisionar a plantação do Pinhal de Leiria.
Diz ainda a tradição que a Rainha viria às termas, ou ao lugar onde nascia a água termal e a daria a beber aos necessitados.
À volta de Monte Real existem diversas lendas sobre a Rainha e o Rei.
Conto uma.
Logo a seguir a Monte Real, nas estrada para Amor, (nome que tem a ver com as mantes de D. Dinis), existe uma povoação chamada Segodim.
Este nome viria da lenda de que uma dia, sendo já muito tarde na noite, a Rainha preocupada com o Rei que não chegava saiu ao seu encontro com os pagens carregados de archotes.
Naquele lugar encontrou-se com D. Dinis que lhe perguntou o porquê daquela situação.
Respondeu-lhe a Rainha:
Tão cego vindes de amor que vos vim alumiar o caminho.
Deste "cego vindes", chegou-se a Segodim, que dantes se escreveria Cegovim.
Desculpem a extensão do comentário, mas sempre dou a conhecer curiosidades da minha terra.
Abraço camarigo para todos
Amantes e não mantes.
No segundo parágrafo diz que «subiu ao trono em 1820». Só pode ser um lapso de teclado. Numa pequena enciclopédia que aqui tenho diz que D. Dinis «sexto rei de Portugal... reinou de 16.11.1279 a 7.1.1325.
Desculpem a intromissão.
J.M.Ferreira
A fonte consultada indica 1280. Houve um erro de digitação.
Entretanto consultando a wikipédia refere o inicio do reinado em 16 de Fevereiro de 1279.
Divergencia de fontes.
Agradeço a correcção que, no mínimo, é sinal de que foi lida com interesse. É isso que nos faz escrever.
Obrigado
Os autores e os editores agradecem aos atentos leitores as suas críticas e correcções.
CV
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